LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

 

Prefácio e saudação


1. Paulo, servo de Jesus Cristo, chamado para ser apóstolo, separado para o evangelho de Deus, 2 o qual foi por Deus outrora prometido por intermédio dos seus profetas nas Sagradas Escrituras, 3 com respeito a seu Filho, o qual, segundo a carne, veio da descendência de Davi, 4 e foi poderosamente demonstrado Filho de Deus, segundo o espírito de santidade, pela ressurreição dos mortos, a saber, Jesus Cristo, nosso Senhor, 5 por intermédio de quem viemos a receber graças e apostolado por amor do seu nome, para a obediência por fé, entre todos os gentios,  6 de cujo número sois também vós, chamados para serdes de Jesus Cristo. 7 A todos os amados de Deus, que estais em Roma, chamados para serdes santos: Graça a vós outros e paz da parte de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo.


O amor de Paulo pelos cristãos de Roma.

Seu desejo de vê-los


8 Primeiramente dou graças a meu Deus mediante Jesus Cristo, no tocante a todos vós, porque em todo o mundo é divulgada a vossa fé.9 Porque Deus, a quem sirvo em meu espírito, no evangelho de seu Filho, é minha testemunha de como incessantemente faço menção de vós, 10 em todas as minhas orações, suplicando que nalgum tempo, pela vontade de Deus, se me ofereça boa ocasião de visitar-vos. 11 Porque muito desejo ver-vos, a fim de repartir convosco algum dom espiritual, para que sejas confirmados; 12 isto é, para que, entre vós, reciprocamente nos confortemos, por intermédio da fé mútua, vossa e minha. 13 Porque não quero, irmãos, que ignoreis que muitas vezes me propôs ir ter convosco, no que tenho sido até agora impedido, para conseguir igualmente entre vós algum fruto, como também entre os outros gentios.14 Pois sou devedor tanto a gregos como a bárbaros, tanto a sábios como a ignorantes; 15 por isso, quanto está em mim, estou pronto a anunciar o evangelho também a vós outros, em Roma.


O assunto da epístola: a justiça pela fé em Jesus Cristo


16 Pois não me envergonho do evangelho, porque é o poder de Deus para a salvação de todo aquele que crê, primeiro do judeu e também do grego; 17 visto que a justiça de Deus se revela no evangelho, de fé em fé, como está escrito: O justo viverá por fé.

 

A idolatria e depravação dos homens


18 A ira de Deus se revela do céu contra toda impiedade e perversão dos homens que detêm a verdade pela injustiça; 19 porquanto o que de Deus se pode conhecer é manifesto entre eles, porque Deus lhes manifestou. 20 Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das cousas que foram criadas. Tais homens são por isso indesculpáveis; 21 porquanto, tendo conhecimento de Deus não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes se tornara, nulos em seus próprios raciocínios, obscurecendo-se-lhes o coração insensato. 22 Inculcando-se por sábios, tornaram-se loucos, 23 e mudaram a glória do Deus incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, bem como de aves, quadrúpedes e répteis. 24 Por isso Deus entregou tais homes a imundícia, pelas concupiscências de seus próprios corações, para desonrarem os seus corpos entre si; 25 pois eles mudaram a verdade de Deus em mentira, adorando e servindo a criatura, em lugar do Criador, o qual é bendito eternamente. Amém. 26 Por causa disso os entregou Deus a paixões infames; porque até as suas mulheres mudaram o modo natural de suas relações íntimas, por outro contrário a  natureza; 27 semelhantemente, os homens também, deixando o contato natural da mulher, se inflamaram mutuamente em sua sensualidade, cometendo torpeza, homens com homens, e recebendo em si mesmos a merecida punição do seu erro.


Entregues os gentios a reprováveis sentimentos


28 E, por haverem desprezado o conhecimento de Deus, o próprio Deus os entregou a uma disposição mental reprovável, para praticarem cousas inconvenientes, 29 cheios de toda injustiça, malícia, avareza e maldade; possuídos de inveja, homicídio, contenda, dolo e malignidade; sendo difamadores. Sendo difamadores, 30 caluniadores, aborrecidos de Deus, insolentes, soberbos, presunçosos, inventores de males. desobedientes aos pais, 31 insensatos, pérfidos, sem afeição natural e sem misericórdia. 32 Ora, conhecendo eles a sentença de Deus, de que são passíveis de morte os que tais cousas pratica, não somente as fazem mas também aprovam os que assim procedem.


Obs. Este livro foi escrito por Paulo aos Romanos.


 QUERO PEDIR DESCUPAS PRIMEIRAMENTE A DEUS E SEGUNDO A MEUS LEITORES POR TER MI AFASTADO POR ESSE DIAS, MAS FOI POR MOTIVO DE SAÚDE. QUANDO NÃO HOUVER NENHUMA POSTAGEM NOVA ISSO SIGNIFICA QUE ESTOU DOENTE PASSANDO POR UMA CRISE DE ANSIEDADE MUITO E PEÇO ORAÇÕES A TODOS.


                               GRATIDÃO

 


A ilha de Malta


28.1 Uma vez em terra verificamos que a ilha se chamava Malta. 2 Os bárbaros trataram-nos com singular humanidade, porque, acendendo uma fogueira, acolheram-nos a todos por causa da chuva que caía, e por causa do frio. 3 Tendo Paulo ajuntado e atirado a fogueira um feixe de gravetos, uma víbora, fugindo do calor, prendeu-se lhe a mão. 4 Quando os bárbaros viram a bicha pendente da mão dele, disseram uns aos outros: Certamente este homem é assassino, porque, salvo do mar, a justiça não o deixa viver. 5 Porem, ele, sacudindo o réptil no fogo, não sofreu mal nenhum; 6 mas eles esperavam que ele viesse a inchar, ou a cair morto de repente. Mas depois de muito esperar, vendo que nenhum mal lhe sucedia, mudando de parecer, diziam ser ele um deus.


Públio hospeda a Paulo


7 Perto daquele lugar havia um sítio pertencente ao homem principal da ilha, chamado Públio, o qual nos recebeu e hospedou benignamente por três dias.8 Aconteceu achar-se enfermo de disenteria, ardendo em febre,  o pai de Públio. Paulo foi visitá-lo e, orando, impôs-lhe as mãos e o curou. 9 A visita deste acontecimento, os demais enfermos da ilha vieram e foram curados, 10 os quais nos distinguiram com muitas honrarias; e, tendo nós de prosseguir viagem, nos puseram a bordo tudo o que era necessário.


A continuação da viagem


11 Ao cabo de três meses, embarcamos num navio alexandrino, que invernara na ilha, e tinha por emblema Dióscuros. 12 Tocando em Siracusa, ficamos ali três dias, 13 donde, bordejando, chegamos a Régio. No dia seguinte, tendo soprado vento sul, em dois dias chegamos a Potéoli, 14 onde achamos alguns irmãos que nos rogaram ficássemos com eles sete dias; e foi assim que nos dirigimos a Roma. 15 Tendo ali os irmãos  ouvido notícias nossas, vieram ao nosso encontro até a Praça de Ápio  e as Três Vendas. Vendo-os Paulo, e dando por isso graças a Deus, sentiu-se mais animado.


Paulo em Roma


16 Uma vez em Roma, foi permitido a Paulo morar por sua conta, tendo em sua companhia o soldado que o guardava. 17 Três dias depois, ele convocou os principais dos judeus e, quando se reuniram lhes disse: Varões irmãos nada havendo feito contra o povo ou contra os costumes paternos, contudo vim preso desde Jerusalém, entregue nas mãos  dos romanos; 18 os quais, havendo-me interrogado, quiseram soltar-me sob a preliminar de não haver em mim nenhum crime passível de morte. 19 Diante da oposição dos judeus, senti-me compelido a apelar para César, não tendo, porem, nada de que acusar minha nação. 20 Foi por isto que vos chamei para vos ver e falar; porque é pela esperança de Israel que estou preso com esta cadeia. 21 Então eles lhe disseram: Nós não recebemos da Judeia nenhuma carta que te dissesse respeito; também não veio qualquer dos irmãos que nos anunciasse ou dissesse de ti mal algum. 22 Contudo, gostaríamos de ouvir o que pensas; porque, na verdade, é corrente a respeito desta seita que por toda parte é ela impugnada.


Paulo prega em Roma


23 Havendo-lhe eles marcado um dia, vieram em grande número ao encontro de Paulo na sua própria residência. Então, desde a manhã até a tarde, lhes fez uma exposição em testemunho do reino de Deus, procurando persuadi-los a respeito de Jesus,  tanto pela lei de Moisés, como pelos profetas. 24 Houve alguns que ficaram persuadidos pelo que ele dizia: outros, porém, continuaram incrédulos. 25 E, havendo discordância entre eles, despediram-se, dizendo Paulo estas palavras: Bem falou o Espírito santo a vossos pais, por intermédio do profeta Isaías, quando disse: 26 Vai a este povo e dize-lhe: De ouvido ouvireis, e não entendereis; vendo vereis, e não percebereis. 27 Porquanto o coração deste povo se tornou endurecido;  com os ouvidos ouviram tardiamente, e fecharam os seus olhos, para que jamais vejam com os olhos, nem ouçam com os ouvidos, para que não entendam com o coração, e se convertam, e por mim sejam curados. 28 Tomai, pois, conhecimento de que esta salvação de Deus foi enviada aos gentios. E eles a ouvirão. 29 [ Ditas estas palavras, partiram os judeus tendo entre si grande contenda.] 


Paulo prisioneiro durante dois anos


30 Por dois anos permaneceu Paulo na sua própria casa, que alugara, onde recebia a todos que o procurava, 31 pregando o reino de Deus, e com toda a intrepidez, sem  impedimento algum, ensinava as cousas referentes ao Senhor Jesus Cristo.


Obs. Este livro foi escrito por Lucas como a segunda parte da obra escrita. A primeira parte é conhecida como o Evangelho "Segundo Lucas".


 Vamos reviver esse caso agora completo  

Tudo que tem começo tem fim. Desta vez um final feliz, porque após 45 anos o trabalho desse rapaz lindo em busca de suas origens chegou ao fim depois de tantos anos. Ele não desistiu, insistiu e persistiu. Foram muitas buscas em jornais, entrevistas, e os anos se passando, ele envelhecendo e  sua mãe biológica também. Graças a tecnologia e a persistência desse rapaz ele chegou a sua família biológica. Nascido no dia 13 de Setembro de 1978 na Beneficência Portuguesa em Santos, às 18:00 saiu de sua primeira casa quentinha sem saber o que iria encontrar nesse mundo de meu Deus. A mãe desesperada, muito jovem e sofrida, engravidou pela terceira vez e não tinha condições de criá-lo, conheceu um médico por nome Dr. Fabrício na Santa Casa de Misericórdia onde fez todo seu pré natal e como sabia que ela não faria um aborto nem tão pouco o colocaria dentro de um cesto de lixo, como muitas mães desnaturadas fazem compadeceu-se daquela jovem a apoiando, dando remédios, passagens de ônibus e falou que se ela o doasse iria adotá-lo como se fosse seu filho e em troca faria sua ligação que era proibido por lei devido a idade, 22 anos. Nova cheia de disposição para trabalhar, mas  por ironia do destino encontrou um rapaz mais novo que ela três anos, a engravidou e a abandonou, numa cidade grande, sem um parente, sem emprego, sem casa, praticamente na rua, porque se ela não fosse tão inteligente estaria sendo hoje uma moradora de rua em São Paulo e quem sabe com a cara enfiada nas drogas, contudo teve um bom alicerce de seus pais, levantou a cabeça e seguiu adiante. Sofreu muito, sem detalhes ela foi blindada por Deus porque Ele tinha um plano na sua vida e nada de mau lhe aconteceu. Os anos se passaram e ela sempre pedia a Deus que não a deixasse morrer sem antes conhecer seu filho, porem sabia que ele não estava mais no Brasil, o Dr. Fabrício não ficou com ele passou para uma família que tinha posses de educá-lo e ser querido nesse lar onde foi sua segunda casa porque a primeira havia sido dentro do ventre de sua mãe. Quando chegou essa tecnologia avançada sua mãe passava noites e noites acordadas espalhando sua história. Colocava sua foto junto com a do progenitor, o antes e depois para ver se havia algum paradeiro desse filho. Ela escreveu para Gugu, onde havia um anjo que procurava filhos perdidos, só que ela não sabia de nada a não ser o primeiro nome do Médico. Após quatro décadas e meia, ele a encontra porque mais feliz que estivera ao lado de sua família existia dentro daquele rapaz uma lacuna que pretendia preenche-la para completar sua felicidade. Através de  provas, requerimentos, entrevistas, uma busca incansável ele encontra um pedaço da meada de um fio onde começou a desenrolar  aquele novelo de linha até chegou ao seu pai. Encontrando seu pai sua mãe seria mais fácil encontrar. Ele já estava casado com outra e sua mãe também havia casado, não deu certo com o primeiro e divorciou. Casou com o segundo onde vive até hoje há trinta e quatro anos. Devido sua vida sem limites ainda existe alguém preconceituoso que não acredita que ela casou, achou que nenhum homem daria valor aquela mulher que não se incomodava com nada por ter uma vida sem satisfação a dar a ninguém. Resultado: Hoje será o grande dia, falo hoje porque já estamos no dia 15 de maio de 2024 e logo mais as 17:00 horas ela estará no Aeroporto Castro Pinto, para encontrar sua Dracma perdida que mesmo ela procurando nunca a encontrou, porém o Deus Todo Poderoso fez com que no mesmo dia que  ela o procurava  ele também a procurava. Feliz, sem sono, contando as horas, os minutos, os segundos, preparando o velho coração de 68 anos para essa grande emoção está aqui já escrevendo para soltar sua energia e não se emocionar tanto.
MÃE E FILHOS PERDIDOS:  Nunca percam a esperança de encontrá-los, esperei todo esse tempo e vocês terão que ter fé e pedir a Deus todo momento de sua vida para encontrar seu ente querido. Engana-se quem diz que não existe amor quando o filho é criado por outra pessoa. Existe sim porque sua primeira casa foi no ventre de sua mãe, foi alimentado através de um cordão umbilical, carne de sua carne e sangue de seu sangue, mesmo inocente se formando por nove meses naquela casinha escura, sabia quando sua mãe estava triste, chorava quando ela chorava e sentia alegria quando ela estava alegre porque dava aquela virada dentro de sua barriga. Estou dando meu testemunho porque pedia a Deus que não me deixasse morrer sem ao menos conhecer meu filho através de pelo menos uma foto, e daqui a poucas horas estarei o abraçando. Estou me preparando para não dar vexame, mas vai dar uma vontade de usar um megafone e gritar bem alto dentro do aeroporto: Daniel sua mãe está aqui! Nossa ele iria morrer de vergonha, e iria falar que ela havia enlouquecido. A maior tristeza de um filho é quando procura a mãe e falam que ela já morreu. Graças a Deus que isso não aconteceu comigo.

OBS: QUERO AQUI DEIXAR MEU AGRADECIMENTO A FAMÍLIA QUE O CRIOU QUE DEU TUDO  QUE NÃO PUDE DAR. 
OBRIGADA MÃE SEI QUE A SENHORA NÃO ESTÁ MAIS NO NOSSO MEIO, TAMBÉM SEI QUE ONDE A SENHORA ESTIVER ESTÁ FELIZ POR SEU FILHO TER ENCONTRADO SUA MÃE BIOLÓGICA. 
OBRIGADO PAI POR TER FEITO MEU FILHO UM HOMEM GRAÇAS AOS SEUS ENSINAMENTOS, DEVIDO SUA IDADE NÃO GOSTARIA QUE O SENHOR SOUBESSE O QUE ELE FEZ PORQUE SERIA UM GRANDE DESGOSTO PARA O SENHOR.

                       Agora vou dormir, não poderia deixar de registrar esse fato tão importante e também dando encorajamento a mães e filhos desaparecidos, que tenham fé em Deus acima de tudo.

          15 de maio de 2024 
                                      

 

Paulo enviado para Itália

27.1 Quando foi decidido que navegássemos para a Itália, entregaram Paulo e alguns outros preso a um centurião chamado Júlio, da coorte Imperial.2 Embarcando num navio adramitino, que estava de partida para costear a Ásia, fizemo-nos ao mar, indo conosco Aristarco, macedônio de Tessalônica. 3 No dia seguinte chegamos a Sidom, e Júlio tratando Paulo com humanidade, permitiu-lhe ir ver os amigos e obter assistência. 4 Partindo dali, navegamos a sota-vento de Chipre, por serem contrários os ventos; 5 e, tendo atravessado o mar ao longo da Cilícia e Panfília, chegamos a Mirra, na Lícia. 6 Achando ali o centurião um navio de Alexandria, que estava de partida para a Itália, nele nos fez embarcar. 7 Navegando vagarosamente muitos dias e tendo chegado com dificuldade defronte de Onido, não nos sendo permitido prosseguir, por causa do vento contrário, navegamos a sota-vento de Creta, na altura de Salmona. 8 Costeando-a, penosamente, chegamos a um lugar chamado Bons Portos, perto da qual estava a cidade de Laséia. 

Os perigos da viagem

9 Depois de muito tempo, tendo-se tornado a navegação perigosa, e já passado o tempo do Jejum, admoestava-os Paulo, 10 dizendo-lhe: Senhores, vejo que a viagem vai ser trabalhosa, com dano e muito prejuízo, não só da carga e do navio, mas também das nossas vidas.11 Mas o centurião dava mais crédito ao piloto e ao mestre do navio do que ao que Paulo dizia. 12 Não sendo o porto o para invernar, a maioria deles era de opinião que partissem dali, para ver se podiam chegar a Fenice, e daí passar o inverno, visto ser um porto de Creta, o qual olhava para o nordeste e para o sudeste. 13 Soprando brandamente o vento sul e pensando eles ter alcançado o que desejavam, levantaram âncora, e foram costeando mais de perto a ilha de Creta. 14 Entretanto, não muito depois, desencadeou-se do lado da ilha um tufão de vento, chamado Euro-aquilão; 15 e, sendo o navio arrastado com violência, sem poder resistir ao vento, cessamos a manobra e nos fomos deixando levar. 16 Passando a sota-vento de uma ilhota chamada Clauda, a custo conseguimos recolher o bote, 17 levantando o qual usaram de todos os meios para cingir o navio, e, temendo que dessem na Sirte, arriaram os aparelhos e foram ao léu. 18 Açoitados severamente pela tormenta, no dia seguinte já aliviavam o navio. 19 E, ao terceiro dia, nós mesmos, com as próprias mãos, lançamos ao mar a armação do navio. 20 E, não aparecendo, havia já alguns dias, nem sol nem estrelas, caindo sobre nós grande tempestade, dissipou-se afinal toda a esperança de salvamento. 21 Havendo todos estado muito tempo sem comer, Paulo, pondo-se em pé no meio deles, disse: Senhores, na verdade era preciso terem-me atendido e não partir de Creta, para evitar este dano e perda. 22 Mas, já agora vos aconselho bom ânimo, porque nenhuma vida se perderá de entre vós, mas somente o navio. 23 Porque esta mesma noite o anjo de Deus, de quem eu sou e a quem sirvo, esteve comigo, 24 dizendo: Paulo, não temas; é preciso que compareças perante César, e eis que Deus por sua graça te deu todos quantos navegam contigo. 25 Portanto, senhores, tende bom ânimo; pois eu confio em Deus, que sucederá do modo por que me foi dito. 26 Porém é necessário que vamos dar a uma ilha. 

O naufrágio

27 Quando chegou a décima quarta noite, sendo nós batidos de um lado para outro na Mar Adriático, por volta da meia -noite, pressentiram os marinheiros que se aproximavam de alguma terra.28 E, lançando o prumo,  achara vinte braças; passando um pouco mais adiante, tornando a lançar o prumo, acharam quinze braças. 29 E, receosos de que fôssemos atirados contra lugares rochosos, lançaram da popa quatro âncoras, e oravam para que rompesse o dia. 30 Procurando os marinheiros fugir do navio e, tendo arriado o bote no mar, a pretexto de que estavam para largar âncoras da proa, 31 disse Paulo ao centurião e aos soldados: Se estes não permanecerem a bordo, vós não podereis salvar-vos. 32 Então os soldados cortaram os cabos do bote e o deixaram  afastar-se. 33 Enquanto amanhecia, Paulo rogava a todos que se alimentassem, dizendo: Hoje é o décimo quarto dia em que, esperando, estais sem comer, nada tendo provado. 34 Eu vos rogo que comais alguma cousa; porque disto depende a vossa segurança; pois nenhum de vós perderá nem mesmo um fio de cabelo. 35 Tendo dito isto, tomando um pão, deu graças a Deus na presença de todos e, depois de partir, começou a comer. 36 Todos cobraram ânimo e se puseram também a comer. 37 Estávamos no navio duzentas e setenta e seis pessoas ao todo. 38 Refeitos com comida, aliviaram o navio, lançando o trigo ao mar. 39 Quando amanheceu não reconheceram a terra, mas avistaram uma enseada, onde havia praia; então consultaram entre si, se não podiam encalhar ali o navio. 40 Levantando as âncoras, deixaram-no ir ao mar, largando também as amarras do leme; e. alçando a vela de proa ao vento, dirigiram-se para a praia. 41 Dando, porem, num lugar onde duas correntes se encontravam, encalharam ali o navio; a proa encravou-se e ficou imóvel, mas a popa se abria pela violência do mar. 42 O parecer dos soldados era que matassem os presos, para que nenhum deles, nadando, fugisse;  43 mas o centurião, querendo salvar a Paulo, impediu-os de o fazer; e ordenou que os que soubessem nadar fossem os primeiros a lançar-se ao mar e alcançar a terra. 44 Quanto aos demais, que se salvassem uns em tábuas, e outros em destroços do navio. E foi assim que todos se salvaram em terra.

Obs. Este livro foi escrito por Lucas como a segunda parte da obra escrita. A primeira parte é conhecida como o Evangelho "Segundo Lucas".


 Paulo discursa perante o  rei Agripa

26.1 A seguir, Agripa, dirigindo-se a Paulo, disse: É permitido que uses da palavra em tua defesa. Então Paulo, estendendo a mão, passou a defender-se, nestes termos: 2 Tendo-me por feliz, ó rei Agripa, pelo privilégio de, hoje, na tua presença, poder produzir a minha defesa de todas as acusações feitas contra mim pelos judeus;3 mormente porque és versado em todos os costumes e questões que há entre os judeus; por isso eu te pelo que me ouças com paciência. 4 Quanto a minha vida, desde a mocidade, como decorreu desde o princípio entre o meu povo e em Jerusalém, todos os judeus a conhecem; 5 pois na verdade eu era conhecido deles desde o princípio, se assim o quiserem testemunhar, porque vivi fariseu conforme a seita mais severa da nossa religião. 6 E agora estou sendo julgado por causa da esperança da promessa por Deus foi feita a nossos pais, 7 a qual as nossas doze tribos, servindo a Deus fervorosamente de noite e de dia, almejam alcançar; é no tocante a esta esperança, ó rei, que eu sou acusado pelos judeus. 8 Por que se julga incrível entre vós que Deus ressuscite os mortos? 9 Na verdade, a mim me parecia que muitas cousas devia eu praticar contra o nome de Jesus, o Nazareno; 10 e assim procedi em Jerusalém. Havendo eu recebido autorização dos principais sacerdotes, encerrei muitos dos santos nas prisões; e, contra estes dava o meu voto, quando os matavam. 11 Muitas vezes os castiguei por todas as sinagogas, obrigando-os até a blasfemar. E, demasiadamente enfurecido contra eles, mesmo por cidades estranhas os perseguia. 12 Com estes intuitos parti para Damasco, levando autorização dos principais sacerdotes e por eles comissionado. 13 Ao meio-dia, ó rei, indo eu caminho fora, vi uma luz no céu, mais resplandecente que o sol, que brilhou ao redor de mim e dos que iam comigo. 14 E caindo todos nós por terra, ouvi uma voz que me falava em língua hebraica: Saulo, Saulo, por que me persegues? Dura cousa é recalcitrares contra os aguilhões. 15 Então eu perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que o Senhor respondeu: Eu sou Jesus, a quem tu persegues. 16 Mas levanta-te e firma-te sobre teus pés, porque por isto te apareci pata te constituir ministro e testemunha, tanto das cousas em que me viste como daquelas pelas quais te aparecerei ainda; 17 livrando-te do povo e dos gentios, para os quais eu te envio, 18 para lhes abrir os olhos e converte-los das trevas para a luz e da potestade de Satanás para Deus, a fim de que recebam eles remissão de pecados e herança entre os que são santificados pela fé em mim. 19 Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente a visão celestial, 20 mas anunciei primeiramente aos de Damasco e em Jerusalém, por toda a  região da Judeia, e aos gentios, que se arrependessem e se convertessem a Deus, praticando obras dignas de arrependimento.21 Por causa disto alguns judeus me  prenderam, estando eu no templo, e tentaram matar-me. 22 Mas, alcançando socorro de Deus, permaneço até ao dia de hoje, dando testemunho, tanto a pequeno como a grande, nada dizendo senão o que os profetas e Moisés disseram haver de acontecer, 23 isto é, que o Cristo devia padecer, e, sendo o primeiro da ressurreição dos mortos, anunciaria a luz ao povo e aos gentios.

Paulo é interrompido por Festo

24 Dizendo ele estas cousas em sua defesa, festo o interrompeu em alta voz: Estás louco, Paulo; as muitas letras te fazem delirar. 25 Paulo, porém, respondeu: Não estou louco, ó excelentíssimo Festo; pelo contrário, digo palavras de verdade e de bom senso. 26 Porque tudo isto é do conhecimento do rei, a quem me dirijo com franqueza, pois estou persuadido de que nenhuma destas cousas lhe é oculta; porquanto nada se passou ai, nalgum recanto. 27 Acreditas, ó rei Agripa, nos profetas? Bem sei que acreditas.29 Então Agripa se dirigiu a Paulo, e disse: Por pouco me persuades a me fazer cristão. 29 Paulo respondeu: Assim Deus permitisse que, por pouco ou por muito, não apenas tu, ó rei, porem todos os que hoje me ouvem se tornassem tais qual eu sou, exceto estas cadeias.

Paulo teria sido solto, se não tivesse apelado para César

30 A essa altura, levantou-se o rei, e também o governador e Berenice, bem como os que estavam assentados com eles; 31 e, havendo-se retirado, falavam uns com os outros, dizendo: Este homem nada tem feito passível de morte ou de prisão. 32 Então Agripa se dirigiu a Festo, e disse: Este Agripa se dirigiu a Festo, e disse: Este homem bem podia ser solto, se não tivesse apelado para César.

Obs. Este livro foi escrito por Lucas como a segunda parte da obra escrita. A primeira parte é conhecida como o Evangelho "Segundo Lucas".

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Paulo perante Festo. Apela para César

25.1 Tendo, pois, Festo assumido o governo da província, três dias depois subiu de Cesaréia para Jerusalém; e logo os principais sacerdotes e os maiorais dos judeus lhe apresentaram queixas contra Paulo, e lhe solicitavam, 3 pedindo com favor, em detrimento de Paulo, que o mandasse vir a Jerusalém, armando eles cilada para o matarem na estrada. 4 Festo, porém respondeu achar-se Paulo detido em Cesaréia; e que ele mesmo muito em breve partiria para lá. 5 Portanto, disse ele, os que dentre vós estiverem habilitados que desçam comigo; e, havendo contra este homem qualquer crime, acusem-no. 6 E, não se demorando entre eles mais de oito ou dez dias, desceu para Cesaréia; e no dia seguinte, assentando-se no tribunal, ordenou que Paulo fosse trazido. 7 Comparecendo este, rodearam-no os judeus que haviam descido de Jerusalém, trazendo muitas e graves acusações, contra ele, as quais, entretanto, não podiam provar.8 Paulo, porem, defendendo-se, proferiu as seguintes palavras: Nenhum pecado cometi contra a lei dos judeus, nem contra o templo, nem contra César. 9 Então festo, querendo assegurar o apoio dos judeus, respondeu a Paulo: Queres tu subir a Jerusalém e ser ali julgado por mim a respeito destas cousas? 10 Disse-lhe Paulo: Estou perante o tribunal de César, onde convém seja eu julgado; nenhum agravo pratiquei contra os judeus como tu muito bem sabes. 11 Caso, pois, tenha eu praticado algum mal, ou crime digno de morte estou pronto para morrer; se, pelo contrário, não são verdadeiras as cousas de que me acusam, ninguém para lhes ser agradável pode entregar-me a eles. apelo para César apelaste, para César irás.

Festo expõe a Agripa o caso de Paulo

13 Passados alguns dias, o rei Agripa e Berenice chegaram a Cesaréia a fim de saudar a Festo. 14 Como se demorassem ali alguns dias, Festo expôs ao rei o caso de Paulo, dizendo: Félix deixou aqui preso certo homem, 15 a respeito de quem os principais sacerdotes e os anciãos dos judeus apresentaram queixas, estando eu em Jerusalém, pedindo que o condenasse. 16 A eles responde que não é costume dos romanos condenar quem quer que seja, sem que o acusado tenha presentes os seus acusadores e possa defender-se da acusação. 17 De sorte que, chegando eles aqui juntos, sem nenhuma demora, no dia seguinte, assentando-me no tribunal, determinei fosse trazido o homem; 18 e, levantando-se os acusadores, nenhum delito referiram dos crimes que eu suspeitava. 19 Traziam contra ele algumas questões referentes a sua própria religião e particularmente a certo morto, chamado Jesus, a quem Paulo afirmava estar vivo. 20 Estando eu perplexo, quanto ao modo de investigar estas cousas, perguntei-lhe se queria ir a Jerusalém para ser ali julgado a respeito destas cousas. 21 Mas, havendo Paulo apelado para que ficasse em custódia para o julgamento de César, ordenei que o acusado continuasse detido, até que eu o enviasse a César. 22 Então Agripa disse a Festo: Eu também gostaria de ouvir este homem. Amanhã, respondeu ele, o ouvirás.

Festo de novo fala a Agripa

23 de fato, no dia seguinte, vindo Agripa e Berenice, com grande pompa, tendo eles entrado na audiência juntamente com oficiais superiores e homens eminentes da cidade, Paulo foi trazido por ordem de Festo.24 Então disse Festo: Rei Agripa e todos vos que estais presentes conosco, vedes este homem, por causa de quem toda a multidão dos judeus recorreu a mim tanto em Jerusalém como aqui, clamando que não convinha que ele vivesse mais. 25 Porem eu achei que ele nada praticara passível de morte; entretanto, tendo ele apelado para o imperador, resolvi mandá-lo. 26 Contudo, a respeito dele, nada tenho de positivo que escreva ao soberano; por isso eu o trouxe a vossa presença, e mormente a tua, ó rei Agripa, para que, feita a arguição tenha eu alguma cousa que escrever; 27 porque não me parece razoável remeter um preso, sem mencionar ao mesmo tempo as acusações que militam contra ele.


Obs. Este livro foi escrito por Lucas como a segunda parte da obra escrita. A primeira parte é conhecida como o Evangelho "Segundo Lucas".


 Ananias e Tértulo acusam Paulo perante Félix

24.1 Cinco dias depois desceu o sumo sacerdote, Ananias, com alguns anciãos e com certo orador, chama Tértulo os quais apresentaram ao governador libelo contra Paulo. 2 Sendo este chamado, passou Tértulo a acusá-lo, dizendo: Excelentíssimo Félix: Tendo nós, por teu intermédio, gozado de perene; e também por teu providente cuidado, se terem feito notáveis reformas em benefício deste povo, 3 sempre e por toda parte isto reconhecemos com toda a gratidão. 4 Entretanto, para não te deter por longo tempo, rogo-te que, de conformidade com a tua clemência, nos atendas por um pouco. 5 Porque, tendo nós verificado que este homem é uma peste, e promove sedições entre os judeus esparsos por todo o mundo, sendo também o principal agitador da seita dos nazarenos, 6 o qual também tentou profanar o templo, nós o prendemos, [ com o intuito de julgá-lo segundo a nossa lei. 7 Mas sobrevindo o comandante Lísias, o arrebatou das nossas mãos com grande violência, 8 ordenando que os seus acusadores viessem a tua presença] Tu mesmo, examinando-o, poderás tomar conhecimento de todas as causas de que nós o acusamos. 9 Os judeus também concordaram na acusação, afirmando que estas cousas eram assim.

Paulo apresenta a sua defesa

10 Paulo, tendo-lhe o governador feito sinal que falasse, respondeu: Sabendo que há muitos anos és juiz desta nação, sinto-me a vontade para me defender, 11 visto poderes verificar que não há mais de doze dias desde que subia a Jerusalém para adora; 12 e que não me acharam no templo discutindo com alguém, nem tão pouco amotinando o povo , fosse nas sinagogas ou fosse na cidade; 13 nem te podem provar as acusações que agora fazem conta mim. 14 Porem confesso-te isto que, segundo o Caminho, a que chamam seita, assim eu sirvo ao Deus de nossos pais, acreditando em todas as cousas que estejam de acordo com a lei, e nos escritos dos profetas, 15 tendo esperança em Deus, como também estes a tem, de que haverá ressurreição, tanto de justos como de injustos. 16 Por isso também me esforço por ter sempre consciência pura diante de Deus e dos homens. 17 Depois de anos vim trazer esmolas a minha nação, e também fazer oferendas, 18 e foi nesta prática que alguns judeus da Ásia me encontraram já purificado no templo, sem ajuntamento e sem tumulto, 19 os quais deviam comparecer  diante de ti e acusar, se tivessem alguma cousa contra mim. 20 Ou estes mesmos digam que iniquidade acharam em mim, por ocasião do meu comparecimento perante o Sinédrio, 21 salvo estas palavras que clamei, estando entre eles: Hoje sou eu julgado por vós acerca da ressurreição dos mortos.

Paulo perante Félix e Drusila 

22 Então Félix, conhecendo mais acuradamente as cousas com respeito ao caminho, adiou a causa, dizendo: quando descer o comandante Lísias, tomarei inteiro conhecimento do vosso caso. 23 E mandou ao centurião que conservasse a Paulo detido, tratando-o com indulgência e não impedindo que os seus próprios o servissem.24 Passados alguns dias, vindo Félix com Drusila, sua mulher, que era judia, mandou chamar Paulo e passou a ouvi-lo  a respeito da fé em Cristo Jesus. 25 Dissertando ele acerca da justiça, do domínio próprio e do juízo vindouro, ficou Félix amedrontado e disse: Por agora podes retirar-te e, quando eu tiver vagar, chamar-te-ei ; 26 esperando também ao mesmo tempo que Paulo lhe desse dinheiro; pelo que, chamando-o mais frequentemente, conversa com ele. 27 Dois anos mais tarde Félix teve por sucessor Pórcio Festo; e, querendo Félix assegurar o apoio dos judeus, mante Paulo encarcerado.


Obs. Este livro foi escrito por Lucas como a segunda parte da obra escrita. A primeira parte é conhecida como o Evangelho "Segundo Lucas".


 Paulo perante o Sinédrio

23.1 Fitando Paulo os olhos no Sinédrio, disse: Varões, irmãos, tenho andado diante de Deus com toda a boa consciência até ao dia de hoje. 2 Mas o sumo sacerdote, Ananias, mandou aos que estavam perto dele que lhe batessem na boca. 3 Então lhe disse Paulo: Deus há de ferir-te, parede branqueada; tu estás aí sentado para julgar-me segundo a lei, e contra a lei mandas agredir-me? 4 Os que estavam a seu lado disseram: Estás injuriando o sumo sacerdote de Deus? 5 Respondeu Paulo: Não sabia, irmãos, que ele é sumo sacerdote; porque está escrito: Não falarás mal de uma autoridade do teu povo. 6 Sabendo Paulo que uma parte do Sinédrio se compunha de saduceus, e outra de fariseus, exclamou: Varões, irmãos, Eu sou fariseu, filho de fariseus; no tocante a esperança e a ressurreição dos outros sou julgado. 7 Ditas estas palavras, levantou-se grande dissensão entre fariseus e saduceus, e a multidão se dividiu. 8 Pois os saduceus declaram não haver ressurreição, nem anjo, nem espírito; ao passo que os fariseus admitem todas essas cousas.9 Houve, pois grande vozearia. E levantando-se alguns escribas da parte dos fariseus contendiam, dizendo: Não achamos neste homem mal algum; e será que algum espírito ou anjo lhe tenha falado? 10 Tomando vulto a celeuma, temendo o comandante que fosse Paulo espedaçado por eles, mandou descer a guarda para que o retirassem dali e o levassem para a fortaleza.

O Senhor aparece a Paulo

12 Quando amanheceu, os judeus se reuniram e, sob anátema, juraram que não haviam de comer nem beber, enquanto não matassem a Paulo.13 Estes, indo ter com os principais sacerdotes e os anciãos, disseram Juramos sob pena de anátema, não comer cousa alguma enquanto não matarmos a Paulo. 15 Agora, pois, notificai ao comandante, juntamente com o Sinédrio, que vô-lo apresente como se estivésseis para investigar mais acuradamente a sua causa; e nós, antes que ele chegue, estaremos prontos para assassiná-lo. 16 Mas o filho da irmã de Paulo, tendo ouvido o trama, foi, entrou na fortaleza e de tudo avisou a Paulo. 17 Então este, chamando um dos centuriões, disse: Leva este rapaz ao comandante, porque tem alguma cousa a comunicar-lhe. 18 Tomando-o, pois, levou-o ao comandante, dizendo: O preso Paulo, chamando-me, pediu-me que trouxesse a tua presença este rapaz, pois tem algo que dizer-te. 19 Tomou-o  pela mão o comandante e, pondo-se a parte, perguntou-lhe: Que tens a comunicar-me? 20 Respondeu ele: Os judeus decidiram rogar-te  que amanhã apresentes Paulo ao sinédrio, como se houvesse de inquirir mais acuradamente a seu respeito.21 Tu, pois, não te deixes persuadir, porque mais de quarenta entre eles estão pactuados entre si, sob anátema, de não comer nem beber, enquanto não o matarem; e agora estão prontos, esperando tua promessa.22 Então o comandante despediu o rapaz. recomendando-lhe que a ninguém dissesse ter-lhe trazido estas informações. 23 Chamado dois centuriões, ordenou tende de prontidão, desde a hora terceira da noite, duzentos soldados, setenta de cavalaria e duzentos lanceiros para irem até Cesaréia; 24 preparai também animais para fazer Paulo montar e ir com segurança ao governador Félix, 25 a quem escreveu uma carta nestes termos:

Carta de Cláudio a Félix

26 Cláudio Lísias ao excelentíssimo governador Félix, saúde. 27 Este homem foi preso pelos judeus, e estava prestes a ser morte por eles, quando eu, sobrevindo com a guarda, o livrei, por saber que ele era romano. 28 Querendo certificar-me do motivo por que o acusavam, fi-lo descer ao Sinédrio deles; 29 verifiquei ser ele acusado de cousas referentes a lei que os rege, nada, porem, que justificasse morte, ou mesmo prisão.30 sendo eu informado de que ia haver uma cilada contra o homem, tratei de enviá-lo a ti, sem demora, intimando também os acusadores a irem dizer na tua presença o que há contra ele. [Saúde.]

Paulo no pretório de Herodes

31 Os soldados, pois, conforme lhes foi ordenado, tomaram a Paulo e, durante a noite o conduziram até a Antipátride; 32 no dia seguinte, voltaram para a fortaleza, tendo deixado aos de cavalaria o irem com ele; 33 os quais, chegando a Cesaréia, entregaram a carta ao governador, e também lhe apresentaram Paulo. 34 Lida a carta, perguntou o governador de que província ele era; e, quando soube que era da Cilícia, 35 disse:  Ouvir-te-ei, quando chegarem os teus acusadores, E mandou que ele fosse detido no pretório de Herodes.


Obs. Este livro foi escrito por Lucas como a segunda parte da obra escrita. A primeira parte é conhecida como o Evangelho "Segundo Lucas".


 Paulo apresenta a sua defesa 

22.1 Irmãos e pais, ouvi agora a minha defesa perante vós.2 Quando ouviram que lhes falava em língua hebraica, guardaram ainda maior silêncio. E continuou: 3 Eu sou judeu, nasci em Tarso da Cilícia, mas criei-me nesta cidade e aqui fui instruído aos pés de Gamaliel, segundo a exatidão da lei de nossos antepassados, sendo zeloso para como Deus, assim como todos vós o sois no dia de hoje. 4 Persegui este Caminho até a morte, prendendo e metendo em cárceres, homens e mulheres, 5 de que são testemunhas o sumo sacerdote e todos os anciãos. Destes recebi cartas para os irmãos; e ia para Damasco, no propósito de trazer manietados para Jerusalém os que também lá estivessem, para serem punidos. 6 Ora, aconteceu que, indo de caminho e já perto de Damasco, quase ao meio-dia, repentinamente grande luz do céu brilhou ao redor de mim. 7 Então caí por terra, ouvindo uma voz que me dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?8 Perguntei: Quem és tu, Senhor? Ao que me respondeu: Eu sou Jesus, o Nazareno, a quem tu persegues. 9 Os que estavam comigo, viram a luz, sem contudo perceber o sentido da voz de quem falava comigo.10 Então perguntei: Que farei, Senhor? E o Senhor me disse: Levanta-te, entra em Damasco, pois ali te dirão acerca de tudo o que te é ordenado fazer. 11 Tendo ficado cego por causa do fulgor daquela luz, guiado pela mão dos que estavam comigo, cheguei a Damasco. 12 Um homem, chamado Ananias, piedoso conforme a lei, tendo bom testemunho de todos os judeus que ali moravam, 13 veio procurar-me e, pondo-se junto a mim, disse: Saulo, irmão, recebe novamente a vista. Nessa mesma hora recobrei a vista e olhei para ele. 14 Então ele disse: O Deus de nossos pais de antemão te escolheu para conheceres a sua vontade, ver o Justo e ouvir uma voz da sua própria  boca, 15 porque terás de ser sua testemunha diante de todos os homens, das cousas que tens visto e ouvido. 16 E agora, por que te demoras? Levanta-te, recebe o batismo e lava os teus pecados, invocando o nome dele. 17 Tendo eu voltado para Jerusalém, enquanto  orava no templo, sobreveio-me um êxtase, 18 e vi aquele que falava comigo: Apressa-te, e sai logo de Jerusalém, porque não receberão o teu testemunho a meu respeito. 19 eu disse: Senhor, eles bem sabem que eu encerrava em prisão e, nas sinagogas, açoitava os que criam em ti.  20 Quando se derramava o sangue de Estevão, tua testemunham eu também estava presente, consentia nisso e até guardei as vestes dos que o matavam. 21 Mas ele me disse: Vai, porque eu te enviarei para longe aos gentios.

Paulo por ser cidadão romano não é açoitado

22 Ouviram-no até essa palavra, e então gritaram, dizendo: Tira tal homem da terra, porque não convém que ele viva. 23 Ora, estando eles gritando, arrojando se si as suas capas, atirando  poeira para os ares, 24 ordenou o comandante que Paulo fosse recolhido a fortaleza, e que, sob açoite, fosse interrogado para saber por que motivo assim clamavam contra ele. 25 Quando o estavam amarrando com correias, disse Paulo ao centurião presente: Ser-vos-á  porventura lícito açoitar um cidadão romano, sem estar condenado? 26 Ouvindo isto, o centurião procurou o comandante e lhe disse: Que estás para fazer? porque este homem é cidadão romano. 27 Vindo o comandante, perguntou a Paulo: Dize-me, és tu romano? Ele disse: Sou. 28 Respondeu-lhe o comandante: A mim me custou grande soma de dinheiro este título de cidadão. Disse Paulo: Pois eu o tenho por direito de nascimento. 29 Imediatamente se afastaram os que estavam para o inquirir com açoites. O próprio comandante sentiu-se receoso quando soube que Paulo era romano, porque o mandara amarrar. 30 No dia seguinte, querendo certificar-se dos motivos por que vinha ele sendo acusado pelos judeus, soltou-o e ordenou que se reunissem os principais sacerdotes e todo o Sinédrio e, mandando trazer Paulo, apresentou-o perante eles. 

Obs. Este livro foi escrito por Lucas como a segunda parte da obra escrita. A primeira parte é conhecida como o Evangelho "Segundo Lucas".