... e cinco anos se passaram. Tudo transcorria na maior
tranquilidade, Kátia como sempre no hospital, Fernando continuava dirigindo o
ônibus que quando chegava era aquele stress, ela por causa dos pacientes e ele
os passageiros que estavam sempre insatisfeitos porque traziam problemas de
casa, lotação esgotada, empurra empurra, tudo aquilo acarretava um monte de
problemas que nem se quer um conseguia falar com o outro que já começava os
gritos, contudo viviam bem. Certo dia Kátia encontrou um médico que estava
fazendo residência e a partir daí sua vida se transformou. O mundo para ela ficou colorido mais que o
arco íris. Ao chegar em casa Fernando já se encontrava deitado de tão cansado.
Perguntou como teria sido o dia dela e calmamente ela falou que havia tudo
transcorrido da melhor forma possível. Kátia então entrou no banheiro e quase
não saia mais deixando aquela água morna molhar seus cabelos longos por muito
tempo e seu pensamento estava longe, ela havia viajado até o hospital e não
conseguia tirar aquele médico de seu pensamento, foi aí que o Fernando gritou:
vai dormir aí? Nossa que susto ela tomou e voltou a si. Deitou-se e fez o amor
mais gostoso do mundo com Fernando só que pensando no médico. Nesse dia não
houve discussão, não grita dois quando um não quer. Manhã seguinte ela se
embeleza e saí para tirar o plantão de uma amiga. O médico que também estava de
olho nela a convidou para almoçar e tudo começou ali. Mão na mão, pé com pé e
quando se deu por conta estava boca com boca. Amor à primeira vista? Quem sabe.
Ficaram juntos durante sete meses, foi aí que terminou seu treinamento e ele
teve que voltar para sua cidade Natal. Kátia chorou muito porque nem se quer um
adeus pode dar ao seu amado, amado assim, porque na realidade mesmo ela amava o
marido dela, ele serviu para apimentar seu casamento. E agora que faria, muito
triste, pensativa, mas quando chegava em casa sempre a desculpa que um paciente
havia morrido, não havia vaga para um ancião... mas seu casamento estava de pé
ela sabia controlar as coisas. Na hora do almoço ela sentou-se na mesma cadeira
que havia sentado com ele onde tudo tinha começado, quando der repente sente
aquela mão em seu ombro, atônita vira e quem era? O médico. Ele sentou-se ao lado dela e
explicou que não havia se despedido porque sabia que seria doloroso e ao mesmo
tempo não queria falar que era casado e tinha uma linda filha e jamais deixaria
sua esposa. Kátia ficou paralisada ao saber de toda verdade. Para ela pouco
importava ele ser casado ou não porque ela também jamais trocaria seu marido
por homem algum e o caso foi simplesmente um caso, doeu? Doeu, mas passou. Trocaram
algumas palavras e ele foi embora. Ela continuou almoçando tranquilamente.
Depois desse reencontro ele a procura sempre que pode, as vezes vem duas vezes
no mês, depois só uma vez, e assim vão levando, nem ele se separa da esposa,
nem tão pouco ela deixa o marido. A vida continua, Kátia não fica ansiosa aguardando
um telefonema nem tão pouco contando os dias de sua volta, para ela tanto faz,
porque no fundo mesmo ela só quer uma coisa diferente sem compromisso, contudo
depois dele ela nunca mais procurou outro homem e vai levando sua vida assim...
OBS: Essa é uma obra de
ficção, qualquer semelhança será mera coincidência.
02/01/2017.