1
Minha gente eu vou contar
Uma história verdadeira
De um homem educado
Fino e trabalhador
Que nunca foi malcriado
Mais gostava de brincadeira
2
Ajudava a todo mundo
Na medida do possível
Nunca disse não a ninguém
Sem negar o que lhe pedisse
Até que o final chegou
Não houve quem impedisse
3
Mas
antes de contar o fato
Quero aqui me expressar
Contar do meu último abraço
Quando terminei de estudar
Não sabia que era despedida
Quando lembro começo a chorar
4
Conhecia há muitos anos
Era meu amigo particular
Nunca brigamos por nada
Nossa vida era só brincar
Mas Deus disse ta na hora
Vem comigo morar
5
Em uma viagem a passeio
Onde foi com amigos encontrar
Parecia uma despedida
Quando começavam a elogiar
Aquele amigo querido
Que acabava de chegar.
6
Quando a festa terminou
Ele do pessoal se despediu
Não sabia que era a última vez
Entrou no carro e partiu
Dando adeus um até logo
E na estrada sumiu.
7
No caminho comentavam
Sobre o acontecimento
Todos rindo e contente
Mas o seu pensamento
Era logo em casa chegar
E abraçar sua esposa fortemente
8
Em um caminhão parado
O destino foi cruel
Não deixou isso acontecer
Numa descida da Copel
Que o carro a veio bater
Levando ele para o céu
9
O Grotão ficou de luto
O povo admirado
Pensava que era um sonho
Perdemos um homem arretado
Nunca mais vamos esquecer
Esse cara tão amado.
10
No dia do seu enterro
Parecia que tinha sido um governador
Era gente pra todo lado
Todos compartilhando aquela dor
Foi embora um homem pobre
Porém de grande valor.
11
Foi uma tristeza danada
Que nunca se viu coisa igual
Sua esposa desmaiava
Não suportando a dor
De ver seu marido morto
A quem tinha grande amor
12
Não chegou a realizar
Tudo aquilo que planejava
Iria ser nosso político
O Grotão o esperava
Quando as urnas fossem abertas
Ele eleito estava.
13
Mas Deus que sabe de tudo
Não deixou isso acontecer
Chamou ele logo
Dizendo: preciso de você,
Vem comigo morar
E aqui cumprir seu dever.
14
Foi embora para o céu
Junto de Nosso Senhor
Deixando sua esposa querida
Mulher de grande valor
Aonde Deus vai lhe dar conforto
Por ser Nosso Pai Criador.
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Não sou repentista (ou melhor não costumo fazer cordel) e sim poetisas, mas quis
prestar uma homenagem ao meu amigo Naldinho através da literatura de Cordel
mesmo sem saber fazer as rimas corretamente, mas tentei... Naldinho para mim
foi grande amigo, divertido, não guardava mágoas de ninguém, era amigo de todos
onde fazia favores sem querer nada em troca. Nossa amizade começou através de um
pequeno comércio que nós tínhamos daí foi quando surgiu a nossa amizade e
depois o encontrei como porteiro no colégio em que estudava.
Valeu a pena te
conhecer... Que saudade...
João Pessoa, 30 de dezembro de 2007.