LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

Cercada num mundo de escuridão, onde só existem trevas e fantasmas, vivo o meu dia. Preso condicionalmente por uma tornozeleira sem ao menos ver a luz do sol, sem amigos, sem parentes, órfão porque nesse momento de solidão e vazio todos se afastam. Qual o meu crime para ser condenado a uma vida de fantasias escondendo tudo dentro do coração e por fora risos e gargalhadas. Ai quem me dera nesse momento poder voar, voar voar sem rumo e ver lá do alto o infinito... como é ruim viver nas trevas... sofro choro mas não tem ninguém para enxugar minhas lagrimas, com quem compartilhar minha tristeza? Só serviria de críticas e comentários, chegariam até a falar: colhendo o que plantou. Estou só, abandonado, jogado nessa mansão de que nem sei quantos metros quadrado tem e ao mesmo tempo me sinto acorrentado e meu único refúgio é o quarto onde durmo, espaço pequeno. Não tenho vontade de ir ao jardim colher flores silvestres que são lindas, ouvir o canto dos pássaros que enfeitam o dia com suas belíssimas canções parecendo até uma orquestra. Olho para a piscina onde recebi tantos amigos, fiz tantos churrascos dei tantas festas, hoje a água está verde porque não há tratamento e nem se quer posso dar um mergulho. Quantas tardes despia-me e ia até a cascata, linda, água correndo sobre o meu corpo nu e ali recordava toda minha infância feliz. Por que crescemos? Por que temos que passar por tantos problemas, Se Deus já sabia qual era o meu destino porque não me fez um aborto. Seria eu um homem chamado Jó para suportar tanta dor? Não, hoje já não existe tanta fé. Da varanda de minha casa vejo tudo, mas nada posso usufruir, acabou o tempo de minhas cavalgadas, com meu belíssimo cavalo alazão, eu com minha roupa apropriado para uma bela cavalgada, passeando, galopando por dentro de minha fazenda que posso chamar de paraíso. Sempre fui craque no golfe. Para mim ninguém ganhava, tinha vários empregados para pegar as bolas atiradas longe. Em seguida entrava no meu carrinho de percorrer minhas terras para outras atividades o tênis onde minha bermuda, blusa branca e meu tênis já estavam sobre um banco onde um dos meus empregados já havia o colocado porque não gostava de esperar para mais uma partida. Sempre fui bom em tudo. E a academia? Ah, com meu persona Thriller para que ficasse em forma fazendo 150 marinheiros, na esteira era o mais veloz; quando a noite caia acendia a lareira e ia tomar um dos melhores vinhos que havia em minha adega antes de dormir. Tudo passou, só valemos o que temos. Hoje encontro-me só, prisioneiro na minha própria casa. Tudo é trevas, vivo acompanhado de fantasmas que me atormentam e gritam constantemente.Ao acordar começa tudo outra vez. Pergunto: Vale a pena continuar morando dessa forma?

Não sei viver só. Os dias vão se passando a mesma estória se repete, contudo vejo lá no além um pontinho branco, imagino que seja uma luz no fundo do túnel, será que há tempo de chegar até lá? Não sei. É ruim mesmo, quando não conhecemos as coisas boas sobrevivemos, depois que as conhecemos não seremos capazes de sobreviver.








OBS: Essa é mais uma obra de ficção, qualquer semelhança será mera coincidência.


                                21/06/17