E quinze anos se passaram... Um dia deitada em minha cama comecei a reviver meu passado e pensei nos meus irmãos, cunhados, filhos e vi o quanto é triste uma família desestruturada onde todos cresceram juntos, nasceram da mesma mãe e hoje quase ninguém se comunica um com o outro. Na nossa juventude cometemos erros e acertos, as vezes vingança por palavras que não deveriam ser ditas e daí se torna uma inimizade, de forma que, com o passar do tempo pode se chegar a uma conclusão: Dá vida não se leva nada a não ser as boas amizades que são construídas por essa passagem aqui na terra. Somos uma vela acesa que não sabemos qual a hora que o vento irá apagar, estamos aqui de passagem, e por que tanto desavença, tanto ódio, rancor, ambição se quando morremos nada levamos? Senti saudade de Ilna ( irmã falecida) e resolvi visitar Cidinho. Nossa como foi bom. Almoçamos juntos, ele já construiu outra família, vive muito bem ao lado de sua mulher, sua filha de oito anos, mas olhou bem dentro dos meus olhos e falou: “Ainda amo muito sua irmã, não a esqueci”. Pois é, a vida é cheia de segredos, ninguém anda na mente das pessoas, mesmo morando com sua mulher, porém a mente... E assim fiquei feliz por rever meu cunhado e sobrinhos, e sobrinhos netos. O engraçado de tudo é que na hora da saída eu coloquei o celular dele dentro de minha bolsa pensando que era o meu, só que o meu já estava dentro e só vim notar quando cheguei em casa. Imediatamente liguei para ele e marquei de levar na próxima semana, Deus tem um propósito em nossas vidas, eu tinha que voltar na próxima semana para poder reencontrar outra pessoa da família, e foi o que aconteceu. Após ter saído da casa dele, como era
caminho resolvi dar uma passada na casa onde Laís morou, fazia muito tempo
também que não a via. Sentei no banco da pracinha e a recordação foi demais.
Revivi quarenta anos atrás, era um filme que ia passando na minha mente...
quantas saudades, tempo bom e ao mesmo tempo ruim, foi aí que um senhor
apareceu no portão e eu perguntei pelas pessoas antigas que moravam ali onde
para minha surpresa um havia falecido recentemente, outro também até que
falei no nome de Laís e ele falou que a neta dela morava na esquina em uma casa
de primeiro andar. Agradeci e sai satisfeita com o sonho de rever minha sobrinha
neta. Para minha decepção ela não se encontrava em casa, fiz um bilhete
deixando o número do meu celular e pedi que ela entrasse em contrato comigo. Nisso
chegou um rapaz na moto de olhos verdes, muito bonito e ele estava à procura
dela também, daí deixei com ele e voltei para minha casa. Os dias foram se
passando e Dandara não me dava notícias. Bem se ela não ligou seria porque não
queria aproximação, pensei. Oito dias depois recebo uma mensagem dela falando
que havia encontrado o bilhete naquele momento por isso demorou tanto a me
responder. Fiquei feliz e perguntei por Laís e a resposta foi que ela queria me
ver. Nossa como me alegrei e logo marquei para a próxima semana visitá-la. Foi
isso que fiz, passamos a semana se comunicando até que chegou o grande dia.
Obs: Essa não é uma obra de
ficção, é um pedacinho de minha vida.
23/06/18