LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

Que poderia dizer do Natal? Famílias hipócritas reunidas num único dia? E as trocas de presentes? Anuais, alguns quando recebem até falam mal por não ter gostado e chamam até de unhas de fome, to mentindo? Outros dão Graças a Deus por receber aquele humilde presente porque foi lembrado, mas nessa sociedade imunda em que vivemos tudo é possível. Ora por que só reunião de família no Natal? Passam o ano inteiro sem ao menos uma comunicação e quando chega o final do ano, beijos, abraços, presentes tudo na base da falsidade. Eu não tenho família para tais reuniões, num mundo tão grande só me restou aqui na terra uma irmã que mora bem pertinho de mim mas nunca tem tempo de vir na minha casa, sou eu quem faço as visitas e meus quatro sobrinhos, destacando um que em  todas as horas que preciso está sempre pronto a me ajudar e nunca esquece de me presentear no Natal, não se envergonha de mim chegando até a pedir a benção coisa muito rara nos dias de hoje, que Deus o abençoe dando longa vida, paz e prosperidade e saúde que é o principal.

Meu marido que está sempre do meu lado nos dias chuvosos e ensolarados aturando minhas antipatias e escutando sempre histórias repetidas onde conto várias vezes a mesma coisa e atenciosamente escuta sem reclamar. Tenho Samy meu cachorro pequinês que está comigo há 8 anos que eu amo muito, Salete e Steffany duas cachorras linda da raça Fox paulistinha  e meus periquitos. Esta é minha família. Por que não gosto do Natal? Por que foi justamente nesse dia que tive um filho e por não ter condições de criá-lo e pra não fazer um aborto resolvi tê-lo e doá-lo como se fosse um cachorrinho ou um gatinho. Que barbaridade! Hoje crio três cachorros, não é interessante?
Que alegria eu terei em sair de casa pra ir à casa de outras pessoas e comemorar o Natal onde é só uma noite? Deixe-me ficar na minha casinha fazendo o que gosto que é justamente crochê. Nossa é uma diversão para mim e sinto-me feliz. Na hora da ceia eu choro. Choro porque meus entes queridos não estão ao meu lado. Meu pai que nunca gostou de mim devido minha vida errada que para mim era certíssima, mamãe que também sempre me apelidou e eu tinha pavor quando ela me chamada por aquele nome ridículo, (papada) ou então (você veio na cheia) meu avô pai Joca esse sim eu o amava de coração foi quem me estendeu a mão quando eu precisei mesmo dormindo em uma marquise (era um sofá de madeira) nossa como doía minhas costas, mas pelo menos não estava ao relento.
Sinto falta de Ilna, muita falta mesmo sendo uma peste, que até tentou me matar, mas era uma irmã que me divertia com ela principalmente quando ia para o Recife passar dias com ela e jogávamos canastra até o amanhecer era muito bom. Quando estava com qualquer problema corria pra lá, mas Deus que sabe de todas as coisas levou todos eles, agora papai eu vou sentir muito porque esse é o primeiro ano sem o senhor, quase não ia à sua casa e quando eu telefonava ele falava que não precisava ta ligando direto parece que minha voz o incomodava, mas no dia em que ele morreu eu liguei pra ele quatro vezes e no final da tarde tive a noticia que ele havia morrido, eu não esperava que ele enfartasse, porém foi melhor assim, pelo menos não deu trabalho a ninguém.
            Agora cá estou não tenho que reclamar de minha vida, esse ano foram realizados todos os meus sonhos, ou melhor, a maior parte daquilo que pretendia fazer, ficou pouca coisa para o ano vindouro e se Deus quiser irá ser o ano de minha formatura onde irei terminar meu curso superior mesmo estando com 55 anos, mas irei conseguir fazer uma coisa que tanto tentei e fui impedida.
            Resumindo a minha noite de Natal: tenho minha saúde, sou perfeita, um marido que trabalha pra me sustentar, não tenho apelidos nem ninguém para me podar quando quero fazer qualquer coisa, não tenho obrigação de nada, em fim uma velhice tranquila, acordo a hora que eu quiser, o almoço é feito quando quero, saiu sem ter hora para chegar LIVRE COMO UMA GAIVOTA.

                        Sou feliz como sou.
                                                                       22/12/2010



            Hoje 22 de Novembro de 2002, continuo pensando em você. Tomei conhecimento agora que você passou em frente a nossa casa, fico tão triste em saber que você morou aqui nessa casa por 14 aos e agora passa como se nunca conhecesse local. Graças a Deus eu não vi você porque passo o tempo todo trancada. A saudade é grande, mas peço a Deus o Pai Todo Poderoso que lhe abençoe e lhe guarde. Espero que Deus nunca deixe lhe faltar nada a minha felicidade depende da sua felicidade se você estiver feliz eu me alegro se estiver triste entristeço também, portanto Deus te abençoe e te faça feliz.
22/11/2002  ( 14h00min)

Hoje 21 de Novembro de 2002 faz exatamente um mês e dez dias que você se casou e até hoje não sei nada de sua vida. De inicio não sentia sua falta porque a ferida estava tão grande, sangrando, inflamado, mas agora está sarado porque tudo passou daí não consigo lhe esquecer, vou ao supermercado compro biscoito recheado, yorgut, maça, uva, todinho tudo isso me lembra de você.
            Meu Deus como a casa está vazia! Como sinto sua falta. Não me esqueço de você um só segundo. Não procuro você e não vou lhe procurar porque o filho tem que procurar a mãe, não à mãe o filho, você é muito ingrato, um dia você vai me procurar então será tarde demais. Nessa vida a gente não leva nada. É uma vida tão curta, a gente não sabe o dia do amanhã e por que tanta briga tanta desavença entre nós.O natal aproxima-se, meu Deus eu não sei o que fazer... Não quero escrever mais. Tô com raiva muita raiva muita raiva.
           
                              21/11/2002 as 21:30 min.





          No dia 20 de Novembro de 1972 foi o casamento de LAÍS minha irmã mais velha. Mamãe não queria me deixar ir. Chorei tanto, porque ela não fez um vestido novo para mim. Nós éramos pobres, mas dava pra ela ter feito, como ela não queria que eu fosse não fez, contudo eu havia desfilado no dia 7 de setembro e foi um vestido verde cheio de florzinha branca, tinha também um gorrinho, daí nem me incomodei, vesti e  me achei bastante alinhada para ir a esse casamento.
            Depois de muito implorar ela deixou não sei que milagre porque a palavra dela era de Rainha depois que ela falava não, só Deus descendo do céu pra ela dizer sim. Meu Deus eu nem vi quando Laís entrou na Igreja porque quando Jaime me viu mandou um recado então eu corri para lhe encontrar num antigo ginásio e pela primeira vez depois que ele casou (lembrando que ele havia casado no dia 19 de Julho de 1972). A filha dele tinha nascido e ele aproveitou pra me dizer que não estava bem e que eu tinha de voltar pra ele chegou a fazer chantagem comigo caso eu não o quisesse contaria ao mundo inteiro que eu já era mulher dele.
             Feito uma idiota, uma boba, inexperiente temi e começou tudo outra vez. Não suporto chantagem, quando alguém quer me chantagear eu prefiro falar a verdade é tanto que hoje em dia minha vida é um livro aberto e eu não escondo mais nada de ninguém mesmo sabendo que o que eu fiz foi errado, mas conto eu não quero nem saber... Ficamos nos encontrando sem haver nenhuma relação amorosa, mamãe havia feito uma cirurgia e não podia ter contrariedade nenhuma e papai coitado continuava no sítio e eu com a responsabilidade na barraca porque ficava lá pela manhã e a tarde era papai.             
          Nesse período só éramos três. Ilna ainda pequena, mas o cão de ruim sempre me tocaiando, Iara também era outra não me davam sossego e eu sofria muito calada até que a segunda filha de Jaime nasceu. Aí piorou a situação, ele já tinha duas filhas, eu não poderia destruir o lar dele. Esta menina era especial e sempre tinha que ser internada. Nosso encontro agora era noturno. Ele havia comprado um carro Aerowilles vermelho e mandou escrever no para choque SESSÃO BACURAU só eu e ele sabíamos o significado daquela frase. A noite tomava meu banho e dormia no quarto da frente que tinha uma janela que dava pra rua. Ficava aguardando o sinal, nesse caso era uma folha de mangueira que ele colocava pela fresta da janela.
            Bem sutil me levantava abria a janela escorava e saia ao encontro dele e muitas vezes mamãe estava assistindo televisão porque ela tinha muita insônia, lá pelas 3 horas da madrugada era que eu chegava. Lembro-me que um dia, ou seja, numa sexta-feira eu saí e fui dormir na casa dele porque a mulher estava no hospital com a filha doente, nesta noite perdemos a hora, o dia já estava amanhecido. Como eu iria chegar em casa agora?  Nessas alturas papai já estava acordado para ir à feira porque ele vendia batata e cará e iria me flagrar. Entrei bem devagar e quando me deito escuto a voz de papai: 
Já vou Dos Anjos, daí eu falei aliviada: dessa vez eu escapei por um tris.