No dia 20 de Novembro de 1972 foi o
casamento de LAÍS minha irmã mais velha. Mamãe não queria me deixar ir. Chorei
tanto, porque ela não fez um vestido novo para mim. Nós éramos pobres, mas dava
pra ela ter feito, como ela não queria que eu fosse não fez, contudo eu havia
desfilado no dia 7 de setembro e foi um vestido verde cheio de florzinha branca,
tinha também um gorrinho, daí nem me incomodei, vesti e me achei bastante alinhada para ir a esse casamento.
Depois de muito implorar ela deixou
não sei que milagre porque a palavra dela era de Rainha depois que ela falava não,
só Deus descendo do céu pra ela dizer sim. Meu Deus eu nem vi quando Laís entrou na Igreja porque quando Jaime
me viu mandou um recado então
eu corri para lhe encontrar num antigo ginásio
e pela primeira vez depois que ele casou (lembrando que ele havia casado no dia
19 de Julho de 1972). A filha dele tinha nascido e ele aproveitou pra me dizer
que não estava bem e
que eu tinha de voltar pra ele chegou a fazer chantagem comigo caso eu não o quisesse contaria ao mundo inteiro
que eu já era mulher dele.
Feito uma idiota, uma boba, inexperiente temi
e começou tudo outra vez.
Não suporto
chantagem, quando alguém
quer me chantagear eu prefiro falar a verdade é tanto que hoje em dia minha vida é um livro aberto e eu não escondo mais nada de ninguém mesmo sabendo que o que eu fiz foi
errado, mas conto eu não
quero nem saber... Ficamos nos encontrando sem haver nenhuma relação amorosa,
mamãe havia feito uma
cirurgia e não podia ter
contrariedade nenhuma e papai coitado continuava no sítio e eu com a
responsabilidade na barraca porque ficava lá pela manhã e a tarde era papai.
Nesse período só éramos
três. Ilna ainda
pequena, mas o cão
de ruim sempre me tocaiando, Iara também
era outra não me davam
sossego e eu sofria muito calada até
que a segunda filha de Jaime nasceu. Aí
piorou a situação, ele já tinha duas filhas, eu não poderia destruir o lar dele. Esta
menina era especial e sempre tinha que ser internada. Nosso encontro agora era
noturno. Ele havia comprado um carro Aerowilles vermelho e mandou escrever no para choque “SESSÃO BACURAU” só eu e ele sabíamos o significado daquela frase. A noite
tomava meu banho e dormia no quarto da frente que tinha uma janela que dava pra
rua. Ficava aguardando o sinal, nesse caso era uma folha de mangueira que ele
colocava pela fresta da janela.
Bem sutil me levantava abria a
janela escorava e saia ao encontro dele e muitas vezes mamãe estava assistindo televisão porque ela tinha muita insônia, lá pelas 3 horas da madrugada era que eu
chegava. Lembro-me que um dia, ou seja, numa sexta-feira eu saí e fui dormir na casa dele porque a mulher
estava no hospital com a filha doente, nesta noite perdemos a hora, o dia já estava amanhecido. Como eu iria
chegar em casa agora? Nessas alturas
papai já estava acordado
para ir à feira porque ele
vendia batata e cará
e iria me flagrar. Entrei bem devagar e quando me deito escuto a voz de papai:
Já vou Dos Anjos, daí eu falei aliviada: dessa vez eu escapei por um tris.
0 comments:
Postar um comentário
MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS A TODOS OS LEITORES ESPECIALMENTE AOS MEUS COMENTARISTAS.