Esse título foi escrito por você o qual me inspirou a escrever esse conto real.
Há
38 anos eu uma jovem inocente com um futuro brilhante pela frente, fui iludida
por um homem mais velho que eu sete anos onde me entreguei de corpo e alma
deixando minha infância para trás tornando-me assim mulher. Engravidei e logo
tive que deixar a casa de meus pais num interior onde fui motivo de escândalo
na família, e minha mãe propôs um aborto.
Revoltada
com tal proposta e iludida por aquele amor cego fui embora para São Paulo fazer
a vida por lá. Nada deu certo e com dois meses estava de volta. Sofrei o pão
que o diabo amassou. Por causa desse filho minha vida correu risco sendo
agredida a pauladas onde tenho seis pontos na minha cabeça a mando de outra
pessoa para matar meu filho que só tinha 32 dias de nascido eu ainda estava de
resguardo e como uma loba defendi meu filho querido, nessa época eu iria me
formar em professora, mas como diploma teve um filho nos braços.
Com a morte de minha mãe tudo mudou.
Rejeitada pela família, pelos amigos, pela sociedade, expulsa de colégio, de
barzinho, fiquei sozinha no mundo onde recebi apoio de meu avô. Mesmo assim
continuei sofrendo, mas sempre com o filho grudado sem separar nenhum segundo do
meu lado. Os dias se passaram e eu encontrei um cara que queria casar comigo e
na inocência ou safadeza engravidei pela segunda vez. Entre a cruz e a espada
teve que fazer uma escolha a mando de meu pai entre meu primeiro filho e o que
estava para nascer.
Com
o coração transpassado de dor optei pelo meu primogênito afinal ele já estava
com um ano era o meu amor e o que estava para nascer eu não o amava porque o
safado do pai quando soube da gravidez se mandou para São Paulo e mais uma vez
eu fiquei sozinha.
Saí
no dia 24 de Dezembro de 1975 para dar a luz e voltei de mãos abanando. Fazia
oito meses da morte de minha mãe. Daí começou tudo novamente. Brigas, pelerias,
ao ponto de eu querer ir embora mesmo assim meu pai lutou para que eu
terminasse o último ano de meus estudos e fui estudar em Limoeiro porque em
Bom-Jardim o Colégio Santana por ser de freiras e ter um nome a zelar não
poderia aceitar uma mãe solteira isso seria uma escândalo. Fui estudar em
Limoeiro e devido às moças honradas que iam comigo na mesma Comb. fizeram um
fuim para me colocar pra fora que conseguiram, mas havia outro transporte que
vinha de Orobó e eu consegui uma vaga.

Ao chegar a casa fazendo a comunicação dos
fatos ao meu pai, nesse dia quase eu era morta porque ele pegou uma peixeira
enorme para golpear-me e como um anjo meu filho me salvou gritando não papai.
Parecia naquele momento que ele sabia que seu avô iria me matar. Dia seguinte
com medo eu fui morar na casa de meu avô onde passei a lavar os pratos numa
maternidade em troca de um prato de almoço muito embora a enfermeira Iraci
desse de bom grado, mas eu queria trabalhar com o suor do meu rosto para
adquirir a comida digna.

Ansiosa
contando os postes da estrada eu estava de volta para buscar meu querido filho.
Meu pai não queria deixar, porém não podia me proibir de levá-lo por ele ser
meu filho. Feliz da vida e com meu filho partirmos para São Paulo. Nossa a
Patroa só tinha duas filhas e logo se apaixonou por aquele menino tão lindo ele
estava com dois anos. Tudo que ela comprava para as filhas comprava para ele também
e chegou ao ponto dela querer tomar meu filho porque não tinha menino só duas
meninas e eu com muito medo resolvi abandonar a casa dela.
Agora
o drama: eu com um filho nos braços, sozinha, numa cidade grande... Tive
noticias que uma amiga morava perto, daí fui para casa dela e logo encontrei
emprego. Deixava meu filho numa creche e pegava à tarde. Ele só conseguiu ficar
por dois dias, chorava muito e eu falei com a patroa para vê se ela consentia
que eu morasse lá com ele e ela pagaria menos a mim.
Devido
o clima meu filho adoeceu e teve de ser socorrido para um hospital. Estava com
alergia era uma bronquite asmática e tinha que voltar às pressas para
Pernambuco. E agora sem dinheiro? Eu ia me separar de meu filho por quanto
tempo? Meu Deus o que fazer? Não aguentava mais e o desespero aumentava;
inexperiente, 18 anos sozinha, numa cidade grande... Foi difícil, e o pior de
tudo estava por vir à separação de meu filho, o meu sofrimento em ficar longe
dele outra vez, e os pensamentos giravam na minha mente feito uma roda gigante.
De
volta ao interior. Deixo meu filho amado. Como gostaria de ficar ao seu lado. E
mais uma vez estou de volta a São Paulo. Estava trabalhando em uma loja de móveis quando de repente aparece aquele rapaz muito bonito, alto olhos claros e que éramos amigos de infância e veio para morar comigo. Na época eu estava namorando outro e tive que acabar para ficar com esse. Fomos trabalhar juntos eu como garçonete e ele como chapeiro numa
lanchonete KING HOT DOG que ficava bem perto da praia. Ele se apaixonou pela neta da Dona da Lanchonete que se chamava Clementina e começou a me machucar, foi quando descobri que estava grávida. Ele nem quis saber me abandonou, e eu tive que dar meu filho a Dr. Fabrício e nunca mais o encontrei. Voltei para Bom-Jardim e depois fui para Recife, de lá para Natal, verdadeiramente uma andarilha. Não conseguia fixar em canto algum. Voltando a São Paulo fui para Santos onde tinha uma amiga que me ajudou a trabalhar como
cobradora de ônibus e consegui juntar 5.000.000.00 nem sei ler mais esse
dinheiro isso foi no ano de 78 quando cheguei em casa com esse dinheiro.
Durante os dois anos que passei fora sempre mandei dinheiro, roupa, bicicleta, brinquedos
e minha foto para que papai mostrasse sempre ao meu filho para que ele não me esquecesse.
Ganhei
um pedaço de terra quase na frente da casa de papai e começamos a construção.
Agora nunca mais sairia de perto do meu filho porque estava construindo um
quartinho para mim, agora em que eu ia trabalhar não sabia por que tudo estava do
mesmo jeito, jamais encontraria uma pessoa que desse um emprego a uma mãe
solteira pra não falar uma rapariga. Quando
faltavam as telhas e a porta o dinheiro acabou. Mandei um bilhete pedindo a
Chiquinho e a Nenca meus irmãos por parte de mãe que me mandasse 1.000.000.00
para terminar meu quartinho e eles me mandaram.
Papai
foi para João Alfredo comprar e quando só faltava cavar a fossa chegou em casa
duas irmãs e falaram para papai: De quem é essa casa que o senhor está
construindo? Ele respondeu: Inajá trouxe um dinheiro de São Paulo os meninos
deram o restante e ela agora não precisa mais viajar vai tomar conta do filho
dela aqui mesmo. Elas responderam: Ela vai fazer cabaré na frente de sua casa.
Entrou um espírito maligno em papai ele falou: não é que é mesmo. Pegou uma
foice e saiu correndo atrás de mim eu pulando por cima das cadeiras me mandei
de novo pra casa de meu avô. Agora estava lascada. Nem casa, nem dinheiro, tudo
em vão, meu trabalho que ficou tudo naquele chão. Desesperada eu só vi uma
saída, ir embora outra vez com uma mão na frente e outra atrás. Dessa vez não
pra São Paulo já havia ido sete vezes que dá quatorze indo e vindo, já estava
turista, de ônibus passava três dias para chegar. Resolvi
pedir abrigo na casa de minha irmã por parte de mãe. Fiquei na casa dela e
minha cunhada conseguiu um emprego para mim no supermercado Compre Bem depois
abriu uma rede chamada Minibox. Trabalhei por 11 meses nesse supermercado.
Conheci um rapaz que me propôs casamento e mais que depressa aceitei. Cheguei à casa de papai falei que ia me casar
lá naquele mesmo interior, onde Dona Carminha casada com Seu Severino Salviano
que era dona do cartório me deu de presente o casamento e não precisei pagar
nada.
Voltei
para o Recife alugamos uma casa compramos móveis de segunda mão e voltei para
pegar meu filho. Foi um dia de juízo. Era uma quarta feira. Quando papai chegou
em casa eu falei: vim buscar meu filho, agora já estou amparada e tenho
condições de criá-lo. Mesmo estando no Recife nunca deixei de vir em casa,
quase toda a semana eu ia ver meu filho. Casei no dia 10 Dezembro de 1980, meu filho
já estava com seis anos, um rapazinho, quer dizer que eu fiquei longe dele
mesmo sem vê-lo dois anos quando juntava dinheiro trabalhando em São Paulo.
Vamos fazer as contas:
Criei
meu filho até dois anos viajei quando cheguei ele estava com quatro anos. Suportando
angústias e sofrimento ainda passei quase um ano em casa foi quando resolvi ir
para Recife ele já estava com cinco anos mais eu ao lado dele. Quando ele foi
morar comigo em 1981 (fevereiro) ele estava com seis anos e seis meses.
Meu
marido muito ruim parecia que era doido, sofri o pão que o diabo amassou, mas
suportei até meu filho ficar grande foi quando viemos morar em João Pessoa em
1988 e meu filho já estava com 14 anos. Aí sim eu me senti segura para fazer o
que eu quisesse porque ele já estava grande e eu não iria mais depender do
marido para nada.

Não
deu certo eles se separaram enquanto eu me casei novamente de papel passado. Meu
filho sempre me odiou e se envergonhou de mim, mas nunca dei importância a
isso, levei minha vida do jeito que quis levar e continuo levando sem dar
satisfação a ninguém porque vivo do meu trabalho e ninguém paga minha luz,
água, telefone etc.
No
dia 30 de Agosto de 2002 ele sai de minha companhia para se casar.
Sabe
com quantos anos? 28 anos. Meu Deus 28 anos menos dois que ficamos separados da
igual há 26 anos. Resumindo.
“QUEM CRIOU ESSE MENINO”?
Quem
passou dois anos com ele ou quem passou 26 anos?
“O QUE SINTO POR VOCÊ MEU FILHO É PENA, EU
TENHO MUITA PENA. PEÇO A DEUS TODOS OS DIAS QUE ARRANQUE ESSE ÓDIO DE DENTRO DO
SEU CORAÇÃO PARA QUE VOCÊ POSSA TER UM DIA DE ALEGRIA NA SUA VIDA PORQUE SEI
QUE VOCÊ É MUITO INFELIZ.
“ARREPENDA-SE ENQUANTO É
TEMPO PARA VOCÊ CONSEGUIR A PAZ QUE NÃO TEM.”
Obs. Para
esquecer o seu desprezo por mim eu me revoltei e resolvi fazer:
1. Terminei
o fundamental estudei três anos.
2. Tirei
minha habilitação estou renovando agora 10 anos habilitada.
3. Fiz
um curso de computação.
4. Fiz
um curso de digitalização.
5. Fiz
faculdade três anos e meio e sou formada em Letras.
6.
Estou
publicando dois livros:
2º Diário de uma Universitária.
Agora em Junho se Deus quiser irei fazer um
curso pós- graduação.
“Agora
estou realizada fiz tudo o que fui impedida de fazer na minha juventude.”
Inajá Nunes