Sentada em sua cadeira de balanço em frente a sua casa humilde ela olha atentamente cada carro que passa. Já a tarde caía quando der repente para um carro e ela olha quase sem enxergar, coloca seus óculos direito e vê aquele rapaz alto, magro e em seguida sua mulher acompanhada de três filhos lindos. Aproximam-se e como um ritual todos pedem a benção.Ela fica emocionada e abençoa a todos,mas não demora muito tempo outro carro se aproxima e vai chegando mais visita, desta vez um rapaz alto, alvo, forte muito bonito e ao seu lado uma mulher acompanhada de mais dois filhos e a cena se repete. Agora a frente da casa está cheia e os vizinhos curiosos começam a chegar e cumprimentar porque só veem nas dadas comemorativas devido ser muito longe onde eles moram.E as novidades são contadas, meninos correndo para todo lado devido o quintal enorme com árvores frutíferas, as galinhas começam com seus cocoricós, os cachorros também animados fazem a festa porque são dois, e o viveiro também os pássaros cantam inclusive um bem-ti-vi que este avisa a chegada de alguém.Quando a meninada começa a correr no quintal ela logo grita: cuidado com o rio ai atras que é perigoso.É de lá que a água é trazida para lavar os pratos, tomar banho porque ainda não chegou a água encanada, mesmo assim tem uma cisterna que na época do inverno ela fica cheia para a água ser tomada, é muito boa a água de chuva.Vamos lá para dar continuação a estória. A casa cheia, contudo está faltando um de seus filhos. O que terá acontecido? Por que este não veio? Vou lhe contar o motivo, ela não gosta muito de falar nesse assunto que ficou no passado, porém o que seria do presente se não houvesse o passado. Ela era muito jovem, inexperiente quando conheceu um rapaz e engravidou.Devido sua situação financeira não tinha como cria-lo daí procurou uma pessoa bem sucedida na vida e entregou seu filho. Ele pediu que nunca o procurasse e ela deu sua palavra que jamais faria isso para não trazer transtorno a seus pais adotivos que os mesmos queriam sigilo,porque iria cria-ló como se fosse seu próprio filho. Os anos foram se passando daí ela voltou para o interior e nunca mais quis sair de lá. Casou teve esse dois filhos,porém nunca esqueceu desse filho que ela doou,eu como sua amiga tentei localizar e como faz muito tempo infelizmente nem nos arquivos existe o nome dela.Esse motivo fez com que sua tristeza logo trouxesse marcas no seu rosto, mesmo nova aparenta ter mais idade do que tem. São coisas da vida, ela não se perdoa, sofre calada e quando alguém toca no assunto ela desconversa e assim vai vivendo. A noite vão todos tomar café, porque pobre não janta, toma café, muita batata doce, macaxeira, cará e cuscus, a fartura é grande, sem esquecer do queijo de coalho e uma carninha guiza onde seus filhos se deliciam com o molho gostoso. Depois que tomam café, continuam sentados e cada um conta algo a sua mãe, os celulares são desligados para não haver atrapalho na hora do bate papo. Em seguida todos se acomodam. A casa é grande tem muitas camas de casais; é simples contudo aconchegante, lençóis limpinhos juntamente com fronhas para os travesseiros, alguns ventiladores porque mesmo sendo interior mais faz calor, daí todos vão descansar para dia seguinte terminar de colocar as novidades em dia e em seguida pegar a estrada outra vez.
OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.
23/12/18