Fui
uma árvore frutífera
Mas
não soube colher meus frutos
Dois
deixei caídos ao chão
Um
ao meu lado amadureceu
O
tempo passou e minha árvore apodreceu
Não teve raízes e muito cedo morreu
O
único fruto que restou
Foi
para longe e a árvore só ficou
Sem
gosto para nada
Vivo
só com minhas lembranças
Quando
por alguém sou convidada
Para ir a alguma festança:
Fico
muito animada
Depois
paro e penso:
Que
irei fazer em uma festa?
Não
tenho nenhuma raiz onde eu possa me firmar
Ao
ver tanta árvore frondosa cheia de
frutos e semente germinando
Sinto-me
triste e não consigo ficar em nenhum lugar.
Pequei
todos pecam
Mas
existe o perdão
Perdão
de Deus.
Gosto
de viver só
Na
minha floresta não tenho que me preocupar
Se
encontro animais ferozes
Sei como acalmar
Tenho
medo que quando a velhice chegar
Caso
chegue estarei frita
Sem
ter ninguém pra de mim cuidar
Quando
penso nisso fico aflita.
Abrigo
ou asilo será meu destino
Como
irão me tratar?
Será
que irei apanhar muito?
Ou
irão me amar?
Nas
noites de insônia com a vista curta e mão trêmulas
A
árvore coitada nem irá poder fazer um pouco de crochê
Pronto
chegou ao fim.
Finais
de semana ninguém para visitá-la
Contudo
aparece sempre uma alma generosa que vai
Leva
um sorriso nos lábios aquele de pena.
De
desgosto, deita a cabeça no travesseiro e diz;
E
no dia seguinte não acorda mais.
22/10/2011
as 18h02min