Passei dois meses sem escrever, aguardando momento certo para contar mais uma
estória que me contam e como não tenho mais contato com quase ninguém estou sem saber de nada. Essa pandemia afastou as pessoas realmente, aquelas que tinham suas amizades ainda continuaram e as que quase não tinham ficaram sem nenhuma. Não gosto de redes sociais porque acho uma falsidade completa, um mundo de ilusões, postam que estão bem com o marido e no outro dia estão separados, querem manter uma relação no mundo de fantasias, por isso me afastei há muitos anos. Pouco importa o que está acontecendo aí fora, estamos vivendo um mundo cão. Assaltos, assassinatos, depressão, em fim, se o mundo estava de ponta cabeça, agora que piorou tudo com essa pandemia, inclusive me afetou também e se eu não recorresse ao Médico particular que se chama Jesus eu estaria prostrada em uma cama, sem querer ver ninguém após ter entregue o meu cargo no local onde trabalhava. Foram dias terríveis, não que eu necessitasse daquele dinheiro e sim por um divertimento que tinha todos os dias. Somente eu e Deus sabemos quanto sofri, mas tudo tem seu tempo e Ele mandou que eu entregasse porque já estava na hora do meu descanso. Tenho um afilhado que considero neto para cuidar, ou seja, seria minha ocupação, ensinar seus deveres, fazer um almoço, levar e buscar no colégio e tudo isso preencheu meu tempo. Hoje passo a maior parte do meu tempo em casa, costurando, fazendo um crochê, evito sair para não falar nem escutar, tornei-me uma eremita e sou feliz assim: meu marido, meu neto do coração, meu gatinho e minha cachorrinha.