Eu não queria contar essa história, mas devido ao meu passado quando abandonei dois filhos estou fazendo questão de contar agora porque consegui me perdoar e ficar em paz depois que fui procurada por uma senhora que me falou ter sido abandonada pelo pai e que a mãe casou lhe dando um padrasto o qual ele nunca quis nem olhar para cara dele, isso muito deixou revoltada. Foi mais ou menos assim:
Quando ela tinha dois meses seu pai abandonou sua mãe com dois filhos e grávida de outro. Como ela não podia criar pegou a menina e deu a uma negra lavadeira (roupa) para tomar conta enquanto ela se ajeitava. A negra a qual foi chamada de madrinha tomou conta dessa menina. Ela ia para o rio levava um balaio forrava com palha de banana e alguns lençóis e deitava ela dentro. A menina ficava bem quietinha. O tempo foi passando ela já estava com dois anos quando sua mãe veio buscá-la. A madrinha não quis lhe dá, se apegou bastante a menina, mas como trato é trato a mãe levou e a madrinha ficou chorando muito, porém morava na mesma cidade e todos os dias ela ia vê-la. Daí surgiu uma amizade muito grande entre ambas e depois que sua mãe casou todas os filhos que ela teve com esse novo marido a chamava de madrinha. O tempo foi passando a menina cresceu e tinha muita vontade conhecer seu pai, todo homem que ela via diferente ela falava: Será que é meu pai? nem por fotografia ela conhecia. Depois que sua mãe morreu ela então começou e investigar e descobriu que ele morava no Rio de Janeiro. Ela não contou história, foi atrás do pai que já tinha casado com outra e os filhos tinha quase a mesma idade que seu irmão mais novo tinha, porque quando ele foi embora sua mãe havia ficado grávida. Quando ela o viu, foi muito choro, passou horas admirando aquele rosto que tanto procurou na multidão. Graças a Deus encontrei meu pai. Trocaram conversas, relembram o passado e ela não desviava o olhar só endeusando aquele pai. Passado quatro dias ela voltou para sua terra natal, só que não existia amor ao pai e sim curiosidade de conhecer. Não quero me estender muito nesse assunto porque ela não teve mais contado com ela, com o tempo morreu e ponto. Moral da história: Após 45 anos reencontrei meu filho que havia dado a Dr. Fabricio por motivo superior, sabia que ele seria bem criado, errei, deveria ficar em baixo da ponte mas não deveria ter dado, mas será que ele estaria feliz com essa vida? Será que ele não poderia falar: Se não tivesse condições de me criar por que não me deu a quem tinha? Digo isso porque criei meu primogênito e ele sempre passou na minha cara: Por que não me deixou com meu avô, minha vida teria sido melhor. Não sei o que é certo, se dá acha ruim, se cria reclama por que não deu, mas não é isso que eu queria falar. Quando meu filho me encontrou eu por ser mãe, ter gerado ele, coladinho com o cordão umbilical, alimentando, conversando etc, tenho amor, amor profundo mesmo que não o tenha criado, ao passo que ele, não foi criado por mim, não me tem como mãe teve apenas curiosidade de conhecer, saber de onde veio seus traços, por que tem a pele branca, sua boca bonita, afinal com quem parecia. Resultado: Veio, conheceu, e partiu. Um ano agora no dia 12 que o vi através de um vídeo conferência. Eu queria que ele me amasse, me chamasse de mãe, que falasse comigo todos os dias, uma exigência enorme, uma cobrança diária, estava totalmente errada. Quando essa senhora me contou a história dela, foi aí que caí na real, se Deus me deu a graça de conhecer o meu filho depois de 45 anos ponto, acabou conheci, realizei meu sonho e ele o dele, vida que segue. Hoje estou mais compreensiva. Me coloquei no lugar dele e quer que eu fale a verdade: Se minha mãe tivesse me dado eu não a perdoaria nunca, jamais desejaria conhecê-la. Não queria nem saber qual o motivo, para mim ela estaria morta a partir do momento que fui dada. Graças a Deus ele não pensa como eu, me achou e hoje somos conhecidos. Aqui, acolá trocamos duas palavras já me serve de conforto.
OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência, agora a minha é verídica.