LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO


 Jó justifica as suas queixas

6.1 Então Jó respondeu: 2 Oh! se a minha queixa de fato se pesasse, e contra ela, numa balança, se pusesse a minha miséria, 3 Esta na verdade pesaria mais que a areia dos mares, por isso é que as minhas palavras foram precipitadas. 4 Porque as flechas do Todo-poderoso estão em mim cravadas, e o meu espírito sorve o veneno delas; os terrores de Deus se arregimentam contra mim. 5 Zurrará o jumento montês junto a relva? ou mugirá o boi junto a sua forragem? Comer-se-á sem sal o que é insípido? ou haverá sabor na clara do ovo? 7 Aquilo que minha alma recusava tocar, isso é agora a minha comida repugnante. 8 Quem dera que se cumprisse o meu pedido, e que Deus me concedesse o que anelo! 9 Que fosse do agrado de Deus esmagar-me, que soltasse a sua mão, e acabasse comigo! 10 Isto ainda seria a minha consolação, e saltaria de contente na minha dor que ele não poupa; porque não tenho negado as palavras do Santo. 11 Por que esperar se já não tenho forças? por que prolongar a vida se o meu fim é certo? 12 Acaso a minha força é a a força de pedra? ou é de bronze a minha carne? 13 Não! jamais haverá socorro para mim; foram afastados de mim os meus recursos. 14 Ao aflito deve o amigo mostrar compaixão, a menos que tenha abandonado o temor do Todo-poderoso. 15 Meus irmãos aleivosamente me trataram; são como um ribeiro, como a torrente que transborda no vale, 16 Turvada com o gelo e com a neve que nela se esconde, 17 Torrente que no tempo do calor seca, emudece e desaparece do seu lugar. 18 Desviam-se as caravanas dos seus caminhos, sobem para lugares desolados, e perecem. 19 as caravanas de Tema a procuram, os viajantes de Sabá por ela suspiram. 20 ficam envergonhados por terem confiado; em chegando ali, confundem-se. 21 Assim também vós outros sois nada para mim; vedes os meus males e vos espantais. 22 Acaso disse eu? Dai-me um presente? ou Oferecei-me um suborno da vossa fazenda? 23 Ou: Livrai-me do poder do opressor? ou: Redimi-me das mãos dos tiranos? 24 Ensinai-me, e eu me calarei; dai-me a entender em que tenho errado. 25 Oh! Como são persuasivas as palavras retas!  Mas que é o que repreende a vossa repreensão? 26 Acaso pensais em reprovar as minhas palavras, ditas por um desesperado ao vento? 27 Até sobre o órfão lançareis sorte, e especulareis com o vosso amigo? 28 Agora, pois, se sois servidos, olhai para mim, e vede que não minto na vossa cara. 29 Tornai a julgar, vos peço, e não haja iniquidade; tornai a julgar, e a justiça da minha causa triunfará. 30 Há iniquidade na minha língua? Não pode o meu paladar discernir cousas perniciosas?



 Elifaz exorta a Jó a que busque a Deus

5.1 Chama agora! Haverá alguém que te atenda? e para qual dos santos anjos te virarás? 2 Porque a ira do louco o destrói, e o zelo do tolo o mata. 3 Bem vi eu o louco lançar raízes; mas logo declarei maldita a sua habitação. 4 Seus filhos estão longe do socorro, são espezinhados as portas, e não há quem os livre. 5 A sua messe o faminto a devora, e até do meio dos espinhos a arrebata; e o intrigante abocanha os seus bens. 6 Porque a aflição não vem do pó, e não é da terra que brota o enfado. 7 Mas o homem nasce para o enfado como as faíscas das brasas voam para cima. 8 Quanto a mim eu buscaria a Deus, e a ele entregaria a minha causa; 9 Ele faz cousas grandes e inescrutáveis, e maravilhas que não se podem contar; 10 faz chover sobre a terra, e envia água sobre os campos, 11 Para por os abatidos num lugar alto, e para que os enlutados se alegrem da maior ventura.12 Ele frustra as maquinações dos astutos, para que as suas mãos não possam realizar seus projetos. 13 Ele apanha os sábios na sua própria astucia, e o conselho dos que tramam se precipita. 14 Eles de dia encontram as trevas; ao meio dia andam como de noite, as apalpadelas. 15 Porém Deus salva da espada que lhes sai da boca, salva o necessitado da mão do poderoso, 16 Assim há esperança para o pobre, e a iniquidade tapa a sua própria boca. Bem-aventurado é o homem a quem Deus disciplina; não desprezes, pois, a disciplina do Todo-poderoso. 18 Porque ele faz a ferida e ele mesmo a ata; ele fere, e as suas mão curam. 19 De seis angústias te livrará, e na sétima o mal te não tocará. 20 na fome te livrará da morte, na guerra do poder da espada. 21 Do açoite da língua estarás abrigado, e quando vier a assolação não  a temerás. 22 Da assolação e da fome te rirás, e das feras da terra não terás medo. 23 Porque até com as pedras do campo terás a tua aliança, e os animais da terra viverão em paz contigo. 24 Saberás que a paz é a tua tenda, percorrerás as tuas possessões, e nada te faltará. 25 Saberás também que se multiplicará a tua descendência, e a tua posteridade, como a erva da terra. 26 Em robusta velhice entrarás para a sepultura, como se recolhe o feixe de trigo a seu tempo. 27 Eis que isto já o havemos inquirido, e assim é; ouve-o, e medita nisso para teu bem.

Elifaz repreende a Jó

4.1 Então respondeu Elifaz o temanita, e disse: 2 Se intentar alguém falar-te, enfadar-te-ás? 3 Eis que tens ensinado a muitos, e tens fortalecido a mãos fracas. 4 As tuas palavras tem sustentado aos que tropeçavam, e aos joelhos vacilantes tens fortificado. 5 Mas agora, em chegando a tua vez, tu te enfadas; sendo tu atingido, te perturbas. 6 Porventura não é o teu temor de Deus aquilo em que confias, e a tua esperança a retidão dos teu caminhos? 7 Lembra-te: acaso já pereceu algum inocente? e onde foram os retos destruídos? 8 Segundo eu tenho visto, os que lavram a iniquidade e semeiam o mal, isso mesmo eles segam. 9 Co o hálito de Deus perecem; e com o assopro da sua ira se consomem.10 Cessa o bramido de leão e a voz do leão feroz, e os dentes dos leõezinhos se quebram. 11 Perece o leão, porque não há presa, e os filhos da leoa andam dispersos. 12 Uma palavra se me disse em segredo; e os meus ouvidos perceberam um sussurro dela. 13 Entre pensamentos de visões noturnas , quando profundo sono cai sobre os homens, 14 Sobrevieram-me o espanto e o tremor, e todos os meus ossos estremeceram. 15 Então um espírito passou por diante de mim; fez-me arrepiar os cabelos do meu corpo; 16 Parou ele, mas não lhe discerni a aparência; um vulto estava diante dos meus olhos; houve silêncio, e ouvi uma voz: 17 Seria porventura o mortal justo diante de Deus? Seria acaso o homem puro diante do seu Criador? 18 Eis que Deus não confia nos seus servos, e os seus anjos atribui imperfeições; 19 Quanto mais aqueles que habitam em casas de barro, cujo fundamento  está no pó, e são esmagados como a traça! 20 Nascem de manhã, e a tarde são destruídos;  perecem para sempre, sem que disso se faça caso. 21 Se se lhes corta o fio da vida, morrem, e não atingem a sabedoria.
 


 Jó amaldiçoa o seu nascimento

3.1 Depois disto passou Jó a falar, e amaldiçoou o seu dia natalício. 2 Disse Jó: 3 Pereça o dia em que nasci  e a noite que disse: Foi concebido um homem! 4 Converta-se aquele dia em treva; e Deus, lá de cima, não tenha cuidado dele, nem resplandeça sobre ele a luz. 5 Reclamem-no as trevas e a sombra de morte; habitem sobre ele nuvens; espante-o tudo o que pode enegrecer o dia! 6 Aquela noite! dela se apoderem densas trevas; não se regozije ela entre os dias do ano, não entre na contra dos meses. 7 Seja estéril aquela noite, e dela sejam banidos os sons de júbilo. 8 amaldiçoem-na aqueles que sabem amaldiçoar o dia, e sabem excitar o monstro marinho. 9 Escureçam-se as estrelas crepúsculo matutino dessa noite, que ela espere a luz e a luz não venha; que não veja as pálpebras dos olhos o sofrimento. 11 Por que não morri eu na madre? Por que não expirei ao sair dela? Por que não expirei ao sair dela?  12 Por que houve regaço que me acolhesse? e por que os peitos, para que eu mamasse? 13 Porque já agora repousaria tranquilo; dormiria, e então haveria para mim descanso, 14 com os reis e conselheiros da terra, que para si edificaram mausoléus; 15 ou com os príncipes que tinham ouro, e encheram de prata as sua casa, 16 Ou , como aborto, oculto, eu não existira, como crianças que nunca viram a luz. 17 Ali os maus cessam de perturbar, e ali repousam os canados. 18 Ali os presos juntamente repousam e não ouvem a voz do feitor.19 Ali está assim o pequeno como o grande, e o servo livre de seu senhor. 20 Por que se concede luz ao miserável, e vida aos amargurados de ânimo. 21 Que esperam a morte, e ela não vem; cavam em procura dela mais do que tesouros ocultos; 22 Que se regozijariam por um túmulo, que exultariam se achassem a sepultura? 23 Por que se concede luz ao homem, cujo caminho é oculto, e a quem Deus cercou de todos os lados? 24 Porque em vez do meu pão me vem gemidos, e os lamentos se derramam como água; 25 Aquilo que temo me sobrevém, e o que receio me acontece. 26 Não tenho descanso, nem sossego, nem repouso, e já me vem grande perturbação.


 2.1 Num dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante ele. 2 Então o SENHOR  disse a Satanás; Donde vens? Respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. 3 Perguntou o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. Ele conserva a sua integridade embora me incitasses contra ele, para consumir sem causa. 4 Então Satanás respondeu ao SENHOR: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. 5 Estende, porém, a tua mão, toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face! 6 Disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está em teu poder; mas poupa-lhe a vida. 7 Então saiu Satanás  da presença do SENHOR, e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao  alto da cabeça. 8 Jó sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se. 9 Então sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. 10 Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. 11 Ouvindo, pois três amigos de Jó todo este mal que lhe sobreviera, chegaram, cada um do seu lugar; Elifaz o naamatita; e combinaram ir juntamente condoer-se dele, e consolá-lo. 12 Levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a voz e choraram; e cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. 13 Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites: e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.



 A virtude e riqueza de Jó

1.1 Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desviava do mal. 2 Nasceram-lhe sete filhos e três filhas. 3 Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente.4 Seus filhos iam as casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. 5 Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava jó a seus filho e os santificava; levantava-se de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos, e blasfemado contra Deus em seu coração. assim o fazia Jó continuamente.
6 Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. 7 Então perguntou o SENHOR a Satanás: Donde vens? Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. 8 Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste a meu servo Jó? porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. 9 Então respondeu Satanás ao SENHOR: Porventura Jó debalde teme a Deus? 10 Acaso não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? a obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra. 11 Estende, porém a tua mão e toca-lhe em tudo quanto tem e verás se não blasfema contra ti na tua face! 12 Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu  poder; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.

As aflições e paciência de Jó

13 Sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam,  e bebiam vinho na casa do irmão primogênito,14 que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles; 15 de repente deram sobre eles os sabeus, e os levaram, e mataram aos servos ao fio da espada; só eu escapei, para trazer-te a nova. 16 Falava este ainda quando veio outro, e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu; só eu escapei, para trazer-te a nova. 17 Falava este ainda quando veio outro, e disse: Dividiram-se os caldeus em três bandos, deram sobre os camelos, e os levaram e mataram os servos ao fio da espada; só eu escapei, para trazer-te a nova. 18 Também este falava ainda quando veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo, e bebendo vinho, em casa do irmão primogênito, 19 eis que se levantou grande vento da banda do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre eles, e morreram; só  eu escapei, para trazer-te a nova. 20 Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça, e lançou-se em terra, e adorou; 21 e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei; o SENHOR o deu, e o SENHOR  o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! 22 Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

 

O renome de Mordecai

10.1 Depois disto o rei Assuero impôs tributo sobre a terra, e sobre as terras do mar. 2 Quanto aos mais atos do seu poder e do seu valor, e ao relatório completo da grandeza de Mordecai a quem o rei exaltou, porventura não está escrito no livro da história dos reis da Média e da Pérsia? 3 Pois o judeu Mordecai foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus, e estimado pela multidão de seus irmãos, tendo procurado o bem-estar do seu povo e trabalhado pela prosperidade de todo o povo da sua raça.


Aqui termina o livro de Ester.


 Os judeus matamos seus inimigos

9.1 No dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, quando chegou a palavra do rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus contavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, pois os judeus é que se assenhorearam dos que os odiavam; 2 porque os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, se ajuntaram para dar cabo daqueles que lhes procuravam o mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o terror que inspiravam caiu sobre todos aqueles povos.3 Todos os príncipes das províncias, e os sátrapas, e os governadores e os oficiais do rei, auxiliavam os judeus, oficiais do rei, auxiliavam os judeus, porque tinha caído sobre eles o temor de Mordecai. 4 Porque Mordecai era grande na casa do rei, e a sua fama crescia por todas as províncias; pois ele se ia tornando mais e mais poderoso. 5 feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos, a golpes de espada, com matança e destruição; e fizeram dos seu inimigos o que bem quiseram.6 Na cidadela de Susã os judeus mataram e destruíram quinhentos homens; 7 como também a Parsandata, a Dalfom, a Aspata, 8 A Porata, a Adalia, a Aridata, 9 a Farmasta, a Arisai, a Aridai e a Vaisata, 10 que eram os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, o inimigo dos judeus, porém no despojo não tocaram. 11 No mesmo dia foi comunicado ao rei o número dos mortos na cidadela de Susã. 12 disse o rei a rainha Ester: Na cidadela de Susã mataram e destruíram judeus quinhentos homens, e os dez filhos de Hamã; nas mais províncias do rei que terão eles feito?  Qual é, pois, a tua petição? E se te dará. Ou que é que desejas ainda? E se cumprirá. 13 Então disse Ester: Se bem parecer ao rei, conceda-se aos judeus que se acham em Susã que também façam amanhã segundo o edito de hoje, e dependurem em força os dez filhos de Hamã. 14 Então disse o rei que assim se fizesse; publicou-se o edito em Susã, e dependuraram os dez filhos de Hamã. 15 Reuniram-se os judeus que se achavam em Susã também no dia catorze do mês de adar, e mataram em Susã a trezentos homens; porém no despojo não tocaram. 

A festa de purim

16 Também os demais judeus que se achavam nas províncias do rei se reuniram e se dispuseram para defender a vida, e tiveram sossego dos seus inimigos; e mataram a setenta e cinco mil dos que os odiavam; porém no despojo não tocaram. 17 Sucedeu isto no dia treze do mês de adar; no dia catorze descansaram, e o fizeram dia de banquetes e de alegria. 18 Os judeus, porém, que se achavam em Susã se ajuntaram nos dias treze e catorze do mesmo; e descansaram no dia quinze, e o fizeram dia de banquetes e de alegria. 19 Também os judeus das vilas que habitavam nas aldeias abertas, fizeram do dia catorze do mês de adar dia de alegria e de banquetes, e dia de festa e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros. 20 Mordecai escreveu estas cousas e enviou cartas a todas os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, 21 ordenando-lhe que comemorassem o dia catorze do mês de adar, e o dia quinze do mesmo, todos os anos, 22 como os dias em  que os judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos pobres. 23 assim os judeus aceitaram como costume o que naquele tempo haviam feito pela primeira vez, segundo Mordecai lhes prescrevera; 24 porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os judeus; e tinha lançado Pur, isto é, sortes para os assolar e destruir. 25 Mas, tendo Ester ido perante o rei, ordenou ele por cartas que o seu mau intento, que assentara contra os judeus, recaísse contra  a própria cabeça dele, pelo que o enforcaram a ele e a seus filhos. 26 Por isso aqueles dias chamam purim, do nome Pur. Daí, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que testemunharam, e do que lhes havia sucedido, 27 determinaram os judeus, e tomaram sobre si, sobre a sua descendência e sobre todos os que se chegassem a eles, que não se deixaria de comemorar estes dias segundo o que se escrevera deles, e segundo o seu tempo marcado, tidos os anos; 28 e que estes dias seriam lembrados e comemorados geração após geração, por todas as famílias, em todas as províncias e em todas as cidades, e que estes dias de purim jamais caducariam entre os judeus, e que a memória deles jamais se extinguiria entre os seus descendentes.29 Então a rainha Ester, filha de Abiail, e o judeu Mordecai escreveram, com toda autoridade, segunda vez, para confirmar a carta de purim. 30 Expediram cartas a todos os judeus, as cento e vinte e sete províncias do reino de Assuero, com palavras amigáveis e sincera, 31 para confirmar estes dias de purim nos seus tempos determinados, como o judeu Mordecai e a rainha Ester lhes tinham estabelecido, e como eles mesmos já o tinham estabelecido acerca do jejum e do seu lamento. 32 E mandado de Ester estabeleceu estas particularidades de purim; e se escreveu no livro.


 Os judeus são autorizados a resistir

8.1 Naquele mesmo dia deu o rei Assuero a rainha Ester a casa de Hamã, inimigo dos judeus; e Mordecai veio perante o rei, porque Ester lhe fez saber que era seu parente. 2 Tirou o rei o seu anel, que tinha tomado a Hamã, e o deu a Mordecai. E Ester pôs a Mordecai por superintendente da casa de Hamã 3 Falou mais Ester perante o rei, e se lhe lançou aos pés; e com lágrimas lhe implorou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e o seu trama que havia empreendido contra os judeus.4 Estendeu o rei para Ester o cetro de ouro. Então ela se levantou, pôs-se de pé diante do rei, 5 e lhe disse: se bem parecer ao rei, se eu achei favor perante ele, se esta cousa é reta diante do rei e de nisto lhe agrado, escreva-se que se revoguemos decretos concebidos por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, os quais ele escreveu para aniquilar os judeus que há em todas as províncias do rei. 6 Poia como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a destruição da minha parentela? 7 então disse o rei Assuero a rainha Ester e ao judeu Mordecai: Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele penduraram-no numa forca, porquanto intentara matar os judeus. 8 Escrevei, pois, aos judeus, como bem vos parecer, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam, não se podem revogar. 9 Então foram chamados sem  detença os secretários do rei, aos vinte e três dias do mês de sivã, que é o terceiro mês. E, segundo tudo quanto ordenou Mordecai, se escreveu um edito para os judeus, para os sátrapas, para os governadores e para os príncipes das províncias que se estendem da Índia a Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada uma no seu próprio modo de escrever, e a cada povo na sua própria língua; e também aos judeus segundo o seu próprio modo de escrever e a a sua própria língua. 10 Escreveu-se em nome do rei Assuero e se selou com o anel do rei; as cartas foram enviadas por intermédio de correios montados em ginetes criados na coudelaria do rei.11 Nelas o rei concedia aos judeus de cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defender a sua vida, para destruir, matar e aniquilar de vez toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus bens, 12 num mesmo dia, em todas as províncias do rei Assuero, no dia treze do duodécimo mês, de adar. 13 A carta, que determinava a proclamação do edito em todas as provinciais, foi enviada  a todos os povos, para que os judeus se preparassem para aquele dia, para se vingarem dos seu inimigos. 14 Os correios, montados em ginetes que se usavam no serviço do rei, saíram incontinenti, impelidos pela ordem do rei; e o edito foi publicado na cidadela de Susã. 15 Então Mordecai saiu da presença do eu, com veste real azul-celeste e branco, como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a cidade de Susã exultou e se alegrou. 16 Pra os judeus  houve felicidade, alegria, regozijo e honra. 17 Também em toda província, e em toda cidade, aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem havia entre os judeus alegria e regozijo, banquetes e festas; e muitos, dos povos da terra, se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles. 


 Ester denuncia Hamã, que é enforcado

7.1 Veio, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester. 2 No segundo dia, durante o banquete do vinho, disse o rei a Ester: Qual é a tua petição, rainha Ester? E se te dará. Que desejas? Cumprir-se-á ainda que seja metade do reino. 3 Então respondeu a rainha Ester, e disse: Se perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, pelo meu desejo, o meu povo. 4 Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem, e aniquilarem de vez; se ainda como servos e como servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o inimigo não merece que moleste o rei. 5 Então falou o rei Assuero, e disse a rainha Ester: Quem é esse e onde está, esse, cujo coração o instigou a fazer assim? 6 Respondeu Ester: O adversário e inimigo é este mau Hamã. Então Hamã se perturbou perante o rei e a rainha. 7 O rei no seu furor se levantou do banquete do vinho e passou para o jardim do palácio; Hamã, porém, ficou para rogar por sua vida a rainha Ester, pois viu que o mal contra ele já estava determinado pelo rei. 8 Tornando o rei do jardim do palácio a casa do banquete do vinho, Hamã tinha caído sobre o divã em que se achava Ester. Então disse o rei: Acaso teria ele querido forçar a rainha perante mim na minha casa? Tendo o rei dito estas palavras cobriram o rosto a Hamã. 9 Então disse Harbona, um dos eunucos que serviam o rei: Eis que existe junto a casa de Hamã a forca de cinquenta côvados de altura que ele preparou par Mordecai, que falara em defesa do rei. Então disse o rei: Enforcai-o nela.10 Enforcaram, pois, a Hamã na forca, que ele tinha preparado para Mordecai. Então o furor do rei se aplacou.