Chegou o mês de abril, mês da alegria e da tristeza, se pudesse o tiraria do calendário por outro lado incluiria. Como é a vida, uma hora quer tirar depois colocar. Este mês fará 50 anos da partida de minha mãe. Relembro como se fosse hoje porque foi muito marcante sua partida e fui entre os oito filhos que o Senhor Deus permitiu que fechasse seus olhos. E foi embora minha mãe, meu porto seguro, me deixando órfã, abandonada no mundo porque ela era meu porto seguro, se fosse meu pai que tivesse ido primeiro talvez não tivesse sofrido tanto, contudo se tudo fosse as mil maravilhas que teria eu para contar do meu passado? Parte minha mãe com a idade de 56 anos. Nada viveu, só sofreu, quando veio conhecer o mar já estava perto de sua partida. Morre minha mãe, professora, melhor costureira da cidade, e maior sofredora... Nossa como minha mãe sofreu... Fica eu órfã no mundo, como uma barata no meio das galinhas, essa foi minha vida. Quem é do interior sabe de que estou falando, se você visse com sofre uma barata no meio de várias galinhas... um verdadeiro massacre, um linchamento, cada uma querendo arrancar um pedaço dela, e foi assim que me senti. Nunca tive um psicólogo, nem sei nem o que eles fazem, nunca passei por aconselhamentos nem tão pouco recebi ajuda mental de alguém, foi verdadeiramente terrível. Não tive infância, adolescência ...Graças a Deus o livro da vida me ensinou a viver. Não me droguei, não roubei, não vendi meu corpo, só trabalhei e arranjei três filhos homens sendo de pais diferente. Um ficou sempre ao meu lado durante 28 anos quando resolveu casar e foi embora. O outro eu dei a uma mulher que tinha só filhas eu sabia onde estava, e o outro esse eu sabia que nunca mais o veria, porém a palavra nunca não existe. Pedia sempre a Deus que antes de alguém fechar meus olhos que eu pudesse encontrá-lo e saí a sua procura através da internet. Não consegui. Redes sociais não possuo, isso também dificultou muito. No dia 12 de Abril de 2024 às 9:30 recebi um WhatsApp que o menino que havia dado a luz estava a minha procura, após 45 anos ele me encontra e a noite foi a primeira vez que o vi. Se passaram: 16.635 dias ou seja 45 anos e sete meses. Isso me deixou muito feliz e agora estou aqui a recordar: dia 12 meu filho aparece devolvendo a alegria de viver, dia 29 aniversário da morte da mãe data inesquecível. (de se esquecer).
OBS. Essa não é uma obra de ficção e mais um desabafo, quando minha mente está super carregada eu escrevo e fico mais aliviada e posso dormir tranquila porque é através desse blog que exponho meus pensamentos sem medo de ser criticada, humilhada, linchada, pouco importa a opinião de a ou b porque sou uma sobrevivente dessa sociedade onde não há direito de igualdade, contudo SOU BLINDADA POR DEUS.