LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

... tudo resolvido, mudança feita, resgate de seu filho, agora aquela mulher estava em casa de sua mãe. Os dias se passaram e o rapaz resolveu declarar o amor que sentia por ela. Que fazer agora? seria amor ou gratidão o que ela sentia por ele? Por ser uma mulher muito decidida resolveu aceitar o pedido de casamento. Como ele iria fazer com o trabalho dele? teria que pedir transferência para capital. Por ser muito inteligente o rapaz tinha um parente que era montador daí aprendeu rapidinho a profissão. Nesse meio tempo a irmã dela e a mãe já vieram para a capital também. No inicio ele foi muito bom, mas depois ela descobriu que ele não era a pessoa que ela pensava. Nossa, cada esquina tinha uma namorada. Foi outro sofrimento. Ela engravidou teve uma menina e mesmo assim empurrando com a barriga ainda viveu cinco anos com esse homem. Tinha começado tudo outra vez. Muito sofrimento, dias de desespero, pelo menos esse não batia nela a única coisa era o desprezo, era trocá-la por outra. Estavam em pé de guerra quando ela resolveu procurar ajuda. Procurou uma Igreja e foi diretamente falar com o Pastor. Ele começou a frequentar sua casa e dar conselhos a respeito de seu casamento. Eram orações constantes, todos os dias na casa dela até que a mesma chegou a uma conclusão: não dava certo mais continuar com seu marido e pediu o divórcio. De inicio houve uma reconciliação, contudo ela não aceitou.

Continua...


OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

 

 

Em uma cidade de um interior bem atrasado morava uma família composta de um casal e três filhas. A mais velha começou a namorar quando tinha 11 anos de idade. Ela sempre estava na Igreja porque seus pais eram Evangélicos, caminho bom para suas filhas. Por ser um interior atrasado apareceu um rapaz que logo se interessou pela aquela menina. No início seu pai foi contra o namoro porque ele não era da mesma religião gostava de beber, dançar e muita farra. O tempo foi passando e o rapaz foi trabalhar na cidade grande e vinha duas vezes por ano porque precisava juntar dinheiro para comprar uma casa e nesse vai e vem a menina já estava com 16 anos quando seus pais começaram a se desentender e rolar muita discursão dentro de casa. Ela vendo tudo aquilo falou para o pai que queria casar. Um dia seu namorado chegou e começou a beber e dançar deixando bem claro que isso só acontecia quando seu namorado chegava porque enquanto ele estava viajando sua filha não saía para canto nenhum. A situação foi piorando e foi descoberto que seu pai estava com outra mulher, daí a menina falou caso ele não a casasse, fugiria, então o pai foi obrigado assinar o consentimento e eles se casaram ela tinha apenas 17 anos. Agora sua vida seria outra, iria para cidade grande seria livre, mas esse plano foi desfeito porque quando ela chegou na sua nova morada, seu marido não deixou  trabalhar, nem estudar, trancava dentro de casa e só a noite quando ele chegava que abria a porta ela podia ver algum movimento. Ela estava em cárcere privado e não sabia. Nos finais de semana as coisas se complicavam mais porque ele saía para farra e quando chegava estava totalmente embriagado e violento. Quanto essa adolescente sofreu nas mãos desse carrasco. O comentário no interior era que ela havia casado grávida por isso foi tão apressado o casamento só que o menino só veio a nascer 5 anos após o casamento. Ela era uma menina desenrolada e resolveu colocar um fiteiro, espécie de barraquinha em frente de casa. As coisas agora estava melhorando. Começou a juntar o dinheiro e quando foi fazer sua contabilidade deu para comprar um bom terreno e ainda com a ajuda de seu pai foi construída uma casa muito boa. Os espancamentos continuavam. Ela ficava toda marcada, rocha de tanto soco e pontapés que ele dava. No dia seguinte ele chegava com um ramalhete e caixa de chocolate, esse é o primeiro sinal de sadismo, um dia machuca outro dia se ajoelha pede perdão promete nunca mais fazer, daí a mulher se engana dando-lhe outra oportunidade até que um dia ela terá que abrir os olhos. Quando seu bebê nasceu ele falou que queria ter mais filhos, ela vendo que isso não daria certo fez amizade com uma senhorinha que morava em frente sua casa a qual comprava os anticoncepcionais e ela tomava, escondendo então a cartela dentro de um ursinho que ela tinha. Certa vez ela apanhou muito. Deixou sua casa e foi falar com seu pai para tomar providencias foi aí que teve a maior decepção de sua vida. Ele falou:  Casou agora aguente. Ela voltou para sua casa desesperada sem saber mais o que fazer. Numa noite ela pensou: vou embora agora dessa casa. Quando chegou de madrugada ela levantou calçou uma sandália e com a roupa do couro olhou seu filho abriu a porta e foi pedir guarida na casa da senhorinha que lhe acolheu emprestando dinheiro para dia seguinte ela viajar. Chegou na casa de sua mãe no interior por volta de uma hora da tarde. Nas suas costas não tinha um lugar que não estivesse machucado. Sua mãe se compadeceu e a acolheu. Ela falou que nunca mais queria voltar para aquele homem. Nisso chega um rapaz que trabalhava no Fórum de uma cidade ela contou o que tinha acontecido e ele falou que iria resolver tudo. Em três ele providenciou um carro para buscar a mudança. O seu marido tinha ido trabalhar, ela parou o carro em frente de sua casa e pegou seus documentos, roupas, alguns móveis que ela queria, passou na vizinha onde seu filho estava disse que iria levá-lo e por ser sua mãe a vizinha logo entregou. Quando o  marido chegou em casa que encontrou tudo bagunçado ficou louco da vida e na mesma hora foi atrás de sua mulher que agora ex-mulher. Já era tarde quando ele bateu na porta. Sua mãe perguntou quem era, ele falou o nome. Sua mãe pegou um facão, riscou o chão que subiu a faísca de fogo e disse: se você fossar a porta e entrar vai ficar dois rolos: um pra fora e outro pra dento, porque parto você ao meio. Ele prometeu que não faria nada. A mãe abriu a porta ele se ajoelhou no chão e olhando para sua mulher começou a  implorar por perdão, prometendo nunca mais fazer nada contra ela. Dessa vez a mulher estava decidida, não o queria mais. Que ele fosse embora e nunca mais voltasse. Ele saiu sem olhar para trás. Tudo que ela havia construído no período de 9 anos havia sido destruído em segundos. Hoje com mais experiência ela chegou a conclusão que ele não bebia e sim era usuário de drogas, porque vez por outra ele pegava objetos para dar a pessoas que chegava cobrando algo, na sua inocência ela pensava que seria bebida, mas era droga. Hoje ela não sabe qual seu destino, tomou conhecimento que ele sumiu e a casa foi tomada pelos traficantes.

Continua...


OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência. 


... e chegou o grande dia.  Não sabia como seria a reação das pessoas que lessem minha entrevista feita por Manoel Souto Arruda, não era bem quista na cidade onde nasci e já fazia mais de 45 anos que havia me mudado para outro estado. Não fique presa as memórias do ontem, essa foi a frase que fortaleceu bastante, eu estava pronta para receber as críticas e elogios.  És de muita personalidade. Isso incomoda hipócritas, realmente eu sei que há naquela cidade gente de bem e também hipócritas, afinal ninguém é santo. E as palavras fortalecedoras continuavam: Quis apresentar uma fênix.  O renascer de Inajá.  Sem mágoas do ontem e tudo foi aprendizado. Cresceu em sabedoria e venceu. Depois de tanto sofrimento, o mundo foi meu livro onde aprendi que era necessário perder para depois ganhar, plantar para depois colher, e essa foi minha trajetória de vida. Muito sofrimento e angústia, que me serviram para dar a volta na grande roda gigante da vida e sair debaixo dela para o alto. Não devemos dá espaço a quem não torce por nós. Uma visão positiva incomoda quem é negativo. Palavras sábias, é justamente com pessoas desse estilo que devemos manter contato, uma pessoa que levante seu astral e não com palavras de desânimo e lastimável, palavras que nós levemos aos ápices de nosso ego. Quantas vezes quis me levantar sem ter chance? Queria mostrar meu trabalho, falar que cresci, que sobrevivi o mundo? O mundo está cheio de pessoas negativas. Inajá positiva. Seu sobrenome. Inajá positiva Superação. Ao ouvir essas palavras, despertei de um sono profundo, um sonho de terror e frustações. Eu não sou esse monstro que me pintei ou penso ser, tenho que tirar esses pensamentos criados em minha mente de tanto ouvir das pessoas que eu era má, não prestava. Os comentários partem de pessoas que lhe consideram, vejo assim, prefiro poucos comentários e verdadeiros de que muitos   com hipocrisia. Eu nunca havia pensado nisso, sempre de cabeça baixa para os comentários e por mais que tentei mostrar que mudei continua a mesma imprestável, só eu e Deus sabe quantas humilhações passei ao longo de minha vida, até que encontrei um amigo e ele falou: Só se jogam pedras em árvores que dão bons frutos, viva a vida. Vejo assim.  Talvez não percebeste. Uma das curtidas de sua entrevista foi do atual prefeito da cidade. Nossa faz tanto tempo que saí do meu Torrão Natal que já não conheço quase ninguém, quatro décadas já se passaram, restam apenas aquelas amizades verdadeiras onde realmente existiam amigos. Não generalizar. Toda regra há exceção. Bom Jardim gosta de você. É só ver os comentários. Foram essas palavras que meus fantasmas foram saindo, fui me valorizando, se houvesse apenas um comentário quer seja ruim ou bom isso provava que alguém tinha lido. Sei que muitas pessoas, mas muitas pessoas mesmo leram minha entrevista, mas não curtiu nem comentou porque dentro delas ainda há o preconceito. Tudo que fiz no passado hoje é normal, passado, passou, lembre- se, em sua época os tempos eram outros: O tempo mudou e se modernizou se observares bem as jovens de hoje multiplica o que elas fazem e nem por isso deixam de viver. Viva, pega as pedras do passado que te foram jogadas e faz teu castelo. As mesmas pedras jogam sobre quem te julgou, a vida é a lei do retorno és apenas verdadeira. Personalidade forte e transparente. Hipocrisia 0, Incomodas. Sorria. Não fique para baixo com quem deixou de comentar basta só as opiniões verdadeiras. O suficiente para te deixar feliz. Vejo hoje um dia feliz para você ver esses comentários. Fico também feliz. O mais importante da minha vida. Sempre foste superior as pessoas pequenas de personalidade de Bom Jardim. Uma resposta à muitos Bom-jardinenses da sua época. Vencestes. E eles ficaram para trás. Pequenos em pensamentos.  Não evoluíram. A vida te ensinou, Deus te abençoe. Voe alto fênix. Renasceu das cinzas. Deus age no momento certo e na hora certa. Ele é amor verdadeiro. Nunca nos decepciona! Sucesso

"Quando a gente enxuga a lágrima do outro, não temos tempo para chorar"

 Reflita.

 

OBS; Essa não é uma obra de ficção, as letras vermelhas foram escritas para mim que fiz questão de escrevê-las aqui, para mostrar que ainda há pessoas que tem palavras de conforto para dá ao seu amigo ou amiga e esse amigo me levantou de uma forma inexplicável. Não colocarei o nome dele aqui porque não pedi autorização e tudo foi em off. Obrigada meu amigo anônimo.

 IMORTAL COLÉGIO SANT' ANA. 

ENTREVISTA 

Inajá Nunes -  Ex-aluna.


01 - Foi através de um convite da freira que chegou ao Colégio? Foram tempos difíceis na nova escola?

  Papai era feirante, vendia cará e batata nas quartas e sábados durante a feira livre da cidade sendo um dos fundadores e entre seus fregueses estava a Irmã Constantina que fazia as compras para o Colégio, surgindo ali uma relação de amizade e respeito. Estudei  o primário no GRUPO ESCOLAR RAIMUNDO HONÓRIO onde fui muito feliz e guardo as melhores recordações. Ao  terminar a 5ª série me submeti ao Exame de Admissão do Colégio, uma espécie de vestibular à época, sendo aprovada de imediato iniciando ali o curso Ginasial e meu pai em comum acordo com a Irmã Constantina combinou a forma de pagamento das mensalidades . De caderneta em mãos, anotava tudo o que era vendido às religiosas e no final do ano ele fazia a prestação de contas e em contrapartida atualizava com o pagamento integral dos  meus estudos e caso ainda fosse possível,  deixava a matrícula em dia do ano seguinte. Tudo era muito difícil e por vezes me sentia excluída. Colégio elitista por um lado e aluna oriunda de família com poucos recursos de outro. Uma estada que durou quatro anos com muitas histórias e desafios.

02 -  É motivo de orgulho ter tido uma mãe costureira fina e exemplar? Muitas emoções durante o desfile cívico?

Mamãe era uma costureira mãos de fada, sua fama ia da cidade, região e até da capital pernambucana.  Suas clientes lhe procuravam para confeccionar seus belíssimos vestidos de noiva cujo modelo era escolhido através da Revista Figurino. Ela se esmerava e o resultado   era cliente satisfeita e feliz. Desejava ter uma farda que fosse tal qual a de Guiomar, saia plissada com um dedo de uma prega à outra. Mamãe costurava a minha com quase dois dedos que seria usada por vários anos e séries. Os tempos eram outros e as dificuldades também.
O desfile 7 de setembro era um momento muito feliz,  gostava de usar trajes no referido evento ocupando posição de destaque, mamãe ficava apreensiva, tratava-se de um gasto extra e com muito sacrifício e de tanto lhe implorar acabava realizando o meu desejo, embora que nunca tive a oportunidade de ser pelotão. Entretanto, estava vivendo aquele momento muito feliz.

03 - Havia empatia no respeito as religiões? Narre suas lembranças do Onomástico da Madre

Pai Joca era meu avô que optou por ser protestante e desejava que seus netos o seguisse. Mantinha o hábito de ler a Bíblia,  decorar versículos e nos ensinar com o bom exemplo .Um certo dia no Colégio, enquanto estávamos rezando o Pai Nosso falei que estava faltando o restante, " Porque teu é o reino, o poder e a Glória para todo sempre amém". A Irmã Verônica se posicionou contrária a minha ideologia com grosserias e palavras de ordem. Em seguida, falei que iria levar minha Bíblia para comprovar o que havia dito. Paguei um preço alto por isso. Meus pais estavam sempre sendo chamados para ouvir reclamações a meu respeito. Em outro momento, fui obrigada a me fazer presente na missa e um detalhe nem me confessei, nem fiz a Primeira Comunhão, minha curiosidade era descobrir o sabor da hóstia e ao receber trouxe para casa e comentei com uma amiga chegando aos ouvidos da religiosa que interpretou de várias formas meu ato, fui suspensa por três dias e quase expulsa.
Sempre me apresentava no Onomástico da Madre. Deveria ter sido atriz, amava  contracenar. Lembro de uma peça intitulada A Primavera, minha  personagem tinha uma vida muito difícil chamada Maria Helena e Linda, filha de Dr. Benon cantava, enquanto eu dançava espalhando pétalas de rosas no chão. A Madre se emocionava e muito.

04 -  Quais são suas lembranças das aulas de Educação Física? Descreva suas colegas de turma do curso Ginasial.

Amava as aulas de Educação Física. Havia saudáveis competições entre as colegas, sempre me esforçava para ser destaque. A farda era uma blusa branca de malha com o escudo do Colégio  e short azul apertado e curto, o meu era um pouco folgado e acima do joelho, mamãe costurava aos moldes dela.
No início do curso Ginasial, fizemos uma turminha composta por  Betinha, Mª José Guerra, Neném, Irlaneide e eu. Éramos inseparáveis...Ainda lembro da inesquecível  Maria Isabel Travassos que era bem franzina, morava em Umbuzeiro- PB, um doce de pessoa que sentava ao meu lado, complementando  temos Iraci, Lalá, Lourdinha que era um doce de pessoa, por sinal muito meiga, Adelma, Severina, Ana Gomes, Aparecida, Alde, Margarida, Mariquinha, Neide, Neves, Eurides, Ana Aleixo. Lúcia Germana e  Maria Aguiar, ambas de outra cidade e as internas Guiomar e Irailde. Já se passaram 50 anos. Todas moram no meu coração.

05 - Cite uma disciplina e professora inesquecível . Um momento feliz no Colégio?

Duas professoras tornaram- se  inesquecíveis no Colégio. Dona Salete,  sabia quando eu estava com problemas e me deixava bem a vontade fazendo minhas estrelinhas no caderno. Não tenho notícias da mesma e Dona Marly,  só em eu olhar parece que lia meus pensamentos. Partiu cedo, fiquei muito triste e  chorei muito. O Professor Rubens era também excelente. A disciplina que mais gostava era Artes e para realizar as atividades utilizava o material de Neném. Quando a referida colega apresentava sua atividade feita por mim era só elogios da freira e quando o fato foi descoberto, a religiosa disse tudo ao contrário e ainda a proibiu de me emprestar o material. Havia um muro entre eu e a freira que dificultava meu progresso.  

06 - Cursou datilografia no Colégio? Conhecer a clausura era um desejo das alunas?.

Não fui aluna do curso de Datilografia do Colégio e praticamente não visitava a  Biblioteca. Alimentava o desejo de desvendar o segredo da Clausura. Por que não podíamos entrar? Qual mistério por trás daquela porta? Certa vez a Irmã Verônica me flagrou no momento em que estava colocando a mão no trinco para entrar e tentou me prender no quarto escuro, dei uma carreira tão grande que meus livros ficaram lá e mais uma vez uma série de reclamações. Creio que muitas ex- alunas alimentavam o mesmo desejo.

07 - Havia nota no boletim das alunas em  comportamento ? Analise sua professora de Português.

O comportamento regido pelos padrões da época era exigido ao pé da letra, do contrário teria sérias consequências, no meu caso ao chegar em casa apanhava de corda fina e ainda com nó. Era um tempo de muito tradicionalismo, reflexo da ditadura sem liberdade até para sorrir.  Mamãe foi um exemplo, nos amou no sentido mais completo da palavra e nos acompanhava em tudo, das notas ao resultado final, aprovadas por média era sua meta, recuperação não aceitaria, alegava que era nossa única atividade e reprovação seria um pesadelo e como resposta uma boa surra. Fui uma jovem rebelde com visão a frente do meu tempo.
A Madre Superiora era a professora de Português, sua presença imperava medo e  respeito. A poesia de Olavo Bilac até hoje sei declamar, garanti um dez durante sua aula.  Lembro de uma colega de sala que ao ser chamada ao quadro ficava tão pálida dando a impressão que iria desmaiar e as mãos molhadas de suor. 

08 - Qual a sensação ao ser informada da extinção do Colégio? Há respeito aos patrimônios da cidade?

Quanto a extinção do Colégio achei uma barbaridade. Um ponto histórico onde o prédio deveria ser tombado e nele fazer um Museu. Aproveito para expressar meu repúdio com relação a destruição do Pirulito do Padre, da Pracinha que ficava em frente a Maternidade, do Coreto que ficava depois da ponte , brinquei muito ali. A história municipal fica cada vez mais pobre.

09 - Liste as proibições inerentes ao regimento escolar? Participava das festas juninas com entusiasmo?
 
Assistir aula com o fardamento incompleto, saia curta de forma alguma, entre tantas regras que por vezes burlava e pagava as consequências. Era terminantemente proibida pela minha mãe de participar das festas juninas. Achava bonito aquela tradição. 

10 - Quais eram as internas de sua época? Analise Inajá por Inajá.

Guiomar e as irmãs Krause são minhas referências quando o assunto é internas,  andava bem ligeirinho porque era um salto do internato para a escola. 
Tive que ser forte, foram muitas tempestades e pouco apoio para superá- las. Sou de uma geração que era regrada por padrões sociais a risca e o empoderamento feminino tão falado nos dias atuais ontem tinha uma representatividade, a entrevistada. Deus me blindou e me ilumina dando forças para um sempre recomeço." Ele" é poderoso. Sou graduada em  Letras e  Pós Graduanda em Supervisão e Orientação Educacional. Publiquei um livro de poesias e mantenho um blog onde conto pedacinhos de minha infância,  toda minha trajetória em forma de contos e poesias.
Me orgulho de ser o que sou entre erros e acertos. Sou feliz por ter conquistado minha  independência. O importante é ter JESUS no coração. Me vejo inserida na história da Fênix, a ave mitológica norte- americana. Grato Manoel pela oportunidade.


OBS: Essa não é uma obra de ficção. Quero agradecer  MANOEL SOUTO ARRUDA por ter me dado essa oportunidade de expressar meus sentimentos e aos 45 anos afastada de meu Torrão Natal ainda tive o reconhecimento e a satisfação de ser lembrada por algumas amigas que deixei, amigas ímpares. Manoel toda minha gratidão a você, foi por sua causa que afastei vários fantasmas do meu passado. Hoje estou feliz. Se eu escapar dessa Pandemia Maldita a minha primeira viajem será a Bom-Jardim porque faz mais de um  ano que não sei o que sair de casa. Estou sobrevivendo esperando essa chuva passar para retornar o meu cotidiano.

                                     João Pessoa, 06/06/2021