Noite sombria e fria. Chove muito e eu não gosto quando chove, surge só pensamentos de minha infância e deitada em minha cama começo a pensar: Será que você ainda lembra de quem te desprezou ao nascer ou ainda existe rancor no lugar? Eu não consigo me perdoar e creio que jamais conseguirei. Com essa chuva forte, o sono não me chega e começo a chorar. Procuro mudar meus pensamentos, mas infelizmente não paro de pensar... pensar naquele homem que passou anos me procurando, era quase impossível, contudo me encontrou. Pensei que fôssemos continuar mantendo contato, mas me enganei ele só queria me conhecer e depois que conheceu se afastou. As vezes pergunto a Deus: O que dói mais em mim? ter conhecido ele ou ter lhe perdido outra vez? O bom de tudo é que sei que ele está bem, tem uma vida saudável, a hora que eu quiser posso falar com ele. Agora digo uma coisa: A maior dor do ser humano sabe qual é? A dor da alma. É uma dor incomparável cem vezes maior do que a dor de um parto, porque a dor passa depois que o bebê nasce, mas a da alma... corrói, machuca, belisca constantemente. Daqui a dois meses o filme irá começar, o áudio a minha procura, as perguntas tendo respostas contraditórias de tanto nervosismo, choque da primeira chamada de vídeo que parece o tempo ter parado, o nosso primeiro abraço, meu Deus, as vezes penso que estou sonhando. Pra quem não sabe da minha história não está entendo nada, mas quem conhece sabe de quem estou falando. Os dias são curtos e as noites longas. Olho o celular pra ver se tem alguma notícia, mas infelizmente nada. Ele é um rapaz educado, fino, tinha só a curiosidade de conhecer a mãe biológica e ponto. Conheceu e foi embora porque amor mesmo ele não tem e ainda por cima carrega o trauma da adoção. Me pondo no lugar dele eu acredito que nem queria conhecer, ele ainda teve um jeito nobre, onde fico muito agradecida por isso.
OBS: Essa não é uma obra de ficção e sim mais um pedacinho da minha história.
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