HÁ 46 ANOS QUE NÃO SEI O QUE É CARNAVAL

O carnaval se aproxima. Carnaval significa festa da carne, onde tudo pode. Quando termina, muitas virgens tornam-se mulher, muita gravidez, casais separados, dívidas até o pescoço para pagar, e por falar em dívida vou contar um caso que aconteceu comigo no carnaval, onde ficou marcante e todos os anos eu relembro: É sempre uma história repetitiva, mas que é bom sempre lembrar.

Eu tinha acabado de chegar de São Paulo grávida do terceiro e último filho, onde tive três, cada um de um pai. Nunca encontrei um que falasse: esse eu assumo, depois de me engravidar. Chegamos no Recife eu não podia voltar para minha cidade, porém ele podia. Estava com seis semanas de gravidez. Fiquei na casa de Laís como sempre que me aceitava nas horas de angústia ela estava ao meu lado, me apoiando, dando conselhos as vezes ficava chateada porque eu cometia tanta burrice na vida.  Este é o pai do meu caçula, que jurava me amar, mas em primeiro lugar estava o carnaval porque  sempre foi carnavalesco e me deixou no Recife falando que após o carnaval eu não me preocupasse e assim que terminasse voltaríamos para São Paulo. 

O tempo foi passando e eu falei para Laís que iria pedir dinheiro ao meu irmão outra vez para voltar à São Paulo. Fui no Banco expliquei a ele minha situação o qual nem quis saber me deu o dinheiro e voltei pra casa de Laís. O safado parece que estava adivinhando que eu havia pedido dinheiro ao meu irmão e apareceu na casa de Laís. 

Ele falou que eu não poderia ficar com aquele dinheiro, que ia me mandar sozinha para São Paulo largando ele, e que era melhor lhe  dar e  marcaríamos  o  dia  de  nossa  viagem  para  nos encontrarmos na rodoviária. Eu falei que não daria e foi uma confusão danada, ele falou que eu teria que confiar nele blá blá blá e a otária aqui caiu no papo entregando todo dinheiro a ele. Chegou o dia marcado e fui me encontrar com ele na rodoviária para viajarmos. E a surpresa? Ele havia gasto o dinheiro com bebidas e muita farra no carnaval e o que restou só dávamos para ir até Natal. Chorei muito. Ele foi covarde mais uma vez. Fomos para Natal onde já contei minha história em outro capítulo e foi a última vez que o vi.

A história é longa onde conto pedaços de minha vida. Não quero recordar esse tempo porque sofro muito inclusive penso no tinininho  que carregava na minha barriga.

OBS: Esta não é uma obra de ficção e sim um pedacinho de minha vida.