LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO



A nossa vida é um palco. Quem somo nós? Um verdadeiro teatro por trás das cortinas. Quem irá abri-la para mostrar realmente seu papel? Só aqueles que são mesmo corajosos e não tem medo de demonstrar o que são para a sociedade sem se preocupar com os comentários, preconceitos, falatórios etc. E o covarde? Esse é o pior que tem, não se esconde atrás de uma cortina e sim, de uma máscara, representando o seu papel de ilusão, aparentando bonzinho, mas por dentro um maquiavélico, planejando fazer a maldade com um sorriso. Papel de ilusão. Como nesse momento gostaria de tirar sua máscara e mostrar ao mundo o que realmente sente, sua verdadeira vida que queria ter, contudo derrama suas lágrimas as escondidas, um pranto que inunda seu coração. Quanta hipocrisia. Nossa vida é uma vela acesa onde a qualquer momento pode vir o vento apagá-la e tudo fica para trás. Quanta ambição, quanto mais tem, mais quer, tirando assim o pão da boca do pobre. Se todos se reunissem e dividissem o que tem seria muito bom, mas é a lei, o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez mais pobre, daí desempregado, não há outra saída,  a não ser as drogas, eles entram no mundo do crime muito cedo para adquirir em um dia o que conseguiria levar três ou quatro meses para consegui, um caminho sem volta. O jovem não envelhece, a população cada vez encontramos mais idosos. É uma pena, mas a vida é assim.

                       24/02/19




Há exatamente meio século, estava eu em Bom-Jardim com meu vestido novo de chita costurado as pressas para ir à festa. Nossa quanta recordação daquela época de inocência... Tínhamos hora marcada de chegar em casa e não podíamos nos atrasar dois minutos caso contrário não iríamos mais os restantes das noites. Eram 8 noites de festas, contudo o último dia o melhor de todos não podíamos ir porque havia muita gente e o espaço era pouco daí ficávamos em casa. Vamos lá: mamãe queria que nós saíssemos de casa de seis horas onde não havia ninguém, nem o parque Lima estava funcionando, e as nove horas em pontos tínhamos que chegar. Meus Deus como era ruim, a festa ficava boa mesmo depois das nove. O dono do balanço era irmão de nosso pai por isso nos deixava dar uma voltinha de graça e quando a coisa estava boa, vinha aquela bendita taboa que colocava embaixo e aos poucos ele ia parando, por mais que puxássemos a corda mais a tábua impedia o movimento. Saindo do balanço íamos para a onda, essa onda era um barato, ela baixava e subia, gritávamos muito, era divertido. Como não tínhamos dinheiro para correr no Parque Lima, ficávamos olhando e esperando que alguém fosse bonzinho e colocasse uma de nos no meio, ou seja a roda gigante cabia três pessoa, a do meio não pagava eu ficava perto da fila pedindo para ficar no meio e daí alguém deixa eu dava minha voltinha e ia olhar os outros brinquedos.
       O cavalinho era o que eu mais gostava, ele subia e descia, encostada na grade e olhando as crianças correndo no cavalinho der repente alguém chama meu nome. Oi tudo bem, era João Galdino (In memoriam) chegou para mim e perguntou: Quer dar uma voltinha no cavalinho? Ou se quero respondi, ele comprou um ingresso e me deu, fiquei muito feliz gostava muito dele, era um pão (significa lindo).Depois que dei minha voltinha saí para passear, nossa quanta monotonia, ia até a Igreja de São Sebastião voltava até a ponte, depois tudo de novo, pra lá e pra cá, naquela época tudo bem hoje depois do caso passado não tenho mais saco pra isso, também minha juventude já se foi agora só recordações. Naquela época eu já tinha um paquera, Jesus, meus  olhos cintilavam quando o via, tinha 12 anos...amor impossível, meu primeiro amor, o homem que roubou minha infância, minha juventude, minha adolescência, mas tinha que passar por tudo que passei, é passado, o importante que vivi os momentos. 
          Hoje aos meus 62 anos livre como uma gaivota, posso fazer o que quero e na hora que quero, não sinto mais vontade de ir à FESTA DE SÃO SEBASTIÃO. Fecho os olhos e penso: será que ainda toca música com oferecimento? Assim: Atenção fulana de tal, ouça essa linda gravação que um alguém lhe oferece apaixonadamente. Aí tocava a música de Valdike Soriano, Cláudia Barroso, Nelson Gonçalves, Roberto Carlos, Noite Ilustrada, Lindomar Castilho, essa músicas era no Parque Lima que se pagava para fazer o oferecimento, e eu ficava louca para descobrir que era esse alguém, não que fosse meu nome e sim de outras pessoas nunca ninguém me ofereceu música, também eu era uma pirralha, quem se atreveria a isso, seria um escândalo. Nossa quanto tempo que não escrevo, hoje senti saudade...


                                    01/02/19



Sentada em sua cadeira de balanço em frente a sua casa humilde ela olha atentamente cada carro que passa. Já a tarde caía quando der repente para um carro e ela olha quase sem enxergar, coloca seus óculos direito e vê aquele rapaz alto, magro e em seguida sua mulher acompanhada de três filhos lindos. Aproximam-se e como um ritual todos pedem a benção.Ela fica emocionada e abençoa a todos,mas não demora muito tempo outro carro se aproxima e vai chegando mais visita, desta vez um rapaz alto, alvo, forte muito bonito e ao seu lado uma mulher acompanhada de mais dois filhos e a cena se repete. Agora a frente da casa está cheia e os vizinhos curiosos começam a chegar e cumprimentar porque só veem nas dadas comemorativas devido ser muito longe onde eles moram.E as novidades são contadas, meninos correndo para todo lado devido o quintal enorme com árvores frutíferas, as galinhas começam com seus cocoricós, os cachorros também animados fazem a festa porque são dois, e o viveiro também os pássaros cantam inclusive um bem-ti-vi que este avisa a chegada de alguém.Quando a meninada começa a correr no quintal ela logo grita: cuidado com o rio ai atras que é perigoso.É de lá que a água é trazida para lavar os pratos, tomar banho porque ainda não chegou a água encanada, mesmo assim tem uma cisterna que na época do inverno ela fica cheia para a água ser tomada, é muito boa a água de chuva.Vamos lá para dar continuação a estória. A casa cheia, contudo está faltando um de seus filhos. O que terá acontecido? Por que este não veio? Vou lhe contar o motivo, ela não gosta muito de falar nesse assunto que ficou no passado, porém o que seria do presente se não houvesse o passado. Ela era muito jovem, inexperiente quando conheceu um rapaz e engravidou.Devido sua situação financeira não tinha como cria-lo daí procurou uma pessoa bem sucedida na vida e entregou seu filho. Ele pediu que nunca o procurasse e ela deu sua palavra que jamais faria isso para não trazer transtorno a seus pais adotivos que os mesmos queriam sigilo,porque iria cria-ló como se fosse seu próprio filho. Os anos foram se passando daí ela voltou para o interior e nunca mais quis sair de lá. Casou teve esse dois filhos,porém nunca esqueceu desse filho que ela doou,eu como sua amiga tentei localizar e como faz muito tempo infelizmente nem nos arquivos existe o nome dela.Esse motivo fez com que sua tristeza logo trouxesse marcas no seu rosto, mesmo nova aparenta ter mais idade do que tem. São coisas da vida, ela não se perdoa, sofre calada e quando alguém toca no assunto ela desconversa e assim vai vivendo. A noite vão todos tomar café, porque pobre não janta, toma café, muita batata doce, macaxeira, cará e cuscus, a fartura é grande, sem esquecer do queijo de coalho e uma carninha guiza onde seus filhos se deliciam com o molho gostoso. Depois que tomam café, continuam sentados e cada um conta algo a sua mãe, os celulares são desligados para não haver atrapalho na hora do bate papo. Em seguida todos se acomodam. A casa é grande tem muitas camas de casais; é simples contudo aconchegante, lençóis limpinhos juntamente com fronhas para os travesseiros, alguns ventiladores porque mesmo sendo interior mais faz calor, daí todos vão descansar para dia seguinte terminar de colocar as novidades em dia e em seguida pegar a estrada outra vez.

OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.


                                      23/12/18 
Qual o significado do Natal? Será que alguém lembra que foi o nascimento de Jesus ou espera um presente do papai noel, confraternização, amigo secreto etc.É no Natal que a hipocrisia se apresenta, onde a família se reúne para a grande ceia e ao mesmo tempo saber quem  se vestiu melhor. Onde o abraço de falsidade é dado como também as trocas de beijinhos.Quanta hipocrisia! Passa o ano inteiro se encontrando e mau se troca algumas palavras, um abraço não é dado que dirá beijinhos. O Espírito Natalino deve está dentro do ser humano todos os dias quando pela manhã abre sua porta e cumprimenta o vizinho com um bom dia, no entanto sai de casa e ao vê-lo baixa a cabeça procurando algo no chão ou então o muito usado agora o tal do celular. Este veio para afastar a família mais ainda principalmente o wathsapp, esse sim o pior de todos.A pessoa as vezes não está nem a fim de ouvir a voz do amigo(a) daí passa um recado e ponto. Agora aguarda o retorno.Quantas vezes chegamos em um restaurante e está uma família completa e no lugar de estar debatendo algum assunto, está cabisbaixo teclando, demonstrando assim nenhum interesse naquele ambiente. É justamente o que irá acontecer nessa Ceia do Natal, entrega de presente que as vezes nem agrada a quem ganha, olhar para quem está bem vestido, verificar se o celular do outro é melhor pedindo para fazer a famosa Self etc e tal.Nesse momento de euforia e fofoca esquecem o principal Espírito Natalino, o nascimento de Nosso Senhor Jesus Cristo que veio ao mundo para nos salvar. Devemos comemorar seu aniversário todos os dias, ajudando ao próximo, essa ajuda não precisa ser dinheiro, apenas um abraço, um aperto de mão, um cumprimento, dar um pouco de atenção quando ela for procurar alguém, talvez esteja passando por uma situação difícil no casamento, com um filho, etc. As vezes aquela pessoa esteja procurando uma palavra amiga, e é virada as costas, só pode ser ouvida no Natal que é quando entra o Espírito Natalino. Hipócritas, passam o ano inteiro menosprezando o seu irmão para no fim do ano falar: FELIZ NATAL. E aquele vizinho que nunca lhe dar um bom dia e quando chega o Natal vem lhe abraçar desejando um feliz natal? no dia seguinte faz de conta que não lhe conhece. Onde está o amor que Jesus pregou? por isso fico indignada com o que vejo, sou o que sou, meu cotidiano é o mesmo,gosto de abraçar pessoas,sorrir exageradamente, dá um bom dia, por mais problema que passo, que todos têm,contudo estou sempre a sorrir, e quando uma lágima vem cair no meu rosto é porque o coração está transbordando, mas procuro fazer sempre as escondidas para não ser taxada de sensacionalista, ou vítima, ou querer aparecer etc. Dezembro mês da reconciliação no natal e separação em Janeiro aguardando que chegue Dezembro para tudo se repetir.

OBS: Quero aqui agradecer a Deus por cada ruga junto ao meu olho, espero que venha mais e mais,isto demonstra a minha experiência de vida.

                                 20/12/2018    


A sementinha cresceu
E sua raiz aterrou
Um caule apareceu
Junto uma folha brotou

Quando o verão chegou
Mesmo com o sol ardente
Toda folha germinou
Para a alegria da semente

O inverno então chegou
A terra seca estava
Em segundos encharcou
A semente contente ficava

O tempo foi seguindo
E a primavera surgiu
Os botões foram se abrindo
E um cachinho logo se abriu

Num instante o jardim
Todo perfumado ficou
Com aquele cheiro de JASMIM
Que daquela semente vingou.


             11/11/18





Angústia, tristeza, aflição e inquietação Todos os dias aquela mulher aguarda a resposta de Deus suportando tudo calada .O tempo vai passando e ela fica só aguardando o momento de sua vitória. Até quando ela aguentará tanto sofrimento que foi fruto de seu pecado por desobedecer às ordens de seus pais. Passados quarenta anos e ela fecha os olhos e recorda cada momento, cada segundo de tanta aflição. Mês de Setembro se aproxima e ela pergunta: Existe alguém que poderia extinguir o dia 16 de setembro do calendário? Data inesquecível. Sabe as vezes não sei como aconselhá-la, quem sou eu para dar conselhos a outras pessoas embora passei por poucas e boas também. Hoje recebi a visita de minha amiga, estava pálida, angustiada, um rosto de sofrimento e dor. Sentou-se no sofá pedindo-me ajuda, infelizmente nada pude fazer. Falei para ela que era impossível resolver seu problema, contudo existe um Deus que tudo pode, um Deus do impossível, só Ele poderá dar a ela o que realmente necessita, porque para nós humanos é como se procurasse um átomo no meio de uma montanha. Não sei se ela fez o certo, vou expor o caso porque não irei citar nome.
Há 40 anos nascia no dia 16 de setembro de 1978 no hospital da Beneficência Portuguesa em Santos um menino o qual foi doado a um médico obstetra chamado Dr: Fabrício. Ela prometeu a ele que nunca iria procurar o menino. A noite quando chegou uma enfermeira com um menino nos braços perguntando quem teria leite, aquela mulher se prontificou em amamentar, contudo quando leu seu nome em uma faixa pediu que o retirasse dali porque se ela amamentasse não teria coragem de doa-lo. Meu Deus! Qual o motivo que levou aquela mãe fazer isso? Seria melhor um aborto? Acho que não ela seria uma assassina. Ficar com a criança sem ter um teto para morar e mendigar o pão nas ruas onde passaria a viver? Também acho que não. Doar a uma família falando que seria avós da criança, que teria engravidado daquele rapaz? Também não, seria uma mentira muito grande e com o passar do tempo ele seria até entregue a algum orfanato quando descobrisse a verdade. Então ela pensou, darei a um médico onde seu filho teria todo conforto e seria muito bem-criado, e foi isso que ela fez. Hoje, já com idade avançada, vendo o tempo passando e não conseguindo atingir seu objetivo, morre aos poucos sem ter nenhuma direção. Preenche seus dias olhando cada rosto através da internet para ver se conhece alguém parecido com seu filho que ela nunca nem se quer o viu, mas tem certeza que na hora em que encontrar reconhecerá. Seus dias são curtos e suas noites longas, incansável de tanta busca já não encontra mais forças para procurar. Agora eu pergunto: Para que ela quer encontrá-lo? Não irá trazer de volta o passado. O que ela irá contar? Será que ele quer ouvi-la? Amor não existe entre ambos apenas o mesmo sangue corre em suas veias. Nunca devemos falar o que vou dizer:” se fosse comigo”, porém segue a dica. Se passa uma esponja no passado, esquece que teve um filho que doou a alguém, o Todo Poderoso sabe de tudo e contemplou pela atitude que ela teve de doar ao invés de um aborto, deve ter perdoado porque ninguém é perfeito, e pronto.

Obs: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será uma mera coincidência.

                                                 07/08/18



 A nossa vida é um palco. Quem somos nós? Um verdadeiro personagem de um teatro por trás das cortinas. Quem irá abri-la para mostrar realmente seu papel? Só aqueles que são mesmo corajosos e não tem medo de demonstrar o que são para a sociedade sem se preocupar com os comentários, preconceitos, falatórios etc. E os covardes? Esses são os piores que tem, não se escondem atrás de uma cortina e sim de uma máscara, representando seus papeis de ilusão, aparentando bonzinhos, mas por dentro são maquiavélicos, fazendo seus planos cuidadosamente para que ninguém perceba suas tramas diabólicas. Como nesse momento gostaria de tirar suas máscaras e mostrar ao mundo o que realmente eles sentem, sua verdadeira vida que queria ter, contudo derramam suas lágrimas as escondidas, suas frustrações no silêncio da noite e talvez nem consiga deitar suas cabeças eu um travesseiro, e o pior de tudo é que quando a pessoa não desabafa com alguém quem sofre é o corpo, onde acarreta toda aquela carga trazendo doenças... Quanta hipocrisia. Nossa vida é uma vela acesa onde a qualquer momento o vento pode vir e apaga-la e tudo fica para trás. Quanta ambição, quanto mais tem mais quer, tirando assim o pão da boca do pobre. Se todos se reunissem e dividissem o que tem, seria muito bom, mas é a lei, o rico cada vez fica mais rico e o pobre cada vez mais pobre, desempregado, onde aí surgem as drogas, eles entram no mundo do crime muito cedo para adquirir em um dia o que conseguiria levar três ou quatro meses para consegui, um caminho sem volta. Depois que entra há dois caminhos, cadeia ou cemitério. Gostaria se saber qual o motivo desses poderosos nunca ficarem satisfeito com o que tem, sempre querem mais, se quando morrer nada pode levar. Estamos em um país sem lei onde prevalece quem tem mais, o tubarão nunca foi preso só piabinha; estou muito revoltada com meu pais, não é isso que eu quero para o meu Brasil, o Brasil que eu quero é: menos corrupção, igualdade para todos, armamentos para pessoas honestas, saúde onde não será mais necessário morrer em frente a um hospital, segurança para o trabalhador dando a ele o poder de andar armado para poder haver uma defesa enquanto ele está em seu estabelecimento, rendendo trabalho para os outros e levando o pão de cada dia para casa, e a educação que está sendo sucateada, salário baixo, desrespeito com nossos professores onde são agredidos dentro da sala de aula, não sabem eles que nossos futuros médicos, advogados, juízes, presidente,, deputados, senadores, todos vieram de uma escola quer pública ou particular. Chega, paro por aqui.

 

OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

                                    05/08/18

 
                          

Quem realmente me amou? Pergunta aquela velha cigana agora não mais em um monte e sim em seu sobrado enorme que com suas economias lendo as mãos conseguiu juntar algum dinheiro e agora estava ali em sua janela, sentada em sua cadeira de balaço, com xale vermelho com fios dourados, várias pulseiras, anéis, seus cabelos em vez de duas tranças agora só uma porque com o passar dos anos foram caindo e ficando cada vez mais branco, ela nunca quis pintar. Em seus pés uma sandália rasteira devido sua idade não calçava mais sapatos alto, uma saia bem rodada porque não havia perdido sua origem e uma blusa com decote bem
arredondado mostrando seu colo já enrugado pelo tempo, mas que na sua juventude havia sido muito cobiçado por vários homens que passaram em sua vida, vaidosa ainda conservava uma bela gargantilha larga para disfarçar a rigidez de seu colo. O sol já estava se escondendo quando ela relembrava sua vida e viagens por tantos lugares... e surgia em sua mente: por quem fui amada? Ora, se ela era cigana, lia as mãos de outras pessoas, adivinhava o futuro delas, e por que não saber por quem foi amada? Ah! Quantos amores eu tive dizia ela em seus pensamentos!   Quem realmente me amou. Sozinha naquele sobrado havia terminado seus dias da forma que sempre pensou: em sua vida encontrou muitos amores, porem ninguém foi digno de seu amor. Ela era uma mulher romântica, apaixonada, acreditava no amor verdadeiro, contudo sempre foi usada e abusada por pessoas que nunca a valorizava. Em uma passagem de sua vida surgiu um homem que realmente a amou, isso ela tinha certeza, seu nome era Henrique, um rapaz lindo, alto, moreno, corpo atlético, mas devido a um rapaz que dizia lhe amar, inconformado por ela ser cigana e sempre está viajando havia o deixado e quando ela voltou encontrou esse rapaz e se apaixonou, inconformado ele mandou que ela o deixasse imediatamente, caso contrário iria sofrer as consequencias, temendo acontecer o pior deixou o rapaz e voltou a ficar só. E assim o tempo foi passando e outros amores surgindo, mas nenhum lhe deu o amor que ela tanto almejava. Um dia quando ela estava em uma feira livre, sentada em um banco com suas cartas nas mãos apareceu um rapaz bem mais jovem que ela, sorridente pediu que lesse as cartas, ela olhou para ele e falou: Você irá se apaixonar por uma mulher mais velha que você irão passear bastante, vai ser bonito o amor mas um dia ela irá lhe deixar porque essa mulher não pertence a homem  nenhum. Ele sorriu e falou: Essa mulher está na minha frente. Há dias que lhe observo de longe e espero ansioso que chegue o dia da feira para lhe ver. Daí surgiu um belo romance entre ele. A cigana ficou feliz e realmente esse a amou. Passavam finais de semana viajando, nunca discutia era uma alma em um só corpo. Certa vez ela adoeceu, quase morria, foi aí que ele demonstrou todo seu amor cuidando dela como se fosse uma rainha. Depois de uns anos ela estava colocando cartas quando um jovem se aproximou e pediu que ela lesse sua mão. De longe seu amado viu e quando ela terminou de ler e o rapaz tinha saído ele se aproximou e teve uma crise de ciúme e bateu com força em sua perna. Foi a primeira e última vez. Ela falou que isso nunca mais aconteceria, que ele saísse de sua vida para sempre.  Realmente ele foi embora e ela nunca mais o viu. Aquele homem a amor, devido um deslize de sua parte a perdeu, ela teve medo que depois daquela tapa em sua perna poderia acontecer uma agressão maior. E lá se foi mais um homem que realmente a amava. A caminhada foi longa e espinhosa. Como sofreu aquela pobre cigana vagando no mundo sem um teto para morar, sempre em cabanas, tendas, não tinha um lugar fixo para sua velhice, era um sofrimento total. Um dia ela estava sentada em banco numa pracinha quando apareceu um jovem que perguntou se poderia sentar ao seu lado. Meio sem jeito falou que sim. Conversaram e marcaram um encontro...


CONTINUA...

OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

                                                  21/07/18

 Durante muito tempo já era para ter feito esta homenagem a essa mulher guerreira que tanto lutou pela sua sobrevivência. Não teve a sorte de ser criada pelo seu pai legítimo porque este abandonou sua mãe com quatro filhos, realmente não teve essa sorte, mas teve um padrasto que é o meu pai onde ajudou a mamãe criar seus quatro filhos de forma enérgica, devido ser simplesmente um agricultor e ainda por cima analfabeto, mas digno, honrado e trabalhador. Ninguém é perfeito e não quero falar de seus defeitos porque todos estão enterrados com ele já que o mesmo está morto e não poderá se defender das acusações que poderia citar aqui, contudo era meu pai e como diz o mandamento de Deus “ Honra teu pai e tua mãe para que tenhas vida prolongada e ser feliz”, e é assim que estou sobrevivendo, com uma velhice que jamais pensaria que tivesse... continuo afirmando: Deus tem um plano na minha vida, sou como um bambu, onde vem as enchentes, os ventos fortes, eu deito fico quase ao chão mas devido minhas raízes profundas quando menos espero estou erguida outra vez.

Vamos ao que interessa. Aos 16 anos fui para casa de Laís grávida, ela me recebeu de braços abertos onde passei uns dias porque estava fugida e tinha que ir embora para longe porque meu pai estava me caçando como se caça um animal para me dar fim, contudo sobrevivi. Voltei para casa de meus pais e em seguida mais uma vez estava na casa de Laís. Época difícil, Manoel havia aderido a greve dos correios, ficou desempregado, tinha um táxi onde fazia corridas para sustentar a casa. Laís duas filhas uma atrás da outra, chegando em casa quase meio dia após subir uma ladeira interminável para ajudar no orçamento da casa, era professora de um colégio, nossa como chegava cansada coitada, eu grávida, mesmo assim dava uma mãozinha a ela tomando conta de Jaqueline e Sheila, Jaqueline era calma, mas a peste da Sheila era uma danada, chorona, braba, parecia que tinha espinho no berço, enfim passei um bom tempo da minha gravidez lá. Após o nascimento do meu filho e o falecimento de minha mãe, quem me apoiou outra vez? LAÍS. Meu Deus, quanta paciência. Nunca me menosprezou, sempre me tratou como uma verdadeira irmã, enquanto as outras me chamavam de rapariga e corriam atrás dos maridos ela me encontrava em cima da cama com seu marido jogando baralho e nunca me soltou uma pilheria, nem tão pouco Manoel me olhou com olhar diferente. Quando em sua casa estava minha cunhada me recomendou ao gerente de um supermercado onde fui trabalhar e continuava morando onde? Na casa de Laís. Foi a única onde encontrei abrigo. Nas noites chuvosas eu tinha um lençol para me cobrir, pela manhã pouco ou muito tinha meu café e assim por diante. Hoje após 15 anos volto a encontrá-la. Nossa parece um bebê. Tive vontade de coloca-la nos braços e embalar, meiga, doce, suave, paciente, está na terceira geração. Não sei até quando ela encontrará tantas forças para suportar os acontecimentos que não tem sido fácil principalmente agora com marido doente. Cheguei lá achei lindo, filha, neta, bisneto e vem outro chegando brevemente. Quem hoje em dia tem a honra, a dádiva de Deus para ser agraciada de tanta alegria e longevidade. Quero aqui deixar meu agradecimento por tudo que está irmã mesmo de uma banda como se diz, fez por mim, o importante é que saímos da mesma barriga de nossa mãe. Obrigada Laís por tudo, que o Senhor Jesus lhe abençoe e guarde recompensando por tudo de bom que você fez por mim. Não importa o passado está tudo sepultado, vivamos o hoje com amor no coração perdoando a quem nos fez mal, retribuindo com o bem porque dessa vida nada levamos, estamos de passagem onde não sabemos qual dia do nosso embarque. Foi bom te encontrar... e como foi....

OBS: Essa não é uma obra de ficção e sim mais um pedacinho de minha vida.

                 08/07/18
                                                                     












E quinze anos se passaram... Um dia deitada em minha cama comecei a reviver meu passado e pensei nos meus irmãos, cunhados, filhos e vi o quanto é triste uma família desestruturada onde todos cresceram juntos, nasceram da mesma mãe e hoje quase ninguém se comunica um com o outro. Na nossa juventude cometemos erros e acertos, as vezes vingança por palavras que não deveriam ser ditas e daí se torna uma inimizade, de forma que, com o passar do tempo pode se chegar a uma conclusão: Dá vida não se leva nada a não ser as boas amizades que são construídas por essa passagem aqui na terra. Somos uma vela acesa que não sabemos qual a hora que o vento irá apagar, estamos aqui de passagem, e por que tanto desavença, tanto ódio, rancor, ambição se quando morremos nada levamos? Senti saudade de Ilna ( irmã falecida) e resolvi visitar Cidinho. Nossa como foi bom. Almoçamos juntos, ele já construiu outra família, vive muito bem ao lado de sua mulher, sua filha de oito anos, mas olhou bem dentro dos meus olhos e falou: “Ainda amo muito sua irmã, não a esqueci”. Pois é, a vida é cheia de segredos, ninguém anda na mente das pessoas, mesmo morando com sua mulher, porém a mente... E assim fiquei feliz por rever meu cunhado e sobrinhos, e sobrinhos netos. O engraçado de tudo é que na hora da saída eu coloquei o celular dele dentro de minha bolsa pensando que era o meu, só que o meu já estava dentro e só vim notar quando cheguei em casa. Imediatamente liguei para ele e marquei de levar na próxima semana, Deus tem um propósito em nossas vidas, eu tinha que voltar na próxima semana para poder reencontrar outra pessoa da família, e foi o que aconteceu. Após ter saído da casa dele, como era caminho resolvi dar uma passada na casa onde Laís morou, fazia muito tempo também que não a via. Sentei no banco da pracinha e a recordação foi demais. Revivi quarenta anos atrás, era um filme que ia passando na minha mente... quantas saudades, tempo bom e ao mesmo tempo ruim, foi aí que um senhor apareceu no portão e eu perguntei pelas pessoas antigas que moravam ali onde para minha surpresa um havia falecido recentemente, outro também até que falei no nome de Laís e ele falou que a neta dela morava na esquina em uma casa de primeiro andar. Agradeci e sai satisfeita com o sonho de rever minha sobrinha neta. Para minha decepção ela não se encontrava em casa, fiz um bilhete deixando o número do meu celular e pedi que ela entrasse em contrato comigo. Nisso chegou um rapaz na moto de olhos verdes, muito bonito e ele estava à procura dela também, daí deixei com ele e voltei para minha casa. Os dias foram se passando e Dandara não me dava notícias. Bem se ela não ligou seria porque não queria aproximação, pensei. Oito dias depois recebo uma mensagem dela falando que havia encontrado o bilhete naquele momento por isso demorou tanto a me responder. Fiquei feliz e perguntei por Laís e a resposta foi que ela queria me ver. Nossa como me alegrei e logo marquei para a próxima semana visitá-la. Foi isso que fiz, passamos a semana se comunicando até que chegou o grande dia.

Obs: Essa não é uma obra de ficção, é um pedacinho de minha vida.
                                   

                                                                               23/06/18