LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO


3. 1 Durou muito tempo a guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi; Davi se ia fortalecendo, porém os da casa de Saul se iam enfraquecendo. 

A família de Davi em Hebrom

2 Em Hebrom nasceram filhos a Davi; o primogênito foi Amnom, de Ainoã, a jezeelita. 3  O segundo, Quileabe, de Abigail, viúva de Nabal, o carmelita; o terceiro, Absalão, filho de Maaca, filha de Talmai, rei de Gesur: 4 o quarto, Adonias, filho de Hagite; o quinto, Sefatias, filho de Abital; 5 o sexto, Itreão, de Eglá, mulher de Davi: estes nasceram a Davi em Hebrom.

Abner faz aliança com Davi

6 Havendo guerra entre a casa de Saul e a casa de Davi, Abner se fez poderoso na casa de Saul. 7 Teve Saul uma concubina, cujo nome era Rispa, filha de Aiá. Perguntou Is-Bosete a Abner:  Por que coabitaste com a concubina de meu pai? 8 Então se irou muito Abner por causa das palavras de Is-Bosete, e disse: Sou eu cabeça de cão para Judá? Ainda hoje faço beneficência a casa de Saul, teu pai, a seus irmãos e a seus amigos, e te não entreguei nas mãos de Davi; contudo me queres, hoje, culpar por causa desta mulher. 9 Assim faça Deus segundo lhe parecer a Abner, se como jurou o SENHOR a Davi, não fizer eu, 10 transferindo o reino da casa de Saul e estabelecendo o trono de Davi sobre Israel e sobre Judá, desde Dã até Berseba. 11 E nenhuma palavra pode Is-Bosete responder a Abner, porque o temia. 12 Então de sua parte ordenou Abner mensageiros a Davi, dizendo: De quem é a terra? Faze comigo aliança e eu te ajudarei em fazer passar-te a ti todo o Israel. 13 Respondeu Davi: Bem, eu farei aliança contigo, porém uma cousa exijo: quando vieres a mim não verás a minha face, se primeiro me não trouxeres a Mical, filha de Saul. 14 Também enviou Davi mensageiros a Is-Bosete, filho de Saul, dizendo: Dá-me de volta, minha mulher Mical, que eu desposei por cem prepúcios de filisteus. 15 Então Is-Bosete mandou tirá-la a seu marido, a Paltiel, filho de Laís.16 Seu marido a acompanhou, caminhando, e chorando após ela, até Baurim. Disse  Abner: Vai-te, volta. E ele voltou. 17 Falou Abner com os anciãos de Israel, dizendo: Outrora procuráveis que Davi reinasse sobre vós. 18 Fazei-o, pois, agora, porque o SENHOR falou a Davi, dizendo: Por intermédio de Davi, meu servo, livrarei o meu povo das mãos dos filisteus e das mãos de todos os seus inimigos. 19 Da mesma sorte falou também Abner aos ouvidos de Benjamim; e foi ainda dizer a Davi, em Hebrom, tudo o que agradava a Israel e a toda a casa de Benjamim. 20 Veio Abner ter com Davi, em Hebrom, e vinte homens com ele; Davi ofereceu um banquete a Abner e aos homens que com ele vieram. 21 Então disse Abner a Davi: Levantar-me-ei e irei para ajuntar todo o Israel ao rei, meu senhor, para fazerem aliança contigo; tu reinarás sobre tudo que desejar a tua alma. Assim despediu Davi a Abner, e ele se foi em paz.

Joabe mata Abner a traição

22 Eis que os servos de Davi e Joabe vieram duma investida, e traziam consigo grande despojo; Abner, porém, já não estava com Davi em Hebrom, porque este o havia despedido, e ele se fora em paz. 23 Chegando, pois, Joabe, e toda a tropa que vinha com ele, disseram-lhe: Abner, filho de Ner, veio ter com o rei, o qual o despediu e ele se foi em paz.  24 Então Joabe foi ao rei, e disse: Que fizeste? Eis que Abner veio ter contigo; como, pois, o despediste, indo-se ele livremente? 25 Bem conheces a Abner, filho de Ner. Veio para enganar-te, tomar conhecimento de tuas empresas e sondar todos os teus planos. 26 Retirando-se Joabe de Davi, enviou mensageiros após Abner, e o fizeram voltar desde o poço de Sirá, sem que Davi o soubesse. 27 Tornando, pois, Abner a Hebrom, Joabe o tomou a parte, no interior da porta, para lhe falar em segredo, e ali o feriu no abdômen, e ele morreu, agindo assim Joabe em vingança do sangue de seu irmão Asael. 28 Sabendo-o  depois Davi, disse: Inocente sou, e o meu reino, para com o SENHOR, para sempre, do santo de Abner, filho de Ner. 29 Caia este sangue sobre a cabeça de Joabe e sobre toda a casa de seu pai! Jamais falte da casa de Joabe quem tenha fluxo, quem seja leproso, quem se apoie em muleta, quem caia espada, quem necessite de pão. 30 Joabe, pois, e seu irmão Abisai, mataram a Abner, por ter morto seu irmão Asael, na peleja em Gibeão.

Davi lamenta a morte de Abner

31 Disse, pois Davi a Joabe e a todo o povo que com ele estava: Rasgai as vossas vestes, cingi-vos de sacos e ide pranteando diante de Abner. E o rei Davi ia seguindo o féretro. 32 Sepultaram a Abner em Hebrom; o rei levantou a voz, e chorou junto da sepultura de Abner; chorou também todo o povo. 33 E o rei, pranteando a Abner, disse: Teria de morrer Abner como se fora um perverso? 34 As tuas mãos não estavam atadas, nem os teus pés carregados de grilhões; caíste como os que caem diante dos filhos da maldade! E todo o povo chorou muito mais por ele. 35 Então veio todo o povo fazer que Davi comesse pão,  sendo ainda dia; porém Davi jurou, dizendo: Assim me faça Deus o que lhe aprouver, se eu provar pão ou alguma cousa antes do sol posto. 36 Todo o povo notou isso e lhe pareceu bem, assim como lhe pareceu bem tudo quanto o rei fez. 37 Todo o povo e todo o Israel, naquele mesmo dia, ficaram sabendo que não procedera do rei que matassem a Abner, filho de Ner. 38 Então disse o rei aos seus homens: Não sabeis que hoje caiu em Israel um príncipe e um grande homem? 39 No presente sou fraco, embora ungido rei; estes homens, filhos de Zeruia, são  mais fortes do que eu. Retribua o SENHOR ao que fez mal segundo  a sua maldade.


Davi é aclamado rei de Judá

2.1 Depois disto consultou Davi ao SENHOR, dizendo: Subirei a alguma das cidades de Judá? Respondeu-lhe o SENHOR: Sobe. Perguntou Davi: Para onde subirei? Respondeu o SENHOR: Para Hebrom. 2 Subiu Davi para lá e também as suas duas  mulheres, Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a viúva de Natal, o  Carmelita. 3 Fez Davi subir os homens que estava com ele, cada um com sua família; e habitaram nas aldeias de Hebrom 4 Então  vieram os homens de Judá, e ungiram ali a Davi rei sobre a casa de Judá. E informaram Davi de que os homens de Jabes-Gileade são os que sepultaram a Saul. 5 Então enviou Davi mensageiros aos homens de Jabes-Gileade são os que sepultaram a Saul. 5 Então enviou Davi mensageiro aos homens de Jabes-Gileade para dizer-lhes: Benditos dos SENHOR sejais vós por esta humanidade para com vosso senhor, para com Saul, pois o sepultastes! 6 Agora, pois, o SENHOR use convosco de misericórdia e fidelidade; eu vos recompensarei este bem que fizeste. 7 Agora, pois, sejam fortes as vossa mãos, e sede valentes, pois Saul, vosso o SENHOR, é morte, e os da casa de Judá me ungiram ri sobre si.

Abner faz Is-Bosete rei de Israel

8 Abner, filho de Ner, capitão do exército da Saul, tomou a Is-Bosete, filho de Saul e p fez passar a Maanaim. 9 e o constituiu rei sobre Gileade, sobre os assuritas, sobre Jezreel, Efraim, Benjamim e sobre todo o Israel. 10 Da idade de quarenta anos era Is-Bosete, filho de Saul, quando começou a reinar sobre Israel, e reinou dois anos; somente a casa de Judá seguia a Davi. 11 O tempo de Davi reinou em Hebrom sobre a casa de Judá, foi sete anos e seis meses.

Vitória de Davi sobre Is-Bosete

12 Saiu Abner, filho de Ner, com os homens de Is-Bosete, filho de Saul, de Maanaim a Gibeon. 13 Saíram também Joabe, filho de Zeruia, e os homens de Davi, e se encontraram uns com os outros perto do açude de Gibeom; pararam estes da banda de cá do açude, e aqueles da banda de lá. 14 Disse Abner a Joabe; Levantem-se os moços e batam-se diante de nós. Respondeu Joabe: Levantem-se os moços e batam-se diante de nós. Respondeu Joabe: Levantem-se. 15 Então se levantaram, e avançaram em igual número; doze de Benjamim, da parte de Is-Bosete, filho de Saul, e doze dos homens de Davi. 16 Cada um lançou mão da cabeça do outro, meteu-lhe a espada no lado, e caíram juntamente; donde se chamou aquele lugar Campo das Espadas, que está junto a Gibeom. 17 Seguiu-se crua peleja naquele dia; porém Abner e os homens de Israel foram derrotados diante dos homens de Davi.

Abner mata a Asael

18 Estavam ali os três filhos de Zeruia, Joabe, Abisai e Asael; Asael era ligeiro de pés, como gazela selvagem. 19 Asael perseguiu Abner, e, na sua perseguição, não se desviou nem para a direita, nem para a esquerda. 20 Então olhou Abner para trás e perguntou: És tu Asael? Ele respondeu? Eu mesmo. 21 Então lhe disse Abner: Desvia-te para a direita ou para a esquerda lança mão dum dos moços e toma-lhe a armadura. Porém Asael não quis apartar-se dele. 22  Então Abner tornou a dizer-lhe: Desvia-te de detrás de mim; por que hei de eu ferir-te e dar contigo em terra? e como me avistaria rosto a rosto com Joabe, teu irmão? 23 Porém recusando ele desviar-se, Abner o feriu no abdômen  com a extremidade inferior da lança, que lhe saiu por detrás. Asael caiu e morreu no mesmo lugar; todos quantos chegavam no lugar em que Asael caíra e morrera, paravam.

Joabe persegue os homens de Abner.

24 Porém Joabe e Abisai perseguiram Abner; e pôs-se o sol, quando chegaram eles ao outeiro de Amá,  que está diante de Gia, junto ao caminho do deserto de Gibeão. 25 Os filhos de Benjamim se ajuntaram atrás de Abner e,  cerrados numa tropa, puseram-se no cume de um outeiro. 26 Então Abner gritou a Joabe e disse: Consumirá a espada para sempre? Não sabes que serão amargas as suas consequências? Até quando te demorarás em ordenar ao povo que deixe de perseguir a seus irmãos? 27 Respondeu Joabe: Tão certo como vive Deus, se não tivesses falado, só amanhã cedo o povo cessaria de perseguir, cada um a seu irmão. 28 Então Joabe tocou a trombeta, e todo o povo parou, e eles não perseguiram mais a Israel e já não pelejaram. 29 Abner e seus homens marcharam toda aquela noite pela planície; passaram o Jordão e, caminhando toda a manhã, chegaram a Maanaim. 30 Joabe deixou de perseguir a Abner; e tendo ele ajuntado todo o povo, faltavam dezenove dos homens de Davi, e Asael. 31 Porém os servos de Davi tinham ferido dentre os de Benjamim e dentre os homens de Abner, a trezentos e sessenta homens, que ali ficaram mortos. 32 Levaram a Asael e o enterraram na sepultura de seu pai, a qual estava em Belém. Joabe e seus homens caminharam toda aquela noite, e amanheceu-lhes o dia em Hebrom.

u

Davi recebe a notícia da derrota e a morte de Saul

1.1 Depois da morte de Saul, voltando Davi da derrota dos amalequitas, e estando já dois dias em Ziclague, 2 sucedeu ao terceiro dia aparecer do arraial de Saul um homem com as vestes rotas e terra sobre a cabeça; em chegando ele a Davi, inclinou-se lançando-se em terra. 3 Perguntou-lhe Davi: Donde vens? Ele respondeu: Fugi do arraial de Israel. 4 Disse-lhe Davi: como foi lá isso? Conta-mo. Ele lhe respondeu: O povo fugiu da batalha, e muitos caíram e morreram, bem como Saul e Jônatas, seu filho. 5 Disse Davi ao moço que lhe dava as novas: Como sabes tu que Saul e Jônatas, seu filho, são mortos? 6 Então disse o moço portador das notícias: Cheguei por acaso a montanha de Gilboa, e eis que Saul estava apoiado sobre a sua lança, e os carros e a cavalaria apertava, com ele. 7 Olhando ele para trás, viu-me e chamou-me. Eu disse: Eis-me aqui. 8 Ele me perguntou: Quem és tu?  Eu respondi: Sou amalequita. 9 Então me disse:  Arremete sobre mim, e mata-me, pois me sinto vencido de câimbra, mas o tino se acha ainda todo em mim. 10 Arremessei-me, pios, sobre ele, e o matei, porque bem sabia eu que ele não viveria depois de ter caído, Tomei-lhe a coroa que trazia na cabeça e o bracelete, e os trouxe aqui ao meu senhor.

Davi manda matar o amalequita 

11 Então apanhou Davi as suas próprias vestes e as rasgou, e assim fizeram todos os homens que estava com ele. 12 prantearam, choraram e jejuaram até a tarde por Saul, e por Jônatas, seu filho, e pelo povo do SENHOR, e pela casa de Israel, porque tinham caído a espada. 13 Então perguntou Davi ao moço portador das notícias: Donde és tu? Ele respondeu: Sou filho de um homem estrangeiro, amalequita. 14 Davi lhe disse: Como não temeste estender a mão para matares o ungido do Senhor? 15 Então chamou Davi a um dos moços, e lhe disse: Vem, lança-te sobre esse homem. Ele o feriu, de sorte que morreu. 16 Disse-lhe Davi: O teu sangue seja sobre a tua cabeça, porque a tua própria boca testificou contra ti, dizendo: Matei o ungido do SENHOR. 22 Sem sangue dos ferido, sem gordura dos valente, nunca se recolheu o arco de Jônatas, nem voltou vazia a espada de Saul. 23 Saul e Jônatas, queridos e amáveis, tanto na vida como na morte não se separaram! Eram mais ligeiros do que as águias, mais fortes do que os leões. 24 Vós, filhas de Israel, chorai por Saul, que vos vestia de rica escarlata, que vos punha sobre os vestidos adornos de ouro, 25 como caíram os valentes, no meio da peleja! Jônatas sobre os montes foi morto! 26 Angustiado estou por ti, meu irmão Jônatas; tu eras amabilíssimo para comigo! Excepcional era o teu amor, ultrapassando o amor de mulheres. 27 Como caíramos valentes, e pereceram as armas de guerra! 

 

A derrota de Israel e a morte de Saul


31.1 Nesse comenos os filisteus pelejaram contra Israel e, tendo os homens de Israel fugido de diante dos filisteus, caíram feridos no monte Gilboa. Os filisteus apertarem com Saul e seus filhos, e mataram a Jônatas, a Abinadabe e a Malquisua, filhos de Saul. 3 Agravou-se a peleja contra Saul, os flecheiros o avistaram, e ele muito os temeu. 4 Então disse Saul ao seu escudeiro: Arranca a tua espada, e atravessa-me com ela, para que porventura não venham estes incircuncisos, e me traspassem e escarneçam de mim. Porém o seu escudeiro não o quis, porque temia muito; então Saul tomou da espada, e se lançou sobre ela. 5 Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul já era morte, também ele se lançou sobre ela. 5 Vendo, pois, o seu escudeiro que Saul já era morto, também ele se lançou sobre a sua espada, e morreu com ele. 6 Morreu, pois Saul, e seus três filhos, e o seu escudeiro, e também todos os seus homens foram mortos naquele dia com ele. 7 Vendo os homens de Israel, que estavam desta banda do vale e daquém do Jordão, que os homens de Israel fugiram, e que Saul  e seus filhos estavam mortos, desampararam as cidades e fugiram; e vieram os filisteus e habitaram nelas. 

A sepultura de Saul


8 Sucedeu, pois, que, vindo os filisteus ao outro dia a despojar os mortos, acharam a Saul e a seus três filhos caídos no monte Gilboa. 9 Cortaram a cabeça a Saul, e o despojaram das suas armas; enviaram mensageiros pela terra dos filisteus, em redor, a levar as boas-novas a casa dos seus ídolos e entre o povo. 10 Puseram as armas de Saul no templo de Astarote, e o seu corpo o afixaram no muro de Bete-Seã. 11 Então ouvindo isto os moradores de Jabes- Gileade, o que os filisteus fizeram a Saul, 12 todos os homens valentes se levantaram e caminharam toda a noite, e tiraram o corpo de Saul e os coros de seus filhos do muro de Bete-Seã e, vindo a Jabes, os queimaram. 13 Tomaram-lhes os ossos, e os sepultaram debaixo dum arvoredo, em Jabes, e jejuaram sete dias.





 Ziclague é saqueada pelos amalequitas

30.1 Sucedeu, pois, que, chegando Davi e os seus homens ao terceiro dia a Ziclague, já os amalequitas tinham dado com ímpeto contra o sul e Ziclague, e a esta ferido e queimado a fogo; 2 tinham levado cativas as mulheres que lá se achavam porém a ninguém mataram, nem pequenos nem grandes; tão -somente os levaram consigo, e foram seu caminho. 3 Davi e os seus homens vieram a cidade, e ei-la queimada a fogo, e suas mulheres, seus filhos e suas filhas eram levados cativos. 4 Então Davi e o povo que se achava com ele ergueram a voz, e choraram, até não terem mais forças para chorar. 5 Também as duas mulheres de Davi foram levadas cativas; Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a viúva de Nabal, o carmelita. 6 Davi muito se angustiou, pois o povo falava de apedrejá-lo, porque todos estavam em amargura, cada um por causa de seus filhos e de suas filhas; porém Davi se reanimou no SENHOR seu Deus. 

Davi livra os cativos

7 Disse Davi a Abiatar, o sacerdote, filho de Almeleque: Traze-me aqui a estola sacerdotal. E Abiatar a trouxe a Davi. 8 Então consultou Davi o SENHOR, dizendo: Perseguirei eu o bando? Alcançá-lo-ei? Respondeu-lhe o SENHOR: persegue-o, porque de fato o alcançarás, e tudo libertarás. 9 Partiu, pois, Davi, ele e os seiscentos homens que com ele se achavam, e chegaram ao ribeiro de Besor, onde os retardatários ficaram. 10 Davi, porém com quatrocentos homens continuaram a perseguição, pois que duzentos ficaram atrás por não poderem de cansados que estavam, passar o ribeiro de Besor. 11 Acharam no campo um homem egípcio e o trouxeram a Davi; deram-lhe pão, e comeu, e deram-lhe a beber água. 12 Deram-lhe também um pedaço de pasta de figos secos e dois cachos de passas, e comeu; recobrou então o alento, pois havia três dias e três noites que não comia pão nem bebia água. 13 Então lhe perguntou Davi: De que és tu, e de onde vens? Respondeu o moço egípcio: Sou servo dum amalequita, e meu senhor me deixou aqui, porque adoeci há três dias. 14 Nós demos com ímpeto contra a banda do sul dos queretitas, contra o território de Judá, e contra a banda do sul de Calebe, e pusemos fogo a Ziclague. 15 Disse-lhe Davi: Poderias, descendo, guiar-me a esse bando? Respondeu-lhe: Jura-me, por Deus, que me não matarás, nem me entregarás na mão de meu senhor, e descerei e te guiarei a esse bando. 16 E, descendo, o guiou. Eis que estavam espalhados sobre todas a região, comendo, bebendo, e fazendo festa por todo aquele grande despojo que  tomaram da terra dos filisteus e da terra de Judá. 17 Feriu-os Davi, desde o crepúsculo vespertino até a tarde do dia seguinte, e nenhum deles escapou, senão só quatrocentos moços que, montados em camelos, fugiram. 18 Assim Davi salvou tudo quanto haviam tomado os amalequitas; também salvou as suas duas mulheres. 19 Não lhes faltou cousa alguma, nem pequena nem grande, nem os filhos, nem as filhas, nem o despojo, nada do que lhes haviam tomado: Tudo Davi tomou a trazer. 20 Também tomou  Davi todas as ovelhas e o gado, e o levaram diante de Davi, e diziam: Este é o despojo de Davi.

Davi estabelece a lei da divisão da presa

21 Chegando Davi aos duzentos homens que, de cansados que estavam, não o puderam seguir e ficaram no ribeiro de Besor, estes saíram ao encontro de Davi e do povo que com ele vinha; Davi, aproximando-se destes os saudou cordialmente. 22 Então todos os maus e filhos de Belial, dentre os homens que tinham ido com Davi, responderam e disseram: Visto que não foram conosco, não lhes daremos do despojo que salvamos; cada um porém, leve sua mulher e seus filhos, e se vá embora. 23 Porem  Davi disse: Não fareis assim, irmãos meus, com o que nos deu o SENHOR, que nos guardou, e entregou as nossas mãos o bando, que contra nós vinha. 24 Quem vos daria ouvidos nisso? Porque, qual é a parte dos que desceram  a peleja, tal será a parte dos que ficaram com a bagagem; receberão partes iguais. 25 E assim, desde aquele dia em diante, foi isso estabelecido por estatuto e direito em Israel até ao dia de hoje. 26 Chegando Davi a Ziclague, enviou do despojo aos anciãos de Judá, seus amigos, dizendo: Eis para vós outros um presente do despojo dos inimigos do SENHOR: 27 aos de Betel, aos de Ramote do Neguebe, aos  de Jatir, 28 aos de Aroer, aos de Sifmote, aos de Estemoa, 29 Aos de Racal, aos que estavam nas cidades dos jerameelitas e nas cidades dos queneus, 30 aos de Hormá, aos de Corasã, aos de Atace, 31 aos de Hebrom, e a todos  os lugares em que andar Davi, ele e os seus homens.

 

Os filisteus desconfiam de Davi

29.1 Ajuntaram os filisteus todos os seus exércitos em Afeque, e acamparam-se os israelitas junto a fonte que está em Jezreel. 2 Os príncipes dos filisteus se foram para lá com centenas e com milhares; e Davi e seus homens iam com Aquis na retaguarda. 3 Disseram então os príncipes dos filisteus: Estes hebreus que fazem aqui? Respondeu Aquis aos príncipes dos filisteus? Não é este Davi, o servo de Saul, rei de Israel, que esteve comigo há muitos dias ou anos? E cousa nenhuma achei contra ele desde o dia em que, tendo desertado, passou para mim, até ao dia de hoje. 4 Porém os príncipes dos filisteus muito se indignaram contra ele; e lhe disseram: Faze voltar a este homem, para que torne ao lugar que lhe designaste, e não desça conosco a batalha, para que não se faça nosso adversário no combate pois, de que outro modo se reconciliaria como seu senhor? não seria, porventura, com as cabeças destes homens? 5 Não é este aquele Davi, de quem uns aos outros respondiam nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus fez milhares? 6 Então Aquis chamou a Davi e lhe disse: Tão certo como vive o SENHOR, tu és reto, e me parece bem que tomes parte comigo nesta campanha; porque nenhum  mal tenho achado em ti desde o dia de hoje: porém aos príncipes não agradas.7 Volta, pois, agora, e volta em paz; para que não desagrades aos príncipes dos filisteus. 8 Então Davi disse Aquis: porém que fiz eu? Ou que achaste no teu servo desde o dia em que entrei para o teu serviço até hoje, para que não vá pelejar contra os inimigos do rei meu senhor? 9 Respondeu, porém, Aquis, e disse a Davi: Bem o sei; e que na verdade aos meus olhos és bom como um anjo de Deus; porém os príncipes dos filisteus disseram: Não suba este conosco a batalha. 10 Levanta-te, pois amanhã de madrugada com os teus servos, que vieram contigo; e, levantando-vos logo que haja luz, parti. 11 Então Davi de madrugada se levantou, ele e os seus homens, para partirem e voltarem a terra dos filisteus. Os filisteus, porém, subiram a Jezreel.


 Saul consulta a médium de En-Dor

28.1 Sucedeu naqueles dias que, juntando os filisteus os seus exércitos para a peleja, para fazer guerra contra Israel, disse Aquis a Davi: Fica sabendo que comigo sairás a peleja, tu e os teus homens. 2 Então disse Davi a Aquis: Assim saberás quanto pode o teu servo fazer. Disse Aquis a Davi: Por isso te farei minha guarda pessoal para sempre. 3 Já Samuel era morto, e todo o Israel o tinha chorado, e o tenha sepultado em Ramá, que era a sua cidade; Saul havia desterrado os médiuns e os adivinhos. 4 Ajuntaram-se os filisteus, e vieram acampar-se em Suném: ajuntou Saul a todo o Israel, e se acamparam em Gilboa. 5 Vendo Saul o acampamento dos filisteus, foi tomado de medo, e muito se estremeceu o seu coração. 6 consultou  Saul o SENHOR, porem este não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. 7 Então disse Saul aos seus servos: Apontai-me uma mulher que seja médium, para que me encontre com ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Há uma mulher em En-Dor que é médium. 8 Saul disfarçou-se, vestiu outras roupas e se foi, e com ele dois homens, e de noite chegaram a mulher; e lhe disse: Peço-te que me adivinhes pela necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser. 9 Respondeu-lhe a mulher: Bem sabes o que fez Saul, como eliminou da terra os médiuns e adivinhos; por que, pois, me armas cilada a minha vida, para me matares?10 Então Saul lhe jurou pelo SENHOR, dizendo: Tão certo como vive o SENHOR, nenhum castigo te sobrevirá por isso. 11 Então lhe disse a mulher: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel. 12 Vendo a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse a Saul: Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul.13 Respondeu-lhe o rei: Não temas; que vês? Então a mulher respondeu a Saul? Vejo um deus que sobe da terra. 14 Perguntou ele: Como é a sua figura? Respondeu ela: Vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou. 15 Samuel disse a Saul: Por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: Mui angustiado estou, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se desviou de mim, e já não me responde, nem pelo ministério dos profetas, nem que sonhos; por isso te chamei para que me reveles o que devo fazer. 16 Então disse Samuel: Por que, pois, a mim me perguntas, visto que o SENHOR  te desamparou e se fez teu inimigo? 17 Porque o SENHOR fez para contigo como por meu intermédio ele te dissera: tirou o reino da tua mão, e o deu ao teu companheiro Davi. 18 Como tu não deste ouvidos a voz do SENHOR, e não executaste o que ele no furor da sua ira ordenou contra Amaleque, por isso o SENHOR te fez hoje isto. 19 O SENHOR entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo; e o acampamento de Israel o SENHOR entregará na mão dos filisteus. 20 De súbito caiu Saul estendido por terra, e foi tomado de grande medo por causa das palavras de Samuel; e faltavam-lhe as forças, porque não comera pão todo aquele dia e toda aquela noite. 21 Aproximou-se de Saul a mulher e, vendo-o assaz perturbado, disse-lhe: Eis que a tua serva deu ouvido a tua voz, e arriscando a minha vida atendi as palavras que me falaste. 22 Agora, pois, ouve também tu as palavras da tua serva, e permite que  eu ponha um bocado de pão diante de ti; come, para que tenhas forças e te ponhas a caminho. 23 Porém ele o recusou, e disse: Não comerei. Mas os seus servos e a mulher o constrangeram; e atendeu. Levantou-se do chão, e se assentou no leito. 24 Tinha a mulher em casa um bezerro cevado; apressou-se, matou-o e, tomando farinha, o amassou e o cozeu em bolos asmos. 25 E os trouxe diante de Saul e de seus servos, e comeram. Depois se levantaram e se foram naquela mesma noite.


 Davi outra vez com Aquis, rei de Gate

27 Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul; nada há, pois, melhor para mim do que fugir para a terra  dos filisteus; para que Saul perca de todo as esperanças e deixe de perseguir-me por todos os termos de Israel; assim me livrarei da sua mão. 2 Dispôs-se  Davi e, com os seiscentos homens que com ele estavam,  passou a Aquis, filho de Mão que, rei de Gate. 3 Habitou Davi com Aquis em Gate, ele e os seus homens, cada um com a sua família; Davi com ambas as suas mulheres, Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a viúva de Nabal, o carmelita. 4 Avisado Saul de que Davi tinha fugido para Gate, desistiu de o perseguir. 5 Disse Davi a Aquis: Se achei mercê  na tua presença, dá-me lugar numa das cidades da terra, para que habite; por que há de habitar o teu servo contigo na cidade real? 6 Então lhe deu Aquis naquele dia a cidade de Ziclague. Pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje. 7 E todo o tempo que Davi permaneceu na terra dos filisteus, foi um ano e quatro meses. 8 Subia Davi com os seus homens, e davam contra os gesuritas, os gersitas e os amalequitas; porque eram estes os moradores da terra desde Telã na direção de Sur até a terra do Egito. 9 Davi feria aquela terra, e não deixava com vida nem homem nem mulher, e tornava as ovelhas, e os bois, e os jumentos, e os camelos, e as veste; voltava, e vinha a Aquis. 10 E perguntando Aquis: Contra quem deste hoje? Davi respondia: contra o sul Judá; e o sul dos jerameelitas, e o sul dos queneus. 11 Davi não deixava com vida nem homem nem mulher, para os trazer a Gate, pois dizia: Para que não nos denunciem, dizendo: Assim Davi o fazia. Este era o seu proceder por todos os dias que habitou na terra dos filisteus. 12 Aquis confiava em Davi, dizendo; Fez-se ele por certo aborrecível para com o seu povo em Israel; pelo que me será por servo para sempre.

Davi outra vez poupa a vida de Saul


26.1 Vieram os zifeus a Saul, a Gibeá, e disseram: Não se acha Davi escondido no outeiro de Haquilá defronte de Jesimom? 2 Então Saul se levantou, e desceu ao deserto de Zife, e com ele três mil homens escolhidos de Israel, a buscar a Davi. 3 Acampou-se Saul no outeiro de Haquilá, defronte de Jesimom, junto ao caminho: porém Davi ficou no deserto e, sabendo que Saul vinha para ali a sua procura, 4 enviou espias, e soube que Saul tinha vindo. 5 Davi se levantou, e veio ao lugar onde Saul acampara, e viu o lugar onde se deitaram Saul e Abner, filho de Ner, comandante do seu exército. Saul estava deitado no acampamento, e o povo ao redor dele. 6 Disse Davi a Aimeleque, o heteu, e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe: Quem descerá comigo a Saul ao arraial? Respondeu Abisai: Eu descerei contigo. 7 Vieram, pois Davi e Abisai de noite ao povo, e eis que Saul estava deitado, dormindo no acampamento, e a sua lança fincada na terra a sua cabeceira; Abner e o povo estavam deitados ao redor dele. 8 Então disse Abisai a Davi: Deus te entregou hoje nas mãos o teu inimigo; deixa-me, pois, agora, encrava-lo com a lança, ao chão, de um só golpe; não será preciso segundo. 9 Davi, porém, respondeu a Abisai: Não o mates,  pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do SENHOR, e fique inocente? 10 Acrescentou Davi: Tão certo como vive o SENHOR, este o ferirá, ou o seu dia chegará em que morra, ou em que, descendo a batalha, seja morto. 11 O SENHOR me guarde, de que eu estenda a mão contra o seu ungido; agora, porém, toma a lança que está a sua cabeceira, e a bilha da água, e vamo-nos. 12 Tomou, pois, Davi a lança e a bilha da água, da cabeceira de Saul, e foram-se; ninguém o viu, nem o soube, nem se despertou, pois todo dormiam, porquanto da parte do SENHOR lhes havia caído profundo sono. 13 Tendo Davi passado a outra bando, pôs-se  no cume do monte ao longe, de maneira que entre eles havia grande distância.14 Bradou ao povo, e a Abner, filho de Ner, dizendo: Não respondes, Abner? Então Abner acudiu e disse: Quem és tu, que bardas ao rei? 15 Então disse Davi a Abner: Porventura não és homem? e quem há em Israel como tu? Por que, pois, não guardaste o rei teu senhor? Porque veio um do povo para destruir o rei teu senhor. 16 Não é bom isso, que fizeste; tão certo como vive o SENHOR, deveis morrer, vós que não guardastes  a vosso senhor, o ungido do SENHOR; vede agora onde está a lança do rei e a brilha da água, que tinha a sua cabeceira. 

Saul outra vez se reconcilia com Davi

17 Então reconheceu Saul a voz de Davi, e disse: Não é a tua voz, meu filho Davi? Respondeu Davi: Sim, a minha, ó rei meu senhor. 18 Disse mais: Por que persegue o meu senhor assim seu servo? Pois que fiz eu? E que maldade se acha nas minhas mãos? 9 Ouve, pois, agora, te rogo, ó rei meu senhor, as palavras de teu servo: Se é o SENHOR que te incita contra mim, aceite ele a oferta de manjares; porém se são os filhos dos homens, malditos sejam perante o SENHOR; pois eles me expulsaram hoje para  que eu não tenha parte  na herança do SENHOR, como que dizendo: Vai, serve a outros deuses. 20 Agora, pois, não se derrame o meu sangue longe desta terra do SENHOR; pois saiu o rei de Israel em busca duma pulga, como quem persegue uma perdiz nos montes. 21 Então disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, pois não tornarei a fazer-te mal; porque foi hoje preciosa a minha vida aos teus olhos. Eis que tenho procedido como louco e errado excessivamente. 22 Davi então respondeu, e disse: Eis que a lança, ó rei; venha aqui um dos moços, e leve-a. 23 Pague porém, o SENHOR  a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te havia dado hoje na minha mão, porém, eu não quis estende-la contra o ungido do SENHOR. 24 Assim como foi a tua vida hoje de muita estima aos meus olhos, assim também seja a minha aos olhos do SENHOR, e ele me  livre de toda tribulação. 25 Então Saul disse a Davi: Bendito sejas tu, meu filho Davi; pois grandes cousas farás e de fato prevalecerás. Então Davi continuou o seu caminho, e Davi voltou para os eu lugar.

A morte de Samuel

25.1 Faleceu Samuel; todo o Israel se ajuntou, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.

Davi e Nabal

2 Havia um homem em Maon, que tinha as suas possessões no Carmelo; homem abastado, tinha três mil ovelhas e mil cabras, e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo. 3 Nabal era o nome deste homem, e Abigail o de  sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo seu trato. Era ele da casa de Calebe. 4 Ouvindo Davi no deserto que Nabal tosquiava as suas ovelhas, 5 enviou dez moços, e lhes disse: Subi ao Carmelo, ide a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está. 6 Direis aquele próspero: Paz seja contigo, e tenha paz a tua casa, e tudo que possuis tenha paz. 7 Tenho ouvido que tens tosquiadores. Os teus pastores estiveram conosco; nenhum agravo lhes fizemos, e  de nenhuma cousa sentiram falta todos os dias que estiveram no Carmelo. 8 pergunta aos teus moços e eles to dirão: achem mercê, pois, os meus moços na tua presença, porque viemos em boa hora: dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, qualquer cousa que tiveres a mão. 9 Chegando, pois, os moços de Davi, e tendo falado Nabal todas essa palavras em nome de Davi, aguardaram. 10 Respondeu Nabal aos moços de Davi, e disse: Quem é Davi, e quem o filho de Jessé? Muitos são hoje em dia os servos que fogem ao seu senhor. 11 Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que eu não sei donde vem? 12 Então os moços de Davi puseram-se a caminho, voltaram, e tendo chegado, lhe contaram tudo segundo todas estas palavras. 13 Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e também Davi a sua; subiram após Davi uns quatrocentos homens,  e duzentos ficaram com a bagagem. 14 Nesse meio tempo um dentre os moços de Nabal o anunciou a Abigail, mulher deste, dizendo: Davi enviou do deserto mensageiros a saudar a nosso senhor, porém este disparatou com eles. 15 Aqueles homens, porém, nos tem sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles, e de nenhuma cousa sentimos falta em todos os dias de nosso trato com eles quando estávamos no campo. 16 De muro em redor nos serviram assim de dia como de noite, todos os dias que estivemos com eles apascentando as ovelhas. 17 Agora, pois, considera e vê o que hás de fazer, porque já o mal está de fato determinado contra o nosso senhor e contra toda a sua casa, e ele é filho de Belial, e não há quem lhe possa falar.

Abigail apazigua Davi

18 Então Abigail tomou, a toda pressa, duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos, 19 disse aos seus moços: Ide adiante de mim, pois vos seguirei de perto. Porém nada disse ela a seu marido Nabal. 20 Enquanto ela, cavalgando um jumento, descia, encoberta pelo monte, Davi e seus homens também desciam, e ela se encontrou com eles. 21 Ora Davi dissera? Com efeito, de nada me serviu ter guardado tudo quanto este possui no deserto, e de nada sentiu falta de tudo quanto lhe nada sentiu falta de tudo quanto lhe pertence; ele me pegou mal por bem. 22 Faça Deus o que lhe aprouver aos inimigos de Davi, se eu deixar ao amanhecer um  só do sexo masculino dentre  os seus.23 Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, desceu do jumento, e prostrou-se sobre o rosto diante de Davi, inclinando-se até a terra. 24 Lançou-se-lhe aos pés, e disse: Ah! senhor meu, caia a culpa sobre mim; permite falar a tua serva contigo, e ouve as palavras da tua serva. 25 Não  se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que dignifica o seu nome isso ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste. 26 Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o SENHOR e a tua alma, foste por este impedido de derramar sangue e de vingar-te por tuas próprias mãos. Como Nabal sejam os  teus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor. 27 Este é o presente que trouxe a tua serva a meu senhor; seja ele dado aos moços que seguem ao meu senhor. 28 Perdoa a transgressão da tua serva; pois de fato o SENHOR te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do SENHOR, e não se ache mal em ti por todos os teus dias. 29 Se algum homem se levantar para te perseguir, e buscar a tua vida então a tua vida será atada no feixe dos que vivem com o SENHOR teu Deus; porém a vida de teus inimigos este a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda. 30 E há de ser que, usando o SENHOR contigo segundo todo o bem que tem dito a teu respeito, e te houver estabelecido príncipe sobre Israel, 31 então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar ao coração, o sangue que sem causa vieres a derramar, e o não te haveres vingado com as tuas próprias mãos, quando o SENHOR te houver feito o bem, lembrar-te-ás da tua serva. 32 Então Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR Deus de Israel que hoje te enviou ao meu encontro.33 Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue, e de que por minha própria mão me vingasse. 34 Porque, tão certo como vive o SENHOR Deus de Israel, que me impediu de que te fizesse mal, se tu não te apressaras, e me não vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal até ao amanhecer nem um sequer do sexo masculino. 35 Então Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia trazido, e lhe disse: Sobe em paz a tua casa; bem vês que ouvi a tua petição e a ela atendi.

A morte de Nabal

36 Voltou Abigail a Nabal. Eis que ele fazia em casa um banquete, como banquete de rei; o seu coração estava alegre, e ele já mui embriagado, pelo que não lhe referiu ela cousa alguma, nem pouco nem muito até ao amanhecer. 37 Pela manhã estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas cousas; e se amorteceu nele o coração, e ficou ele como pedra. 38 Passados uns dez dias, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu.

Davi casa com Abigail

39 Ouvindo Davi que Nabal morrera, disse: Bendito seja o SENHOR, que pleiteou a causa da afronta que recebi de Nabal, e me deteve de fazer o mal, fazendo o SENHOR cair o mal de Nabal sobre a sua cabeça. Mandou Davi falar a Abigail, no Carmelo, lhe disseram: Davi nos mandou a ti, para te levar por sua mulher. 41 Então ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis que a tua serva é criada para lavar os pés aos criados de meu senhor. 42 Abigail se apressou e, dispondo-se, cavalgou um jumento com as suas cinco moças que a assistiam; e ela seguiu os mensageiros de Davi, que a recebeu por mulher. 43 Também tomou Davi a Ainoã de Jezreel, e ambas foram suas mulheres. 44 Porque Saul havia dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim.