LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO


 2.1 Num dia, em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles apresentar-se perante ele. 2 Então o SENHOR  disse a Satanás; Donde vens? Respondeu Satanás ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. 3 Perguntou o SENHOR a Satanás: Observaste o meu servo Jó? porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. Ele conserva a sua integridade embora me incitasses contra ele, para consumir sem causa. 4 Então Satanás respondeu ao SENHOR: Pele por pele, e tudo quanto o homem tem dará pela sua vida. 5 Estende, porém, a tua mão, toca-lhe nos ossos e na carne, e verás se não blasfema contra ti na tua face! 6 Disse o SENHOR a Satanás: Eis que ele está em teu poder; mas poupa-lhe a vida. 7 Então saiu Satanás  da presença do SENHOR, e feriu a Jó de tumores malignos, desde a planta do pé até ao  alto da cabeça. 8 Jó sentado em cinza, tomou um caco para com ele raspar-se. 9 Então sua mulher lhe disse: Ainda conservas a tua integridade? Amaldiçoa a Deus, e morre. 10 Mas ele lhe respondeu: Falas como qualquer doida; temos recebido o bem de Deus, e não receberíamos também o mal? Em tudo isto não pecou Jó com os seus lábios. 11 Ouvindo, pois três amigos de Jó todo este mal que lhe sobreviera, chegaram, cada um do seu lugar; Elifaz o naamatita; e combinaram ir juntamente condoer-se dele, e consolá-lo. 12 Levantando eles de longe os olhos e não o reconhecendo, ergueram a voz e choraram; e cada um, rasgando o seu manto, lançava pó ao ar sobre a cabeça. 13 Sentaram-se com ele na terra, sete dias e sete noites: e nenhum lhe dizia palavra alguma, pois viam que a dor era muito grande.



 A virtude e riqueza de Jó

1.1 Havia um homem na terra de Uz, cujo nome era Jó; homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desviava do mal. 2 Nasceram-lhe sete filhos e três filhas. 3 Possuía sete mil ovelhas, três mil camelos, quinhentas juntas de bois, e quinhentas jumentas; era também mui numeroso o pessoal ao seu serviço, de maneira que este homem era o maior de todos os do Oriente.4 Seus filhos iam as casas uns dos outros e faziam banquetes, cada um por sua vez, e mandavam convidar as suas três irmãs a comerem e beberem com eles. 5 Decorrido o turno de dias de seus banquetes, chamava jó a seus filho e os santificava; levantava-se de madrugada, e oferecia holocaustos segundo o número de todos eles, pois dizia: Talvez tenham pecado os meus filhos, e blasfemado contra Deus em seu coração. assim o fazia Jó continuamente.
6 Num dia em que os filhos de Deus vieram apresentar-se perante o SENHOR, veio também Satanás entre eles. 7 Então perguntou o SENHOR a Satanás: Donde vens? Satanás respondeu ao SENHOR, e disse: De rodear a terra, e passear por ela. 8 Perguntou ainda o SENHOR a Satanás: Observaste a meu servo Jó? porque ninguém há na terra semelhante a ele, homem íntegro e reto, temente a Deus, e que se desvia do mal. 9 Então respondeu Satanás ao SENHOR: Porventura Jó debalde teme a Deus? 10 Acaso não o cercaste com sebe, a ele, a sua casa e a tudo quanto tem? a obra de suas mãos abençoaste, e os seus bens se multiplicaram na terra. 11 Estende, porém a tua mão e toca-lhe em tudo quanto tem e verás se não blasfema contra ti na tua face! 12 Disse o Senhor a Satanás: Eis que tudo quanto ele tem está em teu  poder; somente contra ele não estendas a tua mão. E Satanás saiu da presença do Senhor.

As aflições e paciência de Jó

13 Sucedeu um dia, em que seus filhos e suas filhas comiam,  e bebiam vinho na casa do irmão primogênito,14 que veio um mensageiro a Jó, e lhe disse: Os bois lavravam, e as jumentas pasciam junto a eles; 15 de repente deram sobre eles os sabeus, e os levaram, e mataram aos servos ao fio da espada; só eu escapei, para trazer-te a nova. 16 Falava este ainda quando veio outro, e disse: Fogo de Deus caiu do céu, e queimou as ovelhas e os servos, e os consumiu; só eu escapei, para trazer-te a nova. 17 Falava este ainda quando veio outro, e disse: Dividiram-se os caldeus em três bandos, deram sobre os camelos, e os levaram e mataram os servos ao fio da espada; só eu escapei, para trazer-te a nova. 18 Também este falava ainda quando veio outro, e disse: Estando teus filhos e tuas filhas comendo, e bebendo vinho, em casa do irmão primogênito, 19 eis que se levantou grande vento da banda do deserto, e deu nos quatro cantos da casa, a qual caiu sobre eles, e morreram; só  eu escapei, para trazer-te a nova. 20 Então Jó se levantou, rasgou o seu manto, rapou a cabeça, e lançou-se em terra, e adorou; 21 e disse: Nu saí do ventre de minha mãe, e nu voltarei; o SENHOR o deu, e o SENHOR  o tomou; bendito seja o nome do SENHOR! 22 Em tudo isto Jó não pecou, nem atribuiu a Deus falta alguma.

 

O renome de Mordecai

10.1 Depois disto o rei Assuero impôs tributo sobre a terra, e sobre as terras do mar. 2 Quanto aos mais atos do seu poder e do seu valor, e ao relatório completo da grandeza de Mordecai a quem o rei exaltou, porventura não está escrito no livro da história dos reis da Média e da Pérsia? 3 Pois o judeu Mordecai foi o segundo depois do rei Assuero, e grande para com os judeus, e estimado pela multidão de seus irmãos, tendo procurado o bem-estar do seu povo e trabalhado pela prosperidade de todo o povo da sua raça.


Aqui termina o livro de Ester.


 Os judeus matamos seus inimigos

9.1 No dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, quando chegou a palavra do rei e a sua ordem para se executar, no dia em que os inimigos dos judeus contavam assenhorear-se deles, sucedeu o contrário, pois os judeus é que se assenhorearam dos que os odiavam; 2 porque os judeus nas suas cidades, em todas as províncias do rei Assuero, se ajuntaram para dar cabo daqueles que lhes procuravam o mal; e ninguém podia resistir-lhes, porque o terror que inspiravam caiu sobre todos aqueles povos.3 Todos os príncipes das províncias, e os sátrapas, e os governadores e os oficiais do rei, auxiliavam os judeus, oficiais do rei, auxiliavam os judeus, porque tinha caído sobre eles o temor de Mordecai. 4 Porque Mordecai era grande na casa do rei, e a sua fama crescia por todas as províncias; pois ele se ia tornando mais e mais poderoso. 5 feriram, pois, os judeus a todos os seus inimigos, a golpes de espada, com matança e destruição; e fizeram dos seu inimigos o que bem quiseram.6 Na cidadela de Susã os judeus mataram e destruíram quinhentos homens; 7 como também a Parsandata, a Dalfom, a Aspata, 8 A Porata, a Adalia, a Aridata, 9 a Farmasta, a Arisai, a Aridai e a Vaisata, 10 que eram os dez filhos de Hamã, filho de Hamedata, o inimigo dos judeus, porém no despojo não tocaram. 11 No mesmo dia foi comunicado ao rei o número dos mortos na cidadela de Susã. 12 disse o rei a rainha Ester: Na cidadela de Susã mataram e destruíram judeus quinhentos homens, e os dez filhos de Hamã; nas mais províncias do rei que terão eles feito?  Qual é, pois, a tua petição? E se te dará. Ou que é que desejas ainda? E se cumprirá. 13 Então disse Ester: Se bem parecer ao rei, conceda-se aos judeus que se acham em Susã que também façam amanhã segundo o edito de hoje, e dependurem em força os dez filhos de Hamã. 14 Então disse o rei que assim se fizesse; publicou-se o edito em Susã, e dependuraram os dez filhos de Hamã. 15 Reuniram-se os judeus que se achavam em Susã também no dia catorze do mês de adar, e mataram em Susã a trezentos homens; porém no despojo não tocaram. 

A festa de purim

16 Também os demais judeus que se achavam nas províncias do rei se reuniram e se dispuseram para defender a vida, e tiveram sossego dos seus inimigos; e mataram a setenta e cinco mil dos que os odiavam; porém no despojo não tocaram. 17 Sucedeu isto no dia treze do mês de adar; no dia catorze descansaram, e o fizeram dia de banquetes e de alegria. 18 Os judeus, porém, que se achavam em Susã se ajuntaram nos dias treze e catorze do mesmo; e descansaram no dia quinze, e o fizeram dia de banquetes e de alegria. 19 Também os judeus das vilas que habitavam nas aldeias abertas, fizeram do dia catorze do mês de adar dia de alegria e de banquetes, e dia de festa e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros. 20 Mordecai escreveu estas cousas e enviou cartas a todas os judeus que se achavam em todas as províncias do rei Assuero, aos de perto e aos de longe, 21 ordenando-lhe que comemorassem o dia catorze do mês de adar, e o dia quinze do mesmo, todos os anos, 22 como os dias em  que os judeus tiveram sossego dos seus inimigos, e o mês que se lhes mudou de tristeza em alegria, e de luto em dia de festa; para que os fizessem dias de banquetes e de alegria, e de mandarem porções dos banquetes uns aos outros, e dádivas aos pobres. 23 assim os judeus aceitaram como costume o que naquele tempo haviam feito pela primeira vez, segundo Mordecai lhes prescrevera; 24 porque Hamã, filho de Hamedata, o agagita, inimigo de todos os judeus, tinha intentado destruir os judeus; e tinha lançado Pur, isto é, sortes para os assolar e destruir. 25 Mas, tendo Ester ido perante o rei, ordenou ele por cartas que o seu mau intento, que assentara contra os judeus, recaísse contra  a própria cabeça dele, pelo que o enforcaram a ele e a seus filhos. 26 Por isso aqueles dias chamam purim, do nome Pur. Daí, por causa de todas as palavras daquela carta, e do que testemunharam, e do que lhes havia sucedido, 27 determinaram os judeus, e tomaram sobre si, sobre a sua descendência e sobre todos os que se chegassem a eles, que não se deixaria de comemorar estes dias segundo o que se escrevera deles, e segundo o seu tempo marcado, tidos os anos; 28 e que estes dias seriam lembrados e comemorados geração após geração, por todas as famílias, em todas as províncias e em todas as cidades, e que estes dias de purim jamais caducariam entre os judeus, e que a memória deles jamais se extinguiria entre os seus descendentes.29 Então a rainha Ester, filha de Abiail, e o judeu Mordecai escreveram, com toda autoridade, segunda vez, para confirmar a carta de purim. 30 Expediram cartas a todos os judeus, as cento e vinte e sete províncias do reino de Assuero, com palavras amigáveis e sincera, 31 para confirmar estes dias de purim nos seus tempos determinados, como o judeu Mordecai e a rainha Ester lhes tinham estabelecido, e como eles mesmos já o tinham estabelecido acerca do jejum e do seu lamento. 32 E mandado de Ester estabeleceu estas particularidades de purim; e se escreveu no livro.


 Os judeus são autorizados a resistir

8.1 Naquele mesmo dia deu o rei Assuero a rainha Ester a casa de Hamã, inimigo dos judeus; e Mordecai veio perante o rei, porque Ester lhe fez saber que era seu parente. 2 Tirou o rei o seu anel, que tinha tomado a Hamã, e o deu a Mordecai. E Ester pôs a Mordecai por superintendente da casa de Hamã 3 Falou mais Ester perante o rei, e se lhe lançou aos pés; e com lágrimas lhe implorou que revogasse a maldade de Hamã, o agagita, e o seu trama que havia empreendido contra os judeus.4 Estendeu o rei para Ester o cetro de ouro. Então ela se levantou, pôs-se de pé diante do rei, 5 e lhe disse: se bem parecer ao rei, se eu achei favor perante ele, se esta cousa é reta diante do rei e de nisto lhe agrado, escreva-se que se revoguemos decretos concebidos por Hamã, filho de Hamedata, o agagita, os quais ele escreveu para aniquilar os judeus que há em todas as províncias do rei. 6 Poia como poderei ver o mal que sobrevirá ao meu povo? E como poderei ver a destruição da minha parentela? 7 então disse o rei Assuero a rainha Ester e ao judeu Mordecai: Eis que dei a Ester a casa de Hamã, e a ele penduraram-no numa forca, porquanto intentara matar os judeus. 8 Escrevei, pois, aos judeus, como bem vos parecer, em nome do rei, e selai-o com o anel do rei; porque os decretos feitos em nome do rei e que com o seu anel se selam, não se podem revogar. 9 Então foram chamados sem  detença os secretários do rei, aos vinte e três dias do mês de sivã, que é o terceiro mês. E, segundo tudo quanto ordenou Mordecai, se escreveu um edito para os judeus, para os sátrapas, para os governadores e para os príncipes das províncias que se estendem da Índia a Etiópia, cento e vinte e sete províncias, a cada uma no seu próprio modo de escrever, e a cada povo na sua própria língua; e também aos judeus segundo o seu próprio modo de escrever e a a sua própria língua. 10 Escreveu-se em nome do rei Assuero e se selou com o anel do rei; as cartas foram enviadas por intermédio de correios montados em ginetes criados na coudelaria do rei.11 Nelas o rei concedia aos judeus de cada cidade que se reunissem e se dispusessem para defender a sua vida, para destruir, matar e aniquilar de vez toda e qualquer força armada do povo da província que viessem contra eles, crianças e mulheres, e que se saqueassem os seus bens, 12 num mesmo dia, em todas as províncias do rei Assuero, no dia treze do duodécimo mês, de adar. 13 A carta, que determinava a proclamação do edito em todas as provinciais, foi enviada  a todos os povos, para que os judeus se preparassem para aquele dia, para se vingarem dos seu inimigos. 14 Os correios, montados em ginetes que se usavam no serviço do rei, saíram incontinenti, impelidos pela ordem do rei; e o edito foi publicado na cidadela de Susã. 15 Então Mordecai saiu da presença do eu, com veste real azul-celeste e branco, como também com grande coroa de ouro e manto de linho fino e púrpura; e a cidade de Susã exultou e se alegrou. 16 Pra os judeus  houve felicidade, alegria, regozijo e honra. 17 Também em toda província, e em toda cidade, aonde chegava a palavra do rei e a sua ordem havia entre os judeus alegria e regozijo, banquetes e festas; e muitos, dos povos da terra, se fizeram judeus, porque o temor dos judeus tinha caído sobre eles. 


 Ester denuncia Hamã, que é enforcado

7.1 Veio, pois, o rei com Hamã, para beber com a rainha Ester. 2 No segundo dia, durante o banquete do vinho, disse o rei a Ester: Qual é a tua petição, rainha Ester? E se te dará. Que desejas? Cumprir-se-á ainda que seja metade do reino. 3 Então respondeu a rainha Ester, e disse: Se perante ti, ó rei, achei favor, e se bem parecer ao rei, dê-se-me por minha petição a minha vida, pelo meu desejo, o meu povo. 4 Porque fomos vendidos, eu e o meu povo, para nos destruírem, matarem, e aniquilarem de vez; se ainda como servos e como servas nos tivessem vendido, calar-me-ia, porque o inimigo não merece que moleste o rei. 5 Então falou o rei Assuero, e disse a rainha Ester: Quem é esse e onde está, esse, cujo coração o instigou a fazer assim? 6 Respondeu Ester: O adversário e inimigo é este mau Hamã. Então Hamã se perturbou perante o rei e a rainha. 7 O rei no seu furor se levantou do banquete do vinho e passou para o jardim do palácio; Hamã, porém, ficou para rogar por sua vida a rainha Ester, pois viu que o mal contra ele já estava determinado pelo rei. 8 Tornando o rei do jardim do palácio a casa do banquete do vinho, Hamã tinha caído sobre o divã em que se achava Ester. Então disse o rei: Acaso teria ele querido forçar a rainha perante mim na minha casa? Tendo o rei dito estas palavras cobriram o rosto a Hamã. 9 Então disse Harbona, um dos eunucos que serviam o rei: Eis que existe junto a casa de Hamã a forca de cinquenta côvados de altura que ele preparou par Mordecai, que falara em defesa do rei. Então disse o rei: Enforcai-o nela.10 Enforcaram, pois, a Hamã na forca, que ele tinha preparado para Mordecai. Então o furor do rei se aplacou.


 Hamã forçado a honrar a Mordecai

6.1 Naquela noite o rei não pode dormir; então mandou trazer o livro dos feitos memoráveis, e nele se leu diante do rei. 2 Achou-se escrito que Mordecai é quem havia denunciado a Bigtã e a Teres, os dois eunucos do rei, guardas da porta, que tinham procurado matar o rei Assuero. 3 Então disse o rei: Que honras e distinções se deram a Mordecai por isso? Nada lhe foi conferido, responderam os servos do rei que o serviam. 4 Perguntou o rei: Quem está no pátio? Ora Hamã tinha entrado no pátio exterior da casa do rei, para dizer ao rei que se enforcasse a Mordecai na forca que ele, Hamã, lhe tinha preparado. 5 Os servos do rei lhe disseram: Hamã está no pátio. Disse o rei que entrasse. 6 Entrou Hamã. O rei lhe disse: Que se fará ao homem a quem o rei deseja honrar? Então Hamã disse consigo mesmo? De quem se agradaria o rei mais do que a mim para honrá-lo? 7 E respondeu ao rei: Quanto ao homem a quem agrada ao rei honrá-lo, 8  tragam-se  vestes reais, de que o rei costuma usar, e o cavalo em que o rei costuma andar montado, e tenha na cabeça a coroa real; 9 entreguem-se as vestes e o cavalo as mãos dos mais nobres príncipes do rei, vistam delas aquele a quem o rei deseja honrar; levem-no a cavalo pela praça da cidade, e diante dele apregoem: Assim se faz ao homem a quem o rei deseja honrar. 10 Então disse o rei a Hamã: Apressa-te, toma as vestes e o cavalo, como disseste, e faze assim para com o judeu Mordecai, que está assentado a porta do rei; e não omitas cousa nenhuma de tudo quanto disseste. 11 Hamã tomou as vestes e o cavalo, vestiu a Mordecai, e o levou a cavalo pela praça da cidade, e apregoou diante dele: assim se faz ao home a quem o rei deseja honrar. 12 Depois disto Mordecai voltou para a porta do rei; porém Hamã se retirou correndo para casa, angustiado e de cabeça coberta.13 Contou Hamã a Seres, sua mulher, e a todos os seus amigos, tudo quanto lhe tinha sucedido. Então os seus sábios, e Zere, sua mulher, lhe disseram: Se Mordecai, perante o qual já começaste a cair, é da descendência dos judeus, não prevalecerás contra ele, antes certamente cairás diante dele. 14 Falavam  estes ainda com ele quando chegaram os eunucos do rei, e apressadamente levaram a Hamã ao banquete que Ester preparara.

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 Ester convida o rei e Hamã para banquete

5.1 Ao terceiro dia Ester se aprontou com seus trajes reais e se pôs no pátio interior da casa do rei, defronte da residência do rei; o rei estava assentado no seu trono real fronteiro a porta da residência. 2 Quando o rei viu a rainha Ester parada no pátio, alcançou ela favor perante ele; estendeu o rei para Ester o cetro de ouro que tinha na mão; Ester se chegou e tocou a ponta do cetro. 3 Então lhe disse o rei; Que é a tua petição? Até metade do reino se te dará. 4 Respondeu Ester: Se bem te parecer, venha o rei e Hamã hoje ao banquete que eu preparei ao rei. 5 então disse o rei: Fazei apressar a Hamã, para que atendamos ao que Ester deseja. Vindo, pois, o rei e Hamã ao banquete, que Ester havia preparado, 6 disse o rei a Ester, no banquete do vinho: Qual é a tua petição? E se te dará. Que desejas? cumprir-se-á, ainda que seja metade do reino. 7 Então respondeu Ester, e disse: Minha petição e desejo é: 8 Se achei favor perante o rei, e se bem parecer ao rei conceder-me a petição, e cumprir o meu desejo, venha o rei com Hamã ao banquete que lhes hei de preparar amanhã, e então farei segundo rei me concede. 9  Então saiu Hamã naquele dia alegre e de bom ânimo; quando viu, porém, Mordecai a porta do rei, e que não se levantara nem se movera diante dele, então se encheu de furor contra Mordecai.10 Hamã, porém se conteve, e foi para casa; e mandou vir os seus amigos, e a Zeres sua mulher.11 Contou-lhes Hamã a glória das suas riquezas e a multidão de seus filhos, e tudo em que o rei o tinha engradecido, e como o tinha exaltado sobre os príncipes e servos do rei. 12 Disse mais Hamã: A  própria rainha Ester a ninguém fez vir com o rei ao banquete que tinha preparado, senão a mim; e também para amanhã estou convidado por ela juntamente com rei. 13 Porém tudo isto não me satisfaz, enquanto vir o judeu Mordecai assentado a porta do rei. 14 Então lhe disse Zeres, sua mulher, e todos os seus amigos: Faça-se uma forca de cinquenta côvados de altura, e pela manhã dize ao rei que nela enforquem a Mordecai; então  entra alegre com o rei ao banquete. A sugestão foi bem aceita por Hamã que mandou levantar a forca.


 Ester promete interceder pelo seu povo

4.1 Quando soube Mordecai tudo quanto se havia passado, rasgou as suas vestes e se cobriu de pano de saco, e de cinza, e, saindo pela cidade, clamou com grande e amargo clamor: 2 e chegou até a porta do rei; porque ninguém vestido de pano de saco podia entrar pelas portas do rei. 3 Em todas as províncias aonde chegava a palavra do rei e a sua lei, havia entre os judeus grande luto, com jejum e choro, e lamentação; e muitos se deitavam em pano de saco e em cinza. 4 Então vieram as servas de Ester, e os eunucos, e fizeram-na saber, com o que a rainha muito se doeu; e mandou roupas para vestir a Mordecai, e tirar-lhe o pano de saco; porém ele não as aceitou. 5 Então Ester chamou a Hatá, um dos eunucos do rei, que este lhe dera para a servir, e lhe ordenou que fosse a Mordecai para saber que era aquilo e o seu motivo. 6 Saiu, pois, Hatá a praça da cidade para encontrar-se com Mordecai a porta do rei. 7 Mordecai lhe fez saber tudo quanto lhe tinha sucedido; como também a quantia certa da prata que Hamã prometera pagar aos tesouros do rei pelo aniquilamento dos judeus.8 Também lhe deu o traslado do decreto escrito que se publicara em Susã para os destruir, para que o mostrasse a Ester e a fizesse saber; a fim de que fosse ter com o rei e lhe pedisse misericórdia e na sua presença lhe suplicasse pelo povo dela. 9 Tornou, pois, Hatá e fez saber a Ester as palavras de Mordecai. 10 Então respondeu Ester a Hatá, e mandou-lhe dizer a Mordecai: 11 Todos os servos do rei e o povo das províncias do rei sabem que para qualquer homem ou mulher que, sem ser chamado, entrar no pátio interior para avistar-se com o rei, não há senão uma sentença, a de morte, salvo se o rei estender para ele o cetro de ouro, para que viva; e eu nestes trinta dias não fui chamada para entrar ao rei. 12 Fizeram saber a Mordecai as palavras de Ester. 13 então lhes disse Mordecai que respondessem a Ester: Não imagines que, por estares na casa do rei, só tu escaparás entre todos os judeus. 14 Porque, se de todo te calares agora, de outra parte se levantará para os judeus socorro e livramento, mas tu e a casa de teu pai perecereis; e quem sabe se para tal conjuntura como esta é que foste elevada a rainha? 15 Então disse Ester que respondessem a Mordecai; 16 Vai, ajunta a todos os judeus que se acharem em Susã, e jejuai por mim, e não comais nem bebeis por três dias, nem de noite nem de dia; eu e as minha serva também jejuaremos. Depois irei ter como o rei, ainda que é contra a lei; se perecer, pereci. 17 Então se foi Mordecai e tudo fez segundo Ester lhe havia ordenado.


 Mordecai odiado por Hamã

3.1 Depois destas cousas o rei Assuero engrandeceu a Hamã, filho de Hamedata agagita, e o exaltou, e lhe pôs o trono acima de todos  os príncipes que estava com ele. 2 Todos os servos do rei, que estavam a porta do rei, se inclinavam e se prostravam perante Hamã; porque assim tinha ordenado o rei a respeito dele. Mordecai, porém, não se inclinava nem se prostrava.3 Então os servos do rei, que estavam a porta do rei, disseram a Mordecai: Por que transgredes as ordens do rei? 4 Sucedeu, pois, que, dizendo-lhe eles isto, dia após dia, e não lhes dando ele ouvidos, o fizeram saber a Hamã, para ver se as palavras de Mordecai se manteriam de pé, porque ele lhes tinha declarado que era judeu. 5 Vendo, pois, Hamã que Mordecai não se inclinava nem se prostrava diante dele, encheu-se de furor. 6 Porém teve em pouco nos seus propósitos o atentar apenas contra Mordecai, porque lhe haviam declarado de que povo era Mordecai; por isso procurou Hamã destruir todos os judeus, povo de Mordecai, que havia em todo o reino e Assuero.

Hamã pretende matar todos os judeus

7 No primeiro mês, que é o mês de nisã, no ano duodécimo do rei Assuero, se lançou Pur, isto é, sortes, perante Hamã dia a dia, mês a mês, até ao duodécimo, que é o mês de adar. 8 Então disse Hamã ao rei Assuero: Existe espalhado, disperso entre os povos em todas as províncias do teu reino, um povo, cujas leis são diferentes das leis de todos os povos, e que não cumpre as do rei, pelo que não convém ao rei tolerá-lo. 9 Se bem parecer ao rei, decrete-se que sejam mortos, e nas próprias mãos dos que executarem a obra eu pesarei deles dez mil talentos de prata que entrem para os tesouros do rei. 10 Então o rei tirou o seu anel da mão, deu-o a Hamã, filho de Hamedata, agagita, adversário dos judeus, 11 e lhe disse: Essa prata seja tua, como também esse povo, para fazeres dele o que melhor for de teu agrado.

O rei decreta a morte dos  judeus

12 Chamaram, pois, os secretários do rei no dia treze do primeiro mês e, segundo ordenou Hamã, tudo se escreveu aos sátrapas do rei, aos governadores de todas as províncias e aos príncipes de cada povo; a cada província no seu próprio modo de escrever, e a cada povo na sua própria língua. Em nome do rei Assuero se escreveu, e com o anel do rei se selou. 13 Enviaram-se as cartas, por intermédio dos correios, a todas as províncias do rei, para que se destruíssem, matassem e aniquilassem de vez a todos os judeus, moços e velhos, crianças e mulheres, em um só dia, no dia treze do duodécimo mês, que é o mês de adar, e que lhes saqueassem os bens. 14 Tais cartas encerravam o traslado do decreto para que se proclamasse lei em cada província; foi enviado a todos os povos para que se preparassem para aquele dia.15 Os correios, pois, impelidos pela ordem do rei, partiram incontinenti, e a lei se proclamou na cidadela de Susã; o rei e Hamã se assentaram a beber, mas a cidade de Susã estava perplexa.