Ai como eu queria tirar do calendário essa data, a qual me trás tantas recordações. Tempo difícil, muita luta, sofrimento e pobreza essa era minha vida. Muito nova me apaixonei perdidamente por um homem que me entreguei de corpo e alma. Meu primeiro amor que ficou eternamente marcado porque dele restou um pedacinho meu filho amado que troquei minha adolescência, minha juventude para dedicar aquele ser que acabava de nascer. Enfrentei tudo de ruim que se possa imaginar naquela época. Ou época desgraçada, queria que fosse hoje pra ver como seria tudo diferente, principalmente o preconceito, onde fui expulsa do Colégio Normal S'Ana pela reverendíssima Madre Odila Majora,(madre superiora) por ser mãe solteira e iria difamar seu colégio de freira. Ah! se fosse hoje... Porta, janelas eram batidas na minha cara quando passava em frente e até escarravam demonstrando nojo. Ou povo hipócrita, que hoje tem tudo rabo preso. Deus não sei como sobrevivi, hoje estou aqui contando minha história sem obra de ficção será mera coincidência, para um pequeno desabafo de sobrevivência. Após várias tentativas de homicídios contra minha pessoa, sobrevivi, estou viva aos meus 60 anos, idade da loba onde agora que comecei a viver, a fazer tudo aquilo que não consegui fazer na minha juventude inclusive usar um short ou uma blusa costa nua, ou até mesmo um biquíni. Ai como é bom a liberdade. Lutei, sofri o pão que o satanás amassou para criar um filho, meu primogênito e foi com muito sacrifício que eduquei, fiz dele um homem saiu de minha casa aos 28 anos, homem feito, não saiu formado, mas oportunidade teve, enquanto eu trabalhava em um fiteiro, vendendo balas, pipocas, revistas, arriscando minha vida até 22:00 horas num bairro perigoso chamado Grotão, era de lá que tirava meu sustento, pagava água, luz, prestação da casa, estudo para meu filho em fim fui o homem e a mulher da casa.
RESULTADO: foi embora, não me disse nem adeus, voltou dias após para levar o guarda roupa, cama, televisão, que eu até saí de casa para não ver, dias depois voltou para me comunicar que ia casar, que estava morando na casa da noiva e eu não seria convidada para seu casamento. Perguntei se ele estava precisando de algum dinheiro ele me respondeu que não e se foi. Isso em 2002. Em 2004 estava eu no colégio a noite quando o porteiro veio me avisar que tinha uma pessoa que estava me chamando. Era meu filho. Chorei copiosamente em seus braços era o dia do meu aniversário, pensei que ele havia feito as pazes comigo, que nada, após alguns dias tive a noticia que ele havia se mudado para Natal. Jesus, em Março é meu aniversário em Maio dia das mães, vou pelo menos aguardar um telefonema. Nesse dia não saí de casa. O dia inteiro o telefone não tocou. Natal, Ano Novo, aniversário, dia das Mães, meu Deus será que esse menino tem pedra no lugar do coração? E os anos foram se passando. Certa vez encontrei ele perto do colégio onde trabalho estava em uma moto, olhei e falei é meu filho foi em 2005 se não me falha a memória. Cheguei perto dele e dei um abraço, chorei e ele só falava: não chore, não chore e acariciava meus cabelos.

01/05/16
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