
Ano não importa e sim a data,
neste dia muitos acontecimentos marcantes em minha vida que ainda não consegui
absorver de minha mente causando traumas que nem um psicólogo com toda sua
sabedoria poderia decifrar o que me causa tanto mau. Dia anterior; chega mamãe
e fala: amanhã é o casamento do sujeito, agora vá se encontrar com ele para se
despedir... um tom de voz que ainda me arrepio de tanta autoridade. Como tinha
uma amiga que era corta jaca (corta jaca significa, levava e trazia recados dos
namorados) chegou para mim e falou: Hoje as 19:00 horas fulano quer falar
contigo. Meu coração pulou de alegria. Deus como eu era ingênua, tola, nada
sabia da vida, e realmente fui ao seu encontro obedecendo o que mamãe tinha me
avisado. Ele me abraçou, colocou em seus braços fortemente e disse: Minha
menina de trança, (porque tinha cabelos longos e na época Antônio Marcos
estourava com a música Menina de Trança,) amanhã por volta das 17:00 horas
estarei me casando e somente você pode impedir na hora que o padre perguntar se
tem alguém que possa impedir o matrimônio daí você fala tudo. Nos beijamos
ardentemente conversamos como tudo deveria ser feito, ser dito e, agora ele
ficaria comigo de todo jeito por ser de menor, papai teria que aceitar nosso
namoro e fazer o nosso casamento. Amanheceu. Eu estava feliz e radiante, tudo
certo. Mamãe havia viajado para Capital porque seu neto (gêmeos) havia nascido
e ela teria que tomar conta da nora enquanto ela estava de resguardo. Quando menos
esperávamos chegou um dos nossos irmãos para a grande festa que se comemorava, a
emancipação da cidade neste dia. Enquanto ele foi dar uma voltinha na cidade
aproveitei para pôr mais água no feijão e ficamos esperando a hora do almoço,
eu muito nervosa, fumava um cigarro atrás do outro. Por volta das 10:40 horas
olhei para o portão e lá vinha papai com a chave da barraca rodando no dedo,
(sai de baixo que lá vem encrenca, meu Deus será que ele descobriu pensei)
quando ele se aproximou eu perguntei o que teria acontecido e ele respondeu que
meu irmão havia sofrido um acidente e estava muito mal no hospital da cidade
vizinha, ele teria que alugar um carro para ver a situação. Pronto agora
lascou, pensei!. O que farei, estou frita e tostada. De repente chega a corta
jaca para perguntar o que eu iria fazer. Respondi que não sabia. Mamãe na
capital, meu irmão entre a vida e a morte em um hospital e eu ainda iria
atrapalhar esse casamento? Papai me mataria e ainda beberia meu sangue depois
de me picar todinha de peixeira. Não, deixa isso para lá, esquece, faz de conta
que nada aconteceu. Eu fico quieta no meu canto ninguém sabe mesmo que sou
mulher dele e ponto final. Ela foi embora e fiquei a chorar, o grande amor de
minha vida ia se casar e eu o perderia para sempre, pouco importava se ele
prestava ou não, se ele era mais velho que eu sete anos, se era namorador, eu
não estava nem aí, sabia que era lindo, alto, alvo, encantador, eu só via a
capa não sabia o conteúdo por dentro. Eu sempre olhando as horas, como passava
rapidamente, e mais uma vez chegou a corta jaca para saber a resposta porque
ele já estava bebendo. Falei que não ia. Resumindo, não fui, ele terminou
casando embriagado e a noite deixou a esposa em casa e foi para o baile. Os
meses se passaram e só nos comunicávamos através de um gesto, colocando a mão
na cabeça que significava um chau, um adeus. Como não podíamos balançar a mão
simplesmente colocava a mão na cabeça. Os meses se passaram e eu não mais o
encontrei, sempre evitando já que agora ele estava casado e a mulher grávida. Continuei
estudando para me formar, fazer o gosto de minha mãe porque o que eu gostava
mesmo era de artes mas...
OBS: Essa não é uma estória de
ficção e sim um pedacinho da minha estória.
01/07/17
0 comments:
Postar um comentário
MEUS SINCEROS AGRADECIMENTOS A TODOS OS LEITORES ESPECIALMENTE AOS MEUS COMENTARISTAS.