LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

19 DE JULHO














Ano não importa e sim a data, neste dia muitos acontecimentos marcantes em minha vida que ainda não consegui absorver de minha mente causando traumas que nem um psicólogo com toda sua sabedoria poderia decifrar o que me causa tanto mau. Dia anterior; chega mamãe e fala: amanhã é o casamento do sujeito, agora vá se encontrar com ele para se despedir... um tom de voz que ainda me arrepio de tanta autoridade. Como tinha uma amiga que era corta jaca (corta jaca significa, levava e trazia recados dos namorados) chegou para mim e falou: Hoje as 19:00 horas fulano quer falar contigo. Meu coração pulou de alegria. Deus como eu era ingênua, tola, nada sabia da vida, e realmente fui ao seu encontro obedecendo o que mamãe tinha me avisado. Ele me abraçou, colocou em seus braços fortemente e disse: Minha menina de trança, (porque tinha cabelos longos e na época Antônio Marcos estourava com a música Menina de Trança,) amanhã por volta das 17:00 horas estarei me casando e somente você pode impedir na hora que o padre perguntar se tem alguém que possa impedir o matrimônio daí você fala tudo. Nos beijamos ardentemente conversamos como tudo deveria ser feito, ser dito e, agora ele ficaria comigo de todo jeito por ser de menor, papai teria que aceitar nosso namoro e fazer o nosso casamento. Amanheceu. Eu estava feliz e radiante, tudo certo. Mamãe havia viajado para Capital porque seu neto (gêmeos) havia nascido e ela teria que tomar conta da nora enquanto ela estava de resguardo. Quando menos esperávamos chegou um dos nossos irmãos para a grande festa que se comemorava, a emancipação da cidade neste dia. Enquanto ele foi dar uma voltinha na cidade aproveitei para pôr mais água no feijão e ficamos esperando a hora do almoço, eu muito nervosa, fumava um cigarro atrás do outro. Por volta das 10:40 horas olhei para o portão e lá vinha papai com a chave da barraca rodando no dedo, (sai de baixo que lá vem encrenca, meu Deus será que ele descobriu pensei) quando ele se aproximou eu perguntei o que teria acontecido e ele respondeu que meu irmão havia sofrido um acidente e estava muito mal no hospital da cidade vizinha, ele teria que alugar um carro para ver a situação. Pronto agora lascou, pensei!. O que farei, estou frita e tostada. De repente chega a corta jaca para perguntar o que eu iria fazer. Respondi que não sabia. Mamãe na capital, meu irmão entre a vida e a morte em um hospital e eu ainda iria atrapalhar esse casamento? Papai me mataria e ainda beberia meu sangue depois de me picar todinha de peixeira. Não, deixa isso para lá, esquece, faz de conta que nada aconteceu. Eu fico quieta no meu canto ninguém sabe mesmo que sou mulher dele e ponto final. Ela foi embora e fiquei a chorar, o grande amor de minha vida ia se casar e eu o perderia para sempre, pouco importava se ele prestava ou não, se ele era mais velho que eu sete anos, se era namorador, eu não estava nem aí, sabia que era lindo, alto, alvo, encantador, eu só via a capa não sabia o conteúdo por dentro. Eu sempre olhando as horas, como passava rapidamente, e mais uma vez chegou a corta jaca para saber a resposta porque ele já estava bebendo. Falei que não ia. Resumindo, não fui, ele terminou casando embriagado e a noite deixou a esposa em casa e foi para o baile. Os meses se passaram e só nos comunicávamos através de um gesto, colocando a mão na cabeça que significava um chau, um adeus. Como não podíamos balançar a mão simplesmente colocava a mão na cabeça. Os meses se passaram e eu não mais  o encontrei, sempre evitando já que agora ele estava casado e a mulher grávida. Continuei estudando para me formar, fazer o gosto de minha mãe porque o que eu gostava mesmo era de artes mas...

OBS: Essa não é uma estória de ficção e sim um pedacinho da minha estória.


                               01/07/17     

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