LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO
Iepma Unidade II entende a necessidade de promover a leitura e a escrita dos jovens. A literatura, como arte, é o ponto de partida para a formação de leitores. O projeto "Café com poesia", desenvolvido anualmente em comemoração ao 14 de março, tem por objetivo estimular e valorizar a produção literária como meio de expressão, assim como incentivar o contato do alunado com a literatura, oportunizando a divulgação de criações inéditas, estimulando assim, a leitura, a produção escrita e a interpretação de poemas. Neste ano contamos com a participação ilustre da Escritora Inajá Gomes Nunes que abrilhantou nosso evento recitando um de seus cordéis e do professor Will Silva, também escritor, que transmitiu-nos uma bela mensagem através de um de seus poemas. 

Quem falou que não colhemos o que plantamos? Enganam-se aqueles que falam: vai pagar no outro mundo. Que nada, Deus é justo e nos dá anos de vida para que possamos fazer nossas colheitas tanto boas quanto ruins, depende do que se plantou. Eu na minha juventude aprontei demais porque nasci no século errado e no local errado, daí ninguém nunca entendeu o meu viver, contudo sempre imaginei estar fazendo o correto, porém só dava errado. 

 Hoje continuo mais sexy ainda ou melhor sexagenária, mas com uma mente de 20 anos ou 25 totalmente jovem, sorridente, amiga, encaro tudo numa boa, até pessoas que ainda aprontam comigo eu levo na esportiva porque ainda sou descriminada mesmo assim dou uma de leiga e vou vivendo alegre e feliz. Vamos ao que interessa. Todas às vezes que meus frutos estavam para serem colhidos acontecia qualquer coisa impedindo minha colheita, dava uma peste, mofava, vinham pessoas e colhiam antes de mim roubando assim meus frutos, enfim um desengano total, até que chegou o dia em que Deus olhando lá de cima colocou a mão e falou: Chega. Usufrua de tudo aquilo que te pertence.
Estou aqui feliz para compartilhar com vocês e mostrar que vale a pena a pessoa ser humilhada para depois ser exaltada. Não estou aqui querendo me exaltar, mostrando meu orgulho, muito pelo contrário, estou mostrando que vale a pena esperar que tudo tem seu tempo não adianta querer passar adiante. Gosto muito de escrever poesias, cordéis, contos e estórias de ficção, dai no dia 14 de março fui convida por uma professora para ler um de meus cordéis no IEPMA UNIDADE ll onde fiquei muito emocionada por meu talento ser reconhecido.
Qual foi minha emoção ao ver aqueles alunos todos atentos para ouvir o meu cordel e ao mesmo tempo incentivá-los a fazer o mesmo, adquirindo conhecimento através da leitura para que futuramente se tornem bons escritores. Como não possuo redes sociais só tenho esse blog a diretora do colégio me enviou o comentário que a professora fez ao meu respeito como também a outro professor. Ninguém imagina a felicidade que senti ao ver meu nome colocado tão alto... Quero deixar aqui meu agradecimento tanto a diretora como a professora porque se não fossem elas meu trabalho não seria tão divulgado.



Esta é a professora que me fez o convite.
Judigleise Martins

OBS:Esta não é uma obra de ficção e sim mais um pedacinho de minha vida.

                 25/03/18



Após ter tomado o meu comprimido cotidiano para relaxar e evitar esses fantasmas do passado que me perseguem volto ao ano de 1977.Fecho os olhos e vejo como se um filme passasse em minha frente tirando-me o sono, deturpando meus pensamentos e chegando até me condenar por tais consequências: como pude acreditar em um maldito homem se já havia passado por tantas decepções e experiências com outros? Criança, muito criança, conheci o mundo muito cedo e fui levada a acreditar nas pessoas sem ao menos pensar nas consequências futuras, foi isso que aconteceu. Estava eu tranquila, trabalhando e com um namorado fixo, quando der repente em meu trabalho aparece aquele garoto que eu havia deixado no interior a minha procura. Falei que não dava certo, minha vida estava boa e que não deixaria meu namorado por ele, contudo ao vê-lo cantar uma música do Roberto e os olhos cheios de lágrimas larguei tudo e fui embora com ele. Momentos de amor tivemos juntos, beijos, abraços, juras de amor, loucuras etc. Após quatro meses juntos, ele pediu que eu engravidasse, eu não poderia fazer uma coisa daquela, mas por amor suspendi o comprimido e engravidei. Meu Deus, que loucura que fiz... Tudo havia mudado... Ele se apaixonou pela neta da dona do estabelecimento onde trabalhávamos. Como eu sofri... O ano novo passei em baixo de uma árvore esperando que ele chegasse e chovia muito. Na casa onde alugamos o proprietário pediu que eu entrasse porque já estava tarde e que eu o esperasse dentro de casa, porém não dei ouvidos e continuei ali sentada onde as lágrimas se misturavam com a chuva inundando assim a rua. Lá pelas tantas ele chega e me manda entrar, discutimos e em seguida ele fala: “SABE QUANTAS VEZES EU ANDAREI DE MÃOS DADAS COM VOCÊ NA NOSSA CIDADE? NUNCA, TENHO VERGONHA DE VOCÊ, VOCÊ É UMA MULHER FALADA, DESMORALIZADA”, foi aí que ele começou a me bater. Socou minha barriga onde estava se gerando nosso “Tinininho”, machucando assim nosso filho feito com tanto amor, foi aí que o dono da casa partiu pra cima dele falando que não fizesse aquilo comigo. Chorei muito e falei pra ele: COMO VOCÊ TEM CORAGEM DE BATER NO MEU ROSTO QUE TANTO BEIJOU? MACHUCAR MINHA BARRIGA ONDE ESTÁ NOSSO FILHO FEITO COM TANTO AMOR?... Não tive coragem de fazer um aborto, não sou assassina de uma criaturinha indefesa, preferi assumir as consequências. Os anos se passaram e ele voltou a me procurar, e eu feito uma cretina ainda me entreguei de corpo e alma a esse homem. Hoje tudo passou, sou casada e descobrir que ele também é e através das redes sociais pude ver seus filhos, senti uma dor no peito ao ver tanta dedicação a eles, enquanto que o meu tive que dar porque não tive condições de criar. Carrego esse peso em minha mente porque não sei onde ele está, talvez no Sul ou no Exterior. A vida é assim e não cai uma folha seca de uma árvore se não for permitida por Deus. Hoje tudo é comum, mas há 40 anos... um horror.


OBS. Essa não é uma obra de ficção é um pedaço de minha vida


                          12/03/18