Durante
muito tempo já era para ter feito esta homenagem a essa mulher guerreira que
tanto lutou pela sua sobrevivência. Não teve a sorte de ser criada pelo seu pai
legítimo porque este abandonou sua mãe com quatro filhos, realmente não teve
essa sorte, mas teve um padrasto que é o meu pai onde ajudou a mamãe criar seus
quatro filhos de forma enérgica, devido ser simplesmente um agricultor e ainda por cima analfabeto, mas digno,
honrado e trabalhador. Ninguém é perfeito e não quero falar de seus defeitos
porque todos estão enterrados com ele já que o mesmo está morto e não poderá se
defender das acusações que poderia citar aqui, contudo era meu pai e como diz o
mandamento de Deus “ Honra teu pai e tua mãe para que tenhas vida prolongada e
ser feliz”, e é assim que estou sobrevivendo, com uma velhice que jamais
pensaria que tivesse... continuo afirmando: Deus tem um plano na minha vida,
sou como um bambu, onde vem as enchentes, os ventos fortes, eu deito fico quase ao chão mas devido minhas raízes profundas quando menos espero estou erguida outra vez.
Vamos
ao que interessa. Aos 16 anos fui para casa de Laís grávida, ela me recebeu de
braços abertos onde passei uns dias porque estava fugida e tinha que ir embora
para longe porque meu pai estava me caçando como se caça um animal para me dar
fim, contudo sobrevivi. Voltei para casa de meus pais e em seguida mais uma vez
estava na casa de Laís. Época difícil, Manoel havia aderido a greve dos
correios, ficou desempregado, tinha um táxi onde fazia corridas para sustentar
a casa. Laís duas filhas uma atrás da outra, chegando em casa quase meio dia após subir uma ladeira interminável para ajudar no orçamento da casa, era professora de um colégio, nossa como chegava cansada coitada, eu grávida, mesmo assim dava uma
mãozinha a ela tomando conta de Jaqueline e Sheila, Jaqueline era calma, mas a
peste da Sheila era uma danada, chorona, braba, parecia que tinha espinho no berço, enfim passei um bom tempo da
minha gravidez lá. Após o nascimento do meu filho e o falecimento de minha mãe,
quem me apoiou outra vez? LAÍS. Meu Deus, quanta paciência. Nunca me menosprezou,
sempre me tratou como uma verdadeira irmã, enquanto as outras me chamavam de
rapariga e corriam atrás dos maridos ela me encontrava em cima da cama com seu
marido jogando baralho e nunca me soltou uma pilheria, nem tão pouco Manoel me olhou
com olhar diferente. Quando em sua casa estava minha cunhada me recomendou ao
gerente de um supermercado onde fui trabalhar e continuava morando onde? Na
casa de Laís. Foi a única onde encontrei abrigo. Nas noites chuvosas eu tinha
um lençol para me cobrir, pela manhã pouco ou muito tinha meu café e assim por
diante. Hoje após 15 anos volto a encontrá-la. Nossa parece um bebê. Tive
vontade de coloca-la nos braços e embalar, meiga, doce, suave, paciente, está
na terceira geração. Não sei até quando ela encontrará tantas forças para suportar
os acontecimentos que não tem sido fácil principalmente agora com marido
doente. Cheguei lá achei lindo, filha, neta, bisneto e vem outro chegando brevemente.
Quem hoje em dia tem a honra, a dádiva de Deus para ser agraciada de tanta
alegria e longevidade. Quero aqui deixar meu agradecimento por tudo que está
irmã mesmo de uma banda como se diz, fez por mim, o importante é que saímos da
mesma barriga de nossa mãe. Obrigada Laís por tudo, que o Senhor Jesus lhe
abençoe e guarde recompensando por tudo de bom que você fez por mim. Não
importa o passado está tudo sepultado, vivamos o hoje com amor no coração
perdoando a quem nos fez mal, retribuindo com o bem porque dessa vida nada
levamos, estamos de passagem onde não sabemos qual dia do nosso embarque. Foi
bom te encontrar... e como foi....
OBS:
Essa não é uma obra de ficção e sim mais um pedacinho de minha vida.
08/07/18
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