Há 40 anos que aquela mulher carregava aquele fardo pesado que mau conseguia andar. Tudo para ela servia de lamentação, fazia de coitada para chamar atenção da pessoa com quem conversava. O passado estava presente todos os dias. Quantas lamentações e choro. Culpava fulano, culpava cicrano e esquecia de se culpar. Se acontecia algo falava que foi cicrano, se cometia algum erro foi por causa de fulano e assim vivia. Sem sossego nem paz. Tinha tudo e nada tinha. Nunca sentou para conversar algo agradável, era só lamentação, nem Jó sofreu tanto quanto essa criatura, mas aí chegou a pandemia e tudo foi mudando. Quanto aprendizado. Os dias foram se passando e ela foi aprendendo que poderia viver só. Como já era antissocial, já tinha problema com aglomeração de pessoas, nem sentiu tanto, porque já vivia isolada há muito tempo. Tinha um emprego e com a distância fez com que ela visse que poderia viver sem esse emprego, o que ela ganhava era muito sacrificado, muita humilhação, os nervos ficavam a flor da pele, ela chorava quase todos os dias e falava que não precisava estar passando por tudo aquilo. Um dia levantou a cabeça olhou para o Céu falou: Senhor obrigada por tudo que o Senhor tem feito, e está fazendo comigo. Casa pronta, carro novo, aposentada, mesada do marido, o que queria mais? Suspendeu tudo. Vendo que poderia viver sem esse emprego, se dedicou a outra profissão que não recebe dinheiro, faz doação de sua arte e fica feliz com os elogios, só em ouvir: ficou lindo! nossa não precisa receber nenhum dinheiro isso basta. Um dia estava dormindo e acordou apavorada ; sonhou que estava lavando uma tira de pano não sabe a cor se verde ou azul, sabia que quanto mais ela esfregava mais ficava aquela mancha de sangue, ela não conseguia tirar toda a mancha ( era sangue de menstruação) e se lamentava assim: Isso é uma miséria, como é ruim ser pobre e não ter dinheiro nem se quer para comprar um Modess acho que e assim que escreve porque naquela época não se usava a palavra absorvente, e começava a se lamentar, foi aí que sua mãe apareceu e falou: Por que você se lastima tanto? Olhe agora a casa que você tem de dois andares ( naquela época a casa se chamava ou sobrado ou de dois andares, não existia a palavra duplex. A mãe daquela mulher havia morrido há 45 anos. Já sentada na cama aquela mulher tirou o fardo de suas costas e jurou que nunca mais iria relembrar o passado e nem tão pouco culpar alguém por suas ações. Hoje ela está livre, leve e solta, todo seu passado foi apagado de sua mente e ela agora só consegue ver o dia de hoje. Não tem planos para o amanhã. Vive o hoje esqueceu o passado e não tem planos para o futuro. Vive um dia de cada vez. Pedindo sempre a Deus para encontrar seu filho para realmente ficar em paz.
OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.
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