Ela tinha dois meses de idade quando sua mãe lhe deu a uma negra lavadeira por não ter condições de criar porque já tinha dois filhos. O pai dela era alfaiate e resolveu levar sua mãe para a cidade grande, deixando assim o interior. Chegando lá ela pensou que ele tinha uma alfaiataria, mas engano não tinha nem se quer um lugar para dormir. Contou também que por diversas noites dormiu com seus dois filhos no meu da rua em um banco de praça e as crianças falavam que estavam com fome e nada ela tinha para lhe dá. Foram dias de tormenta, angústia, amargura, solidão, vendo seus filhos passarem fome e ela tinha que cantar e contar estória até que eles adormecessem. Os dias se passaram até que resolveram voltar, não mais para sua cidade natal e sim para uma que ficava perto. Lá aconteceu a mesma coisa. Um dia desesperada voltou para casa de seus pais. Sua filha que não a via há quase dois anos estava agora uma menina linda. Enquanto ela lutava pela sobrevivência a lavadeira negra trabalhava para alimentar a filha adotiva com leite de cabra e farinha era assim o seu mingau. A menina crescia forte e com saúde. Era tudo na vida daquela moça velha, feliz porque a menina era a alegria da casa. Um dia bateram na porta e quando ela abriu era a mãe da criança, a lavadeira pensou que ela teria vindo visitá-la, mas para sua surpresa veio mesmo buscá-la. A negra chorava tanto, a mãe preta pedia por tudo que não tirasse a filha que foi lhe dada, que ensinou os primeiros passos, ouviu sua primeira palavra, as lágrimas rolavam em seu rosto mais a mãe biológica falou que não tinha lhe dado era só enquanto ela se organizava. E para essa criança ir com a mãe? deu trabalho, agarrava na saia da mãe preta, contudo foi arrebatada dos braços e levada. A criança coitada, chorava muito, nunca tinha visto aquela mulher. Foi um sofrimento. Ela agora já estava grávida de outro filho, foi quando apareceu um homem que falou que assumiria seus filhos e casaram, só que a menina apanhava muito, era podada de tudo, trabalhava feito a estória da Gata Borralheira, só vivia nas cinzas perto do fogão de lenha que ficava afastado da casa, quando não estava lá, sentada num canto da parede fazendo abainhado de saias godê e auxiliando todo o vestido por dentro. Muito sofreu aquela moça, por causa de um namorado ficou um ano sem sair de casa nem tão pouco foi para a escola. Um ano enclausurada...Tudo passou, só restaram os traumas de infância para menina e morte prematura de sua mãe que sofreu tanto na vida que não aguentou mais tanto sofrimento quando contraiu um câncer que poderia até sobreviver mais um pouco contudo do segundo casamento teve uma filha que era uma pimenta engravidou sem casar, foi aí que colaborou ainda mais para ela partir. Paro por aqui.
OBS: Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança será mera coincidência.
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