LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

 Quando eu tinha 10 anos meus cabelos eram longos e dava muito trabalho para serem penteados, por isso todas as noites eu tinha que fazer as tranças. Sempre ouvia falar de comade Fulorzinha e eu tinha a maior curiosidade de conhecê-la. Minha mãe falava que se eu não penteasse meus cabelos ela vinha à noite e dava muito nó que ninguém poderia desatá-los. Eu não acreditava nisso.     

Certa vez comecei a assoviar a noite e papai falou que se eu continuasse assoviando comade Fulorzinha vinha dar nó nos meus cabelos. Daí falei: vou ver se é verdade. Como anoitecia muito cedo por não haver luz elétrica as 06h30min horas já estávamos com o candeeiro aceso. Saí para o terreiro e comecei a assoviar...

            Pensei comigo: vou fazer minhas tranças possa ser que ela venha hoje e como já estou com meus cabelos de trança ela não vai poder dar nós. Fui dormir. Não é que ela realmente veio. Coitado do cavalo que papai tinha. Ela deu tanto nó que ninguém conseguiu desatá-los. Papai falou: eu não avisei que não podia assoviar de noite que comade Fulorzinha vinha? Por sua causa tenho que cortar agora o rabo do cavalo.

 Fiquei com muito medo e não quis mais assoviar para ela não voltar. Na noite seguinte esqueci-me de fazer minhas tranças, mas como não havia assoviado jamais pensei que ela voltaria. Meu Deus! Quando acordei parecia uma bruxa! Meus cabelos estavam cheios de nó. Como chorei. Tentei penteá-los mais não houve jeito. Moral da estória: fiquei quase careca. Meus cabelos foram cortados no tronquinho.Cada vez que mamãe cortava uma mecha com a tesoura falava: eu não lhe avisei?

            Conta à lenda que comade Fulorzinha é uma menina bem pequenina dos cabelos brancos arrastando no chão, vive na mata e gosta de fazer essas maldades com as pessoas teve gente que até já apanhou dela quando estava caçando. Ainda hoje tenho medo de assoviar durante a noite...



                                  13/08/09

Você surgiu em minha vida
Como o sol surge no amanhecer
Trouxe-me bastante alegria
Dando-me a razão de viver.

Foram momentos de loucura
Como foi lindo o nosso amor
Beijava-me com doçura
Abraçava-me com calor

Muitos obstáculos no caminho
Depois que a distância apareceu
Abandonaste nosso ninho
E o nosso amor se perdeu

Você saiu da minha vida
Como o sol sai para o anoitecer
Deixando-me desvalida
Sem razão de viver


                           
                                                                                                              

Ai quem me dera
Dizer tudo que sinto
Que uma ferida fizera
Neste meu coração tão sofrido

A dor que sinto neste momento
Ninguém pode calcular
Por alguém que não tem sentimento
Como dói sofrer por amar.

Foste claro e positivo
Quando disseste que não me amava
Não queria aquilo ter ouvido
Como estátua eu parava.

Parei por um instante
Pensei em algo para fazer
Ao ouvir aquela frase constante
Não sabia o que dizer

Hoje amanheci mais calma
Procurei não chorar
Irei ti arrancar da minha alma
Não quero mais ti amar.










  

  Desde que você se foi
Minha vida não tem sentido
Meu coração ainda dói
Por um dia ter te perdido

  Você por outra me trocou
E ela um filho lhe deu
Só a recordação ficou
E isso muito me doeu

  Hoje com outro eu vivo
O qual me faz muito feliz
Dá-me amor e carinho
Coisa que eu sempre quis.

  Tudo na minha vida eu tenho
Amor, carinho, dedicação
Porém por teu amor ainda venho
Implorar por tua paixão.

  Sua maneira de ser
Seu modo de me tratar
Seu jeito de me querer
Sua mania de me amar

  Sinto tanto tua falta
Mesmo assim continuo te esperando
Sei que pra mim você não volta
Mais sempre estarei lhe amando.



  As horas se passam
  A solidão aumenta
  Os dias se passam
  Mais meu coração aguenta

  Por ser forte demais
  Tenho tudo não tenho nada
  Sofro por viver assim
  Amo e não sou amada

Quem me dera tivesse asas
Para no céu poder voar
Ser livre como uma gaivota
E nunca mais para terra voltar

Tudo que eu tinha de viver
Creio que eu já vivi
Nada pude construir
Cheguei até a desistir

Porém sou forte e valente
Com Deus irei vencer
Sobreviverei todos os obstáculos
Essa é a razão do meu viver

06/08/05





       

 E vinte anos se passaram... Aquela mãe continuava esperando a chegada de seu filho amado. Todas as vezes que o telefone tocava falava: Alô? Ta certo, mais uma vez não era ele. Daí tocava a companhia, ela saía correndo e perguntava: Quem é? Também não era ele. Até que certa vez ela adoeceu. Deitada em seu leito chega aquele rapaz alto, bem calvo, com cabelos grisalhos, uma barba rala e ao seu lado três rapazes e uma mulher já senhora. Ela olha e pergunta: Quem são vocês? Ele responde: Sou eu mamãe. Quem?
        Seu filho Carlinhos e esses são seus netos e essa é minha esposa. A mãe olha com um olhar embaraçado porque já não enxergava tão bem devido tanto crochê que havia feito na mocidade e também porque já tinha 66 anos e fala:
  __ Não, você não casou ainda meu filho.
  __ Ele responde: sim mamãe eu casei.
  ­­__Como? Nem fui convidada... Acho que neste momento houve arrependimento da parte      dele que sua mãe notou daí ela lembra:
__ Sabe aquelas sandálias douradas que você me deu eu nunca as calcei aguardando o momento especial. Não de jeito nenhum você casou, você saiu de casa para viajar e eu fiquei esperando sua volta e ainda bem que você chegou.

__ Pergunta ela: quando é mesmo que você vai casar? Será que irá dar tempo de conhecer meus netos?
        Ele baixa a cabeça. A mãe se faz de tonta para não magoar seu filho amado. Pega a mão dele com sua mão trêmula e diz: DEUS ti abençoe meu filho, mesmo distante todo esse tempo eu nunca me esqueci de você. Pedi a Deus que lhe abençoasse para lhe dá saúde, paz, felicidade e principalmente nunca lhe faltar o pão. Saiba também você que todos esses anos, você nunca saiu de dentro do meu coração, às vezes ele estava sarado, mas de vez em quando abria uma ferida e ele começava a sangrar e o tempo se encarregava de cicatrizá-lo outra vez. Mas agora você está bem pertinho de mim outra vez.  Ele a abraça e por um momento a mão de sua mãe vai perdendo as forças e ela dá um profundo suspiro de felicidade. Missão cumprida.
 Ela fecha os olhos, está em paz, e morre. Seu filho nada mais pode fazer, ele a deveria ter procurado antes que isso tudo acontecesse mais agora é tarde, ele não podia fazer mais nada. Entristecido baixa a cabeça e chora.
 Quanta coisa ele queria falar naquela hora a ela, mas...

Segunda feira, 01 de março de 2004 às 22h47min.
         
Morrendo então a mãe não haverá mais nenhum comentário. Ficou aqui registrado:

      Oba! Chegou o grande dia. Tenho que acordar cedo porque vou ao casamento do meu primogênito. Não fui ensaiar a entrada na igreja porque já tinha assistido vários casamentos e eu não tinha como errar seria fácil.  Levantei, me olhei no espelho meus olhos estavam radiantes e eu mais bonita do que nunca.
Fiz minhas sobrancelhas afinal tinha que ficar linda nas fotos. Tomei um banho e fui para o salão fazer minhas unhas tanto das mãos como as dos pés afinal eles deveriam estar bem asseados porque iria calçar as sandálias douradas que havia ganhado no dia do seu aniversário para essa data tão importante. Eu estava orgulhosa porque iria entrar na igreja ao lado do meu filho.
Chegando a casa me lembrei... O meu vestido meu Deus! Corri para a loja e aluguei um muito bonito com a bolsa dourada para combinar com as sandálias. Pronto agora só falta aguardar a hora que corria tão depressa que por mais que eu me apressasse estava sempre atrasada.
Nossa que dor de barriga... Acho que é o nervosismo afinal não é todo dia que tem uma data tão significativa. Tudo em ordem. Entrei no carro ao lado do meu querido marido e saímos em direção a Igreja. Meu Deus! Gritei desesperada dentro do carro...
             O convite deixei-o em cima da mesa volta, volta, vamos para casa buscá-lo. Chegando em casa a mesa estava vazia, não havia convite algum. Como eu iria para um casamento se ao menos eu não sabia nem as horas e nem o local? Parei pensei chorei... Já sei vou dormir fui para a cama deitei minha cabeça no travesseiro e dormi. Sonhei que estava assistindo o casamento e vi tudo.
               Eu não entrei com ele na Igreja havia outra pessoa em meu lugar e eu estava sentada na última fila dos bancos. A Igreja estava linda, muitas flores, cheia de pessoas desconhecidas porque ninguém falou comigo. Terminado a cerimônia ele passou por mim e nem se quer um olhar, era como se eu estivesse invisível também ele jamais poderia imaginar que eu estivesse ali porque não me convidou...
Afinal tudo não passou de um sonho...


           Contaram-me essa história e achei muito interessante, então resolvi editá-la, inclusive não sei se foi uma coincidência, mas foi a mesma pessoa que contou a história das sandálias douradas, que eu chorei muito ao ouvir tudo aquilo. Não sei por que mas dei razão ao filho dela porque depois de tudo que ela me falou ao seu respeito me pus no lugar do filho e achei que ele fez o certo, essa é minha opinião.

OBS: Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança será mera coincidência.
Olhas para o céu e perguntas ao sol por que ele é tão ardente?
E como resposta obterás que é o meu amor que queima por ti.

A noite brilha a lua com um clarão apagado e frio. Pergunta a ela e ela te responderá que é a falta do teu amor que sinto.

Nas noites chuvosas e frias pergunta ao relâmpago e ao trovão porque tanto brilho e barulho ao mesmo tempo?
Por certo surgirá a resposta que sou eu que clamo por ti iluminando com meus olhos a tua procura e as minhas lágrimas inundando as ruas provocando enchentes de tanto chorar pela tua falta.

Quando vedes o vento  derrubando folhas e árvores pergunta a ele por que está enfurecido?
E ele ti responderá que sou eu a tua procura para acalmar meu coração que geme de dor e sofrimento.

Quando perguntares a todos os fenômenos da natureza e tiveres todas as respostas volta pra casa correndo que estarei ti esperando de portas abertas para receber o Rei, o meu Rei aqui na terra que é você.



 Em um momento de desespero numa noite fria e solitária chovia muito e da minha janela comecei a escrever e saiu essas interrogações, após anos revendo minhas lembranças encontrei e daí resolvi publicá-la.                              

 03/04/1994

           
 Falar é fácil difícil é realizar. A vida é cheia de altos e baixos tudo que tem começo tem seu fim. Nosso fim chegou e eu ainda querendo adiar por mais tempo arriscando uma amizade de tantos anos, com tanta felicidade e eu querendo que tudo se torne em ódio sendo insistente. Acabou-se? Tudo bem. Não essa de apelação, mas fica eu como uma otária implorando rogando uma coisa que já terminou.
            Dessa vez vou vê se crio vergonha na cara me pondo no meu lugar e tudo bem não adianta mais chorar o leite derramado não tem volta não tem e acabou vou ti deixar viver e o tempo se encarregará de tudo por que continuar insistindo? Eu sei que a barra que irei enfrentar vai ser grande, mas em piores situações já me encontrei e dei a volta por cima e por que dessa vez vai ser diferente?
            Sinto-me só? Sinto-me. Mas ninguém pode fazer nada obrigado. Preciso de um companheiro para conversar? Preciso. Mas o que fazer?Obrigar a pessoa a me ouvir? De jeito e maneira jamais poderei fazer uma malvadeza dessas é o cúmulo do absurdo.
           Por isso tenho que me conformar e deixar o tempo passar, pois como diz o ditado o tempo é o melhor remédio é justamente isso que vou fazer já vivi meio século o que eu tinha de aproveitar na medida do possível aproveitei e pronto.
Não quero mais bater nessa tecla já estou cheia chega de tudo isso como ele mesmo falou “isso já está me aborrecendo” e como não quero aborrecê-lo vou parar por aqui e esperar no que vai dar.
             Não irei me  precipitar pensando no dia do amanhã porque amanhã nem sei se estarei viva.Deixa rolar ainda bem que tenho esse computador onde posso fazer meus desabafos sem comentar com ninguém porque isso só servira de críticas e comentários. Uma coisa é certa: quero viver estudar terminar meu curso de computação o segundo grau e ir para universidade e fazer mais curso mais cursos e jamais parar de ocupar minha mente.
             Certo dia uma gaivota estava passeando na floresta de galho em galho quando der repente encontrou um lindo pássaro ainda sem penas. Colocou-o em suas asas e o levou para o seu ninho. Alimentou, deu carinho, muito afeto e ensinou-o a voar. O tempo passou e aquele pássaro sempre do seu lado, foi aí que ela resolveu adotá-lo como filho. Ele foi crescendo ao seu lado e por ela se sentir só, sentiu uma grande atração por ele e começaram a namorar ficando assim marido e mulher.
             Naquele dia em diante nunca mais ela olhou para outro pássaro a não ser para ele. Mas, a diferença de idade era muito grande, mesmo assim ela não se incomodava e ele também. O tempo passou viviam sempre grudados, mas vez por outra um desentendimento, que fazia parte do dia a dia. Ela estava feliz muito feliz. Sua vida mudara da água para vinho estava pura, branca como a neve sentia-se orgulhosa de seu comportamento.  A vida agora era outra ela voava tão serena que nem suas asas batiam. O tempo passou e o passarinho começou a conhecer a floresta. Voou viu novos pássaros e notou que não era aquilo que ele queria. A Gaivota era muito boa tinha feito muito por ele, mas estava lhe faltando à liberdade. O local que ela saía com ele não lhe agradava era coisa de pássaro velho e ele por ser novo não se sentia a vontade.
           Certa vez ele falou pra ela que iria embora, que não dava mais certo, sentia-se muito grato por tudo, mas isso não o obrigava a viver o resto de sua vida preso por uma gratidão, que ela o desculpasse, mas estava de partida. Pegou algumas peninhas colocou na sacola e voou. Não demorou muito tempo estava ele de volta dizendo que não queria mais ir embora, a Gaivota muito se alegrou e continuaram vivendo juntos outra vez. Mas as coisas não continuaram como antes estava tudo diferente, contudo iam só adiando a separação. Após voar encontrou um trabalho onde conheceu muitos passarinhos e então fez várias amizades e passava mais tempo fora do que no seu ninho junto com a Gaivota. Tudo silêncio quando chegava a casa já estava cansado da jornada de trabalho e ia dormir. Deixaram então de sair à vida da Gaivota voltou a ser monótona outra vez. Ela sentia-se só não tinha mais vontade de fazer nada mesmo assim tocou o barco pra frente e procurou preencher seu tempo.
          Um dia o passarinho chegou à casa todo desconfiado e ela notando perguntou o que estava acontecendo e ele falou que estava gostando de uma Gaivota só que ela era nova e fazia o tipo dele, que ele poderia passear com ela e fazer sua vida iria caminhar com suas próprias peninhas. A Gaivota não ficou chateada com ele achou uma atitude muito bonita por não ter enganado.  O choque a abalou muito quando ele falou que iria embora. Ela não queria que isso acontecesse porque achava que ele ainda não estaria pronto para construir seu próprio ninho pediu então que ele ficasse, desse mais um tempo pra vê como ficaria, depois ele resolveria. Ele deu um tempo pensou e resolveu ficar. Agora ela está do jeito que começou, quero lavar suas peninhas pra quando ele chegar estar tudo arrumadinho. Preparar sua comidinha, forrar seu ninho bem fofinho para que nas noites chuvosas ele não passe frio até que um dia quando ele estiver bem equilibrado possa realmente construir seu próprio ninho porque no momento ele não está em condições.
                Os dias são longos e as noites intermináveis, ela calada fica esperando até à hora dele chegar. Agora não o espera mais porque sabe que ele não vai voltar, então não tem por que se preocupar. Ela agora quer que ele voe bem muito para descontar o tempo perdido de quase cinco anos. Coitado como sofreu esse passarinho, ela pensando que estava fazendo-o feliz e, no entanto só estava maltratando-o porquê ele tinha tudo só não tinha a felicidade, então que adiantaria a gaiola de ouro que ela o colocou com tudo dentro, mas ele continuava preso? Então meu lindo passarinho, voe bastante e cante muito comemore a sua liberdade porém nunca se esqueça de meus ensinamentos porque tudo que eu fiz foi para o seu próprio bem, nunca desejei seu mal e não é agora que irei fazer isso. Vou continuar ti cuidando da mesma forma menos os conselho porque você já cresceu suas asas. Espero que um dia eu possa ti ver muito bem e saber que não foi em vão o meu esforço. Ela falou tudo isso para o passarinho.

                                    25/06/2007