LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO


Se me perguntarem se sou feliz
Direi que sou até demais
Enganarei o mundo todo
Mas ao meu coração jamais

Sou alegre, sou contente
Para disfarçar o meu sofrer
Porém ninguém sabe da minha mente
O quanto dói meu padecer

Amo e não sou amada
Choro e ninguém enxuga meu pranto
Grito mas por ninguém sou escutada
Sofro e ninguém sabe o quanto




   Até quando viverei assim
   Neste mundo enganador
   Sem ter ninguém por mim
   Para aliviar minha dor

   Eu ti amo minha vida
   Eu ti amor meu
   Um dia serei só tua
   E você será só meu.


                               08/07/2007 15h38min














Amanheceu
O sol voltou a raiar
Mais um dia que se vem

Que seus raios iluminem
Todos meus passos
Que o seu calor
Queime minha pele branca
Que seu brilho faça resplandecer
Em mim mais um dia de vitória.













Entardeceu
O sol se pôs.
O céu ficou avermelhado
Tudo ficou triste porque surgiu
Uma lua branca e solitária
Ela está só no infinito.

Me vejo como ela
No meio de uma multidão perdida
Que importa como estou?
Vivendo por viver   
                                                           












É madrugada
A lua agora não está mais só
O céu está piscando

Com inúmeras estrelas
Ao seu redor.
Por um momento.
Cheguei a ter pena dela
Mas ninguém está só.




Quando pensamos.
Que estamos isolados
Surge Deus o todo Poderoso
Acompanhado de Anjos e Arcanjos
Enchendo-nos de paz, amor, tranquilidade
Ai de mim se não fosse o Seu amor.


Com erros e acertos componho minhas poesia com rimas e sem rimas. É o que sinto no momento; para os leitores não tem significado algum. talvez nem entenda a que me refiro, mas só eu e Deus sabemos. 
São coisas da vida, mesmo assim ninguém é mais feliz que eu. Sou um vitoriosa com a Graça de Deus.


Esse título foi escrito por você o qual me inspirou a escrever esse conto real.

           
            Há 38 anos eu uma jovem inocente com um futuro brilhante pela frente, fui iludida por um homem mais velho que eu sete anos onde me entreguei de corpo e alma deixando minha infância para trás tornando-me assim mulher. Engravidei e logo tive que deixar a casa de meus pais num interior onde fui motivo de escândalo na família, e minha mãe propôs um aborto.
            Revoltada com tal proposta e iludida por aquele amor cego fui embora para São Paulo fazer a vida por lá. Nada deu certo e com dois meses estava de volta. Sofrei o pão que o diabo amassou. Por causa desse filho minha vida correu risco sendo agredida a pauladas onde tenho seis pontos na minha cabeça a mando de outra pessoa para matar meu filho que só tinha 32 dias de nascido eu ainda estava de resguardo e como uma loba defendi meu filho querido, nessa época eu iria me formar em professora, mas como diploma teve um filho nos braços.
            Com a morte de minha mãe tudo mudou. Rejeitada pela família, pelos amigos, pela sociedade, expulsa de colégio, de barzinho, fiquei sozinha no mundo onde recebi apoio de meu avô. Mesmo assim continuei sofrendo, mas sempre com o filho grudado sem separar nenhum segundo do meu lado. Os dias se passaram e eu encontrei um cara que queria casar comigo e na inocência ou safadeza engravidei pela segunda vez. Entre a cruz e a espada teve que fazer uma escolha a mando de meu pai entre meu primeiro filho e o que estava para nascer.
                Com o coração transpassado de dor optei pelo meu primogênito afinal ele já estava com um ano era o meu amor e o que estava para nascer eu não o amava porque o safado do pai quando soube da gravidez se mandou para São Paulo e mais uma vez eu fiquei sozinha.
            Saí no dia 24 de Dezembro de 1975 para dar a luz e voltei de mãos abanando. Fazia oito meses da morte de minha mãe. Daí começou tudo novamente. Brigas, pelerias, ao ponto de eu querer ir embora mesmo assim meu pai lutou para que eu terminasse o último ano de meus estudos e fui estudar em Limoeiro porque em Bom-Jardim o Colégio Santana por ser de freiras e ter um nome a zelar não poderia aceitar uma mãe solteira isso seria uma escândalo. Fui estudar em Limoeiro e devido às moças honradas que iam comigo na mesma Comb. fizeram um fuim para me colocar pra  fora que conseguiram, mas havia outro transporte que vinha de Orobó e eu consegui uma vaga.
            Em Setembro para minha surpresa fui chamada a diretoria para ser comunicada que: A partir daquele instante eu estaria expulsa do colégio por mau comportamento, ou melhor, sejamos mais claras digamos o certo, disse a diretora: Você está expulsa porque transou com não sei quem, e se limpou com a toalha que se enxuga as mãos no banheiro, isso foi dito pela mesma pessoa que me expulsou da Combe de Bom-Jardim.
            Ao chegar a casa fazendo a comunicação dos fatos ao meu pai, nesse dia quase eu era morta porque ele pegou uma peixeira enorme para golpear-me e como um anjo meu filho me salvou gritando não papai. Parecia naquele momento que ele sabia que seu avô iria me matar. Dia seguinte com medo eu fui morar na casa de meu avô onde passei a lavar os pratos numa maternidade em troca de um prato de almoço muito embora a enfermeira Iraci desse de bom grado, mas eu queria trabalhar com o suor do meu rosto para adquirir a comida digna.
          Voltei pra casa, dessa vez com um pensamento, encontrar uma mulher para meu pai e cair no mundo para fazer minha vida porque naquele interior eu não passava de uma rapariga, tudo isso por ser mãe solteira, engraçado tão comum hoje em dia e naquela época quanta descriminação. E assim fiz. Com meu pai casado resolvi voltar para São Paulo em busca de emprego. Nessa época meu filho estava com dois anos. Com o coração transpassado de dor de angústia deixei aquele pequeno ser, pedaço do meu coração para recomeçar minha vida fora e vir buscá-lo assim que encontrasse um emprego. Trabalhando de doméstica e chorando quase todos os dias minha patroa deu o dinheiro da passagem para que eu viesse buscar meu filho.       
            Ansiosa contando os postes da estrada eu estava de volta para buscar meu querido filho. Meu pai não queria deixar, porém não podia me proibir de levá-lo por ele ser meu filho. Feliz da vida e com meu filho partirmos para São Paulo. Nossa a Patroa só tinha duas filhas e logo se apaixonou por aquele menino tão lindo ele estava com dois anos. Tudo que ela comprava para as filhas comprava para ele também e chegou ao ponto dela querer tomar meu filho porque não tinha menino só duas meninas e eu com muito medo resolvi abandonar a casa dela.
            Agora o drama: eu com um filho nos braços, sozinha, numa cidade grande... Tive noticias que uma amiga morava perto, daí fui para casa dela e logo encontrei emprego. Deixava meu filho numa creche e pegava à tarde. Ele só conseguiu ficar por dois dias, chorava muito e eu falei com a patroa para vê se ela consentia que eu morasse lá com ele e ela pagaria menos a mim.
            Devido o clima meu filho adoeceu e teve de ser socorrido para um hospital. Estava com alergia era uma bronquite asmática e tinha que voltar às pressas para Pernambuco. E agora sem dinheiro? Eu ia me separar de meu filho por quanto tempo? Meu Deus o que fazer? Não aguentava mais e o desespero aumentava; inexperiente, 18 anos sozinha, numa cidade grande... Foi difícil, e o pior de tudo estava por vir à separação de meu filho, o meu sofrimento em ficar longe dele outra vez, e os pensamentos giravam na minha mente feito uma roda gigante.
            De volta ao interior. Deixo meu filho amado. Como gostaria de ficar ao seu lado. E mais uma vez estou de volta a São Paulo. Estava trabalhando em uma loja de móveis quando de repente aparece aquele rapaz muito bonito, alto olhos claros e que éramos amigos de infância e veio para morar comigo. Na época eu estava namorando outro e tive que acabar para ficar com esse. Fomos trabalhar juntos eu  como garçonete e ele como chapeiro numa lanchonete KING HOT DOG que  ficava bem perto da praia. Ele se apaixonou pela neta da Dona da Lanchonete que se chamava Clementina e começou a me machucar, foi quando descobri que estava grávida. Ele nem quis saber me abandonou, e eu tive que dar meu filho a Dr. Fabrício e nunca mais o encontrei. Voltei para Bom-Jardim e depois fui para Recife, de lá para Natal, verdadeiramente uma andarilha. Não conseguia fixar em canto algum. Voltando a São Paulo fui para Santos onde tinha uma amiga que me ajudou a trabalhar como cobradora de ônibus e consegui juntar 5.000.000.00 nem sei ler mais esse dinheiro isso foi no ano de 78 quando cheguei em casa com esse dinheiro. Durante os dois anos que passei fora sempre mandei dinheiro, roupa, bicicleta, brinquedos e minha foto para que papai mostrasse sempre ao meu filho para que ele não me esquecesse.
            Ganhei um pedaço de terra quase na frente da casa de papai e começamos a construção. Agora nunca mais sairia de perto do meu filho porque estava construindo um quartinho para mim, agora em que eu ia trabalhar não sabia por que tudo estava do mesmo jeito, jamais encontraria uma pessoa que desse um emprego a uma mãe solteira pra não falar uma rapariga. Quando faltavam as telhas e a porta o dinheiro acabou. Mandei um bilhete pedindo a Chiquinho e a Nenca meus irmãos por parte de mãe que me mandasse 1.000.000.00 para terminar meu quartinho e eles me mandaram.
            Papai foi para João Alfredo comprar e quando só faltava cavar a fossa chegou em casa duas irmãs e falaram para papai: De quem é essa casa que o senhor está construindo? Ele respondeu: Inajá trouxe um dinheiro de São Paulo os meninos deram o restante e ela agora não precisa mais viajar vai tomar conta do filho dela aqui mesmo. Elas responderam: Ela vai fazer cabaré na frente de sua casa. Entrou um espírito maligno em papai ele falou: não é que é mesmo. Pegou uma foice e saiu correndo atrás de mim eu pulando por cima das cadeiras me mandei de novo pra casa de meu avô. Agora estava lascada. Nem casa, nem dinheiro, tudo em vão, meu trabalho que ficou tudo naquele chão. Desesperada eu só vi uma saída, ir embora outra vez com uma mão na frente e outra atrás. Dessa vez não pra São Paulo já havia ido sete vezes que dá quatorze indo e vindo, já estava turista, de ônibus passava três dias para chegar.   Resolvi pedir abrigo na casa de minha irmã por parte de mãe. Fiquei na casa dela e minha cunhada conseguiu um emprego para mim no supermercado Compre Bem depois abriu uma rede chamada Minibox. Trabalhei por 11 meses nesse supermercado. Conheci um rapaz que me propôs casamento e mais que depressa aceitei.  Cheguei à casa de papai falei que ia me casar lá naquele mesmo interior, onde Dona Carminha casada com Seu Severino Salviano que era dona do cartório me deu de presente o casamento e não precisei pagar nada.
            Voltei para o Recife alugamos uma casa compramos móveis de segunda mão e voltei para pegar meu filho. Foi um dia de juízo. Era uma quarta feira. Quando papai chegou em casa eu falei: vim buscar meu filho, agora já estou amparada e tenho condições de criá-lo. Mesmo estando no Recife nunca deixei de vir em casa, quase toda a semana eu ia ver meu filho. Casei no dia 10 Dezembro de 1980, meu filho já estava com seis anos, um rapazinho, quer dizer que eu fiquei longe dele mesmo sem vê-lo dois anos quando juntava dinheiro trabalhando em São Paulo.


Vamos fazer as contas:
           

            Criei meu filho até dois anos viajei quando cheguei ele estava com quatro anos. Suportando angústias e sofrimento ainda passei quase um ano em casa foi quando resolvi ir para Recife ele já estava com cinco anos mais eu ao lado dele. Quando ele foi morar comigo em 1981 (fevereiro) ele estava com seis anos e seis meses.
            Meu marido muito ruim parecia que era doido, sofri o pão que o diabo amassou, mas suportei até meu filho ficar grande foi quando viemos morar em João Pessoa em 1988 e meu filho já estava com 14 anos. Aí sim eu me senti segura para fazer o que eu quisesse porque ele já estava grande e eu não iria mais depender do marido para nada.
           Com um fiteiro vendendo pipoca, balas, revistas usadas, etc. eu consegui pagar colégio particular para ele. Terminando o ginásio ele foi para o Objetivo onde eu pagava a metade e Ione pagava a outra metade porque era muito caro e sabe o resultado? Foi reprovado. Daí por diante tudo ficou desmantelado, ele com uma namorada sem futuro, eu separada dando meus pulos, virou bagunça mesmo. Que eu fiz: encontrei um homem solteiro e o coloquei dentro de casa pra me ajudar e ele sem trabalhar colocou uma mulher dentro de casa também. O que uma mãe não faz por um filho...           
            Não deu certo eles se separaram enquanto eu me casei novamente de papel passado. Meu filho sempre me odiou e se envergonhou de mim, mas nunca dei importância a isso, levei minha vida do jeito que quis levar e continuo levando sem dar satisfação a ninguém porque vivo do meu trabalho e ninguém paga minha luz, água, telefone etc.
            No dia 30 de Agosto de 2002 ele sai de minha companhia para se casar.
 Sabe com quantos anos? 28 anos. Meu Deus 28 anos menos dois que ficamos separados da igual há 26 anos. Resumindo.

“QUEM CRIOU ESSE MENINO”?

Quem passou dois anos com ele ou quem passou 26 anos?

O QUE SINTO POR VOCÊ MEU FILHO É PENA, EU TENHO MUITA PENA. PEÇO A DEUS TODOS OS DIAS QUE ARRANQUE ESSE ÓDIO DE DENTRO DO SEU CORAÇÃO PARA QUE VOCÊ POSSA TER UM DIA DE ALEGRIA NA SUA VIDA PORQUE SEI QUE VOCÊ É MUITO INFELIZ.
“ARREPENDA-SE ENQUANTO É TEMPO PARA VOCÊ CONSEGUIR A PAZ QUE NÃO TEM.”

Obs. Para esquecer o seu desprezo por mim eu me revoltei e resolvi fazer:

1.  Terminei o fundamental estudei três anos.
2. Tirei minha habilitação estou renovando agora 10 anos  habilitada.
3.  Fiz um curso de computação.
4.  Fiz um curso de digitalização.
5.  Fiz faculdade três anos e meio e sou formada em Letras.
6.    Estou publicando dois livros:
 
 1º Só Poesias                         
 2º Diário de uma Universitária.

Agora em Junho se Deus quiser irei fazer um curso pós- graduação.


“Agora estou realizada fiz tudo o que fui impedida de fazer na minha juventude.”
                       
                        Inajá Nunes




Durante o tempo que juntos passamos
Você nunca falou que me amava
Mesmo quando passeando estávamos
Minha mão nunca pegava

Dizer eu ti adoro
Era a mensagem que mandava
Ainda hoje eu choro
Porque não falavas que me amava

Sabia que certo não dava
Mas queria arriscar
Era um jogo que eu jogava
Pra perdeu ou pra ganhar

Ti amar foi meu viver
Isso foi minha perdição
Queria forçar seu bem querer
Porque me apaixonei de coração

Mas de nada adiantou
Você agora foi embora
Não se importou com meu amor
Por isso meu coração ainda chora.

10/09/1991                                                          
                               18: h20min.



        Assistindo um programa de televisão me emocionei muito ao vê uma mãe encontrando sua filha após 25 anos. Nossa quanta emoção, chorei muito porque enquanto uma mãe procura uma filha há 25 anos à filha também procurava por ela foi uma coisa muito linda, daí me lembrei de um filho que não o vejo há seis anos e por coincidência ele também tem um sinal na mão. Ele sabe onde moro porque quando ele foi embora nunca mais me mudei pra canto nenhum na esperança de quando ele quisesse-me vê poderia me encontrar no mesmo lugar que me deixou.
         Os dias se passaram os meses e anos e ele nunca me procurou. Vem na rua onde moro visita seu amigo e dar a meia volta e vai embora sem olhar para trás. Sabe é muito triste a pessoa ter um filho e ser esquecida por ele. Agora vem o mês de Maio dia das mães. Vai ser um dia muito triste porque não tenho um filho para me dar um abraço, mesmo assim eu adotei muitos filhos. Hoje estudo numa universidade onde encontrei muitos amigos e amigas e por encontrar amigas com idade menos de 35 anos eu as adoto como filhas e filhos e todo sábado dou abraços apertados e aquele calor humano me supre todos os meus desesperos, minhas angústias e solidão.
        Foi a melhor coisa que fiz foi entrar na Universidade. É assim mesmo enquanto uma filha procura sua mãe outros sabem onde elas moram e não a procuram, espero que quando vocês estiverem lendo esse depoimento que uma mãe universitária me contou não siga o exemplo desse filho ingrato.
            Achei uma estória muito interessante e como sou a poetisa da Universidade resolvi escrever da mesma maneira como ela me contou meu Deus quanta tristeza, Deus me livre se isso acontecesse comigo acho que não resistiria. Falei pra ela que tudo passa e isso é passageiro porque a vida é muito curta que ela deveria dar tempo ao tempo que o tempo se encarregaria de resolver todos os problemas.


   26/04/2009

   Queria coragem ter
   Para contigo falar
   Mas não sei o que fazer
   Nem sei por onde começar

   O meu coração está chorando
   Minha face sempre sorrindo
   A tristeza fingo cantando
   E o meu caminho vou prosseguindo.

   Isso eu não estava esperando
   Entreguei-me de coração
   Porem sempre fui adiando
   Daí grande foi à decepção

   Fiel fui a você até demais
   Motivo nenhum lhe dei
   Isso não esperava jamais
   Contudo me enganei.

  
 Por outra você me trocou
   Deixando-me abandonada
   O meu amor nada adiantou
   E eu pensava em ser amada

   Agora tudo acabou
   Amigos somos somente
   Não sou mais tua Papuda amor
   Só meu coração sente.


Minha gente eu vou contar
Uma estória que aconteceu
Um passado desenterrado
O qual muito me comoveu
Feito pela minha irmã
Foi isso que sucedeu 

Depois de quarenta anos
Ela a cabeça virou
Procurou seu pai legitimo
Isso muito me provocou
Para aqui eu escrever
Tudo o que se passou

Mamãe ficou sem marido
Com quatro filhos para criar
Passou fome passou frio
Mas sempre em Deus a confiar
De encontrar um marido bom
E com ela se casar

Não teve sorte com o primeiro
Este só queria beber
Batia muito na coitada
Vendo a hora ela morrer
Era sujeito safado
Nem o diabo queria ver

Sofreu muito minha mãe
Um dia mandou ele andar
Dizendo que não queria vê-lo
Mando-o se danar
Com as costuras e o ensino
Dava pra ela se virar

Depois de muito tempo
Ela o meu pai conheceu
Era um homem analfabeto
Isso muito lhe comoveu
Ele entrou na escola de dela
E a amá-la logo aprendeu

Era um rapaz novo
Também agricultor
Porem um homem honesto
Digno de todo valor
Não pensou duas vezes
E com mamãe se casou

Foi uma barra danada
Quatro filhos pra criar
Ele dez anos mais novo
Mas isso nada ia adiantar
O importante era o amor
Que agora ia começar

Papai carregava água
Para quatro filhos criar
Também era feirante
Vendia batata e cará
Mamãe ensinava e costurava
Para seu marido ajudar

Pra mostrar que era um homem
O caçula registrou
Dando um nome de pai
Mamãe contente ficou
Papai foi um homem de fibra
Mais nada disso adiantou

Os anos foram se passando
Seus enteados foram crescendo
Eram brabos demais
E o cacete ia descendo
Pra fazer deles honestos
E o caminho certo aprendendo

Francisco era o mais velho
O Ginásio terminou
Queria entrar na Marinha
Papai o último tostão gastou
Depois não quis ir mais
E todo o plano desmanchou

Viajou para o Recife
Porque morava no interior
Foi com cará e batata
Que papai lhe formou
Saiu com um diploma na mão
E um bom emprego arranjou

Paulo era um danado
Só queria bagunçar
Juntava-se com a turma
Iam logo anarquizar
Esse foi quem mais trabalho deu
Por não querer estudar

Já era um rapazote
Da vida nada queria
Junto com Pedro Tupã
Dono de uma cafeteria
Jairo era quem mais bebia
Era a vida que ele queria

Da escola foi expulso
Depois que a roupa tirou
Coitada de Dona Marluce
Que sem fala logo ficou
Papai discutiu com ele
E logo lhe castigou

Mesmo assim serviu o Exército
Um pouco endireitou
Sempre foi cara fechada
Mas a mamãe sempre ajudou
Viajou também para o Recife
Também um bom emprego encontrou

Filho abençoado por Deus
Hoje rico e bondoso
Ajudou mamãe até a morte
Com um jeito carinhoso
Gastou tudo o que tinha
Por ser um filho amoroso

Laís era mais uma filha
Também não quis estudar
Matava mamãe do coração
Porque se danava a namorar
Mamãe dizia que era ainda cedo
Deviria primeiro se formar

Nunca gostou de papai
Porque nela ele batia
Porem era para o seu bem
Que papai lhe combatia
Mas Laís era danada
E só falsos lhe dizia

Formou-se com muito esforço
Não gostava de estudar
Mamãe dando em cima dela
Mandando papai lhe castigar
Ela era um peste
Começava a se lastimar

Hoje com um anel no dedo
Se sente superior
Não reconhece que papai
Por ela tanto lutou
Vendendo cará e batata
E o seu estudo pagou

Fernando era o caçula
Esse era inteligente
Foi muito esforçado
Que chegou a ser tenente
Era muito conversador
E sorria alegremente

Foi o único enteado
Que chamou papai de painha
Considerava-o como pai
Porque dois anos tinha
Quando papai se casou
Com a nossa mãezinha

Os anos fora se passando
Francisco do banco é diretor
Um cargo muito importante
Digno de todo valor
Esqueceu do padrasto analfabeto
Que tanto lhe ajudou

Hoje o tempo foi passando
Paulo do banco é gerente
Homem de coração bom
Também muito competente
De papai também se esqueceu
Por fofoca de parentes

Fernando também se esqueceu
Hoje é um grande engenheiro
Deveria agradecer a papai
Por hoje não ser um pedreiro
Vive nos luxos e riquezas
Não lhes manda um cruzeiro

Laís pobre coitada
Agora está melhorando
É uma boa professora
Sempre ao marido ajudando
Não gosta de papai
Quanto mais se lembrando

Agora que contei tudo
Quero sua opinião
Depois de quarenta anos
Será que vale a pena então 
Laís procurar seu pai legitimo
Causando-nos decepção?

Se mamãe fosse viva
Como ela iria ficar?
Vendo seu passado desenterrado
O qual iria lhe incomodar
O que Laís fez foi demais
Mamãe nunca iria lhe perdoar

Como me sinto triste
Ao vê-la me desconhecer
Que sou sua Irma de uma banda
Sem eu nada ter a ver
Da mesma mãe fui nascida
Do mesmo pai não queria ser

Foi pro Rio de Janeiro
Pra com seu pai encontrar
Depois de quarenta anos
Não procurou se lembrar
Do mau que ele nos fez
Fazendo a nossa mãe chorar

Eu estou admirada
Como ela foi visitá-lo
Deve está muito rico
Para ela ir encontrá-lo
Quando ele foi preso
Por que ela não foi soltá-lo


Sim meus caros leitores
Ele foi preso como ladrão
Na cidade de Campina Grande
Isso ela não quis saber não
Agora porque ele está rico
Foi logo lhe estender a mão

Dele ela pode se orgulhar
E outros irmãos conhecer
Porque hoje ele é casado
A esposa logo ela foi vê
Para ela não sou sua irmã
Mas os da madrasta podem ser

O pai dela era um homem
Loiro alto e bonito
Conquistador das mulheres
Esse era seu grande mito
Mas era um bêbado safado e ladrão
Isso afirmo não minto

Papai era um agricultor
Mas nunca foi ladrão
É preto baixo e feio
Mas é um grande cidadão
Aonde chega é respeitado
Orgulho-me de coração

Foi um homem esforçado
Duas famílias criou
Está casado novamente
E nova vida recomeçou
Está na terceira geração
E nunca se desmoralizou

Parabéns papai querido
Orgulho-me do senhor
Dessa terra nada posso lhe dá
Porem faço a Deus minha oração
Para Ele lhe recompensar com o céu
Essa é toda minha gratidão

Aqui vou terminando
Porque quase tudo contei
Agradecendo a meu Deus
Que inteligência me deu
Para eu escrever em versos
Tudo o que aconteceu

Quem gostou dessa estória
E também do vai e vem
É só pegar lápis e papel
E escrever sua estória também


Ao meu pai:

Agora pra o senhor sorrir
O senhor é um filho abençoado
Deus lhe dê anos de vida
Para vê seus filhos criados
Seus netos colocá-los no colo
E por eles ser mijado.


            Esse cordel eu fiz no dia 16 de junho de 1985. Hoje reescrevi para falar que esse pai dela faleceu logo após a morte de Fernando. Não tenho noticias de Paulo, nem de Francisco e Laís. Após a morte de mamãe as duas famílias se separaram. Uma pena, mas quero deixar registrado que Paulo, Francisco e Laís na hora que eu mais precisei eles me estenderam a mão, Laís me colocou dentro de casa por muito tempo, Paulo me deu várias passagens para São Paulo nas minhas loucuras que fiz na minha juventude e depois de casada recebi várias cestas de Natal por muito tempo e Francisco contribuiu na construção de uma casinha que fiz perto da casa de papai e nunca tive o prazer de morar dentro dela, me acolheu na sua casa quando tive hepatite, um irmão muito bom, na época eu não entendi o motivo hoje eu vejo que Deus tinha planos para mim, o lugar onde eu nasci não era digno de minha presença lá.





Por que reclamas?
Não foste tu que procuraste?
Sei que não me amas
Por isso meu amor rejeitaste.

Hoje estás desprezado
És tu quem andas atrás
Estas pagando meu amado
Por ti sofri demais.

Não queres me contar
O que está acontecendo
Já deixastes de amar
E agora estas sofrendo?

Era só uma paixão
Que num instante acabou
Só eu te amei de coração
E tu me abandonou.

Agora sofres calado
A dor do teu coração
É isso aí meu amado
Como é ruim não ter uma paixão.

Como é possível viver
Nesse mundo de horror
Mesmo sem a pessoa querer
Tem que suportar tanta dor

Inveja, calúnia difamação
Estamos vivendo assim
São pessoas sem coração
Querendo vê seu fim


Se você não conseguiu viver
Deixa os outros se virar
Fazer o que quiser
Não precisa se preocupar

Cada qual vive como quer
Sem ter que satisfações dar
Fazer da vida o que quiser
Sem a ninguém incomodar.



Procuro um motivo para viver
E não consigo encontrar
Passo os dias sem te ver
E continuo a ti amar

Choro desesperada
Foi embora a minha alegria
Sinto-me abandonada
Sofrendo no meu dia a dia

Tenho vontade de te procurar
E para os teus braços correr
Mas aonde irei te encontrar
Meu destino é sofrer

Com tanto amor te criei
Sofrendo tanta decepção
Porém eu sempre suportei
Porque te amo de coração

Para mim você não cresceu
Continua a mesma criança
Sei  que você me esqueceu
Mas resta ainda uma esperança.