LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

Véspera de Natal. Sinto-me só. Hoje faz 27 anos que nasceu meu segundo filho. Não tive o prazer de criá-lo. Fiquei com você meu pedacinho, amor de minha vida, meu filho querido e amado. Ti amo tanto, meu pedacinho meu. Agora você está longe, sinto tua falta. Há um ano comprei tua roupa de Natal e Ano Novo. Você não me deu o prazer de lhe vê vestido. Senti tanto, chorei calada, sofro calada e só Deus sabe o meu sentimento.
            Saí e comprei uma roupa para Joan resolvi adotá-lo, tudo que eu queria dar a você é a ele que eu dou. Ficou no teu lugar. Ele conversa comigo, joga canastra, compra o pão e passa o tempo todo ao meu lado, sinto-me feliz. Você foi um filho ingrato. Passava uma semana falando comigo e três meses entregado. Deixou de me pedir a benção, me desprezou. Nunca me senti tão desprezada em toda a minha vida. Mesmo assim me conformo e vivo com minha solidão.

19/05/2010



Vivo em minha casinha
Sinto-me solitária
Jantando sempre sozinha
Essa é minha vida diária

Como não tive infância
Gosto muito de jogar
Me sinto com criança
Levando a vida a brincar





Tranquila é minha vida
Os problema eu procuro
Sempre na minha lida
Sem pensar no futuro

Já sofri muito por amor
Agora resolvi não mais sofrer
Não suporto tanta dor
Esse problema vou resolver

Está difícil demais
Porém irei conseguir
Me humilhar nunca mais
Meu caminho irei prosseguir

10/09/2007 23h50min




Depois que foste embora
Fiquei só a meditar
Será que devo ficar sozinha
Ou por outro em seu lugar

Oito anos se passou
Sem você aparecer
Um outro amor você encontrou
Deixando-me sozinha a sofrer

Os dias foram se passando
Um amor eu encontrei
E a ele fui me dedicando
Até que me apaixonei

Mesmo assim sinto saudade
Do tempo que passou
Não tinha felicidade
Mas suportava aquela dor

Não estou feliz por completo
Porque ainda resta recordação
Dos anos que ficamos juntos
Pra depois vir à separação

Cada qual foi pro seu lado
Construir um novo lar
Vivendo longe um do outro
Estou sempre a recordar

A saudade que eu sinto
Tu também estás sentido
Não se pode mais dar jeito
Nem continuar nos iludindo

Agora que tudo acabou
Vamos nova vida viver
O futuro a Deus pertence
Porém ainda sofro por você.


13/03/1995





























     Faz muitos dias que não tenho noticias suas. Meu pedacinho você não imagina o meu sofrimento e as lágrimas que tenho derramado por você, choro escondido para que Carlos não perceba. Só eu e Deus é quem sabe o que eu tenho passado. Tento me enganar. Faço com outra pessoa tudo aquilo que eu queria fazer com você, mas não tive chance. Ontem estudei com ele até 02: horas da manhã. Meu Deus como eu queria ter feito isso com você, mas você nunca deixou nunca me deu uma oportunidade de aproximação.
Sempre manteve distância de mim. Hoje faz sete meses e quatro dias que você foi embora. Não tenho mais objetivo de vida. Não tenho futuro, tudo está bom para mim, não faço nenhum plano, sou uma morta viva, vagando nesse mundo de meu Deus até chegar a hora da minha morte. Não vivo a vida, a vida é quem me leva tudo pra mim está bom. Se ao menos você me procurasse...
       Ah! Meu Deus como eu espero esse momento... Aí sim eu iria sorrir e como eu iria sorrir hoje choro, mas é assim mesmo. Amo-te de todo meu coração de toda minha alma jamais saísse do meu pensamento. O dia que você voltar eu estarei de braços abertos, mas é muito difícil mesmo assim te aguardo.
                                                    
  Tua mãe.

OBS: TENHO QUE ESPERAR DEITADA PORQUE EM PÉ IREI CANSAR.

                                                                  02/042003


    























Hoje 11 de outubro de 2004. Há exatamente dois anos que aconteceu um fato que não tem mais reparo. Não fui convidada para o casamento do meu único filho. É uma ferida que não cicatriza revivo todo o momento, todos os segundos. Faço tudo para esquecer, mas não consigo. Tenho tudo, nada me falta, mas a quem tanto amo não estar ao meu lado. Mesmo assim meu filho eu te amo, ti eu perdoou. Eu não sou digna de ser sua mãe, não fiz nada para que você se orgulhasse de mim não tiro sua razão de jeito nenhum e nem tão pouco lhe condeno, você fez certo.
     Como você no dia do seu casamento iria entrar numa igreja com mulher errada, os comentários iriam ser grande você só iria ter decepções, nem você se sentiria bem nem eu também, mas tudo passa e o seu casamento passou, foi tudo tão rápido, minutos apenas mas a recordação ficou para sempre. Não tem problema, todos os dias eu peço a Deus sua felicidade, que Deus lhe abençoe e lhe proteja, lhe dê saúde e felicidade.
            Não me esqueço de você um só segundo. Você é um filho muito bom é um homem honesto, sem vícios, Graças a Deus, viveu ao meu lado durante 28 anos no meio do cigarros, bebidas, vez por outra eu tomava minha cervejinha, mas nunca permiti que você fizesse o mesmo. Você sempre foi obediente e respeitador, nunca me deu um desgosto eu me orgulho de você o que você não pode dizer o mesmo de mim.
            A vida é assim, tive que passar por tudo isso e por coisas piores, mas estou viva Graças a Deus. Sinto-me sem objetivo nenhum na minha vida porque não vou vê meus netos, não vi seu casamento, não pude lhe formar, dá uma profissão digna de você, também com a minha vida errada como você teria cabeça para estudar?
            Embora tivesse um pequeno fiteiro onde de lá tirava nosso sustento, pagava água, luz, casa, seu colégio particular, feira, roupa, isso sem ajuda de ninguém fui uma guerreira, trabalhei só pra você, vendendo pipoca, balas, chicletes, revista e sempre fazendo crochê. Nossa como trabalhei sem ajuda de ninguém só a de Deus foi ele quem me ajudou e me deu muitos livramentos e consegui sobreviver e lhe criar.
As pessoas lhe criticam, mas o importante sou eu, você é meu filho amado, meu filho querido nunca teve seu carinho, mas hoje adotei um, ele brinca comigo, joga vídeo game, canastra, passeia de carro, sorrir, conversa... Nunca vi um sorriso seu, nem tão pouco lhe pude dar um abraço imagine um beijo de carinho te colocar no colo, porque você sempre me rejeitou, mais Deus o Todo Poderoso me confortou e quase não senti sua falta quando você foi embora porque assim que você se foi eu coloquei outro no seu lugar.
            Que Deus lhe proteja e prepare uma boa explicação pra quando seu filho nascer e um dia perguntar pela sua mãe espero que você tenha uma boa resposta para lhe dar. Já pensou quando ele olhar o álbum de casamento e perguntar pela avó? Quem você irá mostrar? Minha madrasta como avó? Ah! Meu filho o mundo está muito mudado e não faltará pessoa que irá contar a verdade, também com esse blog onde tenho tudo escrito vai ser fácil demais ele descobrir.

11/10/2004. 


 Hoje 2º domingo de maio de 2004 dia das mães. Amanheceu. Que dia lindo! Não choveu e para minha surpresa acordei com uma Banda Marcial tocando Minha Mãezinha querida. Que surpresa! Disse eu: meu filho me homenageou de uma maneira diferente, recompensou todos os anos.
      Quando terminou de tocar fiquei aguardando ele me chamar, mas aí caí na realidade era atrás da minha rua que um filho fez uma homenagem pra sua mãe, não chorei porque senti que era para mim e fiquei feliz. Hoje não tenho minha mãe mesmo ela sendo diferente das outras, mas eu queria tê-la ao meu lado. Não vou sair de casa, o dia hoje vai ser longo e até meia noite eu vou esperar um telefonema quem sabe meu filho se lembre daquela que lhe deu a vida e não venha me dar um abraço pelo menos.
    Estou feliz porque tomei conhecimento que ele está trabalhando é uma felicidade muito grande para mim. Bem, não estou a fim de escrever muito por isso vou parar por aqui, pedindo a Deus que Ele o abençoe me dê anos de vida e saúde para quem sabe um dia eu venha conhecer um filho que ainda não o conheço.

Obs.: Ione me passou uma mensagem fiquei feliz pelo menos sei que alguém se lembrou de mim, Carlos me deu um presente valioso estou num quarto muito aconchegante, ele construiu para evitar que subisse escada, estou feliz porque vou ter uma velhice tranquila, minha casa é um duplex daí ele fechou e a escadaria que era dentro de casa e fez no terraço e eu aluguei a parte de cima to tão contente pelo menos é um dinheirinho a mais que entra estou feliz.



Coitado de meu pai gastou o que tinha e o que não tinha.Tive hepatite isso em 1969.Essa doença era desconhecida alguns médicos falavam que era inteiriça mas na realidade esse nome é de outra doença.Os médicos eram bolivianos tinham vindo a cidade prestar serviços e ficaram comigo por uma semana e não conseguiu um diagnóstico correto, por isso me desenganou e me mandou imediatamente para Recife e papai me levou.
    Lembro-me de Ione calçando minhas meias até hoje não gosto de usar meia penso que vou morrer.Nossa fiquei no hospital e o médico queria me colocar no isolamento daí papai resolveu trazer-me de volta,o remédio foi muita glicose na veia,doce,água de coco,mimo do céu,lima, essa era minha alimentação.Passei seis meses nessa dieta,deitada em uma cama sem ao menos levantar o braço porque meu fígado estava se desmanchando e mamãe me dava banho de álcool, aí meu Deus seis meses depois foi que comecei a dar os primeiros passos bem lentos.

   Mamãe era crente e fez um voto a Deus para que se eu ficasse boa minha primeira caminhada seria a Igreja,esse voto foi cumprido.Eu fiquei membro da Igreja, cantava hinos de louvores a Deus, mas sempre fui danada quando chegava o carnaval, ficava louca para sair dançando nos blocos de rua, me pintar,etc. e tal.E eu fui crescendo,trabalhando,estudando e fazendo tricô,crochê,bordado só não aprendi a costurar porque mamãe falava que vida de costureira era muito ruim, gostava muito de jogar bola de gude e por  falar em bola de gude vou contar uma:
   Numa manhã de quarta feira eu fui ficar com papai na feira porque ele vendia inhame e batata, daí eu vi um banco onde tinha muitas mercadorias,inclusive bola de gude, não pensei duas vezes, passei a mão (pra não dizer roubei termo muito pesado) e joguei na frente de nossa casa.Horas depois corri para os coqueiros onde eu havia jogado e com aquele ar de espanto parecendo já um atriz de novela global gritei:
__ mamãe,mamãe olhe o que eu achei.
__ Onde você encontrou? perguntou mamãe.
__ Aqui nos coqueiros, respondi.
__ Inajá as bolas estão novinhas me conte essa estória direito, falou mamãe.
   E eu trêmula contei a verdade.Resultado: oito dias após ela me levou de banco em banco e contava a estória, quase morri de vergonha e nunca mais peguei objeto nenhum.Sabe eu nunca condenei minha mãe por ter feito isso comigo, caso contrário hoje eu poderia ser até uma assaltante, vocês não imaginam o bem que mamãe me fez, na época eu quase morro de vergonha, chorei muito, hoje só tenho que agradecer porque posso ver o que for não me pertence, não pego.Eu tinha uns seis anos mais ou menos e isso me serviu de lição.

OBS.Soube depois que o médico falou pra papai se eu ficasse boa iria ficar com sequelas, e não é que fiquei mesmo. Se eu tiver um susto morro de dor de barriga,minha mente ficou meia destrambelhada, eu acho que essas loucuras todas que fiz e ainda faço faz parte da minha doença e sabendo desse fato aí é que me aproveito mesmo.( Risos)







    ... Queria ter meu filho eu amava loucamente o Jaime e mamãe queria que eu abortasse mesmo assim ela me levou pra visitar o Pastor João Campos onde ele aconselhou me deixar fazer o que quisesse. Incomodada ela se foi, não era aquilo que ela queria ouvir. Em casa papai aguardava a minha chegada porque já se aproximava o Ano Novo. Dia 28 Dezembro de 1973, Jaime chegou com as passagens e fomos para rodoviária. No caminho ele falou que a confusão tinha sido muito grande entre ele e a mulher porque ela não queria que ele a deixasse.

      Papai já estava sabendo de tudo e foi aquele reboliço. Quando chegamos à rodoviária prendi meus cabelos, coloquei um chapéu, batom e me tornei uma pessoa adulta. Ele colocou meu nome como se fosse irmã dele. Morrendo de medo olhando para os lados temendo que papai estivesse por perto entrei no ônibus. Meu Deus que demora! Quando o ônibus saiu bem devagar eu senti um aperto no coração. Estava indo embora com meu amor pra bem longe São Paulo e jamais voltaria iria fazer minha vida por lá. Viajamos três dias, chegamos lá as 14 horas do dia 31 de dezembro de 1973.
       Fomos para um hotel onde nos hospedamos por uma noite e o dinheiro era pago adiantado. Quando rompeu ano comecei a ouvir as bombas de artifícios, aquilo me deu um desgosto profundo porque me lembrei de papai, mamãe, depois tomei conhecimento que papai chorava como uma criança de tanto sofrimento, mesmo assim tentei esquecer o passado e me entreguei ao Jaime de corpo e alma.
       Fizemos um amor gostoso que quebramos a cama. Dia seguinte acordamos cedo e fomos para Cubatão. Sem ter nenhum conhecimento alugamos um quarto na casa de uma pensionista. Ele arranjou um emprego de manobrista em uma Empresa Santo Cubatão. Ele saía a noite e só voltava no dia seguinte, eu como não tinha televisão ficava assistindo na casa da dona e isso estava incomodando muito ele porque pelo seu gosto eu ficaria trancada.


OBS: Quis colocar a Pedra do Navio e a Matriz porque eram os dois lugares mais frequentados por mim e Jaime. A tarde dava uma fugidinha para detrás da Igreja por ser deserto e a noite curtíamos na Pedra do Navio, tempo bom........






     ...Compramos um fogão de duas bocas umas panelas e eu fazia o almoço e colocava na geladeira da dona da casa, Jaime um ciúme doentio porque eu conversava com o filho dela começou a me maltratar. Sabe às vezes me dava vontade de sair de casa, passear, mas não podia porque Jaime não deixava. Daí começou os aborrecimentos porque ele precisou da certidão de casamento e teve que mandar buscar aí a mulher não quis mandar porque pensava que eu iria passar pela mulher dele. Não sei o que deu em mim, comecei a sentir saudade de casa queria voltar pedir perdão aos meus pais e continuar morando em casa, eu não estava preparada para aquela vida, Jaime estava mudado, desesperado porque eu queria voltar e as brigas começaram até que um dia ele recebeu uma carta e ficou completamente angustiado, ele não deixou eu ler e tudo mudou.
            Fez acordo na empresa onde trabalhava recebeu o dinheiro e disse que nós iríamos voltar e não pagou o aluguel do quarto me lembro de que ele me desceu pela janela e jogou as malas e nós fugimos pense numa aventura. Coitada da dona da casa quando nos procurou já estávamos longe.
            No caminho já notei ele diferente, ele já conversava coisas que eu não queria ouvir. Estava próximo o carnaval. A viajem foi mais longa do que eu pensava, nossa como demorava eu estava louca pra vê minha mãe meu pai,contar a eles como foi ruim o que eu havia feito. Na minha inocência tudo voltaria ao normal.Quanto engano.Tudo estava mudado.A primeira mudança foi na rodoviária quando chegamos.
__Eu falei : e agora Jaime como vau fazer?
__Ele respondeu: to voltando pra casa.
__Daí eu falei: e eu?
__Respondeu: ti vira.
__Nossa você me manda me virar? Que vou fazer agora? Estou grávida, sem poder voltar pra casa, eu tinha um futuro todo pela frente, esse ano iria me formar em professora uma profissão certa e ao invés disso vou ter um filho, e você me manda me virar?
__É vai ser rapariga que é uma profissão também.Pensei dentro de mim:
            Toma nojenta, bonito pra tua cara, tu não estavas quieta no teu canto, ninguém sabia que tu eras mulher dele antes dele casar, tava tudo abafadinho tinha nada de tu aceitares a chantagem desse sujeito,.... Meu Deus e agora um filho na barriga, sem um tostão pra onde vou?Tinha a casa de Laís. E foi pra lá onde fui recebida bem, e ele foi pra Bom-Jardim.




Já tinha 13 anos quando conheci Jaime, um rapaz muito bonito onde por ele fui me apaixonar. Eu era uma  criança, nada sabia da vida e ele um adulto porque tinha 20 anos. Papai e mamãe não queriam que nós namorássemos enquanto fosse criança, tinha primeiro que estudar, se formar, para depois pensar em casamento ou namoro.
            Eu tomava conta da barraca de papai. Já não ia mais para o sitio com freqncia, na barraca era melhor pra mim, porque ao invés de plantar milho, colher algodão, etc. eu vendia: doce, cana, pão, coco e caldo de cana, naquela época o moinho era manual, tão pesado, mas depois papai comprou um elétrico, aí foi outra coisa era só ligar na chave e a cana passava suavemente. Foi nessa barraca onde aprendi muitas coisas, que prestavam e não prestavam.
            Havia um cabaré bem perto que se chamava TRES COCOS. As putas ou raparigas como eram chamadas naquela época década de 60 e 70 o regulamento era muito rígido, a descriminação era muito grande e quase não as víamos nas ruas. Lembro-me das músicas no auge do sucesso: Baltazar (Sara, Passagem só de ida) Renato e seus Blues Cats que cantava Menina Linda e etc. e tal. Meus amigos eram homens e eu desconfiava dentro de mim que não iria ter uma vida certinha como mamãe queria, (dizia a Laís minha irmã mais velha) que quando crescesse ou melhor quando ficasse de maior idade eu iria alugar uma casa e morar sozinha, poderia namorar quantos homens eu quisesse e fazer o que eu quisesse sem ser subordinada a ninguém. O tempo passou e eu adoeci.