LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

            Cidade pobre de um interior. Comércio era a agricultura. Naquele tempo em 1950 o custo de vida era muito caro, formatura ou alguma profissão era difícil. Havia uma mulher por nome MARIA DOS ANJOS que aos dois anos ficara órfã de mãe e com muito esforço, sacrifício e força de vontade, ela conseguiu ser uma professora e costureira. Casou, mas não fez um bom casamento. Seu marido era um bêbado e batia muito nela, mesmo assim coitada conseguiu segurar o casamento não sei por quanto tempo porque já soube dessa estória por alto, sei que ela teve quatro filhos e no último ele a deixou.
            E agora? Que faria aquela mulher com seus filhos para vestir, calçar, alimentar... Sofreu, ralou e tocou a vida pra frente. Certo dia chegou um rapaz franzino, moreno novinho, dez anos mais novo que ela para se matricular na sua escola. Era ele um pobre agricultor, vendia cará e batata na feira. Como pode um rapaz tão novo casar com uma mulher com quatro filhos? Foi uma barra, porém isso aconteceu; para provar o seu amor ele ainda registrou o caçula como filho legítimo: FERNANDO GOMES DA SILVA.
            Fernando que saudades... Loiro, cabelos grandes e cacheados brincavam com sua irmã de cozinhado e às vezes vestia até seus vestidos, tinha o apelido de tamborete, mas não foi do agrado de sua mãe e logo foi esquecido. Cresceu, estudou com muito esforço terminando o primeiro grau e foi para o quartel. Como sofreu... A noite colocava os pés dentro de uma bacia com água para estudar e não dormir porque o cansaço era grande, foi assim que terminou o segundo grau entrando na universidade e se formando em Engenheiro de Pesca primeiro curso no Brasil.
            Foi aspirante, recebeu a espada de oficial no exército e saiu como segundo tenente da reserva. Continuou lutando, parecia um sonho aquilo tudo e ele ficava pensado: Meu Deus! Como pode um menino do interior que sua mãe não teve condições nem de fazer seu enxoval de bebe que foi feito com as sobras de fazenda de mortalhas, ou seja, quando uma pessoa morria sua mãe era quem fazia as mortalhas, daí ela fazia camisetas, lençóis. E agora ele era um DOUTOR.
             Depois da morte de sua mãe em 1975 ele sumiu, foi embora para a Bahia distanciando-se de todos principalmente da família. Quase não dava notícias, bebia muito. O contato com ele era só por telefone. Ajudava seu pai vez por outra mandando algum dinheiro. Dos enteados foi o único que o reconheceu como pai principalmente o esforço que ele fez para criá-los. O tempo passou e ele comprou carros, casas, granjas inclusive nessa granja tinham uma boa plantação de cacau. Nunca quis casar, chegou até a morar com algumas mulheres, mas não levou a sério. Terminou sozinho aos 53 anos no seu apartamento muito bem mobiliado; de tudo tinha no apto. Era um luxo parecia um apto. de boneca de tão arrumado e zelado.
            Certa vez a vizinha notou que ele não saía do apto. estava muito esquisito, daí resolveram chamar os bombeiros onde eles arrombaram a porta adentrando o encontrou com o umbigo para fora porque ele mesmo havia tirado água de sua barriga. Levaram-no para o hospital e o médico deu o diagnóstico como cirrose hepática. Permaneceu ali por vinte dias era mês de fevereiro e março dia vinte e um ele chegava ao hospital Português onde ficou internado. Aí começou sua luta contra a morte. Já havia tirado água de sua barriga duas vezes, emagreceu, meu DEUS deu pena... Aquele homem tão bonito, forte, saudável, agora estava um morto vivo, coro e osso. Muito sofrimento, mas ele foi esperto, pagou um bom plano de saúde já estava aposentado, com o dinheiro da aposentadoria ele pagava todas suas despesas inclusive o cigarro porque fumava demais, não precisou mendigar a ninguém.
             A doença foi se agravando cada vez mais vindo a falecer no dia vinte e um de abril de dois mil e três só não sei a hora porque não fui informada.
Morria FERNANDO. Agora vem a parte repugnante: não deixou que ele fosse sepultado na sua terra Natal, seu pai queria levá-lo, mas tomaram a frente de tudo negando dar o corpo. Por ser oficial do EXÉRCITO seu ataúde deveria ser coberto com a Bandeira Brasileira, teria honras militares inclusive com salvas de tiros, um Engenheiro pra muito não pode ser muita coisa, mas pra ele tinha sido uma vitória. Dr. Fernando, aí sim ele teria um funeral digno de honras, estudou trabalhou,tinha dinheiro suficiente para fazer um enterro digno. Porém tudo isso não passou de um sonho. É uma coisa que não se pode voltar atrás, é um remorso para o resto da vida principalmente para quem tem consciência.

 RESULTADO:
         Enterraram o Dr. FERNANDO. Um velório pobre, sobre uma pedra de necrotério. As duas coras de honras que foram levadas por seu pai e sua irmã não tiveram local para serem colocadas porque não existia uma porta coroas para pendurá-las. Ficaram sobre o caixão que por sinal de quinta categoria que não conseguiram fechá-lo, ficando assim aberto vendo a hora se espatifar, e o corpo cair devido à madeira que parecia mais de papelão quase se desmanchando. Era o caus. Porém o pior estava por vir. Segue o funeral; chega a um cemitério muito bonito. Ficou o carro da funerária em frente esperando por mais de quarenta minutos que chegasse o carrinho para por sobre ele o ataúde para ser conduzido até seu túmulo.
             Já era quase seis horas quando chegou um homem arrastando um carrinho e com muita pressa foi colocado o caixão sobre ele e arrastado como se estivesse transportando uma mercadoria qualquer. Ninguém da família teve a iniciativa de pelo menos pegar no carrinho para que ele não fosse tão rápido, porque quem leva o caixão até o túmulo são os familiares, mas o coveiro estava com tanta pressa porque já havia outro esperando o carro que ele saiu arrastando a duzentos por hora, quanto mais se andava mais distante ficava do túmulo. Como foi longa a caminhada, escurecia... por mais que se andasse não chegava ao local. As ruas calçadas foram se acabando e chegaram as de barro.
            Meu Deus onde vão enterrar o Doutor! Como pode ser tudo está piorando por aqui, pensei... Que surpresa! No final do cemitério que era enorme, no muro do final mesmo estava uma gaveta aberta. Não acredito, um homem que tanto lutou , trabalhou vai ser sepultado aqui?Meu Deus, ele não é indigente. Não foi encontrado na rua como mendigo, sem parentes nem der entes para ser enterrado de uma maneira tão desprezível. Quanto ódio havia no coração de quem fez esse sepultamento... Foi como se fosse uma vingança, uma inveja por não ter conseguido realizar o que Fernando realizou por não ter sido um doutor como ele foi daí com ódio, frustrado, recalcado, resolveu fazer essa coisa horrível.
            Seu pai chorava muito e o desgosto foi maior ainda por vê seu filho ser enterrado como indigente.                                       
            Que vontade eu tive de gritar tudo que estava sentindo ali. Que humilhação foi feita com o Dr. Para completar quando o coveiro terminou de fechar a gaveta pegaram um pedaço de pau e escreveram qualquer coisa no barro que nem quis olhar. Só ouvi quando perguntaram à data do nascimento dele, não era para ter feito aquilo, se não tiveram coragem de preparar uma placa deixasse em branco pelo menos ninguém iria saber quem era, marcaria só o número 210. Tem nada não Dr. Quem fez isso jamais terá sossego e receberá a recompensa de Deus. O senhor Dr. Não teve direito de um enterro digno. Morreu pobre como nasceu, É triste, mas é a realidade.
            Ele conseguiu tantos bens, carros, apartamentos, granjas etc., contudo foi por força do destino que Deus quis assim, talvez o senhor tenha feito algo para não ter esse recebimento, pois só temos aquilo que merecemos.
FATO VERÍDICO ACONTECIDO NA CIDADE DO RECIFE ONDE TUDO PRESENCIEI NÃO É UMA OBRA DE FICÇÃO


* 26 de setembro 1950
+21 de abril de 2003


O assunto continua sendo você meu pedacinho. Não vou dizer que sinto saudades porque você mal conversava comigo. Mesmo assim eu o amo muito, Queria tanto você ao meu lado, jamais eu queria que você ficasse comigo para sempre, você tinha que se casar, mas a casa era tão grande e você deveria morar comigo, eu só tenho você de filho, mas fui uma péssima mãe não fiz nada para que você se orgulhasse de mim. Dou-te razão por tudo, eu acho que faria a mesma coisa ou talvez não fizesse, tive minha mãe porém nunca procurei saber o que ela fez ou deixou de fazer,pouco importa quem foi ela no passado.


19/05/2010 
    Sinto-me só. Carlos sai de casa logo cedo. A casa fica vazia, acordo tarde, ai de mim se não fosse o meu crochê.Passo as tarde sentada em frente a TV, Já não gosto mais de sair a violência está grande.Quando o telefone toca meu coração bate. Penso que é meu pedacinho.Ele não me dar notícias.Como é ruim a ansiedade...creio que ele não vai mais me procurar.
   A noite chega,com ela vem Carlos já cansado da batalha e vai dormir e eu continuo só.Como é triste a solidão...mesmo assim sou feliz nada me tem faltado, Carlos é um ótimo marido, dono de casa, amigo, amante, pai, confidente, e acima de tudo psicólogo porque escuta tudo calado.Eu o amo muito.
   Agora vou dormir.


Véspera de Natal. Sinto-me só. Hoje faz 27 anos que nasceu meu segundo filho. Não tive o prazer de criá-lo. Fiquei com você meu pedacinho, amor de minha vida, meu filho querido e amado. Ti amo tanto, meu pedacinho meu. Agora você está longe, sinto tua falta. Há um ano comprei tua roupa de Natal e Ano Novo. Você não me deu o prazer de lhe vê vestido. Senti tanto, chorei calada, sofro calada e só Deus sabe o meu sentimento.
            Saí e comprei uma roupa para Joan resolvi adotá-lo, tudo que eu queria dar a você é a ele que eu dou. Ficou no teu lugar. Ele conversa comigo, joga canastra, compra o pão e passa o tempo todo ao meu lado, sinto-me feliz. Você foi um filho ingrato. Passava uma semana falando comigo e três meses entregado. Deixou de me pedir a benção, me desprezou. Nunca me senti tão desprezada em toda a minha vida. Mesmo assim me conformo e vivo com minha solidão.

19/05/2010



Vivo em minha casinha
Sinto-me solitária
Jantando sempre sozinha
Essa é minha vida diária

Como não tive infância
Gosto muito de jogar
Me sinto com criança
Levando a vida a brincar





Tranquila é minha vida
Os problema eu procuro
Sempre na minha lida
Sem pensar no futuro

Já sofri muito por amor
Agora resolvi não mais sofrer
Não suporto tanta dor
Esse problema vou resolver

Está difícil demais
Porém irei conseguir
Me humilhar nunca mais
Meu caminho irei prosseguir

10/09/2007 23h50min




Depois que foste embora
Fiquei só a meditar
Será que devo ficar sozinha
Ou por outro em seu lugar

Oito anos se passou
Sem você aparecer
Um outro amor você encontrou
Deixando-me sozinha a sofrer

Os dias foram se passando
Um amor eu encontrei
E a ele fui me dedicando
Até que me apaixonei

Mesmo assim sinto saudade
Do tempo que passou
Não tinha felicidade
Mas suportava aquela dor

Não estou feliz por completo
Porque ainda resta recordação
Dos anos que ficamos juntos
Pra depois vir à separação

Cada qual foi pro seu lado
Construir um novo lar
Vivendo longe um do outro
Estou sempre a recordar

A saudade que eu sinto
Tu também estás sentido
Não se pode mais dar jeito
Nem continuar nos iludindo

Agora que tudo acabou
Vamos nova vida viver
O futuro a Deus pertence
Porém ainda sofro por você.


13/03/1995





























     Faz muitos dias que não tenho noticias suas. Meu pedacinho você não imagina o meu sofrimento e as lágrimas que tenho derramado por você, choro escondido para que Carlos não perceba. Só eu e Deus é quem sabe o que eu tenho passado. Tento me enganar. Faço com outra pessoa tudo aquilo que eu queria fazer com você, mas não tive chance. Ontem estudei com ele até 02: horas da manhã. Meu Deus como eu queria ter feito isso com você, mas você nunca deixou nunca me deu uma oportunidade de aproximação.
Sempre manteve distância de mim. Hoje faz sete meses e quatro dias que você foi embora. Não tenho mais objetivo de vida. Não tenho futuro, tudo está bom para mim, não faço nenhum plano, sou uma morta viva, vagando nesse mundo de meu Deus até chegar a hora da minha morte. Não vivo a vida, a vida é quem me leva tudo pra mim está bom. Se ao menos você me procurasse...
       Ah! Meu Deus como eu espero esse momento... Aí sim eu iria sorrir e como eu iria sorrir hoje choro, mas é assim mesmo. Amo-te de todo meu coração de toda minha alma jamais saísse do meu pensamento. O dia que você voltar eu estarei de braços abertos, mas é muito difícil mesmo assim te aguardo.
                                                    
  Tua mãe.

OBS: TENHO QUE ESPERAR DEITADA PORQUE EM PÉ IREI CANSAR.

                                                                  02/042003


    























Hoje 11 de outubro de 2004. Há exatamente dois anos que aconteceu um fato que não tem mais reparo. Não fui convidada para o casamento do meu único filho. É uma ferida que não cicatriza revivo todo o momento, todos os segundos. Faço tudo para esquecer, mas não consigo. Tenho tudo, nada me falta, mas a quem tanto amo não estar ao meu lado. Mesmo assim meu filho eu te amo, ti eu perdoou. Eu não sou digna de ser sua mãe, não fiz nada para que você se orgulhasse de mim não tiro sua razão de jeito nenhum e nem tão pouco lhe condeno, você fez certo.
     Como você no dia do seu casamento iria entrar numa igreja com mulher errada, os comentários iriam ser grande você só iria ter decepções, nem você se sentiria bem nem eu também, mas tudo passa e o seu casamento passou, foi tudo tão rápido, minutos apenas mas a recordação ficou para sempre. Não tem problema, todos os dias eu peço a Deus sua felicidade, que Deus lhe abençoe e lhe proteja, lhe dê saúde e felicidade.
            Não me esqueço de você um só segundo. Você é um filho muito bom é um homem honesto, sem vícios, Graças a Deus, viveu ao meu lado durante 28 anos no meio do cigarros, bebidas, vez por outra eu tomava minha cervejinha, mas nunca permiti que você fizesse o mesmo. Você sempre foi obediente e respeitador, nunca me deu um desgosto eu me orgulho de você o que você não pode dizer o mesmo de mim.
            A vida é assim, tive que passar por tudo isso e por coisas piores, mas estou viva Graças a Deus. Sinto-me sem objetivo nenhum na minha vida porque não vou vê meus netos, não vi seu casamento, não pude lhe formar, dá uma profissão digna de você, também com a minha vida errada como você teria cabeça para estudar?
            Embora tivesse um pequeno fiteiro onde de lá tirava nosso sustento, pagava água, luz, casa, seu colégio particular, feira, roupa, isso sem ajuda de ninguém fui uma guerreira, trabalhei só pra você, vendendo pipoca, balas, chicletes, revista e sempre fazendo crochê. Nossa como trabalhei sem ajuda de ninguém só a de Deus foi ele quem me ajudou e me deu muitos livramentos e consegui sobreviver e lhe criar.
As pessoas lhe criticam, mas o importante sou eu, você é meu filho amado, meu filho querido nunca teve seu carinho, mas hoje adotei um, ele brinca comigo, joga vídeo game, canastra, passeia de carro, sorrir, conversa... Nunca vi um sorriso seu, nem tão pouco lhe pude dar um abraço imagine um beijo de carinho te colocar no colo, porque você sempre me rejeitou, mais Deus o Todo Poderoso me confortou e quase não senti sua falta quando você foi embora porque assim que você se foi eu coloquei outro no seu lugar.
            Que Deus lhe proteja e prepare uma boa explicação pra quando seu filho nascer e um dia perguntar pela sua mãe espero que você tenha uma boa resposta para lhe dar. Já pensou quando ele olhar o álbum de casamento e perguntar pela avó? Quem você irá mostrar? Minha madrasta como avó? Ah! Meu filho o mundo está muito mudado e não faltará pessoa que irá contar a verdade, também com esse blog onde tenho tudo escrito vai ser fácil demais ele descobrir.

11/10/2004. 


 Hoje 2º domingo de maio de 2004 dia das mães. Amanheceu. Que dia lindo! Não choveu e para minha surpresa acordei com uma Banda Marcial tocando Minha Mãezinha querida. Que surpresa! Disse eu: meu filho me homenageou de uma maneira diferente, recompensou todos os anos.
      Quando terminou de tocar fiquei aguardando ele me chamar, mas aí caí na realidade era atrás da minha rua que um filho fez uma homenagem pra sua mãe, não chorei porque senti que era para mim e fiquei feliz. Hoje não tenho minha mãe mesmo ela sendo diferente das outras, mas eu queria tê-la ao meu lado. Não vou sair de casa, o dia hoje vai ser longo e até meia noite eu vou esperar um telefonema quem sabe meu filho se lembre daquela que lhe deu a vida e não venha me dar um abraço pelo menos.
    Estou feliz porque tomei conhecimento que ele está trabalhando é uma felicidade muito grande para mim. Bem, não estou a fim de escrever muito por isso vou parar por aqui, pedindo a Deus que Ele o abençoe me dê anos de vida e saúde para quem sabe um dia eu venha conhecer um filho que ainda não o conheço.

Obs.: Ione me passou uma mensagem fiquei feliz pelo menos sei que alguém se lembrou de mim, Carlos me deu um presente valioso estou num quarto muito aconchegante, ele construiu para evitar que subisse escada, estou feliz porque vou ter uma velhice tranquila, minha casa é um duplex daí ele fechou e a escadaria que era dentro de casa e fez no terraço e eu aluguei a parte de cima to tão contente pelo menos é um dinheirinho a mais que entra estou feliz.



Coitado de meu pai gastou o que tinha e o que não tinha.Tive hepatite isso em 1969.Essa doença era desconhecida alguns médicos falavam que era inteiriça mas na realidade esse nome é de outra doença.Os médicos eram bolivianos tinham vindo a cidade prestar serviços e ficaram comigo por uma semana e não conseguiu um diagnóstico correto, por isso me desenganou e me mandou imediatamente para Recife e papai me levou.
    Lembro-me de Ione calçando minhas meias até hoje não gosto de usar meia penso que vou morrer.Nossa fiquei no hospital e o médico queria me colocar no isolamento daí papai resolveu trazer-me de volta,o remédio foi muita glicose na veia,doce,água de coco,mimo do céu,lima, essa era minha alimentação.Passei seis meses nessa dieta,deitada em uma cama sem ao menos levantar o braço porque meu fígado estava se desmanchando e mamãe me dava banho de álcool, aí meu Deus seis meses depois foi que comecei a dar os primeiros passos bem lentos.

   Mamãe era crente e fez um voto a Deus para que se eu ficasse boa minha primeira caminhada seria a Igreja,esse voto foi cumprido.Eu fiquei membro da Igreja, cantava hinos de louvores a Deus, mas sempre fui danada quando chegava o carnaval, ficava louca para sair dançando nos blocos de rua, me pintar,etc. e tal.E eu fui crescendo,trabalhando,estudando e fazendo tricô,crochê,bordado só não aprendi a costurar porque mamãe falava que vida de costureira era muito ruim, gostava muito de jogar bola de gude e por  falar em bola de gude vou contar uma:
   Numa manhã de quarta feira eu fui ficar com papai na feira porque ele vendia inhame e batata, daí eu vi um banco onde tinha muitas mercadorias,inclusive bola de gude, não pensei duas vezes, passei a mão (pra não dizer roubei termo muito pesado) e joguei na frente de nossa casa.Horas depois corri para os coqueiros onde eu havia jogado e com aquele ar de espanto parecendo já um atriz de novela global gritei:
__ mamãe,mamãe olhe o que eu achei.
__ Onde você encontrou? perguntou mamãe.
__ Aqui nos coqueiros, respondi.
__ Inajá as bolas estão novinhas me conte essa estória direito, falou mamãe.
   E eu trêmula contei a verdade.Resultado: oito dias após ela me levou de banco em banco e contava a estória, quase morri de vergonha e nunca mais peguei objeto nenhum.Sabe eu nunca condenei minha mãe por ter feito isso comigo, caso contrário hoje eu poderia ser até uma assaltante, vocês não imaginam o bem que mamãe me fez, na época eu quase morro de vergonha, chorei muito, hoje só tenho que agradecer porque posso ver o que for não me pertence, não pego.Eu tinha uns seis anos mais ou menos e isso me serviu de lição.

OBS.Soube depois que o médico falou pra papai se eu ficasse boa iria ficar com sequelas, e não é que fiquei mesmo. Se eu tiver um susto morro de dor de barriga,minha mente ficou meia destrambelhada, eu acho que essas loucuras todas que fiz e ainda faço faz parte da minha doença e sabendo desse fato aí é que me aproveito mesmo.( Risos)