LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO
Chegou o momento de sonhar, recordar o que passou e jamais as águas que passam por baixo de uma ponte pode voltar, são águas passadas mesmo assim é bom sonhar e recordar o passado, comparando com o presente e tentando adivinhar como será o futuro.Quando criança costumava acordar cedo com mamãe para ver o romper da aurora,não sei se é assim a frase correta, contudo estou repetindo o que ela falava.Era lindo ver o sol nascendo e as nuvens ficando avermelhadas,  era a chegada do sol. Daí saíamos andando, naquela época não existia assaltos, estupros,pedófilos etc, era uma paz total, então íamos pela rua da Palha, passava para o Catolé onde madrinha Mena morava, e voltávamos por um atalho que tinha pelo rio que entrava no beco da padaria de Seu João Domingos,daí sai na  rua de seu Manoel Pedro casado com dona Ambrosina pai de Taninha, Zé minhas agulhas ( eu o chamava assim porque gostava de fazer tricô e esperava que alguém fosse trocar os raios da bicicleta para poder ele pegar dois raios fazer as pontas e me dar ) tinha Ilda Zefinha, também, era uma família grande, quando chegava em casa já passava das seis da manhã.Papai já tinha ido ao sítio cortar cana para poder fazer o caldo no moinho porque não existia ainda elétrico tinha que ser na mão mesmo e para que não ficasse muito pesado o motor, a cana era caiana e grossa daí ele partia ao meio.Tinha meu avô que nós chamávamos com ele Pai Joca, ai meu Deus só Jesus na causa.Ele não gostava de meu pai e era uma coisa séria,papai plantava uma coisa, ele arrancava, as vezes pai Joca fazia uma coisa e papai que desmanchava e assim viveram muitos anos  como gato e rato. Converteu-se ao cristianismo e daí começou a ler e decorar a Bíblia  para sair pregando com quem encontrasse na rua. Também fazer um moinho para gerar energia e com suas contabilidades dando uma de engenheiro tentava levantar um quilo com um peso de dois quilos. Impossível como poderia o menor levantar o maior? Todo dinheiro que pegava era para comprar gesso onde fazia as peças feito uma catraca como experiência para depois transformá-las em madeira.
Como ele  morava sozinho por ser viúvo, transformou sua cozinha num quarto de experiências, me lembro que tinha uma roda de madeira que parecia uma roda gigante, coitado, morreu e nunca fez sua criação.Meu avô era muito bom para mim inclusive quando saí de casa fui morar com ele.Ele falou que iria passar a casa no meu nome quando morresse para que eu não ficasse desamparada.Nossa era muito engraçado. Ele fazia café dentro de uma lata de leite ninho sem coar, comprava dois pães um para mim e outro para ele e só voltávamos a comer a noite... O tempo foi passando e ela não podia continuar naquela vida e foi embora da cidade para capital onde encontrou um trabalho e ficou morando na casa de sua irmã.

OBS: Essa não é uma obra de ficção e sim um pedaço de minha vida.

                                                               28/11/17



Quando eu era pequena costumava ir a feira com meu pai que vendia batata e cará todas as quartas e sábados.Um dia de quarta-feira enquanto ele vendia resolvi dar uma voltinha e fiquei encantada com umas bolinhas de gude bem novinha parecia de vidro, quando o homem do banco deu as costas eu enchi minha mão e saí toda desconfiada, tinha mais ou menos umas cinco ou seis porque minha mão era pequena e não dava para pegar muitas, mais ou menos eu tinha uns seis ou sete anos. Peguei as bolinha fui em Dona Lita ela vendia doce e pedi uma bolsinha de papel para colocar um negócio dentro, não falei o que era, então ela me deu. Voltei para junto de meu pai e não via a hora de voltar para casa e jogar bolinha de gude. Ao término da feira saímos e ao chegar perto de casa dei uma massadinha antes de entrar pois estava bolando um plano de como chegar com aquelas bolinhas, foi aí que acendeu uma luz: deixo ela aqui no coqueiro entro em casa dou um tempo saio pego e falo pra mamãe que achei. Tudo certo foi isso que fiz. Quando mamãe me perguntou contei o que havia tramado, ela então me levou ao local para mostrar, ou melhor fazer a reconstituição depois ela voltou e mandou eu dizer tudo de novo, em fim nessas alturas eu já desconfiava que ela sabia que eu estava mentindo.Muito séria falou para mim: Olhe dentro dos meus olhos, foi aí que comecei a chorar e contei toda verdade.Sabia que iria levar uma surra das grandes,mas ela não fez nada, apenas disse: deixe dentro do saquinho e sábado iremos devolver ao dono.Não mamãe, não faça isso, me dê uma surra, não quero passar por essa vergonha. Ela não falou mais nada nem tocou no assunto na quinta, na sexta, então pensei que ela havia esquecido. No sábado de 8:00 horas ela disse: Inajá tome um banho que vamos devolver as bolinhas de gude.Chorei, implorei que ela não fizesse  uma coisa daquela, não teve acordo. Pegou minha mão e saímos. Quando chegamos na feira ela foi de banco em banco e falava: Minha filha tirou essas bolinhas de gude do seu banco? Não senhora, eu não vendo bolinhas de gude. Da mesma forma no outro, no outro, no outro e quando chegou no que eu havia tirado, o homem olhou para mim, viu minha expressão de desespero, vergonha e falou: Não senhora, não foi aqui e mesmo que tivesse sido, ela é uma criança, deixe-a brincar.Mamãe notou que havia sido ali e devolveu ao homem que imediatamente colocou nas minhas mãos e falou: são suas vá brincar.Eu não quis receber,mas mamãe falou, ele esta lhe dando pode ficar.Voltamos para casa, fui direto para cama, chorei que o lençol ficou ensopado.Não quis comer, que vergonha, como iria para feira outra vez. Mamãe vendo o meu sofrimento chegou para mim e falou: 

__ " Minha filha, não me queira mal, se fiz isso hoje foi para seu próprio bem, se eu estivesse dado uma surra você esqueceria e logo estaria fazendo tudo outra vez, hoje você pegou umas bolinhas, amanhã poderia pegar outro objeto e quando menos esperasse estaria aí sendo uma ladra, podendo ser presa e seu fim seria triste.Temos que cuidar enquanto se é pequeno porque depois que crescer será difícil. Agora levante-se e vá brincar com as bolinhas. Eu levantei e peguei as bolinhas,contudo não tive coragem de brincar porque cada vez que as via me lembrava que havia FURTADO daí joguei fora.Nunca mais peguei em nada que não  me pertencia, poderia ver o que fosse...
       Passei uns dias com raiva da minha mãe hoje agradeço a ela por tudo que me fez, se todas as mães fizessem o que a minha fez comigo naquela época, hoje não existiria tantos ladrões. Chegou com um objeto em casa a mãe tem por obrigação saber de onde veio a origem daquele objeto. Toda criança com idade de seis a dez anos tem essa tendência de pegar as coisas escondido principalmente, lápis, borracha, apontador, carrinho, boneca em fim qualquer coisa.
        Mães estejam atentos a seus filhos.

OBS: Essa não é uma obra de ficção é um caso verídico, que apos ter se passado 55 anos ainda está vivo tanto na minha lembrança como também de pessoas que presenciaram o fato.


                                                                 21/12/17


Família grande, cidade do interior, tudo difícil, mas se vivia tranquilo, quando chegava alguma notícia de assassinato era um assombro, roubo nem se fala. As crianças brincavam de barra bandeira nas calçadas à noite, outras sentavam-se para ouvir estórias, os meninos jogavam bola e pião, tempo bom. Não havia  maldade naquela época, surgia uma grande amizade de infância que é um tempo irrecuperável, quem aproveitou muito bem, caso contrário não viveu. Naquela cidade existia três irmãos e o auge era a revista de quadrinho como o Tio Patinhas, Pato Donald e seus três sobrinhos: Hunguinho, Zezinho e Luizinho. Após o almoço quando eles entravam de férias costumavam fazerem caminhadas pelo sítio e andavam quilômetros e quilômetros e só a tardinha regressavam. Existia também três meninas que costumavam fazer a mesma caminhada, eram como se fossem irmãos, quem saísse primeiro pegava um pedaço de pau e saia riscando o chão para mostrar o caminho que estavam percorrendo. O tempo passou e surgiu um namoro de criança entre os casais. Muito pequeno sem saber como se beijava na boca foram até a casa de sua tia e lá tomaram água foi quando uma delas pegou o menino e deu um beijo na boca dele. Ficou um trauma até hoje porque ele falou que ela havia cuspido em sua boca. ( risos).
O tempo foi passando e a menina engravidou e foi morar com seu avô. Não é que o pirralha depois que todos dormiam pulava a janela e ia atrás da menina... Foi aí que surgiu uma atração entre ambos, mas uma coisa sem futuro, um passa tempo porque ninguém pensava em nada, eram bobos, ela não, era esperta e além do mais tinha experiência  de vida, sua idade era quatro ou três anos a mais que a dele. Como a cidade era pequena, logo a menina ficou falada por ser mãe solteira e praticamente foi expulsa daquele lugar, ninguém lhe dava um emprego, as janelas eram batidas na sua cara quando ela passava em frente, muitas cuspiam  quando a viam, não tinha direito nem se quer de participar de nada naquela cidade, coitada entrou inocentemente em uma danceteria e foi convidada a se retirar, em fim uma exclusão total. Resolveu partir. Foi embora para outro estado bem longe. Encontrou um trabalho em uma loja quando der repente surgiu aquele MENINO QUE CRESCEU, muito bonito, charmoso, falou pra ela que não aguentou a saudade e tinha ido em busca dela. Foram morar juntos com uma condição: Nunca voltaria ao seu interior com ela porque tinha vergonha nem de mãos dadas ele faria isso, seria um pra lá e outro pra cá. Que horror... Ela ficou com ele e se estrepou, sofreu, apanhou, foi humilhada e abandonada, só que ela não foi abandonada sozinha, trazia dentro de seu ventre mais um filho...Meu Deus, eu gosto de contar esse casos para que sirva de lição para outras pessoas, porque hoje tudo é moderno, antigamente só a misericórdia, soube que ela deu a volta por cima e vive muito feliz, ele por sua vez, fez uma besteira, sofreu um pouco, contudo vive muito bem, depois de vários anos se encontraram e vocês acreditam que ficaram juntos? Não uma só vez e sim várias, depois perderam o contato. Em conversa com a mesma quando me relatou um pedacinho de seu passado disse que quem fazia o arrumadinho era a irmã dela, depois que ela se mudou não deu mais notícias daí para cá, pararam de  se encontrar. Depois de todo sofrimento que aquela mulher passou ainda gosta dele e tem saudade, falei pra ela deixar pra lá e como resposta: FOI, É, E SERÁ SEMPRE O MEU AMIGO DE INFÂNCIA. Sim ainda por cima além de ter o perdoado por todo o mau que  lhe causou ainda guarda um macacão Jeans que ele lhe deu de presente na última vez que se encontraram. 



OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será uma mera coincidência.


                                    18/11/17 
Amanheceu... fogão do lado de fora da casa, a lenha verde muito difícil para acender o fogo, a sorte que pendurado no telhado estava as cascas de laranja que era descascada sem quebrar saiam inteirinhas e eram penduradas no telhado para secar, com isso ajudava a acender o fogo. Na cozinha dentro de uma bacia estava o milho que ficava de molho de um dia para o outro porque ficava mole e no dia seguinte era ralado onde se fazia o cuscuz para o café. Olhando aquele tonel vazio porque não havia água encanada, uma das filhas já se preparava para enchê-lo com a água do riacho que ficava atrás da casa, essa água serviria para colocar no banheiro porque não havia descarga, lavar os pratos e tomar banho. Outra filha já colocava a rodilha feita de pano para apoiar o pote de barro na cabeça que ia buscar água doce na cacimba que ficava longe, essa era a água para beber no verão porque no inverno o patriarca da casa colocava umas formas (jarras) de barro coberto a boca com um pano de saco em baixo da biqueira porque quando chovia enchia com água da chuva. Enquanto isso outra filha juntava a roupa suja para ser lavava no rio que ficava em baixo de um pontilhão, para ajudar a economizar o sabão colocava folhas de melão e assim as roupas era ensaboada, colocadas para quará, sob as pedras, enquanto isso ela aproveitava para tomar banho naquela água corrente, depois recolhia e enxaguava colocava sob as pedras outra vez para secar e quando já passava das 11:00 horas estava de volta com aquela trouxa de roupa prontas para serem passadas a ferro. Um ferro muito pesado, que era colocado dentro carvão e soprava por um buraquinho que ele tinha atrás. Como saber se já estava no ponto? Era só colocar a ponta do dedo na saliva e colocar em baixo dele.
As roupas melhores dos homens que trabalhavam tinham que serem engomadas, fazia aquela goma de araruta e com outro pano passava sobre a peça da roupa, porque o vinco da calça e nas mangas da camisa eram indispensáveis. Enquanto isso a outra filha já ia para o sítio plantar feijão e milho, três caroços de milho e dois de feijão, o pai ia fazendo uma cova uma atrás da outra, e a filha colocava as sementes dentro da cova e cobria com um dos pés, o ruim de tudo era a colheita do algodão, furava muito os dedos, as vezes uma das filhas colhia por cima e quando o pai olhava falava: volte e termine de colher. Esse algodão era vendido: com caroço era um preço e sem era outro. Enquanto estava no sítio a matriarca costurava finos vestidos e ainda ensinava, a casa nunca era limpa porque existia retalho de pano para tudo quanto era lado e o marido sempre reclamava, porque nunca viu a casa limpa, era de domingo a domingo. Sentada no chão no cantinho da parede estava uma das filhas fazendo os abainhados das saías godê que era interminável, tinha que ser de espinha peixe e não poderia aparecer do lado direito do vestido, caso contrário sua mãe fazia ela desmanchar e fazer tudo de novo, tinha que ser rápido porque a demanda era muito grande e somente ela para ajudar. No Natal as filhas ficavam ansiosas para vestir o vestido novo, e a mãe só fazendo os de fora, quando chegava três horas da tarde as filhas desesperas porque não daria mais tempo de costurar cinco vestidos, daí sua mãe pegava uma peça de tecido tudo da mesma cor, as vezes florido, e jogava em cima da mesa, cortava as cavas, o pescoço, costura reta para não mostrar as curvas e pronto, estava feito os vestidos, não tinha um babadinho, um bico, nenhum modelo as vezes o abainhado saia até alinhavado porque não dava tempo...


                       
              TENHO QUE PARAR ... VOLTEI HÁ 50 ANOS NO TEMPO.

OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

                                  15/11/17

     
ESTOU MUITO SATISFEITA POR SABER QUE MEU TRABALHO ESTÁ SENDO DIVULGADO EM VÁRIOS PAÍSES DO MUNDO ISSO ME DEIXA MUITO FELIZ EM VER MEUS CONTOS,POESIAS,POEMAS,CORDÉIS ESPALHADO POR TODO O MUNDO.
AGRADEÇO AOS MEUS SEGUIDORES ANÔNIMOS QUE NÃO DEIXAM COMENTÁRIO NEM TÃO POUCO COMPARTILHA ,CONTUDO EU VEJO TUDO E SEI OS LUGARES ONDE ELES SÃO VISTOS.
Brasil.......................................... 6.703
Estados Unidos.......................... 1.332
Alemanha...................................    665
Rússia........................................    529
França........................................    296
China.........................................     159
Portugal....................................      120
Ucrânia. ..................................         48      Holanda....................................        41
Índia. .......................................         43
Moçambique. ..........................           2
Espanha..................................           2





Obrigada a todos.


              24/10/17


Amanheceu e aquela árvore frutífera vendo chegar os primeiros raios do sol começa a imaginar... minhas folhas verdes agora são amarelas e frutos não dou mais. Onde estão aquelas outras arvores que ficavam ao meu lado que nossos galhos batiam um no outro quando o vento soprava? Era como se estivéssemos nos abraçando com aqueles entrelaçamentos. Sinto-me só no meio dessa floresta gigante onde só vejo alguns animais passeando procurando algo para sua alimentação. Tudo muito silêncios. Não escuto o canto dos pássaros nem tão pouco meus galhos balançam com os pulares dos saguins e macacos que alegravam o meu dia. Quanta solidão.
 Entardeceu, agora o sol está se pondo, olho para céu e contemplo a beleza do nosso criador. Nesse momento vem um vendaval e mais uma vez minhas folhas amarelas vão caindo, mas não se renovam e meus galhos começam a ficarem cada vez mais liso prendendo assim minha respiração.

Anoiteceu, surge uma lua cheia iluminando a floresta onde se torna quase dia, Olho para um lado, para o outro não vejo mais nada em minha volta, estou solitária, creio que não conseguirei sobreviver por muito tempo devido à falta de meus frutos, minhas folhas verdes, os animais que sempre estavam me alegrando... Olho para mim e realmente estou sentindo falta de ar, porque quase não consigo respirar, talvez não possa ver o amanhecer, e se isso acontecer irei ser cortada e levada para cidade onde irei decorar belas casas, estarei nos mais luxuosos restaurantes, nos palcos do teatro, mas que adianta já estou morta...

                     

                                     21/10/17
Agradeço a Jesus Cristo
Por tudo que tem me feito
Casa, comida saúde
E uma cama boa que me deito

Ele viu meu sofrimento
Resolveu me ajudar
Me dando uma aposentaria
Para não mais trabalhar

Mesmo assim continuo trabalhando
Não é trabalho é emprego
Passo somente dez minutos
E volto pra meu sossego

Meu sossego é minha casa
Foi o sonho que sempre quis
A mansão que Deus me deu
Onde descanso nela feliz.


                                                                    02/10/17

Obs: Deus tem sido muito bom para conosco e a cada dia nos abençoa mais e mais.Somos felizes como somos.



Os dias vão se passando

Fico sozinha a pensar
Será que estou sonhando
Quando penso no seu regressar...

Os dias passam depressa
As noites são longas demais
Mas como não tenho pressa
Não desisto de te esperar jamais

É triste viver assim
Sem ter ânimo para viver
Até chegar o fim
De um dia  poder lhe esquecer

Mesmo assim eu vou vivendo
Sempre sorrindo e cantando
Sem ninguém percebendo
O quanto vivo chorando.

                                                                 02/10/17



Quando você me ligou

Eu não sabia quem era
Porque havia deletado
Seu número na primavera

Já havia chorando muito
No período do inverno
Os dias eram tão longos
Que se tornavam eterno

Mesmo assim sobrevivi
Quando chegou o verão
Mesmo o sol ardente
Atingia meu coração

Com a chegada do outono
Tudo ficou diferente
Minhas folhas secas caíram
Tirando assim você da minha mente.

              01/10/17                   22h31min

Obs: Minha primeira poesia de Outubro.
         
Revendo o meu passado fui buscar lá no fundo do Baú uma pessoa muito importante em minha vida como de várias crianças também. Naquela época que nem existia luz elétrica era na base do candeeiro de gás e uma escuridão total, contudo podíamos sentar na calçada e ficar até tarde ouvindo as estórias que Mira contava. Mais quem é Mira? Era a pessoa mais importante da cidade, talvez esquecida por ser uma simples empregada doméstica, mas para nós era como se fosse uma televisão de imaginação. Ela fazia com que nós viajássemos no tempo com tanta descrição, tantos detalhes quando contava suas estória e o pior de tudo era que quando estava no bom mesmo ela dizia: Amanhã eu conto o final .Ai que raiva,íamos dormir pensando como seria aquele final, e a estória passava até semanas sem terminar porque ela descrevia a cor do vestido, os detalhes que ele possuía, como era o sapato, o caminho percorrido e o que encontrava, em fim era uma novela. Quando chegava o final sempre terminava em festa e ela falava: Sabia que estiva lá como convidada? A festa estava linda comi muito bolo, daí lembrei de vocês e mandei fazer um pratinho, mas sabe o que aconteceu? Estava chovendo muito e quando desci a ladeira   escorreguei e o pratinho caiu por isso nada trouxe. Toda vez que ela terminava a estória a mesma coisa se repetia, sempre estava chovendo, encontrou uma pessoa que bateu nela e o prato caiu, e nós acreditávamos e pedíamos sempre que trouxesse bolo. Quanta inocência...Esquecida pelas pessoas por não ser importante, mas para nós um significado sem palavras. Naquela época éramos inocentes e acreditávamos no lobo mau, na branca de neve, a bela adormecida, chapeuzinho vermelho, maria que tinha uma cachorrinha, e as vezes estórias de mal assombro. Mira era a nossa contadora de estórias.

                                                     30/09/17