Quem sou eu
Uma moça de interior muito ingênua mais ou menos 12 ou 13 anos apaixonou-se por um rapaz muito bonito. Ela se encontrava com ele sempre as escondidas, só que a vida que ela queria era da capital, porque naquele interior iria ficar sem futuro. Tinha um rio que ela costumava sempre nadar, dava aqueles mergulhos que chegava a atravessar de um lado para o outro. Certo dia resolveu ir para cidade grande, não teve muita sorte sofreu muito, engravidou da primeira filha, ralou para criá-la, morando com sua tia, quase mãe, depois engravidou pela segunda vez e aí foi um caus. Com uma já era difícil imagina com duas, daí ela deu para a avó paterna criar, contudo nunca perdeu o vínculo com ela. Os anos se passaram e ela foi ganhar um dinheiro melhor em São Paulo. Juntou um dinheiro e voltou para comprar seu apartamento, mas deu tudo errado. Mais uma vez ela foi para São Paulo morou mais uns anos e resolveu voltar de vez. Encontrou um emprego bom onde ela era como se fosse a dona da casa porque o patrão estava sempre viajando e ela ficava com a filha dele para levar e buscar no colégio. Nesse período, por ironia do destino ela encontra o grande amor de sua vida, depois de quase 30 anos, mas aí ele já estava casado, filhos, netos e falou pra ela que estava separado da mulher, contudo já tinha outra, uma enrolada danada e terminou ela se apaixonando por aquele homem pensando ser o mesmo que ela havia conhecido no interior. Um ano passaram juntos entre idas e vindas até que depois viu que não dava mais certo e terminaram, porem era um relacionamento conturbado. Ele falava que não queria mais, depois quando ela menos esperava ele estava em frente de sua casa para ir ao barzinho que sempre costumava ir aos sábados ou domingo, lá tem música ao vivo. Resultado, acabaram voltando. Ele fala que vem pegá-la encontra a casa fechada e vai embora. No domingo ela não tinha o que fazer resolveu dar uma passada no barzinho e para sua surpresa lá estava seu grande amor abraçado a outra mulher aos beijos. Que decepção... Não se conteve chamou e falou algo que ele deveria escutar, mas cinicamente ele só fez sorrir. Irada ela procurou uma amiga e resolveu voltar ao local. O babado foi grande que nem quero contar aqui..
Agora irei esperar pela segunda parte para ver como irá terminar esse episódio. Continua...
OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.
08/12/19
dezembro 08, 2019

Nasci na cidade de Bom-Jardim, estado de Pernambuco há 100 km
mais ou menos da capital. Cidade pacata, boa de se viver. Minha alegria estava
no Cloreto que havia na rua da Palha quase em frente a casa do
meu avô. Todas as tardes eu ia brincar lá. Como era divertido, tinha um entrada, era redondo com pilares onde eu entrava e saía,
rodeava ele por fora e era aquela diversão. O tempo passou e Cloreto foi
demolido, uma pena que o lugar agora esteja vazio. Indo para a escola, que era um Colégio
de Freiras achava lindo em frente à Igreja principal da cidade um monumento eu
acho que era feito de acrílico se chamava O PIRULITO DO PADRE, ficava mesmo no centro
de um longo pátio que os carros faziam a volta ao redor como se fosse mão e
contra mão, chamava-se naquela época a
rua Grande, era lá a feira do sábado onde papai vendia cará e batata. O calçamento
daquele pátio era diferenciado e com o passar dos tempos resolveram demolir
aquele patrimônio histórico onde só ficou um grande vazio e muita tristeza. É como se colocasse a mesa com os pratos,
mas faltasse a comida, nas noites do mês de Maio onde Seu João de Quinha (Quim)
soltava os fogos, eu não podia mais subir no Pirulito do Padre para observar
melhor. O calçamento foi arrancado e colocado por trás do varonil que era um atalho para a rua grande. O tempo foi passando, a cidade crescendo
e aos poucos os nossos Paus-d’arco
foram sendo substituídos por casas e no Natal a nossa Bom-Jardim já não existia
o lindo florido amarelo, a cidade estava deserta, quanta alegria eu tinha quando
se aproximava o Natal para ver a cidade toda florida de amarelo, que
saudade...Fui crescendo junto com ela só que eu crescia e a cidade sempre era demolida algo histórico, tradicional. Um dia voltando a minha linda cidade quase
que não sabia onde era a casa de papai porque o ponto de referência que era a
pracinha onde ficava uma bomba de gasolina já havia sumido. Olhei para um lado
e para o outro e falei: acho que estou no lugar errado, deixa que aquela linda
praça onde meu filho deu os primeiros passos havia sido demolida. Meu Deus,
estão acabando tudo por aqui? Onde está a praça? Chorei, chorei tanto porque
não tinha mais como recordar meu passado, porque naquele momento tive que
fechar os olhos e relembrar, antes não, bastava olhar que já via todos os acontecimentos,
e para minha surpresa também, a bomba de gasolina de Seu João já não existia. Maternidade
onde fiz uma cirurgia não existe também e hoje meu coração está de luto. Através
das redes sociais tomei conhecimento que demoliram o ARMAZÉM que pertence ao RFN( eu acho).
Eu morava praticamente na lateral desse Armazém, com o termino da linha férrea
papai ganhou um quarto onde o pessoal que fazia manutenção no trem morava
lá e se chamava Caixa D’agua, o RFN (eu acho) deu um documento a papai inclusive uns
metros de terra pra frente também porque o trem passava mesmo na frente de
nossa casa e a prioridade foi de papai. Nossa como lembro desse tempo, tinha um
trólebus ( feito de madeira com rodas de ferro que andava sobre os trilhos e era
empurrado com um caibo para ele se locomover) antes da chegada do trem eu subia e ia até o Dique (lugar onde o trem ia beber água) e como era divertido, em fim voltando ao assunto
do Armazém, ele ficou desocupado e servia de abrigo para aquelas pessoas que
não tinha onde morar, depois eram mandado embora para não ter posse, daí
quebraram uma porta de zinco deixando um pequena fresta onde servia de passagem
para alguém namorar ali dentro, só que os morcegos fizeram suas casas e o
cheiro era insuportável, nessa época eu tinha um namorado onde costumava fugir
de casa e ninguém me encontrava porque jamais pensavam que eu estivesse ali dentro. A
tarde servia de sombra para os ônibus de Seu João Gordura serem lavados, também
aqueles homens se reunião nas calçadas para conversar inclusive o namorado que
eu tinha escondido costumava ficar lá para ver a hora que eu voltava da barraca
de papai daí ele entrava e eu ia atrás...oh! que tempo bom, me deixa muita recordação; Daí passou a ser um banco, depois
foi fechado e agora só resta o terreno porque na calada da noite as máquinas
chegaram e o demoliram. CIDADE sem LEI parece filmes de FAROESTE onde só quem
manda é o XERIFE.
Em breve estará nas redes sociais: Demoliram:
O VARONIL, A ESTAÇÃO DO TREM, O DIQUE, O CINEMA, O FORUM, A
CADEIA PÚBLICA...
A única coisa que não irá ser demolida, disso eu tenho
certeza absoluta será a PEDRA DO NAVIO a não ser que a implodam, porque com as
máquinas? Kkkkk É rim viu bichim.
AGORA EU PERGUNTO: ONDE ESTÁ MEU BOM-JARDIM?
OBS: Essa não é uma obra de ficção e sim um relato onde faço
com as raízes da cidade onde nasci. Depois que meu pai morreu nunca mais fui lá
nem se quer para tomar posse daquilo que ele me deixou junto com mamãe.
dezembro 05, 2019