LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

A sorte parece ser a mesma para todos 


9.1 Deveras me apliquei a todas estas cousas para claramente entender tudo isto: que os justos, e os sábios,  e os seus feitos, estão nas mãos de Deus; e se é amor ou se é ódio que está a sua espera, não sabe o homem. Tudo lhe está oculto no futuro. 2 Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao perverso; ao bom ao puro e ao impuro assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; ao bom como ao pecador; ao que jura  como ao que teme o juramento.3 Este é o mal que há em tudo quanto se faz debaixo do sol; a todos sucede o mesmo; também o coração dos homens está cheio de maldade, nele há desvarios enquanto vivem; depois, rumo aos mortos. 4 Para o que está entre os vivos há esperança; porque mais vale um cão vivo do que leão morto. 5 Porque os vivos sabem que hão de morrer, mas os mortos não sabem cousas nenhuma, nem tão pouco terão eles recompensa, porque a sua memória jaz no esquecimento. 6 Amor, ódio e inveja para eles já pereceram; para sempre não tem eles parte em cousa alguma do que se faz debaixo do sol.7 Vai, pois, come com alegria o teu pão e bebe gostosamente o teu vinho, pois Deus já de antemão se agrada das tuas obras. 8 Em todo tempo sejam alvas as tuas vestes, e jamais falte o óleo sobre a tua cabeça. 9 Goza a vida com a mulher que amas, todos os dias de tua vida fugaz, os quais Deus te deu debaixo do sol; porque esta é a tua porção nesta vida pelo trabalho com que te afadigaste debaixo do sol. 10 Tudo quanto te vier a mão  para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque no além para onde tu vais, não há obra, nem projetos, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.


Trabalhos sem recompensa


11 Vi ainda debaixo do sol que não é dos ligeiros o premio, nem dos valentes a vitória, nem tão pouco dos sábios o pão, nem ainda dos prudentes a riqueza, nem dos entendidos o favor; porém tudo depende do tempo e do acaso. 12 Pois o homem não sabe a sua hora. como os peixes que se apanham com a rede traiçoeira, e como os passarinhos que se prendem com o laço, assim se enredam também os filhos dos homens no tempo da calamidade, quando cai de repente sobre eles.


Exemplo que ilustra esta verdade


13 Também vi este exemplo de sabedoria debaixo do sol, que foi para mim grande. 14 Houve uma pequena cidade em que havia poucos homens; veio contra ela um grande rei, sitiou-a, e levantou contra ela grandes baluartes. 15 Encontrou-se nela um homem pobre, porém sábio, e que a livrou pela sua sabedoria, contudo ninguém se lembrou mais daquele pobre. 16 Então disse eu: Melhor é a sabedoria do que a força, ainda que a sabedoria do pobre é desprezada, e as sua palavras não são ouvidas. 17 As palavras dos sábios, ouvidas em silêncio valem mais do que os gritos de quem governa entre tolos. 18 Melhor é a sabedoria do que as armas de guerra, mas um só pecador destrói muitas cousas boas.


 


Mais um dia esperando

A hora do trem passar

Na minha cadeira balançando

Aguardando o momento de nele entrar

 

A idade vai chegando

Surge o medo de sair

A violência aumentando

Tenho medo de antes partir

 

Ah! meus tempos de outrora

Quando ficava sentada na calçada

Não é como no tempo de agora

Que tenho medo de ser assaltada

 

Queria que o tempo voltasse

Mas é como o rio corrente

Que quando na ponte passasse

Levasse todo passado da minha mente.


Inspiração de hoje vendo cada dia a violência aumentando principalmente com as mulheres. Os homens querendo serem proprietários delas.


                        29/03/25


A  submissão diante do rei 

8.1 Quem é como sábio? e quem sabe a interpretação das cousas? A sabedoria do homem faz reluzir o seu rosto, e muda-se a dureza sa sua face.  2 Eu te digo: Observa o mandamento do rei, e isso por causa do teu juramento feito a Deu. 3 Não te apresses em deixar a presença dele, nem te obstines em cousa má, porque ele faz o que bem entende. 4 Porque a palavra do rei tem autoridade suprema; e quem lhe dirá: Que fazes? 5 Quem guarda o mandamento não experimenta nenhum mal; e o coração do sábio conhece o tempo e modo. 6 Porque para todo propósito há tempo e modo; porquanto é grande o mal que pesa sobre o homem. 7 Porque este não sabe o que há de suceder, e como há de ser, ninguém há que lho declare. 8 Não há nenhum homem que tenha domínio sobre o vento para reter; nem tão pouco tem ele poder sobre o dia da morte; nem há altas nesta peleja; nem tão pouco a perversidade livrará aquele que a ela se entrega. 9 Tudo isso vi quando me apliquei a toda obra que faz debaixo do sol; há tempo em que um homem tem domínio sobre outro homem, para arruiná-lo.

As desigualdade na vida

10 Assim também vi os perversos receberem sepultura e entrarem no repouso, ao passo que os que frequentavam o lugar santo, foram esquecidos na cidade, onde fizeram o bem; também isto é vaidade.11 Visto como se não executa logo a sentença sobre a má obra, o coração dos filhos dos homens está inteiramente disposto a praticar o mal. 12 Ainda que o pecador faça o mal cem vezes, e os dias se lhe prolonguem, eu sei com certeza que bem sucede aos que temo a Deus.13 Mas o perverso não irá bem, nem prolongará os seus dias; será como a sombra, visto que não teme diante de Deus. 14 Ainda ha outra vaidade sobre a terra: justos a quem sucede segundo as obras dos perversos, e perverso a quem sucede segundo as obras dos justo. Digo que também isto é vaidade. 15 Então exaltei eu a alegria, porquanto para o homem nenhuma cousa há melhor debaixo do sol do que comer, beber e alegrar-se; pois isso o acompanhará no seu trabalho nos dias da vida que Deus lhe dá debaixo do sol. 16 Aplicando-me a conhecer a sabedoria, e a ver o trabalho que há sobre a terra, pois nem de dia nem de noite vê o home sono nos seus olhos. 17 Então contemplei toda a obra de Deus, e vi que o homem não pode compreender a obra que se faz debaixo do sol; por mais que trabalhe o homem para a descobrir, não a entenderá; e, ainda que diga o sábio que a virá a conhecer, nem por isso a poderá achar.


 Comparadas a sabedoria e loucura

7.1 Melhor é a boa fama do eu o unguento precioso, e o dia da morte melhor do que o dia do nascimento. 2 Melhor é ir a casa onde há luto do que ir a casa onde há banquete, pois naquela se vê fim todos os homens; e os vivos que o tomem em consideração. 3 Melhor é a mágoa do que o riso, porque com a tristeza do rosto se faz melhor o coração. 4 O coração dos sábios está na casa do luto, mas o dos insensatos na casa da alegria. 5 Melhor ouvir a repreensão do sábio, do que ouvir a canção do insensato. 6 Pois qual o crepitar dos espinhos debaixo duma panela, tal é a risada do insensato: também isto é vaidade. 7 Verdadeiramente a opressão faz endoidecer até o sábio, e o suborno corrompe o coração. 8 Melhor é o fim das cousas do que o seu princípio; melhor é o paciente do que o arrogante. 9 Não te apresses em irar-te, porque a ira se abriga no íntimo dos insensatos. 10 Jamais digas: Por que foram os dias passados melhores do que estes? pois não é sábio perguntar assim. 11 Boa é a sabedoria havendo herança, e de proveito para os que veem o sol. 12 A sabedoria protege como protege o dinheiro; mas o proveito da sabedoria é que ela dá vida ao seu possuidor. 13 Atenta para as obras de Deus: pois, quem poderá endireitar o que ele torceu? 14 No dia da prosperidade goza do bem mas no dia da adversidade considera em que Deus fez assim este como aquele, para que o homem nada descubra do que há de vir depois dele.

A moderação em tudo é boa

15 Tudo isto vi nos dias da minha vaidade: há justo que perece na sua justiça, e há perverso que prolonga os seus dias na sua perversidade. 16 Não se sejas demasiadamente justo, nem exageradamente sábio; por que te destruirias a ti mesmo? 17 Não sejas demasiadamente perverso nem sejas louco; por que morrerias fora do teu tempo? 18 Bom é que retenhas isto, e também daquilo não retires a tua mão; pois quem teme a Deus de tudo isto sai ileso. 19 A sabedoria fortalece ao sábio, mais do que dez poderosos que haja na cidade. 20 Não há homem justo sobre a terra, que faça o bem e que não peque. 21 Não apliques o teu coração a todas as palavras que se dizem, para que não venhas a ouvir o teu servo a amaldiçoar-te. 22 Pois tu sabes que muitas vezes tu mesmo tens amaldiçoado a outros. 

Avaliação da mulher enganosa

23 Tudo isto experimentei-o pela sabedoria; e disse: Tornar-me-ei sábio, mas a sabedoria esta longe de mim. 24 O que está longe e mui profundo, quem o achará? 25 Apliquei-me a conhecer, investigar e buscar a sabedoria e meu juízo de tudo, e em conhecer que a perversidade é insensatez, e a insensatez loucura. 26 Achei cousa mais amarga do que a morte, a mulher cujo coração são redes e laços, e cujas mãos são grilhões; quem for bom diante de Deus fugirá dela, mas o pecador virá a ser seu prisioneiro. 27 Eis que achei, diz o Pregador, conferindo uma cousa com outra para  a respeito delas formar o seu juízo; 28juízo que ainda procuro,  e não o achei. Entre mil homens achei um como esperava, mas entre tantas mulheres não achei nem sequer uma. 29 Eis o que tão-somente achei: que Deus fez o homem reto, mas ele se meteu em muitas astúcias.


 6.1 Há um mal que vi debaixo do sol, e que pesa sobre os homens: 2 O homem a quem Deus conferiu riquezas, bens e honra, e nada lhe falta de tudo quanto a sua alma deseja, mas Deus não lhe concede que disso coma, antes o estranho o come; também isto é vaidade e grave aflição. 3 Se alguém gerar cem filhos, e viver muitos anos, até avançada idade, e se a sua alma não se fartar do bem, e além disso não tiver sepultura, digo que um aborto é mais feliz do que ele; 4 pois debalde vem o aborto e em trevas se vai, e de trevas se cobre o seu nome; 5 não viu o sol, nada conhece. Todavia tem mais descanso do que o outro, 6 ainda que aquele vivesse duas vezes mil anos, mas não gozasse o bem. Porventura não vão todos para o mesmo lugar? 7 Todo trabalho do homem é para a sua boca, e contudo nunca se satisfaz o seu apetite. 8 Pois que vantagem tem o sábio sobre o tolo? ou o pobre que sabe andar perante os vivos? 9 Melhor é a vista dos olhos do que o andar ocioso da cobiça: também isto é vaidade e correr atrás do vento. 10  A tudo quanto há de vir já se lhe deu o nome, e sabe-se o que é o homem, e que não pode contender com quem é mais forte do que ele. 11 É certo que há muitas cousas que só aumentam a vaidade, mas que aproveita isto ao homem? 12 Pois quem sabe o que é bom para o homem durante os poucos dias de sua vida de vaidade os quais gasta como sombra? Quem pode declarar ao homem o que será depois dele debaixo do sol?


 A loucura de votos precipitados

5.1 Guarda o teu pé, quando entrares na casa de Deus; chegar-se para ouvir é melhor do que oferecer sacrifícios de tolos, pois não sabem que fazem mal. 2 Não te precipites com a tua boca, nem o teu coração se apresse a pronunciar palavra alguma diante de Deus;  porque Deus está nos céus, e tua na terra; portanto sejam poucas as tuas palavras. 3 Porque dos muitos trabalhos vêm os sonhos, e do muito falar, palavras néscias. 4 Quando a Deus fizeres algum voto, não tardes em cumpri-lo; porque não se agrada de todos. Cumpre o voto que fazes. 5 Melhor é que não votes do que vote e não cumpras. 6 Não consistas que a tua boca te faça culpado nem digas diante do mensageiro de Deus que foi inadvertência; por que razão se iraria Deus por causa da tua palavra, a ponto de destruir as obras das tuas mãos? 7 Porque, como na multidão dos sonhos há vaidade, assim também nas muitas palavras tu, porém tem a Deus.
A vaidade das riquezas

8 Se vires em alguma província opressão de pobres, e o roubo em lugar do direito e da justiça, não te maravilhes de semelhante caso; porque o que está alto tem acima de si outro mais alto  que o explora, e sobre estes há ainda outros mais elevados que também exploram. 9 O proveito da terra é para todos; até o rei se serve do campo. 10 Quem ama o dinheiro, jamais dele se farta; e quem ama a abundância nunc se farta da renda; também isto é vaidade. 11 Onde os bens se multiplicam, também se multiplicam os que deles comem; que mais proveito, pois tem os seus donos do que os ver com seus olhos? 12 doce é o sono do trabalhador, quer coma pouco que muito; mas a fartura do rico não o deixa dormir. 13 Grave mal vi debaixo do sol: as riquezas que seus donos guardam par o próprio dano, 14 E se tais riquezas se perdem por qualquer má aventura, ao filho que gerou nada lhe fica na mão. 15 Como saiu do ventre de sua mãe, assim nu voltará, indo-se como veio; e do seu trabalho nada poderá levar consigo. 16 Também isto é grave mal; precisamente como veio, assim ele vai; e que proveito lhe vem de haver trabalhado para o vento? 17 Nas trevas comeu em todos os seus dias, com muito enfado, com enfermidades e indignação. 18 Eis  o que eu vi: boa e bela cousa é comer e beber, e gozar cada um do bem de todo o seu trabalho, com que se afadigou debaixo do sol, durante os poucos dias da vida que Deus lhe deu; porque esta é a sua porção. 19 Quanto ao home, a quem Deus conferiu riquezas e tens, e lhe deu poder para deles comer, e receber a sua porção, e gozar do seu trabalho; isto é dom de Deus. 20 Porque não se lembrará muito dos dias da sua vida, porquanto Deus lhe enche o coração de alegria.


As tribulações da vida

4.1 Vi ainda todas as opressões que se fazem debaixo do sol: eis as lágrimas dos que foram oprimidos, sem que ninguém os consolasse; vi a violência na ão dos opressores, sem que ninguém os consolasse. 2 Pelo que tenho por mais felizes os que já morreram, mais do que os que ainda vivem; 3 porém mais que uns e outros tenho por feliz aquele que ainda não nasceu, e não viu as más obras que se fazem debaixo do sol. 4 Então vi que todo trabalho, e toda destreza em obras, provém da inveja do homem contra o seu próximo. Também isto é vaidade e correr atrás do vento. 5 O tolo cruza os braços, e come a própria carne, dizendo: 6 melhor é um punhado de descanso do que ambas as mãos cheias de trabalho e correr atrás do vento. 7 Então considerei outra vaidade debaixo do sol; 8 isto é: um homem sem ninguém, não tem filho nem irmã, contudo não cessa de trabalhar e seus olhos não se fartam de riquezas; e não diz: Para quem tanto trabalho eu, se nego aminha alma os bens da vida? Também isto é vaidade e enfadonho trabalho. 9 Melhor é serem dois do que um, porque tem melhor paga do seu trabalho. 10 Porque se caírem um levanta o companheiro; ai, porém, do que estiver só; pois caindo, não haverá quem o levante. 11 Também, se dois dormirem juntos, eles se aquentarão; mas um só como se aquentará? 12 Se alguém quiser prevalecer contra um, os dois lhe resistirão; o cordão de três dobras não se rebenta com facilidade. 13 Melhor é o jovem pobre e sábio do que o rei velho e insensato, que já não se deixa admoestar; 14 ainda que saia do cárcere para reinar ou nasça pobre no reino deste. 15 Vi todos os viventes que andam debaixo do sol com o jovem sucessor, que ficará em lugar do rei. 16 Era sem conta todo o povo que ele dominava; tão pouco os que virão depois se hão de regozijar nele. Na verdade que também isto é vaidade e correr atrás do vento.


 Tempo para tudo

3.1 Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu; 2 Há tempo de nascer, a tempo de morrer; tempo de plantar, e tempo de arrancar o que se plantou; 3 tempo de matar, o tempo de curar; tempo de derribar, e tempo de edificar; 4 tempo de chorar, e temo de rir; tempo de prantear, e tempo de saltar de alegria; 5 tempo de espalhar pedras, e tempo de ajuntar pedras. tempo de abraçar, e tempo de afastar-se de abraçar; 6 tempo de buscar, e tempo de perder; tempo de guardar, e tempo de deitar fora; 7 tempo de rasgar, e tem de coser; tempo de estar calado, e tempo de falar; 8 tempo de amar, e tempo de aborrecer; tempo de guerra, e temo de paz.

O homem não conhece o seu tempo determinado

9 Que proveito tem o trabalhador naquilo em que se afadiga? 10 Vi o trabalho que Deus impôs aos filhos dos homens, para com ele os afligir. 11 Tudo fez Deus formoso no seu devido tempo; também pôs a eternidade no coração do homem, sem que este possa descobrir as obras que Deus fez desde o principio até ao fim. 12 Sei que nada há melhor  par o homem do que regozijar-se e levar vida regalada; 13 e também que é dom de Deus que possa o homem comer, beber e desfrutar o bem de todo o seu trabalho. 14 Sei que tudo quanto Deus faz durará eternamente; nada se lhe pode acrescentar, e nada lhe tirar. e isto faz Deus para que os homens temam diante dele. 15 O que é já foi, e o que há de ser, também já  foi; Deus fará renovar-se o que passou.

Semelhança aparente na morte entre homens e animais

16 Vi ainda debaixo do sol que no lugar do juízo reinava a maldade, e no lugar da justiça, maldade ainda. 17 Então disse comigo: Deus julgará o justo e o perverso; pois há tempo para todo propósito e para toda obra. 18 disse ainda comigo: É por causa dos filhos dos homens, para que Deus os prove e ales vejam que são em si mesmo como os animais. 19 Porque o que sucede aos filhos dos homens, sucede aos animais; o mesmo lhes sucede; como  morre um, assim morre o outro, todos tem o mesmo fôlego da vida, e nenhuma vantagem tem o homem sobre os animais; porque tudo é vaidade. 20 Todos vão para o mesmo lugar; todos procedem do pó, e ao pó tornarão. 21 Quem sabe que o fôlego da vida dos filhos dos homens se dirige para cima, e o dos animais para baixo, para a terra? 22 pelo que vi não haver cousa melhor do que alegrar-se o home nas suas obras, porque essa é a sua recompensa; quem o fará voltar para ver o que será depois dele?


 A vaidade das possessões

2.1 Disse comigo: Vamos! eu te provarei com a alegria; goza, pois, a felicidade; mas também isso era vaidade.2 Do riso disse: É loucura; e da alegria: De que serve? 3 Resolvi no meu coração dar-me ao vinho regendo-me, contudo, pela sabedoria, e entregar-me a loucura até ver o que melhor seria que fizessem os filhos dos homens debaixo do céu, durante os poucos dias da sua vida. 4 empreendi grandes obras; edifiquei para mim casas; plantei para mim vinhas. 5 Fiz jardins e pomares para mim, e nestes plantei árvores frutíferas de toda espécie. 6 Fiz para mim açudes para regar com eles o bosque em que reverdeciam as árvores.7 Comprei servos e servas, e tive servos nascidos em casa; também possuí bois e ovelhas,  mais do que possuíram todos os que antes de mim viveram em Jerusalém. 8 Amontoei também para mim prata e ouro, e tesouros de reis e de províncias; provi-me de cantores e cantoras, e das delícias dos filhos dos homens: mulheres e mulheres. 9 Engrandeci-me e sobrepujei a todos os que viveram antes de mim em Jerusalém; perseverou também comigo a minha sabedoria. 10 Tudo quanto desejaram os meus olhos não lhes neguei, nem privei o coração de alegria alguma, pois eu me alegrava com todas as minhas fadigas, e isso era a recompensa de todas elas. 11 Considerei todas as obras que fizeram as minhas mãos, como também o trabalho que eu, com fadigas, havia feito; e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento, e nenhum proveito havia debaixo do sol.

A vaidade da sabedoria

12 Então passei a considerar a sabedoria e a loucura e a estultícia. Que fará o homem que seguir aos rei? O mesmo que outros já fizeram. 13 Então vi que a sabedoria é mais proveitosa do que a estultícia, quanto a luz traz mais proveito do que as trevas. 14 Os olhos do sábio estão na sua cabeça, mas o estulto, anda em trevas; contudo entendi que o mesmo lhes sucede a ambos. 15 pelo que disse eu comigo: Como acontece ao estulto, assim me suceda a mim; por que, pois, busquei eu mais a sabedoria? Então disse a mim mesmo que também isso era vaidade. 16 Pois assim do sábio como do estulto, a memória não durará para sempre; pois, passados alguns dias, tudo cai no esquecimento. Ah! morre o sábio e da mesma sorte o estulto! 17 pelo que aborreci a vida, pois me foi penosa a obra que faz debaixo do sol; sim, tudo é vaidade e correr atrás do vento.

A vaidade do trabalho

18 Também aborreci todo o meu trabalho, com que me afadiguei debaixo do sol, visto que o seu ganho eu o havia de deixar a quem viesse depois de mim. 19 E quem pode fize se será sábio ou estulto? Contudo, ele terá domínio sobre todo o gaho das minhas fadigas e sabedoria debaixo do sol; também isto é vaidade. 20 Então me empenhei por que o coração se desesperasse de todo trabalho em que me afadigara debaixo do sol. 21 Porque á homem cujo trabalho é feito com sabedoria, ciência e destreza; contudo deixará o seu ganho como porção a quem por ele não se esforçou; também isto é vaidade e grande mal. 22 Pois, que tem o homem de todo o seu trabalho, e da fadiga do seu coração, em que ele anda trabalhando debaixo do sol? 23 Porque todos os seus dias são dores, e o seu trabalho desgosto;  até de noite não descansa o seu coração; também isto é vaidade; 24 Nada há melhor para o homem do que comer, beber e fazer que a sua alma goze o bem do seu trabalho. No entanto vi também que isto vem da mão de Deus, 25 pois, separado deste, quem pode comer, ou quem pode alegrar-se: 26 Porque Deus da sabedoria, conhecimento e prazer ao homem que lhe agrada; mas ao pecador dá trabalho, para que ele ajunte e amontoe, a fim de dar aquele que agrada a Deus. Também isto é vaidade correr atrás do vento.


 Tudo é vaidade

1.1 Palavra do Pregador, filho de Davi, rei de Jerusalém: 2 Vaidade de vaidades! diz o Pregador: vaidade de vaidades! Tudo é vaidade. 3 Que proveito tem o homem de todo os seu trabalho, com que se afadiga do sol?

A eterna mesmice

4 Geração vai, e geração vem; mas a terra permanece para sempre. 5 Levanta-se o sol, e põe-se o sol, e volta ao seu lugar onde nasce de novo. 6 O vento vai para o sul, e faz o seu giro para norte; volve-se e revolve-se, na sua carreira e retorna aos seus circuitos. 7 Todos os rios correm para o mar, e o mar não se enche; ao lugar para onde correm os rios, para lá tornam eles a correr. 8 Todas as cousas são canseira, tais que ninguém as pode exprimir; os olhos não se fartam de ver, nem se enchem os ouvidos de ouvir. 9 O que foi, é o que há de ser; e o que se fez, isso se tornará a fazer: nada há, pois, novo debaixo do sol. 10 Há alguma cousa de que se possa dizer: Vê, isto é novo? Já foi nos séculos que foram antes de nós. 11 Já não há lembranças das cousas que precederam; e das cousas posteriores também não haverá memória entre os que hão de vir depois delas.

A experiência do Pregador

12 Eu, o Pregador, venho sendo rei de Israel, em Jerusalém. 13 Apliquei o coração a esquadrinhar, e a informar-me com sabedoria de tudo quanto sucede debaixo do céu; este enfadonho trabalho impôs Deus aos filhos dos homens para nele os afligir. 14 Atentei para todas as obras que se fazem debaixo do sol, e eis que tudo era vaidade e correr atrás do vento. 15 Aquilo que é torto não se pode endireitar; e o que falta não se pode calcular. 16 Disse comigo: Eis que me engrandeci e sobrepujei em sabedoria a todos os que antes de mim existiram em Jerusalém; com efeito  o meu coração tem tido larga experiência da sabedoria e do conhecimento. 17 Apliquei o coração a conhecer a sabedoria e a saber o que é loucura e o que é estultícia; e vim a saber que também isto é correr atrás do vento. 18 porque na muita sabedoria há muito enfado; e quem aumenta ciência, aumenta tristeza.