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 Saul consulta a médium de En-Dor

28.1 Sucedeu naqueles dias que, juntando os filisteus os seus exércitos para a peleja, para fazer guerra contra Israel, disse Aquis a Davi: Fica sabendo que comigo sairás a peleja, tu e os teus homens. 2 Então disse Davi a Aquis: Assim saberás quanto pode o teu servo fazer. Disse Aquis a Davi: Por isso te farei minha guarda pessoal para sempre. 3 Já Samuel era morto, e todo o Israel o tinha chorado, e o tenha sepultado em Ramá, que era a sua cidade; Saul havia desterrado os médiuns e os adivinhos. 4 Ajuntaram-se os filisteus, e vieram acampar-se em Suném: ajuntou Saul a todo o Israel, e se acamparam em Gilboa. 5 Vendo Saul o acampamento dos filisteus, foi tomado de medo, e muito se estremeceu o seu coração. 6 consultou  Saul o SENHOR, porem este não lhe respondeu, nem por sonhos, nem por Urim, nem por profetas. 7 Então disse Saul aos seus servos: Apontai-me uma mulher que seja médium, para que me encontre com ela e a consulte. Disseram-lhe os seus servos: Há uma mulher em En-Dor que é médium. 8 Saul disfarçou-se, vestiu outras roupas e se foi, e com ele dois homens, e de noite chegaram a mulher; e lhe disse: Peço-te que me adivinhes pela necromancia, e me faças subir aquele que eu te disser. 9 Respondeu-lhe a mulher: Bem sabes o que fez Saul, como eliminou da terra os médiuns e adivinhos; por que, pois, me armas cilada a minha vida, para me matares?10 Então Saul lhe jurou pelo SENHOR, dizendo: Tão certo como vive o SENHOR, nenhum castigo te sobrevirá por isso. 11 Então lhe disse a mulher: Quem te farei subir? Respondeu ele: Faze-me subir Samuel. 12 Vendo a mulher a Samuel, gritou em alta voz; e a mulher disse a Saul: Por que me enganaste? Pois tu mesmo és Saul.13 Respondeu-lhe o rei: Não temas; que vês? Então a mulher respondeu a Saul? Vejo um deus que sobe da terra. 14 Perguntou ele: Como é a sua figura? Respondeu ela: Vem subindo um ancião, e está envolto numa capa. Entendendo Saul que era Samuel, inclinou-se com o rosto em terra e se prostrou. 15 Samuel disse a Saul: Por que me inquietaste, fazendo-me subir? Então disse Saul: Mui angustiado estou, porque os filisteus guerreiam contra mim, e Deus se desviou de mim, e já não me responde, nem pelo ministério dos profetas, nem que sonhos; por isso te chamei para que me reveles o que devo fazer. 16 Então disse Samuel: Por que, pois, a mim me perguntas, visto que o SENHOR  te desamparou e se fez teu inimigo? 17 Porque o SENHOR fez para contigo como por meu intermédio ele te dissera: tirou o reino da tua mão, e o deu ao teu companheiro Davi. 18 Como tu não deste ouvidos a voz do SENHOR, e não executaste o que ele no furor da sua ira ordenou contra Amaleque, por isso o SENHOR te fez hoje isto. 19 O SENHOR entregará também a Israel contigo na mão dos filisteus, e amanhã tu e teus filhos estareis comigo; e o acampamento de Israel o SENHOR entregará na mão dos filisteus. 20 De súbito caiu Saul estendido por terra, e foi tomado de grande medo por causa das palavras de Samuel; e faltavam-lhe as forças, porque não comera pão todo aquele dia e toda aquela noite. 21 Aproximou-se de Saul a mulher e, vendo-o assaz perturbado, disse-lhe: Eis que a tua serva deu ouvido a tua voz, e arriscando a minha vida atendi as palavras que me falaste. 22 Agora, pois, ouve também tu as palavras da tua serva, e permite que  eu ponha um bocado de pão diante de ti; come, para que tenhas forças e te ponhas a caminho. 23 Porém ele o recusou, e disse: Não comerei. Mas os seus servos e a mulher o constrangeram; e atendeu. Levantou-se do chão, e se assentou no leito. 24 Tinha a mulher em casa um bezerro cevado; apressou-se, matou-o e, tomando farinha, o amassou e o cozeu em bolos asmos. 25 E os trouxe diante de Saul e de seus servos, e comeram. Depois se levantaram e se foram naquela mesma noite.


 Davi outra vez com Aquis, rei de Gate

27 Disse, porém, Davi consigo mesmo: Pode ser que algum dia venha eu a perecer nas mãos de Saul; nada há, pois, melhor para mim do que fugir para a terra  dos filisteus; para que Saul perca de todo as esperanças e deixe de perseguir-me por todos os termos de Israel; assim me livrarei da sua mão. 2 Dispôs-se  Davi e, com os seiscentos homens que com ele estavam,  passou a Aquis, filho de Mão que, rei de Gate. 3 Habitou Davi com Aquis em Gate, ele e os seus homens, cada um com a sua família; Davi com ambas as suas mulheres, Ainoã, a jezreelita, e Abigail, a viúva de Nabal, o carmelita. 4 Avisado Saul de que Davi tinha fugido para Gate, desistiu de o perseguir. 5 Disse Davi a Aquis: Se achei mercê  na tua presença, dá-me lugar numa das cidades da terra, para que habite; por que há de habitar o teu servo contigo na cidade real? 6 Então lhe deu Aquis naquele dia a cidade de Ziclague. Pelo que Ziclague pertence aos reis de Judá, até ao dia de hoje. 7 E todo o tempo que Davi permaneceu na terra dos filisteus, foi um ano e quatro meses. 8 Subia Davi com os seus homens, e davam contra os gesuritas, os gersitas e os amalequitas; porque eram estes os moradores da terra desde Telã na direção de Sur até a terra do Egito. 9 Davi feria aquela terra, e não deixava com vida nem homem nem mulher, e tornava as ovelhas, e os bois, e os jumentos, e os camelos, e as veste; voltava, e vinha a Aquis. 10 E perguntando Aquis: Contra quem deste hoje? Davi respondia: contra o sul Judá; e o sul dos jerameelitas, e o sul dos queneus. 11 Davi não deixava com vida nem homem nem mulher, para os trazer a Gate, pois dizia: Para que não nos denunciem, dizendo: Assim Davi o fazia. Este era o seu proceder por todos os dias que habitou na terra dos filisteus. 12 Aquis confiava em Davi, dizendo; Fez-se ele por certo aborrecível para com o seu povo em Israel; pelo que me será por servo para sempre.

Davi outra vez poupa a vida de Saul


26.1 Vieram os zifeus a Saul, a Gibeá, e disseram: Não se acha Davi escondido no outeiro de Haquilá defronte de Jesimom? 2 Então Saul se levantou, e desceu ao deserto de Zife, e com ele três mil homens escolhidos de Israel, a buscar a Davi. 3 Acampou-se Saul no outeiro de Haquilá, defronte de Jesimom, junto ao caminho: porém Davi ficou no deserto e, sabendo que Saul vinha para ali a sua procura, 4 enviou espias, e soube que Saul tinha vindo. 5 Davi se levantou, e veio ao lugar onde Saul acampara, e viu o lugar onde se deitaram Saul e Abner, filho de Ner, comandante do seu exército. Saul estava deitado no acampamento, e o povo ao redor dele. 6 Disse Davi a Aimeleque, o heteu, e a Abisai, filho de Zeruia, irmão de Joabe: Quem descerá comigo a Saul ao arraial? Respondeu Abisai: Eu descerei contigo. 7 Vieram, pois Davi e Abisai de noite ao povo, e eis que Saul estava deitado, dormindo no acampamento, e a sua lança fincada na terra a sua cabeceira; Abner e o povo estavam deitados ao redor dele. 8 Então disse Abisai a Davi: Deus te entregou hoje nas mãos o teu inimigo; deixa-me, pois, agora, encrava-lo com a lança, ao chão, de um só golpe; não será preciso segundo. 9 Davi, porém, respondeu a Abisai: Não o mates,  pois quem haverá que estenda a mão contra o ungido do SENHOR, e fique inocente? 10 Acrescentou Davi: Tão certo como vive o SENHOR, este o ferirá, ou o seu dia chegará em que morra, ou em que, descendo a batalha, seja morto. 11 O SENHOR me guarde, de que eu estenda a mão contra o seu ungido; agora, porém, toma a lança que está a sua cabeceira, e a bilha da água, e vamo-nos. 12 Tomou, pois, Davi a lança e a bilha da água, da cabeceira de Saul, e foram-se; ninguém o viu, nem o soube, nem se despertou, pois todo dormiam, porquanto da parte do SENHOR lhes havia caído profundo sono. 13 Tendo Davi passado a outra bando, pôs-se  no cume do monte ao longe, de maneira que entre eles havia grande distância.14 Bradou ao povo, e a Abner, filho de Ner, dizendo: Não respondes, Abner? Então Abner acudiu e disse: Quem és tu, que bardas ao rei? 15 Então disse Davi a Abner: Porventura não és homem? e quem há em Israel como tu? Por que, pois, não guardaste o rei teu senhor? Porque veio um do povo para destruir o rei teu senhor. 16 Não é bom isso, que fizeste; tão certo como vive o SENHOR, deveis morrer, vós que não guardastes  a vosso senhor, o ungido do SENHOR; vede agora onde está a lança do rei e a brilha da água, que tinha a sua cabeceira. 

Saul outra vez se reconcilia com Davi

17 Então reconheceu Saul a voz de Davi, e disse: Não é a tua voz, meu filho Davi? Respondeu Davi: Sim, a minha, ó rei meu senhor. 18 Disse mais: Por que persegue o meu senhor assim seu servo? Pois que fiz eu? E que maldade se acha nas minhas mãos? 9 Ouve, pois, agora, te rogo, ó rei meu senhor, as palavras de teu servo: Se é o SENHOR que te incita contra mim, aceite ele a oferta de manjares; porém se são os filhos dos homens, malditos sejam perante o SENHOR; pois eles me expulsaram hoje para  que eu não tenha parte  na herança do SENHOR, como que dizendo: Vai, serve a outros deuses. 20 Agora, pois, não se derrame o meu sangue longe desta terra do SENHOR; pois saiu o rei de Israel em busca duma pulga, como quem persegue uma perdiz nos montes. 21 Então disse Saul: Pequei; volta, meu filho Davi, pois não tornarei a fazer-te mal; porque foi hoje preciosa a minha vida aos teus olhos. Eis que tenho procedido como louco e errado excessivamente. 22 Davi então respondeu, e disse: Eis que a lança, ó rei; venha aqui um dos moços, e leve-a. 23 Pague porém, o SENHOR  a cada um a sua justiça e a sua lealdade; pois o SENHOR te havia dado hoje na minha mão, porém, eu não quis estende-la contra o ungido do SENHOR. 24 Assim como foi a tua vida hoje de muita estima aos meus olhos, assim também seja a minha aos olhos do SENHOR, e ele me  livre de toda tribulação. 25 Então Saul disse a Davi: Bendito sejas tu, meu filho Davi; pois grandes cousas farás e de fato prevalecerás. Então Davi continuou o seu caminho, e Davi voltou para os eu lugar.

A morte de Samuel

25.1 Faleceu Samuel; todo o Israel se ajuntou, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.

Davi e Nabal

2 Havia um homem em Maon, que tinha as suas possessões no Carmelo; homem abastado, tinha três mil ovelhas e mil cabras, e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo. 3 Nabal era o nome deste homem, e Abigail o de  sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo seu trato. Era ele da casa de Calebe. 4 Ouvindo Davi no deserto que Nabal tosquiava as suas ovelhas, 5 enviou dez moços, e lhes disse: Subi ao Carmelo, ide a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está. 6 Direis aquele próspero: Paz seja contigo, e tenha paz a tua casa, e tudo que possuis tenha paz. 7 Tenho ouvido que tens tosquiadores. Os teus pastores estiveram conosco; nenhum agravo lhes fizemos, e  de nenhuma cousa sentiram falta todos os dias que estiveram no Carmelo. 8 pergunta aos teus moços e eles to dirão: achem mercê, pois, os meus moços na tua presença, porque viemos em boa hora: dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, qualquer cousa que tiveres a mão. 9 Chegando, pois, os moços de Davi, e tendo falado Nabal todas essa palavras em nome de Davi, aguardaram. 10 Respondeu Nabal aos moços de Davi, e disse: Quem é Davi, e quem o filho de Jessé? Muitos são hoje em dia os servos que fogem ao seu senhor. 11 Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que eu não sei donde vem? 12 Então os moços de Davi puseram-se a caminho, voltaram, e tendo chegado, lhe contaram tudo segundo todas estas palavras. 13 Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e também Davi a sua; subiram após Davi uns quatrocentos homens,  e duzentos ficaram com a bagagem. 14 Nesse meio tempo um dentre os moços de Nabal o anunciou a Abigail, mulher deste, dizendo: Davi enviou do deserto mensageiros a saudar a nosso senhor, porém este disparatou com eles. 15 Aqueles homens, porém, nos tem sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles, e de nenhuma cousa sentimos falta em todos os dias de nosso trato com eles quando estávamos no campo. 16 De muro em redor nos serviram assim de dia como de noite, todos os dias que estivemos com eles apascentando as ovelhas. 17 Agora, pois, considera e vê o que hás de fazer, porque já o mal está de fato determinado contra o nosso senhor e contra toda a sua casa, e ele é filho de Belial, e não há quem lhe possa falar.

Abigail apazigua Davi

18 Então Abigail tomou, a toda pressa, duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos, 19 disse aos seus moços: Ide adiante de mim, pois vos seguirei de perto. Porém nada disse ela a seu marido Nabal. 20 Enquanto ela, cavalgando um jumento, descia, encoberta pelo monte, Davi e seus homens também desciam, e ela se encontrou com eles. 21 Ora Davi dissera? Com efeito, de nada me serviu ter guardado tudo quanto este possui no deserto, e de nada sentiu falta de tudo quanto lhe nada sentiu falta de tudo quanto lhe pertence; ele me pegou mal por bem. 22 Faça Deus o que lhe aprouver aos inimigos de Davi, se eu deixar ao amanhecer um  só do sexo masculino dentre  os seus.23 Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, desceu do jumento, e prostrou-se sobre o rosto diante de Davi, inclinando-se até a terra. 24 Lançou-se-lhe aos pés, e disse: Ah! senhor meu, caia a culpa sobre mim; permite falar a tua serva contigo, e ouve as palavras da tua serva. 25 Não  se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que dignifica o seu nome isso ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste. 26 Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o SENHOR e a tua alma, foste por este impedido de derramar sangue e de vingar-te por tuas próprias mãos. Como Nabal sejam os  teus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor. 27 Este é o presente que trouxe a tua serva a meu senhor; seja ele dado aos moços que seguem ao meu senhor. 28 Perdoa a transgressão da tua serva; pois de fato o SENHOR te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do SENHOR, e não se ache mal em ti por todos os teus dias. 29 Se algum homem se levantar para te perseguir, e buscar a tua vida então a tua vida será atada no feixe dos que vivem com o SENHOR teu Deus; porém a vida de teus inimigos este a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda. 30 E há de ser que, usando o SENHOR contigo segundo todo o bem que tem dito a teu respeito, e te houver estabelecido príncipe sobre Israel, 31 então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar ao coração, o sangue que sem causa vieres a derramar, e o não te haveres vingado com as tuas próprias mãos, quando o SENHOR te houver feito o bem, lembrar-te-ás da tua serva. 32 Então Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR Deus de Israel que hoje te enviou ao meu encontro.33 Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue, e de que por minha própria mão me vingasse. 34 Porque, tão certo como vive o SENHOR Deus de Israel, que me impediu de que te fizesse mal, se tu não te apressaras, e me não vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal até ao amanhecer nem um sequer do sexo masculino. 35 Então Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia trazido, e lhe disse: Sobe em paz a tua casa; bem vês que ouvi a tua petição e a ela atendi.

A morte de Nabal

36 Voltou Abigail a Nabal. Eis que ele fazia em casa um banquete, como banquete de rei; o seu coração estava alegre, e ele já mui embriagado, pelo que não lhe referiu ela cousa alguma, nem pouco nem muito até ao amanhecer. 37 Pela manhã estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas cousas; e se amorteceu nele o coração, e ficou ele como pedra. 38 Passados uns dez dias, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu.

Davi casa com Abigail

39 Ouvindo Davi que Nabal morrera, disse: Bendito seja o SENHOR, que pleiteou a causa da afronta que recebi de Nabal, e me deteve de fazer o mal, fazendo o SENHOR cair o mal de Nabal sobre a sua cabeça. Mandou Davi falar a Abigail, no Carmelo, lhe disseram: Davi nos mandou a ti, para te levar por sua mulher. 41 Então ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis que a tua serva é criada para lavar os pés aos criados de meu senhor. 42 Abigail se apressou e, dispondo-se, cavalgou um jumento com as suas cinco moças que a assistiam; e ela seguiu os mensageiros de Davi, que a recebeu por mulher. 43 Também tomou Davi a Ainoã de Jezreel, e ambas foram suas mulheres. 44 Porque Saul havia dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim. 



Davi poupa a vida de Saul


24.1 Tendo Saul voltado de perseguir os filisteus, foi-lhe dito: Eis que Davi está no deserto de En-Gedi. 2 Tomou então Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi ao encalço de Davi e dos seus homens, nas faldas das penhas das cabras monteses. 3 Chegou a uns currais de ovelhas no caminho, onde havia uma caverna; entrou nela Saul, a aliviar o ventre. Ora Davi e os seus homens estavam assentados no mais interior da mesma.4 Então os homens de Davi lhe disseram: Hoje é o dia, do qual o SENHOR te disse: Eis que te entrego nas mãos o teu inimigo e far-lhe-ás o que bem te parecer. Levantou-se Davi, e furtivamente cortou a orla do manto de Saul. 5 Sucedeu, porém, que, depois sentiu Davi bater-lhe o coração, por ter cortado a orla do manto de Saul; 6 e disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal cousa ao meu senhor, isto é, que eu estendo a mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR. 7 Com estas palavras Davi conteve os seus homens, e não  lhes permitiu que se levantassem contra  Saul; retirando-se Saul para trás, inclinou-se Davi e fez-lhe reverência, com o rosto em terra. 9  Disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos as palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te  mal? 10 Os teus próprios olhos viram hoje que o SENHOR te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que eu te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a mão  contra o meu senhor, pois é o ungido de Deus. 11 Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão. No fato de haver eu cortado a orla do teu manto sem te matar, reconhece e vê que não há em mim nem mal nem rebeldia, e não pequei contra ti, ainda que andas a caça da minha vida para ma tirares. 12 Julgue o SENHOR entre mim e ti, e vingue-me o SENHOR a teu respeito; porém a minha mão não será contra ti. 13 Dos perversos procede a perversidade, diz o provérbio dos antigos; porém a minha mão não está contra ti. 13 Dos perversos procede a perversidade, diz o provérbio dos antigos; porém a minha mão não está contra ti. 14 Após quem saiu o rei de Israel? a quem persegue? a um cão morto? a uma pulga? 15 Seja o SENHOR o meu juiz, e julgue entre mim e ti, e veja e pleiteie a minha causa, e me faça justiça e me livre da tua  mão. 16 Tendo Davi acabado de falar a Saul todas estas palavras, disse Saul: É isto a tua voz, meu filho Davi? E chorou Saul em voz alta. 17 Disse a Davi: Mais justo és do que eu; pois tu me recompensaste com bem, e eu te paguei com mal. 18 Mostraste hoje que me fizeste bem; pois o SENHOR me havia posto em tuas mãos, e tu me não mataste. 19 porque, quem há que,  encontrando o inimigo, o deixa ir por bom caminho? O SENHOR, pois, te pague com bem, pelo que hoje me fizeste. 20 Agora, pois tenho certeza de que serás rei, e de que o reino de Israel há de ser firme na tua mão. 21 Portanto, jura-me pelo SENHOR que não eliminarás a minha descendência, nem desfarás o meu nome da casa de meu pai. 22 Então jurou Davi a Saul, este se foi para sua casa; porém Davi e os seu homens subiram ao lugar seguro.

 

Davi livra Queila


23.1 Foi dito a Davi; Eis que os filisteus pelejam contra Queila, e saqueiam as eiras. 2 Consultou Davi ao SENHOR, dizendo; Irei eu, e ferirei a estes filisteus? Respondeu o SENHOR a Davi: Vai, e ferirás os filisteus, e livrarás a Queila. 3 Porém os homens de Davi lhe disseram: Temos medo aqui em Judá, quanto mais indo a Queila contra as tropas dos filisteus. 4 Então Davi tornou a consultar o SENHOR, e o SENHOR lhe respondeu, e disse: Dispõe-te, desce a Queila, porque te dou os filisteus nas tuas mãos. 5 Partiu Davi com seus homens a Queila, e pelejou contra os filisteus, levou todo o gado, e fez grande morticínio entre eles; assim Davi salvou os moradores de Queila. 6 Sucedeu que, quando Abiatar, filho de Aimeleque, fugiu para Davi, a Queila, desceu com a estola sacerdotal na mão. 7 Foi anunciado a Saul que Davi tinha ido a Queila. Disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos; está encerrado, pois entrou numa cidade de portas e ferrolhos. 8 Então Saul mandou chamar todo o povo a peleja,  para que descessem a Queila, e cercassem a Davi e aos seus homens. 9 Sabedor, porém, Davi de que Saul maquinava o mal contra ele, disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui a estola sacerdotal. 10 Orou  Davi: Ó SENHOR, Deus de Israel, teu servo ouviu que Saul de fato procura vir a Queila, para destruir a cidade por causa de mim. 11 Entregar-me-ão os homens de Queila nas  mãos dele? Descerá Saul, como o teu servo ouviu? Ah! SENHOR Deus de Israel, faze-o  saber ao teu servo. E disse o SENHOR: Descerá.12 Perguntou-lhe Davi: Entregar-me-ão os homens de Queila, a mim e aos meus servos nas mãos de Saul? Respondeu o SENHOR: Entregarão. 13 Então se dispôs Davi com os seus homens, uns seiscentos, saíram de Queila, e se foram sem rumo certo. Sendo anunciado a Saul, que Davi fugira de Queila, cessou de persegui-lo.14 Permaneceu Davi no deserto, nos lugares seguros, e ficou na região montanhosa no deserto de Zife. Saul buscava-o  todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mão.


Davi e Jônatas renovam a aliança


15 Vendo, pois, Davi, que Saul saíra a tirar-lhe a vida, deteve-se no deserto de Zife, em Horesa. 16 Então se levantou Jônatas, filho de Saul, e foi para Davi a Horesa e lhe fortaleceu a confiança em Deus, 17 e lhe disse: Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não te achará; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo;  o que também Saul, meu pai bem sabe. 18 E ambos fizeram aliança perante o SENHOR, Davi ficou em Horesa, e Jônatas voltou para sua casa.


A traição dos zifeus


19 Então subiram os zifeus a Saul a Gibeá, dizendo: Não se escondeu Davi entre nós, nos lugares seguros de Horesa, no outeiro de Haquilá, que está ao sul de Jesimom? 20 Agora, pois, ó rei, desce conforme te impõe o coração; toca-nos, a nós, entregarmo-lo nas mão do rei, 21 Disse Saul: Benditos sejais vós do SENHOR, porque vos compadecestes de mim. 22 Ide, pois, informai-vos ainda melhor, sabei e notai o lugar que frequenta e quem o tenha visto ali; porque me foi dito que é astutíssimo. 23 Pelo que atentai bem, e informai-vos acerca de todos os esconderijos, em que ele se oculta; então voltai a ter comigo com seguras informações, e irei convosco; se ele estiver na terra buscá-lo-ei entre todos os milhares de Judá. 24 Então se levantaram eles, e se foram a Zife, diante de Saul; Davi, porém, e os seus homens estavam no deserto de Maom, na planície, ao sul de Jesimom. 25 Saul e os seus homens se foram ao encalço dele, e isto foi dito a Davi; pelo que desceu para a penha, que está no deserto de Maom. Ouvindo-o Saul perseguiu a Davi no deserto de Maom. 26 Saul ia duma banda do monte, e Davi e os seus homens da outra, apressou-se Davi em fugir  para escapar de Saul, porém este e os seus homens cercaram a Davi e os seus homens, para os prender. 27 Então veio um mensageiro a Saul dizendo: Apressa-te, e vem, porque os filisteus invadiram a terra. 28 Pelo que Saul desistiu de perseguir a Davi, e se foi contra os filisteus. Por esta razão aquele lugar se chamou Pedra de Escape. 29 Subiu Davi deste lugar e ficou nos lugares seguros de En-Gedi.

 

Davi escondeu-se em Adulão e em Moabe


22.1 Davi retirou-se dali, e se refugiou na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmão e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele.2 Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo home endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez amargurados de espíritos, e ele uns quatrocentos homens. 3 Dali passou Davi a Mispa de Moabe, e disse ao seu rei: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até meu pai e minha mãe convosco, até que eu sabia o que Deus há de fazer de mim. 4 Trouxe-os perante o rei de Moabe, e com este moraram por todo o tempo que Davi esteve neste lugar seguro. 5 Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques neste lugar seguro; vai, e entra na terra de Judá. Então Davi saiu e foi para o bosque de Herete.


Saul mata todos os sacerdotes de Nobe


6 Ouviu Saul que Davi e os homens que o acompanhavam foram descobertos, Achando-se Saul em Gibeá, debaixo dum arvoredo, numa colina, tendo na mão a  sua lança, e todos os seus servos com ele, 7 disse a todos estes: Ouvi, peço-vos, filhos de Benjamim, dar-vos-á também o filho de Jessé, a todos vós, terras e vinhas, e vos fará a todos chefes de milhares e chefes de centenas, 8 para que todos tenhais conspirado contra mim?  E ninguém houve que me desse aviso de que meu filho fez aliança como o filho de Jessé; e nenhum dentre vós há que se doa por mim, e me participe que meu filho contra mim instigou a meu servo, para me armar ciladas, como se vê neste dia. 9 Então respondeu Doegue, o idumeu, que também estava com os servos de Saul, e disse: vi o filho de Jessé chegar a Nobe, a Aimeleque, filho de Aitube, 10 e como Aimeleque a pedido dele consultou o SENHOR, e lhe fez provisões e lhe deu a espada de Golias, o filisteu. 11 Então o rei mandou chamar a Aimeleque, sacerdote, filho de Aitube, e toda a casa de seu pai, a saber, os sacerdotes que estavam em Nobe; todos eles vieram ao rei. 12 Disse Saul: Ouve, peço-te, filho de Aitube. Este respondeu: Eis-me aqui, meu senhor. 13 Então lhe disse Saul: Por que conspirastes contra mim, tu e o filho de Jessé? Pois lhe deste pão e espada, e consultaste a favor dele a Deus, para que se levantasse contra mim e me armasse ciladas, como hoje se vê. 14 Respondeu Aimeleque ao rei, e disse: E quem, entre todos os teus servos há tão fiel como Davi, o genro do rei, chefe da tua guarda pessoal, e honrado na tua casa?  15 Acaso é de hoje que consulto a Deus em seu favor? Não! Jamais impute o rei cousa nenhuma a seu servo, nem a toda a casa de meu pai, pois o teu servo de nada soube de tudo isso, nem muito nem pouco. 16 Respondeu o rei: Aimeleque, morrerás, tu e toda a casa de teu pai. 17 Disse o rei aos da guarda, que estavam com ele: Volvei, e matai os sacerdotes do SENHOR, porque também estão de mãos dadas com Davi, e porque souberam que fugiu e não mo fizeram saber. Porém os servos do rei não quiseram estender as suas mãos contra os sacerdotes do SENHOR. 18 Então disse o rei a Doegue: Volve-te, e arremete contra os sacerdotes. Então se virou Doegue, o idumeu, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou naquele dia oitenta e cinco homens que vestiam estola sacerdotal de linho. 19 Também a Nobe, cidade destes sacerdotes, passou ao fio da espada; homens e mulheres, meninos e crianças de  peito, e bois, jumentos e ovelhas.


Abiatar refugia-se com Davi


20 Porém dos filhos de Aimeleque, filho de Aitube, um só, cujo nome era Abiatar, salvou-se e fugiu para Davi; 21 e lhe anunciou que Saul tinha matado os sacerdotes do SENHOR. 22 Então Davi disse Abiatar: Bem sabia eu naquele dia que, estando ali Doegue, o idumeu, não deixaria de o dizer a Saul. Fui a causa da morte de todas a pessoas da casa de teu pai. 23 Fica comigo, não temas, porque quem procura a minha morte procura também a tua; estarás salvo comigo.



 

Davi vai ter com o sacerdote Aimeleque


21.1 Então veio Davi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque; Aimeleque, tremendo, saiu ao encontro de Davi, e disse-lhe: Por que vens só, e ninguém contigo? 2 Respondeu Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei deu-me uma ordem e me disse: Ninguém saiba por que te envio e de que te incumbo; quanto aos meus homens, combinei que me encontrassem em tal e tal lugar. 3 Agora, que tens a mão? Dá-me cinco pães, ou o que se achar. 4 Respondendo o sacerdote a Davi, disse-lhe: Não tenho pão comum a mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os teus homens se abstiveram das mulheres. 5 Respondeu Davi ao sacerdote, e lhe disse: sim, como sempre, quando saio a campanha, foram-nos vedadas as mulheres, e os corpos dos homens não estão imundos. Se tal se dá em viagem comum, quanto mais serão puros hoje!  6 Deu-lhe, pois, o sacerdote o pão sagrado, porquanto não havia ali outro senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do SENHOR quando trocados, no devido dia, por pão quente. 7 Achava-se ali naquele dia um dos servos de Saul, detido perante o SENHOR, cujo nome era Doegue, idumeu, o maioral dos pastores de Saul. 8 Disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui a mão lança ou espada alguma? porque não trouxe comigo nem a minha espada nem as minhas armas, porque a ordem do rei era urgente. 9 Respondeu o sacerdote: A espada de Golias, o filisteu, a quem mataste no vale de Elá, está aqui envolta num pano detrás da estola sacerdotal; se a queres levar, leva-a, porque não há outra aqui, senão essa. Disse Davi: Não há outra semelhante; dá-ma.


Davi foge para Aquis, rei de Gate


10 Levantou-se Davi naquele dia e fugiu de diante de Saul, e foi a Aquis, rei de Gate. 11 Porém os servos de Aquis lhe disseram: Este não é Davi o rei da sua terra? Não é a este que se cantava nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares? 12 Davi guardou estas palavras, considerando-as consigo mesmo, e teve muito medo de Aquis, rei de Gate. 13 Pelo que se contrafez diante deles, em cujas mãos se fingia doido, esgravatava nos postigos das portas, e deixava correr a saliva pela barba. 14 Então disse Aquis aos seus servos: Bem vedes que este homem está louco; por que no trouxeste a mim? 15 Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis a este que fizesse doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa?



 A amizade entre Davi e Jônatas

20 1. Então fugiu Davi da casa dos profetas, em Ramá, e veio, e disse a Jônatas: Que fiz eu? qual é a minha culpa? e qual é o meu pecado diante de teu pai, que procura tirar-me a vida? 2 Ele lhe respondeu: Tal não suceda; não serás morto. Meu pai não faz cousa nenhuma, nem grande nem pequena, sem primeiro me dizer; porque, pois, meu pai me ocultaria isso? Não há nada disso. 3 Então Davi respondeu enfaticamente: Mui bem sabe teu pai que da tua parte achei mercê; pelo que disse consigo: Não sabia isto Jônatas, para que não se entristeça. Tão certo como vive o SENHOR, e tu vives, Jônatas, apenas há um passo entre mim e a morte. 4 Disso Jônatas a Davi: O que tu desejares, eu te farei. 5 Disse Davi a Jônatas: Amanhã é a lua nova, em que sem falta deveria assentar-me com o rei para comer; mas deixa-me ir, e esconder-me-ei no campo, até a terceira tarde. 6 Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi  me pediu muito que o deixasse ir a toda pressa Belém, sua cidade; porquanto se faz lá o sacrifício anual para toda a família. 7 Se disser assim: Está bem, então te servo terá paz; porém se muito se indignar, sabe que já o mal está de fato determinado por ele. 8 Usa, pois, de misericórdia para com o teu servo, porque lhe fizeste entrar contigo em aliança no SENHOR; se, porém, há em mim culpa, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai? 9 Então disse Jônatas: Longe de ti tal cousa; porém se dalguma sorte soubesse que já este mal estava de fato determinado por meu pai, para que viesse sobre ti, não to declararia eu? 10 Perguntou Davi a Jônatas: Quem tal me fará saber, se pôr acaso teu pai te responder asperamente? 11 Então disse Jônatas a Davi: Vem, e saiamos ao campo. E saíram.

Jônatas faz aliança com Davi

12 E disse Jônatas a Davi: O SENHOR, Deus de Israel, seja testemunha. Amanhã, ou depois de amanhã, a estas horas sondarei a meu pai; se algo houver favorável a Davi, eu to mandarei dizer. 13 Mas se meu pai quiser fazer-te mal, faça com Jônatas o SENHOR o que a este aprouver, se não to fizer saber eu, e não te deixar ir embora, para que sigas em paz. E seja o SENHOR contigo, como tem sido com meu pai. 14 Se eu então ainda viver, porventura não usarás para comigo da bondade  do SENHOR, para que não morra? 15 Nem tão pouco contarás jamais da minha casa a tua bondade; nem ainda quando o SENHOR desarraigar da terra a todos os inimigos de Davi. 16 Assim fez Jônatas aliança com a casa de Davi, dizendo: Vingue o SENHOR os inimigos de Davi. 17Jonatas fez jurar a Davi de novo , pelo amor que este lhe tinha, porque Jônatas o amava com todo o amor da sua alma. 18 Disse-lhe Jônatas: Amanhã é a lua nova; perguntar-se-á por ti porque o teu lugar estará vazio. 19 ao terceiro dia descerás apressadamente e irás para o lugar em que te escondeste no ida do ajuste;  e fica junto a pedra de Ezel. 20 Atirarei três flechas para aquela banda, como quem atira ao alvo. 21 Eis que mandarei o moço, e lhe direi: Vai, procura as flechas então para vem, Davi, porque tão certo como vive vem,  Davi, porque tão certo como vive o SENHOR, terás paz, e  nada há que temer. 22 Porém se disse ao moço: Olha que as fechas estão para lá de ti, vai-te embora; porque o  SENHOR te manda ir. 23 Quando aquilo de que eu e tu falamos, eis que o SENHOR está entre mim e ti para sempre, 24 Escondeu-se, pois Davi no campo. e, sendo a lua nova, pôs-se o rei a mesa para comer. 25 Assentou-se o rei na sua cadeira, segundo o costume, no lugar junto a parede; Jônatas defronte dele, e Abner ao lado de Saul; mas o lugar de Davi estava desocupado. 26 Porém naquele dia não disse Saul nada, pois pensava: Aconteceu-lhe alguma cousa, pela qual não está limpo; talvez contaminado. 27 sucedeu também ao outro dia,  segundo da lua nova, que o lugar de Davi continuava desocupado; disse, pois, Saul a Jônatas, seu filho: Por que não veio comer o filho de Jessé nem ontem nem hoje? 28 Respondeu Jônatas a Saul: Davi me pediu encarecidamente que deixasse ir a Belém. 29 Ele me disse: Peço-te que me deixes ir, porque a nossa família tem um  sacrifício na cidade, e um de meus irmãos insiste comigo para que eu vá. Se, pois, agora achei mercê aos teu olhos, peço-te que me deixes partir, para que veja a meus irmãos. Por isso não veio a mesa do rei.

Saul irado contra Jônatas

30 Então se acendeu a ira de Saul contra Jônatas, e disse-lhe: Filho de mulher perversa e rebelde; não sei eu que elegeste o filho de Jessé , para vergonha do recato de tua mãe? 31 Pois enquanto o filho de Jessé, viver sobre a terra nem tu estarás seguro, nem seguro o teu reino; pelo que manda buscá-lo agora, porque deve morrer. 32 Então respondeu Jônatas a Saul, seu pai, e lhe disse: Por que há de ele morrer? Que fez ele? 33 Então Saul atirou-lhe com a lança para o ferir; com isso entendeu Jônatas que de fato seu pai já determinara matar a Davi. 34 Pelo que Jônatas, todo encolerizado, se levantou da mesa, e neste segundo dia da lua nova não comeu pão, pois ficara muito sentido por causa de Davi a quem seu pai havia ultrajado. 

Jonatas despede-se de Davi

35 Na manhã seguinte, saiu Jônatas ao campo, no tempo ajustado com Davi, e levou consigo um rapaz. 36 Então disse ao seu rapaz: corre a buscar as flechas que eu atirar, Este correu, e ele atirou uma flecha, que fez passar além do rapaz. 37 Chegando o rapaz ao lugar da flecha que Jônatas havia atirado, Gritou Jônatas atrás dele e disse: Não está a flecha mais para lá de ti? 38 Tornou Jônatas a fritar: Apressa-te, não te demores. O rapaz e Jônatas apanhou as flechas e voltou ao seu senhor. 39 O rapaz não entendeu cousa alguma; só Jônatas e Davi sabiam deste ajuste. 40 Então Jônatas deu as suas armar ao rapaz que o acompanhava, e disse-lhe: Anda, leva-as a cidade. 41 Indo-se o rapaz, levantou-se Davi do lado do sul, e prostrou-se rosto em terra três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, Davi, porém , muito mais.42 Disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz, porquanto juramos ambos em nome do SENHOR, dizendo: o SENHOR seja para sempre entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua. 43 Então se levantou Davi, e se foi; e Jônatas entrou na cidade.


 Jônatas intercede por Davi

19.1 Falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os sevos, sobre matar a Davi. Jônatas, filho de Saul, mui afeiçoado a Davi, 2 e o fez saber a este, dizendo: Meu pai, Saul, procura matar-te; acautela-te, pois, pela manhã, fica num lugar oculto, e esconde-te. 3 Eu sairei e estarei ao lado de meu pai no campo onde estás; falarei a teu respeito a meu pai, e verei o que houver, e te farei saber. 4 Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: Não peque o rei contra seu servo Davi, porque ele não pecou contra ti, e os seus feitos para contigo tem sido mui importantes. 5 Arriscando ele a sua vida, feriu os filisteus, e efetuou o SENHOR grande livramento a todo o Israel; tu mesmo o viste, e te alegraste; por que, pois, pecarias contra sangue inocente, matando a Davi sem causa? 6 Saul atendeu a voz de Jônatas, e jurou: Tão certo como vive o SENHOR, ele não morrerá. 7 Jônatas chamou a Davi, contou-lhe todas estas palavras e o levou a Saul; e esteve Davi perante este como dantes.

Saul procura de novo matar a Davi

8 Tornou a haver guerra, e, quando Davi pelejou contra os filisteus e os feriu com grande derrota, e fugiram diante dele, 9 o espírito maligno da parte do SENHOR tornou sobre Saul; estava este assentado em sua casa, e tinha na mão a sua lança, enquanto Davi dedilhava o seu instrumento músico.10 Procurou Saul encravar a Davi na parede, porém ele se desviou do seu golpe, indo a lança ferir a parede; então fugiu Davi, e escapou. 11 Porém Saul, naquela mesma noite, mandou mensageiros a casa de Davi, que vigiassem, para ele o matar pela manhã; disto soube Davi por Mical sua mulher, que lhe disse: Se não salvares a tua vida esta noite, amanhã serás morto.

Mical engana a seu pai e salva a Davi

12 Então Mical desceu Davi por uma janela; e ele se foi, fugiu e escapou. 13 Mical tomou um ídolo do lar e o deitou na cama, e pôs-lhe a cabeça um tecido de pelos de cabra, e o cobriu com um manto. 14 Tendo Saul enviado mensageiros que trouxessem a Davi, ela disse: Está doente. 15 Então Saul mandou mensageiros que viessem a Davi, ordenando-lhes: Trazei-mo mesmo na cama, para que o mate. 16 Vindo, pois, os mensageiros, eis que estava na cama o ídolo do lar, e o tecido de pelos de cabra ao redor de sua cabeça. 17 Então disse Saul a Mical: Por que assim me enganaste, e deixaste ir e escapar o meu inimigo? Respondeu-lhe Mical: Porque ele me disse: Deixa-me ir, se não eu te mato.

Saul e seus mensageiros profetizam

18 Assim Davi fugiu e escapou, e veio a Samuel, a Ramá, e lhe contou tudo quanto Saul lhe fizera; e se retiraram, ele e Samuel, e ficaram na casa dos profetas. 19 Foi dito a Saul: Eis que Davi está na casa dos profetas, em Ramá. 20 Então enviou Saul mensageiros para trazerem a Davi, os quais viram um grupo de profetas profetizando, onde estava Samuel que lhes presidia; e o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram. 21 Avisado disto, Saul enviou outros mensageiros, e também estes profetizaram; então enviou Saul ainda uns terceiros, os quais também profetizaram. 22 Então foi também ele mesmo a Ramá, e chegando ao poço grande que estava em Secu, perguntou: Onde estão Samuel e Davi? Responderam-lhe: Eis que estão na casa dos profetas, em Ramá. 23 Então foi para a casa dos profetas em Ramá; e o mesmo Espírito de Deus veio sobre ele, que, caminhando, profetizava até chegar a casa dos profetas em Ramá.24 Também ele despiu a sua túnica e profetizou diante de Samuel, e sem ela esteve deitado em terra todo aquele dia e toda aquela noite; pelo que se diz: Também Saul está entre os profetas?