Após nove meses de espera nasce mais um herdeiro. O pai orgulhoso poe aquele menino nos braços e agradece a Deus por ter nascido perfeito e com saúde. Os anos vão se passando e o pai nota que ele é diferente dos outros. Muito decido e brincalhão aproveitava qualquer festa na escola para poder atuar e mostrar suas qualidades. Por ser muito esperto combinava com os coleguinhas e no quintal de sua casa armava uma tenda pedia um quilo de alimento não perecível para assistir o evento. E assim o tempo foi passando e aquele menininho franzino ia demonstrando amor ao teatro. Não queria saber de estudar só de representar.

            Um dia seu pai o chamou e falou: Meu filho, o meu maior prazer é vê-lo formado, o tempo passa rápido demais e quando menos você esperar está aí velho sem nenhuma formatura. Ele não seguiu os conselhos de seu pai e só pensava em ser ator. Passado algum tempo ele resolveu fazer um técnico de enfermagem ou melhor primeiros socorros onde foi um desastre. Quando ele chegou perto do doente que estava tendo uma convulsão ficou passando mau chegando até a desmaiar e o pior foi quando foram colher sangue e a seringa estava enchendo der repente seus olhos foram virando e mais uma vez desmaio. Chegou em casa contou o fato para os pais e sabia que para aquela  profissão não dava. Vamos sonhar: Comissário de Bordo seria o próximo passo. Conhecer países diferentes, pessoas estrangeiras com seus sotaque voar, voar, voar, e ficou tudo nos ares mesmo porque esse sonho não foi realizado e ele voltou a dormir e a única profissão que vinha em sua mente era mesmo ser ator. Um dia ele resolveu enfrentar uma fila enorme para fazer um teste e ficou como um figurante para ver se daria certo. Feliz da vida, chegou em casa e falou para seu pai que ia estrear uma peça e o convidou juntamente com sua mãe para assistir. Ele só ganhou duas falas, mas quando olhou para a plateia que viu seus pais esqueceu as duas falas e foi um desastre naquele momento pensou ele: Será que irei perder essa oportunidade? Contudo recebeu mais uma chance e quando estava no palco perguntava a todo o momento: é a minha vez? É agora? E ficava repetindo, e quando chegou à hora errou tudo outra vez. Foi um caus.

            Muito tímido e também ansioso, esses dois fatores bloqueava sua mente. Ele ensaiava tudo certo quando chegava na hora dava errado, daí o diretor viu suas qualidades nas atuações e resolveu lhe dar um papal muito interessante, ele não falaria nada só iria gesticular. Deu certo o rapaz brilhou em sua apresentação e o tempo foi passando, ele não quis mais fazer faculdade dedicando apenas ao teatro. O que era doce acabou fim de temporada. Todo dinheiro que ele ganhava dava aos pais para ajudar nas despesas de casa, e agora o que ele iria fazer? Resolveu então montar uma peça com outros amigos que só teve despesas ao ponto de fazer faxinas, lavar carros, andar a pé de um bairro para outro porque não tinha um tostão no bolso, e sempre o pai perguntando: cadê o dinheiro? E ele respondia: ta dando para pagar o pessoal, porém seu pai não sabia o sacrifício que ele estava enfrentando, ele tinha que honrar seus compromissos, com muito aperto conseguiu suprir as dívidas.

           Certo dia seu pai falou: Antes de morrer quero vê-lo formado, não importa qual formatura contanto que você me desse essa alegria. Ele olhou para seu pai e prometeu que ano vindouro voltaria a estudar. Seu pai ficou muito feliz e agora ele aguarda com a maior ansiedade este dia.Ele continua sendo o bebê da casa mesmo estando já de maior, sua mãe pensa  que ainda é um bebezinho porque para uma mãe seus filhos nunca crescem por isso todas as noites quando ele chega em sua casa está sob a mesa um prato de papa de maisena que ele muito gosta. Pois é meu filho, zele pelos seus pais e cumpra o prometido para dar pelo menos essa alegria a eles. Essa foi uma conversa que tive rapidamente com um rapaz, achei interessante e resolvi escrever.

OBS: Essa é  uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

                                                                                   14/09/15

setembro 14, 2015

Hoje eu tive um sonho que foi muito interessante. Há anos que não sonho com Ilna minha irmã que fez sua passagem em 2003. Estava eu em casa quando der repente me encontrava na casa dela que como de costume quase todos os finais de semana eu ia a Recife onde passávamos o dia jogando e entrava pela madrugada muitas vezes víamos o amanhecer. No meio do meu sonho aparecia uma pessoa que vinha até minha casa e arrancava um quadro que eu tenho na parede de Paulinho com seu filho ao lado e deixava outro no lugar. Quando eu olhava estava meu neto nos braços de uma pessoa e no momento que eu ia pegá-lo, meu filho gritava que eu não poderia pôr nos meus braços, nisso o menino vinha ao meu encontro e me dava um abraço tão forte que pude sentir o calor de seu corpo, foi uma misturada de sonho tão grande, acho que hoje meu espírito se deslocou do meu corpo e andou bastante realizando assim dois sonhos de minha vida: o primeiro poder abraçar meu neto e o segundo sonhar com Ilna. No sonho acordei e ao olhar o relógio já passava das 16:00 horas e eu tinha que voltar, foi aí que comecei a fazer as malas. Lembro que eram duas: uma de mão e outra de pendurar no ombro. Na hora que fui calçar minha sandália a correia estava quebrada e mesmo assim sai com uma inteira e outra quebrada. Perdi o ônibus  e tive que caminhar muitos metros na total escuridão e eu com muito medo estava em um lugar tenebroso que no final da estrada havia um rio que eu não sabia se era fundo ou raso, ele era muito largo, olhei assombrada e foi aí que apareceu duas velhas senhoras e uma puxou o manto ou um pano que estava na cabeça e jogou para mim falando que me protegeria de todo mal, daí eu pus na cabeça e saí sem medo de nada, agora deduzi que aquele pano seria o véu de Nossa Senhora mãe de Nosso Senhor Jesus Cristo me protegendo.  No meio do caminho eu estava com outra pessoa que não lembro mas quando dei um grito ao ver uma cobra diferente, que corria atrás da pessoa que estava comigo, eu corria para um lado ela corria atrás de mim, daí a pessoa corria para outro lado e ela ia atrás, então não conseguíamos matá-la e não sei como matamos, ela abriu a boca mostrando os dente como se estivesse sorrindo, não eram dentes de cobra aqueles caninos, era de gente, então a pessoa que estava ao meu lado mandava que esmagasse a cabeça e eu falei que não, bastaria colocar uma pedra dentro de sua boca onde ela permaneceria sempre aberta e nunca mais morderia ninguém nem tão pouco conseguiria fechá-la.

      Saí dali com destino a parada do ônibus e não lembro mais de nada, sei que fui salva por esse manto ou véu que creio tenha sido realmente de Nossa Senhora. Não sei o porquê, mas hoje amanheci diferente, muito leve e tranquila, feliz e dormi a noite inteira.

      Hoje 12 de julho de 2015 

setembro 10, 2015

 Por que todos nós temos uma estória para contar? Por nossas vidas tornam-se a cada dia uma novela? Estive em uma casa ontem quando do nada surgiu um quarto do terço de uma metade da vida dessa mulher. Sem querer dar muita importância para o que ela me falava fiquei fazendo outras coisas para não viajar no tempo e poder sentir todo sofrimento passado e me emocionar e emocionar a mesma também porque já está de idade e o coração é traiçoeiro às vezes pensamos que estamos bem e de repente... Caímos.

            Contou-me ela que na sua adolescência sonhava com seu príncipe, moça sonha. Encontrou. Imaginou: vou ter minha casa, meus filhos, fazer minha feira mensalmente, amar e ser amada pelo meu marido. Casou. Foram morar na capital porque era do interior, então tudo aquilo era novo para ela. Muito nova sem experiência de vida logo encontrou um emprego e foi ensinar por ser professora. Seu marido trabalhava em uma firma e falou pra ela que colocasse o dinheiro para ir direto para conta dele pelo menos ele pagava a casa, luz, água, feira etc. Confiante que o mesmo faria isso assinou o papel e entregou. Nunca foi pago uma luz, casa, água, feira, sua vida era só farra e mulheres não faltava enquanto a mesma o esperava para almoçar que era só carne de charque e toucinho porque a mercearia quem fornecia para ser pago no final do mês e não havia outra opção, ele nunca vinha, só chegava de madrugada e falava que estava fazendo serão. Certo dia sua vizinha lhe abriu os olhos, ela então foi perguntar a ele o qual desmentiu tudo.

            Após um ano ele teve que entregar a casa porque nunca pagou um só tostão fora água e luz tudo em atraso e o pior que a mesma estava grávida de seu primogênito e ainda não havia comprado nem se quer uma banheira para ele tomar banho. Certo dia ele falou: Temos que nos mudar, vamos para a casa da minha mãe. A mudança foi feita: um colchão de capim, um fogão e algumas trouxinhas dentro de sacolas plástica.

            Quando chegaram na casa  sua sogra a esperava. Ela desceu e um quartinho no fundo do quintal estava limpo. Sua sogra falou: como é por pouco tempo enquanto seu marido encontra um emprego você fica aqui. Ela olhou os quatro cantos do quarto. Só Deus sabia o que ela estaria sentindo naquele momento. Não foi aquilo que planejara para seu futuro. Pela manhã ela escutava uma família que morava ao lado toda conversa devido um combogó que havia na parede e era aquele falatório.

            Acorda fulano está na hora de ir para escola, fulana escova os dentes, hoje é dia de fazer a feira, etc. era isso que ela pensava em sua vida. Chorava copiosamente. Um dia ela foi comer os restos da sogra quando a mesma falou: Não estou aguentando mais sustentar vocês espero que seu marido encontre logo um emprego, foi quando a mesmo se ofereceu para fazer um molhinho de tomate, ajudar na casa e a resposta foi: não preciso de você pra nada, tornando-a inútil a coitada sairia mais depressa do fundo do seu quintal. Um dia cansada de ficar trancada naquele cubículo resolveu ir até a frente da casa onde  sua cunhada estava andando de bicicleta. Nossa como ela gostaria de dar uma voltinha... Será que ainda se lembrava como era? Gritou: deixa-me dar uma voltinha? Não só se for no bagageiro. Ela sentou-se atrás e ambas começaram a passear, foi quando se ouviu um grito forte: fulana venha pra casa, não está vendo que dessa forma essa mulher nunca vai sair daqui?

           Cabeça baixa entrou e as humilhações começaram. Muito triste sentiu seu pai quando a foi visitar e viu sua situação. Pediu que ela fosse morar na sua casa enquanto seu marido se equilibrasse. Ela foi, sua mãe fez o enxoval de pobre mais tudo seu neto teve inclusive foi recebido com fogos quando chegou da maternidade. O tempo passou ela para o fundo do quintal voltou trazendo um balaio cheio de verduras, frutas, carne etc e quis dividir com a sogra que respondeu: Não preciso de nada, isso porque queria ela fosse embora.

            Não quis mais ouvir nada, minha vida também foi muito sofrida, mas quando pensamos que só nos sofremos tem outras vidas piores, cada qual com sua história para contar, agora existe alguém que já nasce em berço de ouro como seus netos, esses só irão ter coisas boas para contar aos seus filhos futuramente.

            Muito bem sucedida hoje em dia. Dona de várias propriedades adquirida com sua sabedoria e sozinha, só com a ajuda de Deus, foi recompensada com sua paz. Há sete anos que está viúva, não quis casar, viaja muito e vive cercada de filhos e netos só uma coisa lhe falta: apagar as lembranças que ficam como zumbis no seu ouvido: HAM HAM, HAM, HAM, ISSO NOITE E DIA, ISSO A TORNA INCOMODADA.

OBS. Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência. Hoje dia internacional da mulher dedico essa estória a todas as mulheres que tiveram uma vida parecida com esta.

                                         08/03/2014

                                                                               Hoje,10/09/15 que vim publicar.

setembro 10, 2015