LER E OUVIR HISTÓRIAS FORTALECE A MENTE E O CORAÇÃO

E Naamã chorou ao ver seu corpo coberto de lepra. Tanta  riqueza, mas a sua saúde era o mais importante. Que adiantava ter tudo se tinha que andar com vestes para cobrir todas as feridas... E Naamã chorou, não conhecia o Deus de Israel que poderia curá-lo. Até que um dia resolveu ouvir o que a escrava de sua mulher que era Israelita falou e foi até a presença de Elizeu o qual não chegou a recebê-lo, enviou seu criado para lhe dar um recado: Vá até o rio Jordão e mergulhe sete vezes e você será curado. E Naamã reclamou tanto, chegando até a questionar a qualidade da água, porque havia tantos rios limpos e ele teria que banhar-se no mais impuro, mais sujo, seria muita humilhação. Naamã não sabia, mas esses sete mergulhos que ele iria dar teria um significado. E Naamã reclamou e falou que não iria e resolveu voltar para sua casa e continuar seu sofrimento até que a morte chegasse. Seu servo que ao seu lado estava falou: Que tens a perder Senhor? faz o que o profeta fala, caso não fiques curado valeu a pena tentar. E Naamã, ouvindo o servo, mandou que todos se afastassem e aos poucos foi se despindo. Aquelas feridas grudadas em suas vestes faziam com que o sangue escorressem sobre o seu corpo e ele sentia muita dor. Ficando seminu entrou no rio Jordão e veio o primeiro mergulho. Nada aconteceu, era cedo demais para haver um milagre, era preciso perder o orgulho, limpar o coração. Dai ele mergulhou pela segunda vez e quando abriu os olhos seu corpo permanecia do mesmo jeito. Ele erguia os olhos para o Ceu como quisesse fazer uma pergunta. No terceiro, depois o quarto, o quinto e no sexto ele já estava desesperado porque todas as feridas permaneciam no mesmo lugar e só faltava só mais um. Naamã pensava que cada mergulho que ele desse aos poucos iam desaparecendo as feridas, só que Deus não é Senhor de pouquinho, Deus é o Senhor do todo, o Todo Poderoso que quando opera a doença não volta mais.E Naamã mergulhou, seu último mergulho e sua última chance e esperança, porque naquele momento seria o sétimo mergulho. Esse foi um mergulho mais demorado penso eu, porque seria a decisão, a dúvida pairava no ar. Será que quando eu abrir os olhos realmente estarei limpo? pensava Naamã. E ele levantou e pode contemplar sua purificação. Ele glorificou ao Deus Vivo, o Deus de Israel e foi agradecer a Elizeu, onde ajoelhou-se e colocou sua face no chão em reverência ao profeta, e abrindo a bagagem que trazia deu-lhes talentos, mudas de roupas novas, joias etc., mas Elizeu falou que nada queria. E retirou-se, porem seu criado voltou onde estava Naamã e pediu talentos e mudas de roupa. Naamã atendeu seu pedido e doou tudo ao servo. Quando o criado chegou até Elizeu ele perguntou: Onde você estava? Ele respondeu: por ai. E Elizeu falou: por um acaso não sabes tu que onde estiveres o meu coração está contigo?  Portanto que a doença de Naamã passe agora para você e no mesmo instante o servo ficou leproso.
      As vezes a nossa lepra está dentro do nosso  coração, com muita mágoa, rancor, ódio, ressentimentos, pensamentos negativos porque abrimos a porta para que esses pensamentos entrem em nosso coração em nossa mente e devemos ter cuidado para não tomar atitudes drásticas( sentido violento, última solução, etc.), é ai que precisamos de um socorro, de uma palavra amiga, de uma oração. E foi isso que aconteceu comigo ontem. Como tenho escutado o rádio FM Lider nas quintas feira o programa do Pastor Josué pensei: vou ligar para ele. O pastor de imediato fez uma oração e  o  Todo Poderoso e através do seu Ungido me enviou um bálsamo que fez com que eu dormisse por duas horas e quando acordei, estava leve como uma pena. Feliz, dormi a noite inteira, hoje acordei muito leve, ouvi mais uma vez a oração, ergui a cabeça e fui contemplar o mar e fiquei por uma hora só admirando as ondas bravias, foi quando me lembrei de Naamã, as vezes a lepra não se manifesta exteriormente e sim interna onde fica corroendo o coração e a mente das pessoas até que elas venham a fraquejar e caírem no abismo. Ainda bem que Deus mandou que falasse com o Pastor Josué para ter uma orientação onde fiquei muito grata.

OBS: Essa é uma obra inspirada na estória de Naamã que resolvi contar do meu jeito.


                                            25/08/19 


 Está chovendo, eu não gosto quando chove a noite, me dá uma tristeza danada porque relembro o meu passado e as histórias que mamãe contava,  como por exemplo: não tinha comida para dar aos filhos do primeiro casamento e contava histórias para que eles dormissem e quando algum falava que estava com fome ela respondia: deixa eu terminar de contar o final que vou pegar a comida, e daí a história ia se alongando eles terminavam dormindo, isso me corta o coração e choro, sei que tudo passou, mas mamãe sofreu um bocado. 
           Lembro que quando amanhecia o fogão era do lado de fora da casa, a lenha verde muito difícil para acender o fogo, Laís por ser a mais velha era como se fosse a empregada da casa tinha que levantar cedo para fazer o café e ela começava a soprar aquela lenha que não pegava e por sorte tinha as cascas de laranja que era descascada sem quebrar saiam inteirinhas e eram penduradas no telhado para secar, com isso ajudava a acender o fogo. 
Na época da plantação, eu  ia para o sítio plantar feijão e milho, três caroços de milho e dois de feijão, papai ia com a enxada fazendo as covas uma atrás da outra, e eu colocava as sementes dentro da cova e cobria com um dos pés, as vezes para terminar logo eu colocava cinco feijão seis milho, quando nascia papai dava a molesta porque ficava perdido tinha que ser a quantidade certa, o ruim de tudo era a colheita do algodão, furava muito meus dedos, as vezes eu colhia por cima e quando o papai olhava falava: volte e termine de colher. Esse algodão era vendido: com caroço era um preço e sem era outro. 
          Na cozinha dentro de uma bacia estava o milho que ficava de molho de um dia para o outro porque ficava mole para ser ralado onde se fazia o cuscuz para o café. Olhando aquele tonel vazio porque não havia água encanada era a vez de Ione que já se preparava para enchê-lo com a água do riacho que ficava atrás de casa, essa água serviria para colocar no banheiro porque não havia descarga, lavar os pratos e tomar banho. Outra filha já colocava a rodilha feita de pano para apoiar o pote de barro na cabeça que ia buscar água doce na cacimba que ficava longe, essa era a água para beber no verão porque no inverno papai colocava umas formas (jarras) de barro coberto a boca com um pano de saco em baixo da biqueira porque quando chovia enchia com água da chuva. 
         Depois que Laís fazia o café juntava a roupa suja para ser lavada no rio que ficava em baixo de um pontilhão e para ajudar a economizar o sabão colocava folhas de melão e assim as roupas era ensaboada, colocadas para quará, (deixar no sol por um tempo e de vez em quando jogar água por cima para tirar a sujeira por completo) sob as pedras, enquanto isso ela aproveitava para tomar banho naquela água corrente, depois recolhia e enxaguava colocava sob as pedras outra vez para secar e quando já passava das 11:00 horas estava de volta com aquela trouxa de roupa pronta para serem passadas a ferro. Um ferro muito pesado, que tinha um buraco atrás onde era colocado dentro carvão e esse buraquinho servia para soprar. Como saber se já estava no ponto? Era só colocar a ponta do dedo na saliva e colocar em baixo dele. As roupas melhores dos homens que trabalhavam tinham que serem engomadas, fazia aquela goma de araruta e com outro pano passava sobre a peça da roupa, porque o vinco da calça e nas mangas da camisa eram indispensáveis. 
            Enquanto papai estava no sítio a mamãe costurava finos vestidos e ainda ensinava, a casa nunca era limpa porque existia retalho de pano para tudo quanto era lado e o papai sempre reclamando porque nunca viu a casa limpa, era de domingo a domingo. Sentada no chão no cantinho da parede estava Laís ( não era bombril, mas tinha 1001 utilidades) coitada, fazendo os abainhados das saías godês que eram intermináveis, tinha que ser espinha de peixe e não poderia aparecer do lado direito do vestido, caso contrário mamãe fazia ela desmanchar e fazer tudo de novo, tinha que ser rápido porque a demanda era muito grande e só havia ela para ajudar, além desse abainhado tinha que auxiliar toda as costuras por dentro para não desfiar. 
          No Natal ficávamos ansiosas para vestir o vestido novo, e a mamãe só fazendo os de fora, quando chegava três horas da tarde nós já estávamos desesperadas porque não daria mais tempo de costurar cinco vestidos, daí a mamãe pegava uma peça de chita tudo da mesma cor, as vezes florido, e jogava em cima da mesa, cortava as cavas, o pescoço, costura reta para não mostrar a curva da cintura e pronto, estavam feitos os vestidos, não tinha um babadinho, um bico, nenhum modelo, as vezes o abainhado saía até alinhavado porque não dava tempo...
                   
           TENHO QUE PARAR ... VOLTEI HÁ 50 ANOS NO TEMPO.

Obs: Essa não é uma obra de ficção é um pedacinho de minha vida.

                                                    18/08/19


         

Sorriso triste... Olhar sombrio... pensamento bem distante mesmo cercada de pessoas, sente-se a única  em meio a estranhos. Viagem boa, convivência com novas amizades, mas não foi a viagem esperada.

         Queria viajar ao lado de uma pessoa amada, compartilhar cada segundo do passeio. Trocar beijos e abraços apaixonados e anoite depois de ter dançado bastante em uma boate  na zona sul ir para um hotel e ter uma bela noite de amor... amanhecer ao lado da pessoa amada só por uns instantes seria o suficiente para completar uma felicidade tão sonhada.Tomar café da manhã e depois nadar em uma piscina com águas cristalinas acompanhada de uma bela taça de champanhe e caviar. Nadar, nadar, sorrir bastante para afagar tanta tristeza carregada dentro do coração sem ter ninguém para desabafar tanto sofrimento restrito para poder manter as boas maneiras, os bons costumes e não decepcionar os que os cercam.
            Que adianta demonstrar ser uma coisa que não é só para agradar quem está ao seu lado? Quanta hipocrisia, viver uma vida sofisticada, camuflada, sem poder extravasar seus sentimentos. Embora longe da família nada pode fazer porque há câmeras por toda parte. Apos todos esse sonhos, essa viagem maravilhosa feita para conhecer lugares diferente está de volta ao seu lar, e nesse retorno pensa: De que adiantou essa viagem? Encontro-me só outra vez, pega o celular e começa a olhar as fotos tiradas e uma chama a sua atenção, sorriso sem graça, daí ela ela faz uma retrospectiva e diz: A vida é assim, os outros passeios foram diferente, esse foi horrível, é que RELATA ESSA FOTO. 

Obs: Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança será uma mera coincidência.


                                                        17/08/2019