Por ser uma pessoa de experiência porque o livro da vida me ensinou muito cedo a viver a vida, aprendi aos 17 anos e saí ilesa Graças a Deus tornei-me um pouco conselheira quando me procuram para me expor algum caso. Estava eu em um Posto de Saúde quando der repente sentou-se ao meu lado uma garota aproximadamente com seus 18 anos com olhos bem inchados e olheiras, dando a impressão que passou a noite inteira chorando e pensando no que poderia fazer da vida. Olhei para aquela menina frágil e indaguei: Você tão nova e com olheiras, parece não ter dormido bem, perdão se estou me metendo em sua vida particular e ela olhou para mim e falou: Você tem um tempinho para mim? Respondi claro que sim, tenho um tempão, não tenho nada para fazer em casa e estou de férias, sou todos ouvidos. Queria te contar uma coisa: Minha mãe me odeia. Nasci em berço de ouro, tudo que queria tinha aos meus pés. Quando pequenina era muito mimada pelos meus pais e avós e o tempo passou. Nossa como é bom ser criança... tenho mais dois irmãos e nós éramos felizes. Fizemos muitas viagens, íamos para restaurantes caros era tudo uma ostentação, mas o tempo passa até que completei 15 anos. Minha mãe fez uma festa linda de debutantes, eu era a mais linda teve até orquestra para dançarmos a valsa. Eu era o orgulho dela e de meu pai. Nunca lhe dei um desgosto a minha mãe, estudei, fui sempre dedicada, nunca andei em más companhias, nunca usei drogas, nunca bebi nem tão pouco fumei, era uma filha totalmente exemplar, até que um dia notei que algo diferente estava acontecendo comigo. Comecei a me sentir estranha dentro de casa e já não havia mais diálogo entre nós. Senti uma espécie de rejeição, notei que cada dia que se passava tanto minha mãe como meu pai se afastavam, de forma que, a casa ficou pequena para mim, resumindo apenas em um quarto. Meu Deus minha casa tão grande e eu não tenho o direito de compartilhar em nada? Nem na mesa tenho o prazer de sentar para almoçar ou jantar devido os olhares de ambos. Isto me deixava angustiada e sem ninguém para desabafar porquê de que adianta contar ... não, não ninguém iria resolver meu problema serviria até de comentários onde poderiam deturpar o que eu haveria dito , por isso preferi ficar calada e como você é estranha tive a confiança em lhe contar. Procuro um só motivo para esse desprezo e não encontro. Por que minha mãe me rejeita? Será que tem ciúmes da minha juventude? Meu Deus, as vezes penso em pegar uma mochila colocar algumas roupas dentro e sair sem destino. Tenho tudo e não tenho nada, o que eu queria na verdade era amor, carinho, conversar sobre meus problemas, falar de uma paquera que tenho, mas nem isso posso contar. Os dias vão se passando e as coisas vão se tornando mais difíceis para mim, a minha sorte que tenho uma amiga que confio bastante, afinal fomos amigas desde pequena daí quando chega o final de semana vou para sua casa onde sou muito bem recebida e os pais dela me apoiam em tudo. Em umas dessas ida e vinda eu pensei em falar com ela para passar uns dias em sua casa e quem sabe aos poucos eu poderia até morar lá para não fazer uma besteira comigo, contudo tenho vergonha, me acho tímida, talvez seus pais só me aceitem pôr um final de semana e do jeito que o custo de vida está e eu sem trabalhar.... Não sei como irá terminar minha vida, sempre falo que estou bem, não posso contar realmente a humilhação que estou passando dentro de minha casa. Quantas mães desejariam ter uma filha como eu.... Após contar tudo terminou com a seguinte frase que muito me marcou: Ô mãe: Por que a senhora me rejeita?  Palavras fortes que no mesmo instante falei: Olhe minha querida, se conselho fosse bom não se dava vendia. Se você olhar para frente tudo vai mudar em sua vida,não olhe para aquilo que seus pais construíram porque não são seus, foram esforços dele, eu sofri muito na minha vida e tomei uma decisão de não sofrer mais. Como você tem 18 anos é de maior, não fique a sombra de seus pais, eles já conseguiram seus objetivos.Com o estudo que você tem vá ser até empregada doméstica que não tira pedaço de ninguém, adquira sua liberdade, saia pela manhã e chegue a noite sem dar satisfação porque você é invisível em casa mesmo, e já que você é um zero a esquerda quase não será notada, daí quando você conseguir um trocado alugue um quarto com uma amiga e vá viver sua vida, esqueça de família porque os amigos são mais importantes que certos membros de uma família e espero reencontrá-la uma dia e ouvir sua voz falando: OBRIGADA PELO CONSELHO EU VENCI.

OBS: Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança será mera coincidência.

                             08/07/17

julho 08, 2017

Em uma pequena cidade havia um casal muito feliz e todos admiravam aquela convivência onde não tinha contendas, discussões, andavam sempre de mãos dadas e muitos que se casaram igual com eles já haviam separado. Um dia procurei saber qual motivo de tanta união. Foi chocante, por trás daquela capa havia tristeza, pranto e dor. Pensei comigo: Como esta mulher transmite tanta felicidade, alegria, descontração se carrega consigo um fardo tão pesado? pois é parece ouro, mas é pura bijuteria. Os anos se passam e a mesma rotina continua. Só viveram esses anos todos por ser Sol e Lua. O homem é médico e tira plantão durante o dia e a mulher técnica de enfermagem o plantão é a noite daí fica: Sol e Lua, quando a folga coincide ser igual, eles almoçam fora, vão a um teatro, sorveteria etc. Quase não recebem amigos em casa devido suas agendas que não se bate e quando isso acontece querem ficar a sós. Com o passar do tempo educaram os filhos onde cresceram, estudaram, casaram e cada um agora com sua família, também com suas obrigações fica difícil encontrá-los, só nas datas comemorativas: dia das Mães, Páscoa, Natal e Ano Novo, mas sempre conversam através de celular ou melhor zap zap para economizar a voz ou então não querer escutar o que não deve, porque agora é assim, tudo mudo, nem áudio segue é tudo escrito, e assim o tempo vai passando. Perguntei a ela: E o amor? Respondeu; ” ah o amor!...quantas noites desejei está em minha cama bem agarradinha com meu marido, fazendo dele meu cobertor, beijar sua boca onde o coração bate aceleradamente, sentir suas mãos acariciando meu corpo. ” Tempo bom era aquele que não precisava trabalhar, mas a situação ficou difícil e mesmo sendo ele médico o status aumenta e nisso o nosso orçamento cresce daí tive que estudar também para ajudar na casa porque temos ainda um filho de menor. Nós nos amamos de forma diferente, a convivência influi muito e já nos acostumamos com isso, só que não podemos viver um longe do outro mesmo distante mais estamos sempre juntos. Fica aí um conselho para esses casais que brigam bastante, torne sua vida sol e lua que dar certo. Aquela que não trabalha fora quando o marido chegar põe o almoço ou a janta e diz vou ali e só volta quando ele sair. Fazendo isso constantemente irá acostumar a não haverá brigas e ambos viverão para o resto de suas vidas com o mesmo marido sem preocupar de esquentar a cabeça com nada. A convivência a dois é muito difícil, gênios diferentes, um quer uma coisa outro quer outra e assim cada um vivendo sua vida, será eterno para sempre e sem cobranças.

OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

                                08/07/17

julho 08, 2017

Pessoas falam que só quem vive de passado é museu, contudo eu afirmo que uma vida sem passado é como um chuchu que não tem gosto. Como poderíamos esquecer nossa infância? Boa ou ruim mais tivemos. Nossos pais vivos ou mortos, temos algo para recordar. E a nossa primeira professora? Onde ficaria a lembrança dela. O primeiro sutiã, nossa que vergonha...Nossa primeira amiga confidencial, era amiga para valer mesmo, contava o segredo e ali ficava. O primeiro namorado? O primeiro beijo, a primeira transa, em fim tudo isso não podemos recordar? Somos museus? Não, eu adoro recordar cada segundo, cada minuto de minha vida, se for ruim eu choro, cisco, pisco e rabisco, se for bom minha alma enaltece, contudo tenho mais coisas ruins para contar do que bom, porque minha adolescência foi roubada aos 16 anos. Meu Deus, quanto sofrimento causado por um homem que se fosse hoje seria considerado um pedófilo porque na época eu tinha 12 ele 19 anos, eram 7 anos de diferença, como criança aceitei a balinha que ele me deu e caí em seu laço. Não o culpo por nada, não fui forçada, foi de livre e espontânea vontade, só que eu não sabia que ser levada por um papo legal seria crime, e ele me conquistou com apelidos, músicas, filmes, anedotas em fim, foi me conquistando. Não sei por que toda vez que dou uma olhada no meu passado esse homem está sempre presente, um homem que me causou tanto terror, que acabou com minha vida, que me humilhou fui expulsa praticamente da cidade por vergonha de tanta humilhação que passei, contudo não consigo tirá-lo do meu pensamento. Foi, é, e continuará sendo o grande amor de minha vida. Não se ama duas vezes então meu coração só pertenceu a ele, nunca mais amei ninguém, existe o gostar, a paixão, o dia a dia, aproveitar o máximo de cada dia, mais amor mesmo, não existe mais depois do primeiro. Hoje é seu aniversário. Não tenho nenhuma foto perfeita do rosto dele, ganhei algumas através das redes sociais, mas não estava nítida, contudo vejo em minha mente ele perfeito. Feliz Aniversário meu amor devido ao que você me fez nem era para ser lembrado, mais o meu amor é mais forte e perdoei tudo quanto você me fez, por mim você é uma das estrelas mais brilhante no céu não sei para as outras com quem você conviveu. ”DIO COME TI AMO”.

Obs. Essa não é uma obra de ficção e sim faz parte de mais um pedacinho de minha vida.

                   07/07/17

julho 07, 2017

Sem conseguir dormir

Resolvi me levantar

O que está acontecendo

Que o sono não quer chegar

Virei de um lado para o outro

Muito frio a cama gelada

Cadê seu corpo quente

Pra não me deixar congelada

Lembrei que hoje é seu aniversário

Data inesquecível para mim

Porém neste mundo não estás

A vida é mesmo assim

Como você sempre dizia

Que seu aniversário nunca ia esquecer

Uma conta eu faria

O dia mês e ano iria aparecer

A matemática aprendi

Quando você me ensinou

Sete vezes sete quarenta e nove

Ele disse acertou

Nunca mais esqueci

Sete de julho é dia mês

O ano é na multiplicação

1949 sua mãe lhe fez

Hoje só resta recordação

Do meu querido amor

Que me fez muito sofrer

Me causou grande dor

Se vivo estivesse

Estava  um coroa bonito

Mas como morto está

Virou uma estrela no infinito.

                                           07/07/17

julho 06, 2017

A vida é um livro aberto

Que nos ensina a viver

Cada página que viramos

Mais um capítulo a escrever

Hoje acordei sorrindo

A tarde comecei a chorar

A noite fui logo dormindo

Para cedo acordar

Amanheceu, e o que devo fazer?

Pego meu livro e a página vou virar

Que temos hoje para ler?

Tudo em branco... tenho que escrever

Lápis e borracha eu pego

Para quando errado escrever apagar

E a estória começa

Quando a mente vem recordar

A pagina já está quase terminada

Agora vou ler o que escrevi

Quase não entendo nada

De tanta coisa que li

Fecho meu livro novamente

Amanhã outro dia será

O que vier na minha mente

Terei então que anotar

Quando estiver velhinha

Que meu livro começar a ler

A página estará bem amarelinha

Nem sei se conseguirei ver.

 07/0717

julho 06, 2017

Estava em minha casa hoje quando fui recebida por uma visita inesperada. Mandei que entrasse e notei que ela havia chorado muito. Não quis perguntar o motivo daquele desespero e fiz uma garapa bem forte dei a ela e por alguns instantes ela não se abria de forma alguma ficava ali feito uma estátua e eu deixei que ela curtisse o seu momento e quando chegasse a hora de falar então ela começaria a contar alguma coisa sem ser forçada. As lágrimas que desciam de seus olhos pareciam uma cachoeira que dava para aparar com um pires. Aos poucos ela foi me contando o que estava se passando do seu sofrimento chegando ao ponto de querer destruir uma vida construída há mais de 30 ano. Perguntei o motivo e ela falou: Tenho um marido ótimo igual a ele não encontro, faz todos os meus gostos, cumpre com seus deveres de casa, me ama porem não aguento mais viver sobre o mesmo teto devido uma coisa tão mínima que agora está se transformando numa bola de neve que não consigo conter. Nesse período chuvoso, quem não gostaria de deitar ao lado do seu amor, beijar ardentemente e fazer aquele amor gosto e depois dormir tranquilamente... Há muito tempo que não sei o que é isso, as vezes quando juntos ficamos é embaixo do chuveiro, aquele negócio de costas sem nenhum carinho, nenhum beijo nem tão pouco uma palavra de amor e tudo isso por causa de um maldito vício que prejudica só a ele, continua ela falando. “O amor que sinto por ele é verdadeiro, ele é minha alma gêmea mas pelo que vejo não vai durar muito tempo porque estou passando mal a cada dia que se passa quando chego ao lado dele”. Meu estomago fica embrulhado tenho ânsias de vomito porque não suporto mais esse cheiro infeliz do cigarro, as roupas, a respiração quando passa ao meu lado fica aquele cheiro insuportável, eu já fui fumante e faz 9 anos que deixei, de início não me incomodei tanto, mas agora está demais, não aguento. Cheguei para ela e falei: E se ele bebesse? Não seria pior aquele cheiro de cachaça dentro do quarto. Ela me respondeu não sei qual o pior porque cachaça comigo não tem vez tenho trauma de bebida. O danado é que eu amo mas sinto saudade dos nossos beijos ardentes, do nosso amor gostoso, das nossas loucuras de amor que hoje não existe mais, quando deitamos vai cada um para seu lado e fica bunda com bunda. Sua respiração cansada me deixa sem folego, fico faltando ar como se eu estivesse com asma e meu estomago embrulhado. Se eu fumasse tudo seria diferente mais acontece que não tenho mais esse vício e estou sofrendo com isso. Gostaria de saber como uma coisa tão fininha e pequena pode dominar um homem que não consegue se afastar nem por dez minutos deste maldito cigarro que o domina de tal forma fazendo dele escravo tanto do café como do maldito cigarro. Terminou amiga? Sim agora posso lhe dar minha opinião: Quantas vezes ele te faltou com a feira em casa? Quantas vezes sua luz ou água foi cortada? Quantas vezes ele recolheu algum objeto de casa para comprar sua carteira de cigarro? Nenhuma vez respondeu ela. Então aguenta mais um pouco, sei que a vida a dois é difícil demais, mas ninguém é perfeito cada um tem seus defeitos. Ele já te reclamou alguma coisa? Não. Sabe por que? Para não te magoar mais sei que você tem muitos defeitos. Aguenta mais um pouco quem sabe ele não se conscientiza e quando menos você esperar ele deixa esse vício maldito. Posso te perguntar uma coisa: quantos quartos tem sua casa? Dois respondeu ela. Então monta um quarto para você faz ele bem aconchegante, você tem condições de fazer? Tenho respondeu ela, então faz e na noite de dormir embaixo do teu edredom ele vai sentir saudade e correr atrás de você, é aí que surge as condições. Com cheiro de cigarro não entra. Podemos passar o dia juntos mas a noite não quero ouvir seu roncado sufocado onde seu folego se perde como se estivesse enfartando e eu tenho que te acordar, sua respiração profunda onde me deixa sem ar a ponto de eu morrer sufocada, portanto está em jogo o nosso casamento, separar de você nunca, vou terminar meus dias juntos porque somos almas gemas, e jamais conseguiria viver longe dele porque ele é o ar que respiro, no momento de minhas aflições me socorreu , então não posso deixar um homem desse com quem convivo a quase 30 anos, mas estou no meu limite. Após chorar muito foi embora satisfeita e falou que vai fazer isso mesmo vai se separar de cama para ver se ele deixa de fumar e voltem a amar como antigamente. Agradeceu deu um até logo e se foi.

OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

                     05/07/17

julho 04, 2017

 Por mais de duas décadas aquele filho maldito agredia a mãe verbalmente e as vezes chegou até a empurrões. Tudo aquilo era visto, mas ninguém fazia nada porque não era da conta de outras pessoas. Ora todos nós temos irmãs, mãe e não queríamos ver o nosso ente querido numa situação dessa, e por quê ninguém toma providências? Medo, simplesmente medo do retorno, as vezes vamos defender uma pessoa e acaba voltando a confusão contra aquela pessoa que tentou defender. E os anos foram se passando, eles mudaram de uma cidade para outra e as agressões continuavam. Depois mudou para outra cidade mais aí apareceu a lei do idoso e da denúncia anônima. Nossos idosos agora estão protegidos contra os maus tratos de filhos, vizinhos, em fim é lei e quem tiver coragem de fazer essa denúncia faça porque é importante para mostrar que ainda existe um pouquinho de justiça no mundo e quando alguém pensar que é o Rei a justiça bate na porta, foi isso que aconteceu. Aquele amaldiçoado que agredia a mãe verbalmente foi surpreendido por um carro em frente à sua casa onde desceram duas mulheres para fazer uma investigação. Entraram, e começaram as perguntas, não estava lá para saber o que se passava, mas de uma coisa tenho certeza, a justiça irá ser feita, pode passar um dia, um ano, dez anos, vinte anos, quando Deus ver que aquela pessoa não aguenta mais envia um de seus anjos para tocar em uma pessoa e agir sigilosamente e mostrar que as crianças, as viúvas e idosos são protegidos por Ele porque são criaturas indefesas. Por isso sempre confiei na justiça de Deus, Ele tarda mais não falha. Agora esse filho vai ver a lei do retorno, quero ver como ele irá sair dessa. Uma coisa eu sei, depois que ele for chamado, deve voltar mansinho e nunca mais ele irá maltratar sua mãe aquela que lhe deu a vida.

OBS. Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

                   06/07/17

julho 03, 2017

Ano não importa e sim a data, neste dia muitos acontecimentos marcantes em minha vida que ainda não consegui absorver de minha mente causando traumas que nem um psicólogo com toda sua sabedoria poderia decifrar o que me causa tanto mau. Dia anterior; chega mamãe e fala: amanhã é o casamento do sujeito, agora vá se encontrar com ele para se despedir... um tom de voz que ainda me arrepio de tanta autoridade. Como tinha uma amiga que era corta jaca (corta jaca significa, levava e trazia recados dos namorados) chegou para mim e falou: Hoje as 19:00 horas fulano quer falar contigo. Meu coração pulou de alegria. Deus como eu era ingênua, tola, nada sabia da vida, e realmente fui ao seu encontro obedecendo o que mamãe tinha me avisado. Ele me abraçou, colocou em seus braços fortemente e disse: Minha menina de trança, (porque tinha cabelos longos e na época Antônio Marcos estourava com a música Menina de Trança,) amanhã por volta das 17:00 horas estarei me casando e somente você pode impedir na hora que o padre perguntar se tem alguém que possa impedir o matrimônio daí você fala tudo. Nos beijamos ardentemente conversamos como tudo deveria ser feito, ser dito e, agora ele ficaria comigo de todo jeito por ser de menor, papai teria que aceitar nosso namoro e fazer o nosso casamento. Amanheceu. Eu estava feliz e radiante, tudo certo. Mamãe havia viajado para Capital porque seu neto (gêmeos) havia nascido e ela teria que tomar conta da nora enquanto ela estava de resguardo. Quando menos esperávamos chegou um dos nossos irmãos para a grande festa que se comemorava, a emancipação da cidade neste dia. Enquanto ele foi dar uma voltinha na cidade aproveitei para pôr mais água no feijão e ficamos esperando a hora do almoço, eu muito nervosa, fumava um cigarro atrás do outro. Por volta das 10:40 horas olhei para o portão e lá vinha papai com a chave da barraca rodando no dedo, (sai de baixo que lá vem encrenca, meu Deus será que ele descobriu pensei) quando ele se aproximou eu perguntei o que teria acontecido e ele respondeu que meu irmão havia sofrido um acidente e estava muito mal no hospital da cidade vizinha, ele teria que alugar um carro para ver a situação. Pronto agora lascou, pensei!. O que farei, estou frita e tostada. De repente chega a corta jaca para perguntar o que eu iria fazer. Respondi que não sabia. Mamãe na capital, meu irmão entre a vida e a morte em um hospital e eu ainda iria atrapalhar esse casamento? Papai me mataria e ainda beberia meu sangue depois de me picar todinha de peixeira. Não, deixa isso para lá, esquece, faz de conta que nada aconteceu. Eu fico quieta no meu canto ninguém sabe mesmo que sou mulher dele e ponto final. Ela foi embora e fiquei a chorar, o grande amor de minha vida ia se casar e eu o perderia para sempre, pouco importava se ele prestava ou não, se ele era mais velho que eu sete anos, se era namorador, eu não estava nem aí, sabia que era lindo, alto, alvo, encantador, eu só via a capa não sabia o conteúdo por dentro. Eu sempre olhando as horas, como passava rapidamente, e mais uma vez chegou a corta jaca para saber a resposta porque ele já estava bebendo. Falei que não ia. Resumindo, não fui, ele terminou casando embriagado e a noite deixou a esposa em casa e foi para o baile. Os meses se passaram e só nos comunicávamos através de um gesto, colocando a mão na cabeça que significava um chau, um adeus. Como não podíamos balançar a mão simplesmente colocava a mão na cabeça. Os meses se passaram e eu não mais  o encontrei, sempre evitando já que agora ele estava casado e a mulher grávida. Continuei estudando para me formar, fazer o gosto de minha mãe porque o que eu gostava mesmo era de artes mas...

OBS: Essa não é uma estória de ficção e sim um pedacinho da minha estória.

                               01/07/17     

julho 01, 2017

Cercada num mundo de escuridão, onde só existem trevas e fantasmas, vivo o meu dia. Preso condicionalmente por uma tornozeleira sem ao menos ver a luz do sol, sem amigos, sem parentes, órfão porque nesse momento de solidão e vazio todos se afastam. Qual o meu crime para ser condenado a uma vida de fantasias escondendo tudo dentro do coração e por fora risos e gargalhadas. Ai quem me dera nesse momento poder voar, voar voar sem rumo e ver lá do alto o infinito... como é ruim viver nas trevas... sofro choro mas não tem ninguém para enxugar minhas lagrimas, com quem compartilhar minha tristeza? Só serviria de críticas e comentários, chegariam até a falar: colhendo o que plantou. Estou só, abandonado, jogado nessa mansão de que nem sei quantos metros quadrado tem e ao mesmo tempo me sinto acorrentado e meu único refúgio é o quarto onde durmo, espaço pequeno. Não tenho vontade de ir ao jardim colher flores silvestres que são lindas, ouvir o canto dos pássaros que enfeitam o dia com suas belíssimas canções parecendo até uma orquestra. Olho para a piscina onde recebi tantos amigos, fiz tantos churrascos dei tantas festas, hoje a água está verde porque não há tratamento e nem se quer posso dar um mergulho. Quantas tardes despia-me e ia até a cascata, linda, água correndo sobre o meu corpo nu e ali recordava toda minha infância feliz. Por que crescemos? Por que temos que passar por tantos problemas, Se Deus já sabia qual era o meu destino porque não me fez um aborto. Seria eu um homem chamado Jó para suportar tanta dor? Não, hoje já não existe tanta fé. Da varanda de minha casa vejo tudo, mas nada posso usufruir, acabou o tempo de minhas cavalgadas, com meu belíssimo cavalo alazão, eu com minha roupa apropriado para uma bela cavalgada, passeando, galopando por dentro de minha fazenda que posso chamar de paraíso. Sempre fui craque no golfe. Para mim ninguém ganhava, tinha vários empregados para pegar as bolas atiradas longe. Em seguida entrava no meu carrinho de percorrer minhas terras para outras atividades o tênis onde minha bermuda, blusa branca e meu tênis já estavam sobre um banco onde um dos meus empregados já havia o colocado porque não gostava de esperar para mais uma partida. Sempre fui bom em tudo. E a academia? Ah, com meu persona Thriller para que ficasse em forma fazendo 150 marinheiros, na esteira era o mais veloz; quando a noite caia acendia a lareira e ia tomar um dos melhores vinhos que havia em minha adega antes de dormir. Tudo passou, só valemos o que temos. Hoje encontro-me só, prisioneiro na minha própria casa. Tudo é trevas, vivo acompanhado de fantasmas que me atormentam e gritam constantemente.Ao acordar começa tudo outra vez. Pergunto: Vale a pena continuar morando dessa forma?

Não sei viver só. Os dias vão se passando a mesma estória se repete, contudo vejo lá no além um pontinho branco, imagino que seja uma luz no fundo do túnel, será que há tempo de chegar até lá? Não sei. É ruim mesmo, quando não conhecemos as coisas boas sobrevivemos, depois que as conhecemos não seremos capazes de sobreviver.

OBS: Essa é mais uma obra de ficção, qualquer semelhança será mera coincidência.

                                21/06/17 

maio 21, 2017

Como a vida é engraçada. Como de costume continuo sempre indo a famosa praia do Sol, não tem outra igual, e hoje para minha surpresa conheci uma pessoa descontraída. Sabe quando o sangue bate? Nossa parecia que havíamos conhecido há anos, e conversa vai conversa vem falei: Ainda não fomos apresentadas. Elas eram de outra cidade e uma falou me chamo fulana, a outra cicrana, a outra beltrana. Não vou citar nomes nem o local porque não tenho autorização das mesmas, e daí quando falei meu nome que eu sei que é difícil ela falou: Você tem apelido? Respondi que não. Ela falou vou te colocar um: Delícia. Eu fiquei meia encabulada, contudo aceitei o apelido afinal Delícia é Delícia. O papo começou falei um pouco de minha vida e por notar que ela era bem extrovertida pensei comigo: Por trás desse sorriso existe tristeza. Não errei, realmente ela atravessa pedaços ruins em sua vida, por um momento comparei a vida dela um pouco com a minha. Tem três filhos os quais são ambiciosos e não a respeita o querem mesmo é vê-la pelas costas. Ela tem uma casa enorme e por ser de esquina tem bastante terreno então eles ficam o tempo todo  agredindo com palavras que a machuca, fere um coração de mãe, tudo isso para ver se ela sai de dentro de casa e eles tomam conta passando então a ser donos.

Ela é uma batalhadora que vive fazendo faxina trazendo o pão de cada dia para alimentar uma filha de maior que passa o tempo todo em um computador e não tem coragem nem se quer de lavar os pratos que fica naquela pia esperando a mãe chegar cansada de fazer serviços na casa dos outros e ainda ter que fazer dentro de casa. Quando a mãe reclama ela grita. Ela é uma mulher bonita cheia de alegria, contudo não é feliz, não está realizada com a vida devido esses filhos que a consume, por um momento pensei e tomei a liberdade de lhe dar um conselho. Faça o seguinte: a casa é sua, enquanto você estiver viva seus filhos não tem direito a nada, cada um tem sua vida, uns já tem filhos, são de maiores, então venda a casa que eles num instante tomarão seus destinos, eles falam que você não presta e vivem as suas custas portanto é hora de mostrar que não presta mesmo. Quando eles estiverem na rua saberão lhe valorizar. Mude-se procure outro local para morar e vá viver, você está ainda em tempo de ser feliz, seus filhos já estão criados, você não tem que ter nenhum remoço. E assim passamos o tempo conversando e como Carlos estava cansado tínhamos que voltar e elas só iriam depois das 16:00 horas. Ela falou que  viria no dia dos pais em outra excussão caso estejamos vivas nos encontraremos se Deus permitir. Gostei de fazer novas amizades e principalmente com o apelido que ganhei. Não poderia de deixar um comentário sobre a outra amiga dela, que conheci calada e saiu calada, para que eu conseguisse um sorriso tiver que brincar um pouco com ela falando para ela tomar banho no mar, parece que ela não gosta muito de água (brincadeira só para descontrair) enquanto que a sua mãe era altamente alto astral, já com seus 50 anos mais ou menos nem parecia que era mãe e filha, ela era bem alegre, comunicativa e tomava bastante banho. Foi ótimo a companhia delas, amei. 

OBS: Essa é uma obra de ficção qualquer semelhança será mera coincidência.

                                         14/05/17    

maio 14, 2017