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A morte de Samuel

25.1 Faleceu Samuel; todo o Israel se ajuntou, e o prantearam, e o sepultaram na sua casa, em Ramá. Davi se levantou e desceu ao deserto de Parã.

Davi e Nabal

2 Havia um homem em Maon, que tinha as suas possessões no Carmelo; homem abastado, tinha três mil ovelhas e mil cabras, e estava tosquiando as suas ovelhas no Carmelo. 3 Nabal era o nome deste homem, e Abigail o de  sua mulher; esta era sensata e formosa, porém o homem era duro e maligno em todo seu trato. Era ele da casa de Calebe. 4 Ouvindo Davi no deserto que Nabal tosquiava as suas ovelhas, 5 enviou dez moços, e lhes disse: Subi ao Carmelo, ide a Nabal, perguntai-lhe, em meu nome, como está. 6 Direis aquele próspero: Paz seja contigo, e tenha paz a tua casa, e tudo que possuis tenha paz. 7 Tenho ouvido que tens tosquiadores. Os teus pastores estiveram conosco; nenhum agravo lhes fizemos, e  de nenhuma cousa sentiram falta todos os dias que estiveram no Carmelo. 8 pergunta aos teus moços e eles to dirão: achem mercê, pois, os meus moços na tua presença, porque viemos em boa hora: dá, pois, a teus servos e a Davi, teu filho, qualquer cousa que tiveres a mão. 9 Chegando, pois, os moços de Davi, e tendo falado Nabal todas essa palavras em nome de Davi, aguardaram. 10 Respondeu Nabal aos moços de Davi, e disse: Quem é Davi, e quem o filho de Jessé? Muitos são hoje em dia os servos que fogem ao seu senhor. 11 Tomaria eu, pois, o meu pão, e a minha água, e a carne das minhas reses que degolei para os meus tosquiadores, e o daria a homens que eu não sei donde vem? 12 Então os moços de Davi puseram-se a caminho, voltaram, e tendo chegado, lhe contaram tudo segundo todas estas palavras. 13 Pelo que disse Davi aos seus homens: Cada um cinja a sua espada. E cada um cingiu a sua espada, e também Davi a sua; subiram após Davi uns quatrocentos homens,  e duzentos ficaram com a bagagem. 14 Nesse meio tempo um dentre os moços de Nabal o anunciou a Abigail, mulher deste, dizendo: Davi enviou do deserto mensageiros a saudar a nosso senhor, porém este disparatou com eles. 15 Aqueles homens, porém, nos tem sido muito bons, e nunca fomos agravados por eles, e de nenhuma cousa sentimos falta em todos os dias de nosso trato com eles quando estávamos no campo. 16 De muro em redor nos serviram assim de dia como de noite, todos os dias que estivemos com eles apascentando as ovelhas. 17 Agora, pois, considera e vê o que hás de fazer, porque já o mal está de fato determinado contra o nosso senhor e contra toda a sua casa, e ele é filho de Belial, e não há quem lhe possa falar.

Abigail apazigua Davi

18 Então Abigail tomou, a toda pressa, duzentos pães, dois odres de vinho, cinco ovelhas preparadas, cinco medidas de trigo tostado, cem cachos de passas e duzentas pastas de figos, e os pôs sobre jumentos, 19 disse aos seus moços: Ide adiante de mim, pois vos seguirei de perto. Porém nada disse ela a seu marido Nabal. 20 Enquanto ela, cavalgando um jumento, descia, encoberta pelo monte, Davi e seus homens também desciam, e ela se encontrou com eles. 21 Ora Davi dissera? Com efeito, de nada me serviu ter guardado tudo quanto este possui no deserto, e de nada sentiu falta de tudo quanto lhe nada sentiu falta de tudo quanto lhe pertence; ele me pegou mal por bem. 22 Faça Deus o que lhe aprouver aos inimigos de Davi, se eu deixar ao amanhecer um  só do sexo masculino dentre  os seus.23 Vendo, pois, Abigail a Davi, apressou-se, desceu do jumento, e prostrou-se sobre o rosto diante de Davi, inclinando-se até a terra. 24 Lançou-se-lhe aos pés, e disse: Ah! senhor meu, caia a culpa sobre mim; permite falar a tua serva contigo, e ouve as palavras da tua serva. 25 Não  se importe o meu senhor com este homem de Belial, a saber, com Nabal; porque o que dignifica o seu nome isso ele é. Nabal é o seu nome, e a loucura está com ele; eu, porém tua serva, não vi os moços de meu senhor, que enviaste. 26 Agora, pois, meu senhor, tão certo como vive o SENHOR e a tua alma, foste por este impedido de derramar sangue e de vingar-te por tuas próprias mãos. Como Nabal sejam os  teus inimigos e os que procuram fazer mal ao meu senhor. 27 Este é o presente que trouxe a tua serva a meu senhor; seja ele dado aos moços que seguem ao meu senhor. 28 Perdoa a transgressão da tua serva; pois de fato o SENHOR te fará casa firme, porque pelejas as batalhas do SENHOR, e não se ache mal em ti por todos os teus dias. 29 Se algum homem se levantar para te perseguir, e buscar a tua vida então a tua vida será atada no feixe dos que vivem com o SENHOR teu Deus; porém a vida de teus inimigos este a arrojará como se a atirasse da cavidade de uma funda. 30 E há de ser que, usando o SENHOR contigo segundo todo o bem que tem dito a teu respeito, e te houver estabelecido príncipe sobre Israel, 31 então, meu senhor, não te será por tropeço, nem por pesar ao coração, o sangue que sem causa vieres a derramar, e o não te haveres vingado com as tuas próprias mãos, quando o SENHOR te houver feito o bem, lembrar-te-ás da tua serva. 32 Então Davi disse a Abigail: Bendito o SENHOR Deus de Israel que hoje te enviou ao meu encontro.33 Bendita seja a tua prudência, e bendita sejas tu mesma, que hoje me tolheste de derramar sangue, e de que por minha própria mão me vingasse. 34 Porque, tão certo como vive o SENHOR Deus de Israel, que me impediu de que te fizesse mal, se tu não te apressaras, e me não vieras ao encontro, não teria ficado a Nabal até ao amanhecer nem um sequer do sexo masculino. 35 Então Davi recebeu da mão de Abigail o que esta lhe havia trazido, e lhe disse: Sobe em paz a tua casa; bem vês que ouvi a tua petição e a ela atendi.

A morte de Nabal

36 Voltou Abigail a Nabal. Eis que ele fazia em casa um banquete, como banquete de rei; o seu coração estava alegre, e ele já mui embriagado, pelo que não lhe referiu ela cousa alguma, nem pouco nem muito até ao amanhecer. 37 Pela manhã estando Nabal já livre do vinho, sua mulher lhe deu a entender aquelas cousas; e se amorteceu nele o coração, e ficou ele como pedra. 38 Passados uns dez dias, feriu o SENHOR a Nabal, e este morreu.

Davi casa com Abigail

39 Ouvindo Davi que Nabal morrera, disse: Bendito seja o SENHOR, que pleiteou a causa da afronta que recebi de Nabal, e me deteve de fazer o mal, fazendo o SENHOR cair o mal de Nabal sobre a sua cabeça. Mandou Davi falar a Abigail, no Carmelo, lhe disseram: Davi nos mandou a ti, para te levar por sua mulher. 41 Então ela se levantou, e se inclinou com o rosto em terra, e disse: Eis que a tua serva é criada para lavar os pés aos criados de meu senhor. 42 Abigail se apressou e, dispondo-se, cavalgou um jumento com as suas cinco moças que a assistiam; e ela seguiu os mensageiros de Davi, que a recebeu por mulher. 43 Também tomou Davi a Ainoã de Jezreel, e ambas foram suas mulheres. 44 Porque Saul havia dado sua filha Mical, mulher de Davi, a Palti, filho de Laís, o qual era de Galim. 



Davi poupa a vida de Saul


24.1 Tendo Saul voltado de perseguir os filisteus, foi-lhe dito: Eis que Davi está no deserto de En-Gedi. 2 Tomou então Saul três mil homens, escolhidos dentre todo o Israel, e foi ao encalço de Davi e dos seus homens, nas faldas das penhas das cabras monteses. 3 Chegou a uns currais de ovelhas no caminho, onde havia uma caverna; entrou nela Saul, a aliviar o ventre. Ora Davi e os seus homens estavam assentados no mais interior da mesma.4 Então os homens de Davi lhe disseram: Hoje é o dia, do qual o SENHOR te disse: Eis que te entrego nas mãos o teu inimigo e far-lhe-ás o que bem te parecer. Levantou-se Davi, e furtivamente cortou a orla do manto de Saul. 5 Sucedeu, porém, que, depois sentiu Davi bater-lhe o coração, por ter cortado a orla do manto de Saul; 6 e disse aos seus homens: O SENHOR me guarde de que eu faça tal cousa ao meu senhor, isto é, que eu estendo a mão contra ele, pois é o ungido do SENHOR. 7 Com estas palavras Davi conteve os seus homens, e não  lhes permitiu que se levantassem contra  Saul; retirando-se Saul para trás, inclinou-se Davi e fez-lhe reverência, com o rosto em terra. 9  Disse Davi a Saul: Por que dás tu ouvidos as palavras dos homens que dizem: Davi procura fazer-te  mal? 10 Os teus próprios olhos viram hoje que o SENHOR te pôs em minhas mãos nesta caverna, e alguns disseram que eu te matasse; porém a minha mão te poupou; porque disse: Não estenderei a mão  contra o meu senhor, pois é o ungido de Deus. 11 Olha, pois, meu pai, vê aqui a orla do teu manto na minha mão. No fato de haver eu cortado a orla do teu manto sem te matar, reconhece e vê que não há em mim nem mal nem rebeldia, e não pequei contra ti, ainda que andas a caça da minha vida para ma tirares. 12 Julgue o SENHOR entre mim e ti, e vingue-me o SENHOR a teu respeito; porém a minha mão não será contra ti. 13 Dos perversos procede a perversidade, diz o provérbio dos antigos; porém a minha mão não está contra ti. 13 Dos perversos procede a perversidade, diz o provérbio dos antigos; porém a minha mão não está contra ti. 14 Após quem saiu o rei de Israel? a quem persegue? a um cão morto? a uma pulga? 15 Seja o SENHOR o meu juiz, e julgue entre mim e ti, e veja e pleiteie a minha causa, e me faça justiça e me livre da tua  mão. 16 Tendo Davi acabado de falar a Saul todas estas palavras, disse Saul: É isto a tua voz, meu filho Davi? E chorou Saul em voz alta. 17 Disse a Davi: Mais justo és do que eu; pois tu me recompensaste com bem, e eu te paguei com mal. 18 Mostraste hoje que me fizeste bem; pois o SENHOR me havia posto em tuas mãos, e tu me não mataste. 19 porque, quem há que,  encontrando o inimigo, o deixa ir por bom caminho? O SENHOR, pois, te pague com bem, pelo que hoje me fizeste. 20 Agora, pois tenho certeza de que serás rei, e de que o reino de Israel há de ser firme na tua mão. 21 Portanto, jura-me pelo SENHOR que não eliminarás a minha descendência, nem desfarás o meu nome da casa de meu pai. 22 Então jurou Davi a Saul, este se foi para sua casa; porém Davi e os seu homens subiram ao lugar seguro.

 

Davi livra Queila


23.1 Foi dito a Davi; Eis que os filisteus pelejam contra Queila, e saqueiam as eiras. 2 Consultou Davi ao SENHOR, dizendo; Irei eu, e ferirei a estes filisteus? Respondeu o SENHOR a Davi: Vai, e ferirás os filisteus, e livrarás a Queila. 3 Porém os homens de Davi lhe disseram: Temos medo aqui em Judá, quanto mais indo a Queila contra as tropas dos filisteus. 4 Então Davi tornou a consultar o SENHOR, e o SENHOR lhe respondeu, e disse: Dispõe-te, desce a Queila, porque te dou os filisteus nas tuas mãos. 5 Partiu Davi com seus homens a Queila, e pelejou contra os filisteus, levou todo o gado, e fez grande morticínio entre eles; assim Davi salvou os moradores de Queila. 6 Sucedeu que, quando Abiatar, filho de Aimeleque, fugiu para Davi, a Queila, desceu com a estola sacerdotal na mão. 7 Foi anunciado a Saul que Davi tinha ido a Queila. Disse Saul: Deus o entregou nas minhas mãos; está encerrado, pois entrou numa cidade de portas e ferrolhos. 8 Então Saul mandou chamar todo o povo a peleja,  para que descessem a Queila, e cercassem a Davi e aos seus homens. 9 Sabedor, porém, Davi de que Saul maquinava o mal contra ele, disse a Abiatar, sacerdote: Traze aqui a estola sacerdotal. 10 Orou  Davi: Ó SENHOR, Deus de Israel, teu servo ouviu que Saul de fato procura vir a Queila, para destruir a cidade por causa de mim. 11 Entregar-me-ão os homens de Queila nas  mãos dele? Descerá Saul, como o teu servo ouviu? Ah! SENHOR Deus de Israel, faze-o  saber ao teu servo. E disse o SENHOR: Descerá.12 Perguntou-lhe Davi: Entregar-me-ão os homens de Queila, a mim e aos meus servos nas mãos de Saul? Respondeu o SENHOR: Entregarão. 13 Então se dispôs Davi com os seus homens, uns seiscentos, saíram de Queila, e se foram sem rumo certo. Sendo anunciado a Saul, que Davi fugira de Queila, cessou de persegui-lo.14 Permaneceu Davi no deserto, nos lugares seguros, e ficou na região montanhosa no deserto de Zife. Saul buscava-o  todos os dias, porém Deus não o entregou na sua mão.


Davi e Jônatas renovam a aliança


15 Vendo, pois, Davi, que Saul saíra a tirar-lhe a vida, deteve-se no deserto de Zife, em Horesa. 16 Então se levantou Jônatas, filho de Saul, e foi para Davi a Horesa e lhe fortaleceu a confiança em Deus, 17 e lhe disse: Não temas, porque a mão de Saul, meu pai, não te achará; porém tu reinarás sobre Israel, e eu serei contigo o segundo;  o que também Saul, meu pai bem sabe. 18 E ambos fizeram aliança perante o SENHOR, Davi ficou em Horesa, e Jônatas voltou para sua casa.


A traição dos zifeus


19 Então subiram os zifeus a Saul a Gibeá, dizendo: Não se escondeu Davi entre nós, nos lugares seguros de Horesa, no outeiro de Haquilá, que está ao sul de Jesimom? 20 Agora, pois, ó rei, desce conforme te impõe o coração; toca-nos, a nós, entregarmo-lo nas mão do rei, 21 Disse Saul: Benditos sejais vós do SENHOR, porque vos compadecestes de mim. 22 Ide, pois, informai-vos ainda melhor, sabei e notai o lugar que frequenta e quem o tenha visto ali; porque me foi dito que é astutíssimo. 23 Pelo que atentai bem, e informai-vos acerca de todos os esconderijos, em que ele se oculta; então voltai a ter comigo com seguras informações, e irei convosco; se ele estiver na terra buscá-lo-ei entre todos os milhares de Judá. 24 Então se levantaram eles, e se foram a Zife, diante de Saul; Davi, porém, e os seus homens estavam no deserto de Maom, na planície, ao sul de Jesimom. 25 Saul e os seus homens se foram ao encalço dele, e isto foi dito a Davi; pelo que desceu para a penha, que está no deserto de Maom. Ouvindo-o Saul perseguiu a Davi no deserto de Maom. 26 Saul ia duma banda do monte, e Davi e os seus homens da outra, apressou-se Davi em fugir  para escapar de Saul, porém este e os seus homens cercaram a Davi e os seus homens, para os prender. 27 Então veio um mensageiro a Saul dizendo: Apressa-te, e vem, porque os filisteus invadiram a terra. 28 Pelo que Saul desistiu de perseguir a Davi, e se foi contra os filisteus. Por esta razão aquele lugar se chamou Pedra de Escape. 29 Subiu Davi deste lugar e ficou nos lugares seguros de En-Gedi.

 

Davi escondeu-se em Adulão e em Moabe


22.1 Davi retirou-se dali, e se refugiou na caverna de Adulão; quando ouviram isso seus irmão e toda a casa de seu pai, desceram ali para ter com ele.2 Ajuntaram-se a ele todos os homens que se achavam em aperto, e todo home endividado, e todos os amargurados de espírito, e ele se fez amargurados de espíritos, e ele uns quatrocentos homens. 3 Dali passou Davi a Mispa de Moabe, e disse ao seu rei: Deixa estar meu pai e minha mãe convosco, até meu pai e minha mãe convosco, até que eu sabia o que Deus há de fazer de mim. 4 Trouxe-os perante o rei de Moabe, e com este moraram por todo o tempo que Davi esteve neste lugar seguro. 5 Porém o profeta Gade disse a Davi: Não fiques neste lugar seguro; vai, e entra na terra de Judá. Então Davi saiu e foi para o bosque de Herete.


Saul mata todos os sacerdotes de Nobe


6 Ouviu Saul que Davi e os homens que o acompanhavam foram descobertos, Achando-se Saul em Gibeá, debaixo dum arvoredo, numa colina, tendo na mão a  sua lança, e todos os seus servos com ele, 7 disse a todos estes: Ouvi, peço-vos, filhos de Benjamim, dar-vos-á também o filho de Jessé, a todos vós, terras e vinhas, e vos fará a todos chefes de milhares e chefes de centenas, 8 para que todos tenhais conspirado contra mim?  E ninguém houve que me desse aviso de que meu filho fez aliança como o filho de Jessé; e nenhum dentre vós há que se doa por mim, e me participe que meu filho contra mim instigou a meu servo, para me armar ciladas, como se vê neste dia. 9 Então respondeu Doegue, o idumeu, que também estava com os servos de Saul, e disse: vi o filho de Jessé chegar a Nobe, a Aimeleque, filho de Aitube, 10 e como Aimeleque a pedido dele consultou o SENHOR, e lhe fez provisões e lhe deu a espada de Golias, o filisteu. 11 Então o rei mandou chamar a Aimeleque, sacerdote, filho de Aitube, e toda a casa de seu pai, a saber, os sacerdotes que estavam em Nobe; todos eles vieram ao rei. 12 Disse Saul: Ouve, peço-te, filho de Aitube. Este respondeu: Eis-me aqui, meu senhor. 13 Então lhe disse Saul: Por que conspirastes contra mim, tu e o filho de Jessé? Pois lhe deste pão e espada, e consultaste a favor dele a Deus, para que se levantasse contra mim e me armasse ciladas, como hoje se vê. 14 Respondeu Aimeleque ao rei, e disse: E quem, entre todos os teus servos há tão fiel como Davi, o genro do rei, chefe da tua guarda pessoal, e honrado na tua casa?  15 Acaso é de hoje que consulto a Deus em seu favor? Não! Jamais impute o rei cousa nenhuma a seu servo, nem a toda a casa de meu pai, pois o teu servo de nada soube de tudo isso, nem muito nem pouco. 16 Respondeu o rei: Aimeleque, morrerás, tu e toda a casa de teu pai. 17 Disse o rei aos da guarda, que estavam com ele: Volvei, e matai os sacerdotes do SENHOR, porque também estão de mãos dadas com Davi, e porque souberam que fugiu e não mo fizeram saber. Porém os servos do rei não quiseram estender as suas mãos contra os sacerdotes do SENHOR. 18 Então disse o rei a Doegue: Volve-te, e arremete contra os sacerdotes. Então se virou Doegue, o idumeu, e arremeteu contra os sacerdotes, e matou naquele dia oitenta e cinco homens que vestiam estola sacerdotal de linho. 19 Também a Nobe, cidade destes sacerdotes, passou ao fio da espada; homens e mulheres, meninos e crianças de  peito, e bois, jumentos e ovelhas.


Abiatar refugia-se com Davi


20 Porém dos filhos de Aimeleque, filho de Aitube, um só, cujo nome era Abiatar, salvou-se e fugiu para Davi; 21 e lhe anunciou que Saul tinha matado os sacerdotes do SENHOR. 22 Então Davi disse Abiatar: Bem sabia eu naquele dia que, estando ali Doegue, o idumeu, não deixaria de o dizer a Saul. Fui a causa da morte de todas a pessoas da casa de teu pai. 23 Fica comigo, não temas, porque quem procura a minha morte procura também a tua; estarás salvo comigo.



 

Davi vai ter com o sacerdote Aimeleque


21.1 Então veio Davi a Nobe, ao sacerdote Aimeleque; Aimeleque, tremendo, saiu ao encontro de Davi, e disse-lhe: Por que vens só, e ninguém contigo? 2 Respondeu Davi ao sacerdote Aimeleque: O rei deu-me uma ordem e me disse: Ninguém saiba por que te envio e de que te incumbo; quanto aos meus homens, combinei que me encontrassem em tal e tal lugar. 3 Agora, que tens a mão? Dá-me cinco pães, ou o que se achar. 4 Respondendo o sacerdote a Davi, disse-lhe: Não tenho pão comum a mão; há, porém, pão sagrado, se ao menos os teus homens se abstiveram das mulheres. 5 Respondeu Davi ao sacerdote, e lhe disse: sim, como sempre, quando saio a campanha, foram-nos vedadas as mulheres, e os corpos dos homens não estão imundos. Se tal se dá em viagem comum, quanto mais serão puros hoje!  6 Deu-lhe, pois, o sacerdote o pão sagrado, porquanto não havia ali outro senão os pães da proposição, que se tiraram de diante do SENHOR quando trocados, no devido dia, por pão quente. 7 Achava-se ali naquele dia um dos servos de Saul, detido perante o SENHOR, cujo nome era Doegue, idumeu, o maioral dos pastores de Saul. 8 Disse Davi a Aimeleque: Não tens aqui a mão lança ou espada alguma? porque não trouxe comigo nem a minha espada nem as minhas armas, porque a ordem do rei era urgente. 9 Respondeu o sacerdote: A espada de Golias, o filisteu, a quem mataste no vale de Elá, está aqui envolta num pano detrás da estola sacerdotal; se a queres levar, leva-a, porque não há outra aqui, senão essa. Disse Davi: Não há outra semelhante; dá-ma.


Davi foge para Aquis, rei de Gate


10 Levantou-se Davi naquele dia e fugiu de diante de Saul, e foi a Aquis, rei de Gate. 11 Porém os servos de Aquis lhe disseram: Este não é Davi o rei da sua terra? Não é a este que se cantava nas danças, dizendo: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares? 12 Davi guardou estas palavras, considerando-as consigo mesmo, e teve muito medo de Aquis, rei de Gate. 13 Pelo que se contrafez diante deles, em cujas mãos se fingia doido, esgravatava nos postigos das portas, e deixava correr a saliva pela barba. 14 Então disse Aquis aos seus servos: Bem vedes que este homem está louco; por que no trouxeste a mim? 15 Faltam-me a mim doidos, para que trouxésseis a este que fizesse doidices diante de mim? Há de entrar este na minha casa?



 A amizade entre Davi e Jônatas

20 1. Então fugiu Davi da casa dos profetas, em Ramá, e veio, e disse a Jônatas: Que fiz eu? qual é a minha culpa? e qual é o meu pecado diante de teu pai, que procura tirar-me a vida? 2 Ele lhe respondeu: Tal não suceda; não serás morto. Meu pai não faz cousa nenhuma, nem grande nem pequena, sem primeiro me dizer; porque, pois, meu pai me ocultaria isso? Não há nada disso. 3 Então Davi respondeu enfaticamente: Mui bem sabe teu pai que da tua parte achei mercê; pelo que disse consigo: Não sabia isto Jônatas, para que não se entristeça. Tão certo como vive o SENHOR, e tu vives, Jônatas, apenas há um passo entre mim e a morte. 4 Disso Jônatas a Davi: O que tu desejares, eu te farei. 5 Disse Davi a Jônatas: Amanhã é a lua nova, em que sem falta deveria assentar-me com o rei para comer; mas deixa-me ir, e esconder-me-ei no campo, até a terceira tarde. 6 Se teu pai notar a minha ausência, dirás: Davi  me pediu muito que o deixasse ir a toda pressa Belém, sua cidade; porquanto se faz lá o sacrifício anual para toda a família. 7 Se disser assim: Está bem, então te servo terá paz; porém se muito se indignar, sabe que já o mal está de fato determinado por ele. 8 Usa, pois, de misericórdia para com o teu servo, porque lhe fizeste entrar contigo em aliança no SENHOR; se, porém, há em mim culpa, mata-me tu mesmo; por que me levarias a teu pai? 9 Então disse Jônatas: Longe de ti tal cousa; porém se dalguma sorte soubesse que já este mal estava de fato determinado por meu pai, para que viesse sobre ti, não to declararia eu? 10 Perguntou Davi a Jônatas: Quem tal me fará saber, se pôr acaso teu pai te responder asperamente? 11 Então disse Jônatas a Davi: Vem, e saiamos ao campo. E saíram.

Jônatas faz aliança com Davi

12 E disse Jônatas a Davi: O SENHOR, Deus de Israel, seja testemunha. Amanhã, ou depois de amanhã, a estas horas sondarei a meu pai; se algo houver favorável a Davi, eu to mandarei dizer. 13 Mas se meu pai quiser fazer-te mal, faça com Jônatas o SENHOR o que a este aprouver, se não to fizer saber eu, e não te deixar ir embora, para que sigas em paz. E seja o SENHOR contigo, como tem sido com meu pai. 14 Se eu então ainda viver, porventura não usarás para comigo da bondade  do SENHOR, para que não morra? 15 Nem tão pouco contarás jamais da minha casa a tua bondade; nem ainda quando o SENHOR desarraigar da terra a todos os inimigos de Davi. 16 Assim fez Jônatas aliança com a casa de Davi, dizendo: Vingue o SENHOR os inimigos de Davi. 17Jonatas fez jurar a Davi de novo , pelo amor que este lhe tinha, porque Jônatas o amava com todo o amor da sua alma. 18 Disse-lhe Jônatas: Amanhã é a lua nova; perguntar-se-á por ti porque o teu lugar estará vazio. 19 ao terceiro dia descerás apressadamente e irás para o lugar em que te escondeste no ida do ajuste;  e fica junto a pedra de Ezel. 20 Atirarei três flechas para aquela banda, como quem atira ao alvo. 21 Eis que mandarei o moço, e lhe direi: Vai, procura as flechas então para vem, Davi, porque tão certo como vive vem,  Davi, porque tão certo como vive o SENHOR, terás paz, e  nada há que temer. 22 Porém se disse ao moço: Olha que as fechas estão para lá de ti, vai-te embora; porque o  SENHOR te manda ir. 23 Quando aquilo de que eu e tu falamos, eis que o SENHOR está entre mim e ti para sempre, 24 Escondeu-se, pois Davi no campo. e, sendo a lua nova, pôs-se o rei a mesa para comer. 25 Assentou-se o rei na sua cadeira, segundo o costume, no lugar junto a parede; Jônatas defronte dele, e Abner ao lado de Saul; mas o lugar de Davi estava desocupado. 26 Porém naquele dia não disse Saul nada, pois pensava: Aconteceu-lhe alguma cousa, pela qual não está limpo; talvez contaminado. 27 sucedeu também ao outro dia,  segundo da lua nova, que o lugar de Davi continuava desocupado; disse, pois, Saul a Jônatas, seu filho: Por que não veio comer o filho de Jessé nem ontem nem hoje? 28 Respondeu Jônatas a Saul: Davi me pediu encarecidamente que deixasse ir a Belém. 29 Ele me disse: Peço-te que me deixes ir, porque a nossa família tem um  sacrifício na cidade, e um de meus irmãos insiste comigo para que eu vá. Se, pois, agora achei mercê aos teu olhos, peço-te que me deixes partir, para que veja a meus irmãos. Por isso não veio a mesa do rei.

Saul irado contra Jônatas

30 Então se acendeu a ira de Saul contra Jônatas, e disse-lhe: Filho de mulher perversa e rebelde; não sei eu que elegeste o filho de Jessé , para vergonha do recato de tua mãe? 31 Pois enquanto o filho de Jessé, viver sobre a terra nem tu estarás seguro, nem seguro o teu reino; pelo que manda buscá-lo agora, porque deve morrer. 32 Então respondeu Jônatas a Saul, seu pai, e lhe disse: Por que há de ele morrer? Que fez ele? 33 Então Saul atirou-lhe com a lança para o ferir; com isso entendeu Jônatas que de fato seu pai já determinara matar a Davi. 34 Pelo que Jônatas, todo encolerizado, se levantou da mesa, e neste segundo dia da lua nova não comeu pão, pois ficara muito sentido por causa de Davi a quem seu pai havia ultrajado. 

Jonatas despede-se de Davi

35 Na manhã seguinte, saiu Jônatas ao campo, no tempo ajustado com Davi, e levou consigo um rapaz. 36 Então disse ao seu rapaz: corre a buscar as flechas que eu atirar, Este correu, e ele atirou uma flecha, que fez passar além do rapaz. 37 Chegando o rapaz ao lugar da flecha que Jônatas havia atirado, Gritou Jônatas atrás dele e disse: Não está a flecha mais para lá de ti? 38 Tornou Jônatas a fritar: Apressa-te, não te demores. O rapaz e Jônatas apanhou as flechas e voltou ao seu senhor. 39 O rapaz não entendeu cousa alguma; só Jônatas e Davi sabiam deste ajuste. 40 Então Jônatas deu as suas armar ao rapaz que o acompanhava, e disse-lhe: Anda, leva-as a cidade. 41 Indo-se o rapaz, levantou-se Davi do lado do sul, e prostrou-se rosto em terra três vezes; e beijaram-se um ao outro, e choraram juntos, Davi, porém , muito mais.42 Disse Jônatas a Davi: Vai-te em paz, porquanto juramos ambos em nome do SENHOR, dizendo: o SENHOR seja para sempre entre mim e ti, e entre a minha descendência e a tua. 43 Então se levantou Davi, e se foi; e Jônatas entrou na cidade.


 Jônatas intercede por Davi

19.1 Falou Saul a Jônatas, seu filho, e a todos os sevos, sobre matar a Davi. Jônatas, filho de Saul, mui afeiçoado a Davi, 2 e o fez saber a este, dizendo: Meu pai, Saul, procura matar-te; acautela-te, pois, pela manhã, fica num lugar oculto, e esconde-te. 3 Eu sairei e estarei ao lado de meu pai no campo onde estás; falarei a teu respeito a meu pai, e verei o que houver, e te farei saber. 4 Então Jônatas falou bem de Davi a Saul, seu pai, e lhe disse: Não peque o rei contra seu servo Davi, porque ele não pecou contra ti, e os seus feitos para contigo tem sido mui importantes. 5 Arriscando ele a sua vida, feriu os filisteus, e efetuou o SENHOR grande livramento a todo o Israel; tu mesmo o viste, e te alegraste; por que, pois, pecarias contra sangue inocente, matando a Davi sem causa? 6 Saul atendeu a voz de Jônatas, e jurou: Tão certo como vive o SENHOR, ele não morrerá. 7 Jônatas chamou a Davi, contou-lhe todas estas palavras e o levou a Saul; e esteve Davi perante este como dantes.

Saul procura de novo matar a Davi

8 Tornou a haver guerra, e, quando Davi pelejou contra os filisteus e os feriu com grande derrota, e fugiram diante dele, 9 o espírito maligno da parte do SENHOR tornou sobre Saul; estava este assentado em sua casa, e tinha na mão a sua lança, enquanto Davi dedilhava o seu instrumento músico.10 Procurou Saul encravar a Davi na parede, porém ele se desviou do seu golpe, indo a lança ferir a parede; então fugiu Davi, e escapou. 11 Porém Saul, naquela mesma noite, mandou mensageiros a casa de Davi, que vigiassem, para ele o matar pela manhã; disto soube Davi por Mical sua mulher, que lhe disse: Se não salvares a tua vida esta noite, amanhã serás morto.

Mical engana a seu pai e salva a Davi

12 Então Mical desceu Davi por uma janela; e ele se foi, fugiu e escapou. 13 Mical tomou um ídolo do lar e o deitou na cama, e pôs-lhe a cabeça um tecido de pelos de cabra, e o cobriu com um manto. 14 Tendo Saul enviado mensageiros que trouxessem a Davi, ela disse: Está doente. 15 Então Saul mandou mensageiros que viessem a Davi, ordenando-lhes: Trazei-mo mesmo na cama, para que o mate. 16 Vindo, pois, os mensageiros, eis que estava na cama o ídolo do lar, e o tecido de pelos de cabra ao redor de sua cabeça. 17 Então disse Saul a Mical: Por que assim me enganaste, e deixaste ir e escapar o meu inimigo? Respondeu-lhe Mical: Porque ele me disse: Deixa-me ir, se não eu te mato.

Saul e seus mensageiros profetizam

18 Assim Davi fugiu e escapou, e veio a Samuel, a Ramá, e lhe contou tudo quanto Saul lhe fizera; e se retiraram, ele e Samuel, e ficaram na casa dos profetas. 19 Foi dito a Saul: Eis que Davi está na casa dos profetas, em Ramá. 20 Então enviou Saul mensageiros para trazerem a Davi, os quais viram um grupo de profetas profetizando, onde estava Samuel que lhes presidia; e o Espírito de Deus veio sobre os mensageiros de Saul, e também eles profetizaram. 21 Avisado disto, Saul enviou outros mensageiros, e também estes profetizaram; então enviou Saul ainda uns terceiros, os quais também profetizaram. 22 Então foi também ele mesmo a Ramá, e chegando ao poço grande que estava em Secu, perguntou: Onde estão Samuel e Davi? Responderam-lhe: Eis que estão na casa dos profetas, em Ramá. 23 Então foi para a casa dos profetas em Ramá; e o mesmo Espírito de Deus veio sobre ele, que, caminhando, profetizava até chegar a casa dos profetas em Ramá.24 Também ele despiu a sua túnica e profetizou diante de Samuel, e sem ela esteve deitado em terra todo aquele dia e toda aquela noite; pelo que se diz: Também Saul está entre os profetas?


 Tudo estava preparado para um belo final de semana em São Paulo, nada melhor que descansar um pouco a mente depois de meses de trabalho. Passagem na mão, malas prontas rumo a um belo risote onde iria passar dois dias ao lado do seu esposo e depois voltaria para sua rotina normal. Horário antecipado para fazer o check-in com a preocupação de nada sair errado. Olhou a previsão do tempo em São Paulo, céu ensolarado, aproveitou e colocou seu biquíni para dar uns mergulhos na piscina e aproveitar o máximo. Bom o que era doce acabou. Hora de fazer as malas e voltar para seu habitat porque é assim, gira o mundo, mas acaba sempre de onde saiu ( sua casa lógico), porque muitas pessoas viajam tanto mais nunca ficam por lá, sempre está voltando para sua terra natal e foi isso que aconteceu com o casal. Quando chegaram no aeroporto, notou que o tempo estava mudado. Previsão de chegada ao seu destino 17:00 horas, isso é, o que eles falam porque não sabe o que irá acontecer no meio daquelas nuvens. Quando o avião aproxima do aeroporto determinado surge aquela voz tranquilizante: Senhores passageiros temos que atrasar um pouco o pouso devido a mal visibilidade para a aterrissagem, contudo nada de anormal. E aí começou a saga, muita turbulência, a cabeça dela balançava pra lá e pra cá, o marido não sabia onde colocar a perna que tremia feito uma vara verde. Ai começou o terrorismo, ela por ter assistido muito filme analisou o que estava acontecendo e começou a falar para o marido: Assisti a um filme onde o pouso foi forçado e o avião teve que ficar fazendo viravoltas para gastar o combustível e quando aterrissar  não explodir. Coitado do marido, ficava só com aquela perna tremendo e ela aterrorizando mais ainda: "Vamos entregar nossas almas a Deus, pedir que perdoe nossos pecados". Ela estava na janela ele no meio e a outra cadeira estava vazia porque a moça havia saído por isso ela começou a dizer tais coisas. O avião estava com 200 passageiros, não se ouvia uma voz, todos tensos, e aquele barulho enorme, porque a chuva não está acima do avião e sim por baixo e quando ela olhava pela janela só via tudo branco. Nossa o pânico aumentava a cada segundo. Deus com sua infinita bondade e misericórdia não permitiu que houvesse uma tragédia e  o avião pousou apos 15 minutos no ar só dando voltas. Desceram atónitos e para completar o restante da viagem, todo o percurso para sua casa as ruas estavam alagadas devido dois dias seguidos de chuva. Foi um caus, não sei como não enfartaram, principalmente o marido, porque a mulher atormentou muito o juízo do coitado. Chegando em casa estavam famintos e foram até uma padaria ou cafeteria sei lá como fala, comer macaxeira com carne de sol. Com a barriguinha cheia voltaram para casa e foram curtir o resto da chuva em sua caminha coberta com seu edredom, juntamente com Téo, Belinha e o novato que esqueci o nome. ( seus gatos).

OBS: Essa é uma obra de ficção, qualquer semelhança será mera coincidência.  

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 A amizade de Jônatas para com Davi

18.1 Sucedeu que, acabando Davi de falar com Saul, a alma de Jônatas se ligou com a de Davi; e Jônatas o amou, como a sua própria alma. 2 Saul naquele dia o tomou, e não lhe permitiu que tornasse para casa de seu pai. 3 Jônatas e Davi fizeram aliança; porque Jônatas o amava como a sua própria alma. 4 Despojou-se Jônatas da capa que vestia e o deu a Davi, como também a armadura, inclusive a espada, o arco, e o cinto. 5 Saía Davi aonde quer que Saul o enviavam e se conduzia com prudência; de modo que Saul o pôs sobe tropas do seu exército, e era ele benquisto de todo o povo, e até dos próprios servos de Saul.

O cântico das mulheres indigna a Saul

6 Sucedeu, porém, que, vindo Saul e o seu exército, e voltando também Davi de ferir os filisteus, as mulheres de todas as cidades de Israel saíram ao encontro do rei Saul, cantando e dançando, com tambores, com júbilo e com instrumentos de música. 7 As mulheres se alegravam e, cantando alternadamente, diziam: Saul feriu os seus milhares, porém Davi os seus dez milhares. 8 Então se indignou muito, pois estas palavras lhe desagradaram em extremo; e disse: Dez milhares deram elas a Davi, e a mim somente milhares; na verdade, que lhe falta, senão o reino? 9 Daquele dia em diante, Saul não via a Davi com bons olhos. 10 No dia seguinte um espírito maligno da parte de Deus se apossou de Saul, que teve uma crise de raiva em casa; e Davi, como nos outros dias, dedilhada a harpa; Saul, porém trazia na mão uma lança, 11 que arrojou, dizendo: Encravarei a Davi na parede. Porém Davi se desviou dele por duas vezes. 12 Saul temia a Davi, porque o SENHOR era com este e se tinha retirado de Saul.13 Pelo que Saul o afastou de si, e o pôs por chefe de mil; ele fazia saídas e entradas militares diante do povo. 14 Davi lograva bom êxito em todos os seus empreendimentos, pois o SENHOR  era com ele. 15 Então vendo Saul que Davi lograva bom êxito, tinha medo dele. 16 Porém todo o Israel e Judá amava a Davi, porquanto fazia saídas e entradas  militares diante deles.

Saul intenta matar Davi pela astúcia

17 Disse Saul a Davi: Eis aqui Merabe, minha filha mais velhas, que te darei por mulher; sê-me somente filho valente e guerreia as guerras do SENHOR; porque Saul dizia consigo: Não seja contra ele a minha mão, e, sim, a dos filisteus.18 Respondeu Davi a Saul: Quem sou eu, e qual é a minha vida e a família de meu pai em Israel, para vir a ser eu genro do rei? 19  sucedeu, porém, que ao tempo em que Merabe, filha de Saul, devia ser dada a Davi, foi dada por mulher a Adriel, meolatita.

Mical ama a Davi e casa com ele

20 Mas Mical, a outra filha de Saul, amava a Davi. Contaram-no a Saul, e isso lhe agradou. 21 Disse Saul: Eu lha darei, para que ela lhe sirva de laço, e para que a mão dos filisteus venha a ser contra ele. Pelo que Saul disse a Davi: com esta segunda serás hoje meu genro. 22 Ordenou Saul aos seus servos; Falai confidencialmente a Davi, dizendo: Eis  que o rei tem afeição por ti, e todos os seus servos te amam; consente, pois, em ser genro do rei. 23 Os servos de Saul falaram estas palavras a Davi, o qual respondeu: Parece-vos cousa de somenos ser genro do rei, sendo eu homem pobre e de humilde condição?  24 Os servos de Saul lhe referiram isto, dizendo: Tais foram as palavras que falou Davi. 25 Então disse Saul: Assim direis a Davi: O rei não deseja dote algum, mas cem prepúcios de filisteus, para tomar vingança dos inimigos do rei. Porquanto Saul tentava fazer cair a Davi pelas mãos dos filisteus. 26 Tendo os servos de Saul referido estas palavras a Davi, agradou-se este de que viesse a ser genro do rei. Antes de vencido o prazo, 27 dispôs-se Davi e partiu com os seus homens, e feriram dentre os filisteus duzentos homens; trouxe os seus prepúcios, e os entregou todos ao rei, para que lhe fosse genro. Então Saul lhe deu por mulher a sua filha Mical. 28 Viu Saul, e reconheceu que o SENHOR era com Davi; e Mical, filha de Saul , o amava. 29 Então Saul temeu ainda mais a Davi, e continuamente foi seu inimigo. 30 Cada vez que os príncipes dos filisteus saíam a batalha, Davi lograva mais êxito do que todos os servos de Saul; portanto o seu nome se tornou muito estimado.


  O desafio de Golias

17.1 Ajuntaram os filisteus as suas tropas para a guerra e congregaram-se em Socó, que está em Judá, e acamparam-se entre Socó e Azeca, em Efes-Damim. 2 Porém Saul e os homens de Israel se ajuntaram e acamparam no vale de Elá, e ali ordenaram a batalha contra os filisteus. 3 Estavam estes num monte da banda dalém e os israelitas no outro monte da banda daquém; e entre eles o vale. 4 Então saiu do arraial dos filisteus um homem guerreiro, cujo nome era Golias, de Gate, da altura de sela côvados e um palmo. 5 Trazia na cabeça um capacete de bronze, e vestia uma couraça de escamas cujo peso era de cinco mil siclos de bronze. 6 Trazia caneleiras de bronze nas penas, e um dardo de bronze entre os ombros. 7 A haste da sua lança era como o eixo do tecelão, e a ponta da sua lança de seiscentos siclos de ferro, e diante dele ia o escudeiro. 8 Parou, clamou as tropas de Israel, e disse-lhe: Para que sais formando-vos em linha de batalha? Não sou eu filisteu e vós servos de Saul? Escolhei dentre vós um homem que desça contra mim. 9 Se ele puder pelejar comigo, e me ferir, seremos vossos servos; porém, se eu vencer, e o ferir, então sereis nossos servos, e nos servireis. 10 Disse mais o filisteu: Hoje afronto as tropas de Israel: Dai-me um homem, para que ambos pelejamos. 11 Ouvindo Saul e todo o Israel estas palavras do filisteu, espantaram-se, e temeram muito.

Davi enviado a seus irmãos

12 Davi era filho daquele efrateu de Belém de Judá, cujo nome era Jessé, que tinha oito filhos; nos dias de Saul era já velho e adiantado em anos entre os homens. 13 Apresentaram-se os três filhos mais velhos de Jessé a Saul,  e o seguiram a guerra; chamavam-se; Eliabe, o primogênito, o segundo Abinadabe e o terceiro Sama. 14 Davi era o mais moço; só os três maiores seguiram a Saul. 15 Davi, porém, ia a Saul, e voltava para apascentar as ovelhas de seu pai em Belém. 16 Chegava-se, pois, o filisteu pela manhã e a tarde; e apresentou-se por quarenta dias. 17 Disse Jessé a Davi, seu filho: Leva, peço-te, para teus irmãos um efa deste grão tostado estes dez pães, e corre a levá-los ao acampamento, a teus irmãos. 18 Porém estes dez queijos leva-os ao comandante de mil; e visitarás a teus irmãos, a ver se vão bem; e trarás uma prova de como passam. 19 Saul, e eles, e todos os homens de Israel estão no vale de Elá, pelejando com os filisteus. 20 Davi, pois, no dia seguinte, se levantou de madrugada, deixou as ovelhas a um guarda, carregou-se, e partiu, como Jessé lhe ordenara; e chegou ao acampamento quando já as tropas saíam para formar-se em ordem de batalha, e, a gritos, chamavam a peleja. 21 Os israelitas e filisteus se puseram em ordem, fileira contra fileira. 22 Davi, deixando o que trouxera aos cuidados do guarda da bagagem, correu a  batalha; e, chegando perguntou a seus irmãos se estavam bem. 23 Estando Davi ainda a falar com eles, eis que vinha subindo do exército dos filisteus o duelista, cujo nome era Golias, o filisteu de Gate, e falou as mesmas cousas que antes falara, e Davi o ouviu.

O gigante Golias insulta os israelitas

24 Todos os israelitas, vendo aquele homem, fugiam de diante dele, e temiam grandemente; 25 e diziam uns aos outros: Vistes aquele homem que subiu? pois subiu para afrontar a Israel. A quem o matar o rei o cumulará de grandes riquezas, e lhe dará por mulher a filha, e a casa de seu pai isentará de impostos em Israel. 26 Então falou Davi aos homens que estavam consigo, dizendo: Que farão aquele homem que ferir a este filisteu, e tirar a afronta de sobre Israel? Quem é, pois, esse incircunciso filisteu, para afrontar os exércitos do Deus vivo? 27 E o povo lhe repetiu as mesmas palavras, dizendo: Assim farão ao homem que ferir. 28 Ouvindo-o Eliabe, seu irmão mais velho, falar aqueles homens, acendeu-se-lhe a ira contra Davi, e disse: Por que desceste aqui? E a quem deixaste aquelas  poucas ovelhas no deserto? Bem conheço a tua presunção, e a tua maldade; desceste apenas para ver a peleja. 29 Respondeu Davi: Que fiz eu agora? Fiz somente uma pergunta. 30 Desviou-se dele para outro, e falou a mesma cousa;  e o povo lhe tornou a responder como dantes.

Davi dispõe-se a pelejar contra o gigante

31 Ouvidas as palavras que Davi falara, anunciaram-nas a Saul, que mandou chamá-lo. 32 Davi disse a Saul: Não desfaleça o coração de ninguém por causa dele; teu servo irá, e pelejará contra o filisteu. 33 Porém Saul disse a Davi: Contra o filisteu não poderás ir para pelejar com ele; pois tu és ainda moço, e ele guerreiro desde a sua mocidade. 34 Respondeu Davi a Saul: Teu servo apascentava as ovelhas de seu pai; quando veio um leão, ou um urso, e tomou um cordeiro do rebanho, 35 eu saí apos  ele, e o feri, e livrei o cordeiro da sua boca; levantando-se ele contra mim, agarrei-o pela barba, e o feri, e o matei, 36 O teu servo matou, assim o leão como o urso; este incircunciso filisteu será como um deles; porquanto afrontou os exércitos do Deus vivo. 37 Disse mais Davi: O SENHOR me livrou das garras do leão, e das do urso; ele me livrará da mão deste filisteu. Então disse Saul a Davi: Vai-te, e o SENHOR seja contigo.38 Saul vestiu a Davi da sua armadura, e lhe pôs sobre a cabeça um capacete de bronze, e o vestiu de uma couraça. 39 Davi cingiu a espada sobre a armadura, e experimentou andar, pois jamais o havia usado; então disse Davi a Saul: Não posso andar com isto, pois nunca o usei. E Davi tirou aquilo de sobre si. 40 Tomou o seu cajado na mão, escolheu para si cinco pedras lisas do ribeiro, e as pôs no alforje de pastor, que trazia, a saber, no surrão, e,  lançando mão da sua funda, foi-se chegando ao filisteu.

Davi encontra-se com o gigante e mata-o

41 O filisteu também  se vinha chegando a Davi e o seu escudeiro ia adiante dele. 42 Olhando o filisteu, e vendo a Davi, o desprezou, porquanto era moço ruivo, e e boa aparência. 43 Disse o filisteu a Davi; Sou eu algum cão, para vires a mim com paus? E, pelos seus deuses, amaldiçoou o filisteu a Davi. 44 Disse mais o filisteu a Davi: Vem a mim, e darei a tua carne as aves do céu, e as bestas-feras do campo.  45 Davi, porém disse ao filisteu: Tu vens contra mim com espada, e com lança, e com escudo; eu, porém, vou contra ti em nome do SENHOR dos Exércitos, o Deus dos exércitos de Israel, a quem tens afrontado. 46 Hoje mesmo o SENHOR te entregará na minha mão; ferir-te-ei, tirar-te-ei a cabeça, e os cadáveres do arraial dos filisteus darei hoje mesmo as  aves dos céus e as bestas-feras da terra; e toda a terra saberá que há Deus em Israel. 47 Saberá toda esta multidão que o SENHOR salva, não com espada, nem com lança, porque do SENHOR é a guerra, e ele vos entregará nas nossas mãos. 48 Sucedeu que, dispondo-se o filisteu a encontrar-se com Davi, este se apressou e, deixando as suas fileiras, correu de encontro ao filisteu. 49 Davi meteu a mão no alforje, e tomou dali uma pedra e com com a funda lha atirou, a feriu o filisteu na testa; a pedra encravou-se-lhe na testa, e ele caiu com o rosto em terra. 50 Assim prevaleceu Davi contra o filisteu, com uma funda e com uma pedra, e o feriu e o matou; porém não havia espada na mão de Davi. 51 Pelo que correu Davi, e, lançando-se sobre o filisteu, tomou-lhe a espada desembainhou-a,  e o matou, cortando-lhe com ela a cabeça. Vendo os filisteus que era morto o seu herói, fugiram. 52 Então os homens de Israel e Judá se levantaram, e jubilaram, e perseguiram os filisteus, até Gate, e até as portas de Ecrom. E caíram filisteus feridos pelo caminho de Saaraim até Gate e até Ecrom. 53 Então voltaram os filhos de Israel de perseguirem os filisteus e lhes despojaram os acampamentos. 54 Tomou Davi a cabeça do filisteu, e a trouxe a Jerusalém; porém as armas dele pô-las Davi na sua tenda. 55 Quando Saul viu sair Davi a encontrar-se com o filisteu, disse a Abner, o comandante do exército: De quem é filho este jovem, Abner? Respondeu Abner: Tão certo como tu vives, ó rei, não o sei. 56 Disse o rei: Pergunta, pois, de quem é filho este jovem. 57 Voltando Davi de haver ferido o filisteu, Abner o tomou e levou a presença de Saul, trazendo ele na mão a cabeça do filisteu. 58 Então  Saul lhe perguntou: De quem és filho, jovem? Respondeu Davi: Filho de teu servo Jessé belemita.