PAULO RIBEIRO DA SILVA era
filho do senhor JOSÉ MIGUEL RIBEIRO DA SILVA e dona MARIA DA CONCEIÇÃO, nascido no dia 10 de outubro de 1927
na cidade do Bom Jardim estado de Pernambuco. Quando criança perdeu sua mãe
muito cedo quase não a conheceu e foi criado pelo seu pai cantador de viola e
improviso onde era convidado para tocar repente nos dias de domingo no sítio
que era o único divertimento naquela época.Com o passar do tempo seu pai
adoeceu ficando sobre uma cama por mais de quatro anos e ele era quem tomava
conta com o maior zelo e na hora da morte prometeu que nunca desampararia sua
irmã de menor chamada Nai carinhosamente.Com a morte de seu pai ele começou a
carregar água em jumento onde vendia para a população na cidade, depois veio a venda de batata e cará foi aí que
surgiu a feira livre, nas quarta-feira que era na rua da Palha e aos sábados na
rua Grande onde ele foi um dos fundadores naquela época, daí ficou conhecido por Paulo da Batata. O tempo passou e certa vez ele
encontrou uma professora chamada Maria dos Anjos que era costureira ao mesmo tempo, tinha quatro filhos, ela estava passando por um
momento difícil naquela época porque seu marido havia lhe abandonado e só tinha
seu pai conhecido por seu Joca que era sapateiro e cientista ao mesmo tempo, e
acima de tudo evangélico. Um dia a feira estava ruim e Paulo da Batata não
tinha onde deixar a boia daquela feira, foi aí que ele falou com a Maria dos
Anjos para guardar em sua casa, ela naquele momento perguntou se ele sabia ler
e a resposta foi não. Maria dos Anjos chamou-o para estudar e começou todas as
noites dar aula para aqueles alunos, foi aí que ele se apaixonou por ela mesmo
sendo mais novo 10 anos, contudo não poderia dar certo porque Maria dos Anjos
além de ser mais velha que ele ainda tinha quatro filhos. Seu Paulo não se
incomodou e logo a pediu em casamento. Foi um casamento conturbado porque o
sogro não admitia, mesmo assim Paulo da Batata mostrou o homem que era, moreno
quase negro devido ao sol ardente que queimava sua pele quando fazia suas plantações por ser um agricultor, e para completar analfabeto.
Paulo da Batata continuou a vida de feirante e sempre plantando em um terreno
que o Estado havia doado para ele fazer seu cultivo de cana de açúcar, milho e
feijão. Quando a situação pesava ele ia até a coletoria onde pedia emprestado
dinheiro para pagar no final do ano e também ao coronel Manoel Gonçalves, Dos
Anjos como era conhecida continuava a ensinar e costurar para ajudar nas
despesas de casa que com o passar do tempo compram uma casa na rua da Palha e
foi lá que nasceram suas quatro filhas. A família agora havia crescido e o
trabalho dobrado, e para sua felicidade na época havia jogo de bicho ele
acertou a milhar com o dinheiro comprou uma barraca na praça da Estação
Ferroviária onde tinha como vizinho Dona Laura mãe de Bui, Seu Teodósio. A Igreja Batista tinha um beco que separava da barraca justamente para dar acesso aos Três Cocos que era uma vila de casa
que tinha três coqueiros e lá moravam as mulheres da vida fácil, que dá vida
fácil não tem nada. As crianças cresciam e o custo de vida também então houve um
acordo entre a Madre Superiora dona do Colégio Sant'Ana e Paulo da Batata. Como
ele não tinha dinheiro para pagar os estudos dos filhos ela propôs o seguinte:
Nas quartas e sábados a irmã Constantina iria pegar cará e batata porque havia um
internato no colégio e no final do ano somaria quantos quilos foram pegos e
descontava nos estudos, quando faltava ele completava e quando sobrava ficava
para matricula. Foi assim que ele educou os oitos filhos. Homem digno e
honesto. Após ficar viúvo casou pela segunda vez onde teve dois filhos os quais
também foram educados com mais regalias, já estava aposentado possuía quartos
de aluguéis, não precisava mais trabalhar na enxada nem tão pouco ir para
feira. Aos 83 anos cheio de vida foi vítima de um aneurisma que levou o velho
no dia 28 de fevereiro de 2010.O legado que ele deixou aos filhos foi a
honestidade e lealdade. Parabéns papai onde o senhor estiver sinto muito sua
falta, contudo Deus sempre me conforta. Nesse momento gostaria que o senhor
estivesse vivo para poder ver o desenvolvimento de minha vida. Sei que no passado fui
a ovelha negra da família envergonhando a todos, creio que nasci em um século
atrasado, eu era da banda virada mesmo, nunca dei satisfação de meus atos a
ninguém pouco importava os comentários, só sei que todas as palavras que saíam
de minha boca eram destorcidas e tive que pagar um preço muito alto por causa
disso. Tudo passou como tudo passa nesse mundo, hoje já uma sexagenária
mas continuo com o espírito de adolescente cheguei ao cume de minha vida. Se
morresse hoje não teria de que me lamentar do que não fiz apenas peço a Deus
mais um punhadinho de vida porque só falta uma missão a cumprir que é
justamente meu afilhado querido onde pretendo vê-lo estabelecido na vida. Parando
por aqui. Desabafei um pouco. Sim antes que esqueça, eu poderia ser hoje a
rainha de Inglaterra papai jamais me veria com bons olhos porque nunca perdoou
o que fiz na minha juventude, deixa pra lá é negócio de pai careta.
OBS: Essa não é uma obra de
ficção é a história de meu pai.
13/03/16
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