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FESTA DE SÃO SEBASTIÃO




Há exatamente meio século, estava eu em Bom-Jardim com meu vestido novo de chita costurado as pressas para ir à festa. Nossa quanta recordação daquela época de inocência... Tínhamos hora marcada de chegar em casa e não podíamos nos atrasar dois minutos caso contrário não iríamos mais os restantes das noites. Eram 8 noites de festas, contudo o último dia o melhor de todos não podíamos ir porque havia muita gente e o espaço era pouco daí ficávamos em casa. Vamos lá: mamãe queria que nós saíssemos de casa de seis horas onde não havia ninguém, nem o parque Lima estava funcionando, e as nove horas em pontos tínhamos que chegar. Meus Deus como era ruim, a festa ficava boa mesmo depois das nove. O dono do balanço era irmão de nosso pai por isso nos deixava dar uma voltinha de graça e quando a coisa estava boa, vinha aquela bendita taboa que colocava embaixo e aos poucos ele ia parando, por mais que puxássemos a corda mais a tábua impedia o movimento. Saindo do balanço íamos para a onda, essa onda era um barato, ela baixava e subia, gritávamos muito, era divertido. Como não tínhamos dinheiro para correr no Parque Lima, ficávamos olhando e esperando que alguém fosse bonzinho e colocasse uma de nos no meio, ou seja a roda gigante cabia três pessoa, a do meio não pagava eu ficava perto da fila pedindo para ficar no meio e daí alguém deixa eu dava minha voltinha e ia olhar os outros brinquedos.
       O cavalinho era o que eu mais gostava, ele subia e descia, encostada na grade e olhando as crianças correndo no cavalinho der repente alguém chama meu nome. Oi tudo bem, era João Galdino (In memoriam) chegou para mim e perguntou: Quer dar uma voltinha no cavalinho? Ou se quero respondi, ele comprou um ingresso e me deu, fiquei muito feliz gostava muito dele, era um pão (significa lindo).Depois que dei minha voltinha saí para passear, nossa quanta monotonia, ia até a Igreja de São Sebastião voltava até a ponte, depois tudo de novo, pra lá e pra cá, naquela época tudo bem hoje depois do caso passado não tenho mais saco pra isso, também minha juventude já se foi agora só recordações. Naquela época eu já tinha um paquera, Jesus, meus  olhos cintilavam quando o via, tinha 12 anos...amor impossível, meu primeiro amor, o homem que roubou minha infância, minha juventude, minha adolescência, mas tinha que passar por tudo que passei, é passado, o importante que vivi os momentos. 
          Hoje aos meus 62 anos livre como uma gaivota, posso fazer o que quero e na hora que quero, não sinto mais vontade de ir à FESTA DE SÃO SEBASTIÃO. Fecho os olhos e penso: será que ainda toca música com oferecimento? Assim: Atenção fulana de tal, ouça essa linda gravação que um alguém lhe oferece apaixonadamente. Aí tocava a música de Valdike Soriano, Cláudia Barroso, Nelson Gonçalves, Roberto Carlos, Noite Ilustrada, Lindomar Castilho, essa músicas era no Parque Lima que se pagava para fazer o oferecimento, e eu ficava louca para descobrir que era esse alguém, não que fosse meu nome e sim de outras pessoas nunca ninguém me ofereceu música, também eu era uma pirralha, quem se atreveria a isso, seria um escândalo. Nossa quanto tempo que não escrevo, hoje senti saudade...


                                    01/02/19


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